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A ERA DOS HIDROAVIÕES
Antes da construção do Aeroporto Santos Dumont, a aviação
comercial brasileira era dominada pelos hidroaviões, ou seja,
aeronaves que pousavam na água. Eram os anos 20, os primórdios
da aviação comercial no país. No Rio de Janeiro os aviões
usavam o atracadouro da Ponta do Calabouço para pouso e
decolagens comerciais, tanto para voos doméstico quanto para
voos internacionais. A partir da década de 30 começaram a chegar
no país os primeiros aviões comerciais terrestres, que
precisavam de uma pista de pouso. Foi assim então que começou a
construção do aeroporto, em 1934.
Para muitos o Aeroporto Santos Dumont é o aeroporto mais
bonito do mundo, devido a sua localização na baía de Guanabara e
com vista para o Pão de Açúcar. O aeroporto foi inaugurado
oficialmente em 1936 pela Vasp. A
companhia usou dois Junkers 52 para
realizar voos simultâneos partindo de Santos Dumont, no Rio, e
de Congonhas, em São Paulo.
O primeiro voo foi um fracasso, mas em novembro de 1936 a
inauguração finalmente aconteceu.
Mesmo após a inauguração da pista, o aeroporto continuou
recebendo hidroaviões por algum tempo.
Em 1938 a pista foi
ampliada de 700 para
1050 metros.
No mesmo ano foi iniciada a construção do terminal de
passageiros, que só foi concluído em 1945, após a Segunda Guerra Mundial.
Nos anos 50 a pista foi ampliada para 1350 metros, permitindo
receber até mesmo um DC-6 com algumas
restrições. O aeroporto também ganhou a sua pista auxiliar com
1260 metros de comprimento. Com a inauguração do
Aeroporto Internacional do Galeão, em
1952, os voos internacionais foram transferidos para lá e o
Santos Dumont ficou apenas com voos domésticos.
A PONTE AÉREA
A rota mais movimentada no
aeroporto era obviamente para São Paulo e
gerava grande competição entre a Real,
Panair,
Vasp,
Varig e
Cruzeiro, que
brigavam pelo mercado na época. Muitas vezes os voos saiam vazios
e todos perdiam. Então surgiu uma
idéia revolucionária, a Ponte Aérea. A Ponte começou em julho de
1959 com Varig,
Vasp
e
Cruzeiro, ligando
o Rio de Janeiro e São Paulo a cada
60 minutos. O passageiro podia embarcar em qualquer voo das três
companhias aéreas, que coordenaram os horários dos voos,
evitando a superoferta de assentos. Esse sistema, até então
inédito, foi batizado de Ponte Aérea, inspirado nos voos para
abastecer Berlim após a Segunda Guerra Mundial. O modelo deu tão
certo que foi copiado em outras partes do mundo, como nos EUA e
na Ásia. A Real, que até então era a
líder do mercado doméstico, bem que tentou competir, mas não foi
páreo para a Ponte Aérea. Em 1964 a
Panair
e a Sadia também entraram no pool
da Ponte Aérea. As primeiras aeronaves utilizadas foram os
Convair 240/340 da
Varig e
Cruzeiro, Scandia
da
Vasp,
Constellation da
Panair e Dart Herald da
Sadia. Em 1963 a
Vasp
introduziu o Viscount 700.
A
Cruzeiro
introduziu os YS-11 em julho de 1967. Em
1968 a
Varig
estreou o Avro e
Vasp
o YS-11. O pool da Ponte Aérea também
chegou a operar um FH-227 pertencente
a massa falida da Paraense, em 1970. Porém a aeronave mais
famosa da Ponte Aérea foi o
Electra II,
introduzidos pela
Varig em 1962. Eles eram as maiores e
mais velozes da Ponte Aérea. Em 1973 dois acidentes fatais
envolvendo os
YS-11
da
Vasp
atraíram as atenções da opinião pública e das autoridades. O DAC
então decretou que a partir de 1º de março de 1975 todos os
operadores da Ponte Aérea seriam obrigados a operar somente
aeronaves turboélice e quadrimotores. Isso significou que apenas
os
Viscount
da
Vasp
e os
Electra II
da
Varig
poderiam operar a rota. Em novembro de 1975 a
Vasp
desativou o seu último
Viscount
e a Ponte Aérea passou a ser exclusivamente servida pelos
Electra II,
que alcançou a marca
de 1 milhão de passageiros transportados anualmente. As outras
companhias aéreas continuaram participando do pool da Ponte Aérea,
mas a única aeronave que operava a rota eram os
Electra II
da
Varig. O reinado do Electra II durou
até 1992, quando foi substituído pelo Boeing
737-300, depois de muita pressão das outras companhias
aéreas. Assim finalmente
Vasp e
Transbrasil passaram a operar suas
próprias aeronaves na rota.
Com a introdução do
Boeing 737,
o tempo de voo diminuiu em 10 minutos e as companhias aéreas
aumentaram a oferta de assentos em 70%.
FIM DA PONTE AÉREA
Em setembro de 1989 Tam começou a realizar
voos entre
Congonhas
e Santos Dumont com o Fokker F-27. Como
resposta a
Varig
colocou sua subsidiária, Rio Sul, para
operar voos entre Santos Dumont e
Congonhas
com aeronaves EMB-120.
Em 1990 a Tam introduziu o
Fokker F-100 na rota. Como resposta a
Rio Sul introduziu os
Boeing
737-500.
Os anos 90 também foram marcados pela desregulamentação do setor
aéreo Brasileiro, que aumentou a competição. Em agosto de 1998 o
Grupo Varig
decidiu sair da Ponte Aérea e criar a sua própria, chamada de
“Ponte Varig/Rio Sul”. A
Vasp e
Transbrasil
operaram por mais algum tempo sozinhas a Ponte Aérea original,
mas as crescentes dificuldades financeiras levaram as duas a
desfazer de vez o pool. A Ponte Aérea foi oficialmente extinta
em 1999. A partir daí cada companhia aérea tinha o seu próprio
time table entre Santos Dumont e
Congonhas.
Porém, mesmo com o fim oficial da Ponte Aérea, os voos entre
Santos Dumont e
Congonhas
continuaram a ser chamados de Ponte Aérea.
VIDA APÓS A PONTE AÉREA
Em 1998 o terminal de passageiros foi destruído por
um incêndio, fazendo com que todo voos fossem transferidos
temporariamente para o
Galeão.
Em março de 1999 a Tam introduziu o
Airbus A319 na “Super Ponte Tam”. A
Varig
respondeu trazendo o
Boeing
737-700
para a rota entre RJ e SP. Em 2002 a Rio
Sul introduziu os ERJ-145 na “Ponte
Varig/Rio Sul”. Foi também em 2002 que a novata
Gol iniciou voos entre
Congonhas
e Santos Dumont com aeronaves
Boeing
737-700.
A entrada da Gol na rota forçou os preço
para baixo.
Em 2004 o aeroporto Santos Dumont ficou restrito aos voos para
Congonhas e
voos regionais com aeronaves de até 50 assentos por ordem do DAC. Sendo assim a
maioria dos voos foram transferidos para o Galeão e o aeroporto
ficou mais vazio. Porém em 2009
essa restrição foi desfeita e o aeroporto começou a receber
vários novos voos e em pouco tempo ficou saturado.
Em 2007 o Santos Dumont passou por uma ampliação, que introduziu 8
pontes de embarque e ampliou a capacidade de passageiros para 8
milhões anuais. Mesmo assim o número de voos no aeroporto
continuou aumentando rapidamente, fazendo com que o Santos
Dumont chegasse na capacidade máxima em pouco tempo.
Em 2007 a
Gol
operou pela primeira vez o
Boeing
737-800
no aeroporto. Essas aeronaves podem levar mais passageiros,
porém são mais pesados e precisam de uma pista mais longa para
decolar e pousar. Por isso essas aeronaves foram equipadas com
um pacote de melhorias, numa versão denominada
Boeing
737-800SFP
(Short Field Performance).
Em 2021 a Azul foi a primeira a operar no
Santos Dumont com um A320neo.
Terminal original / Expansão do terminal em
2007
Companhias que operam no aeroporto:
Azul,
Gol,
Latam,
Passaredo
Fundação: 1936
Código ICAO: SBRJ
Código IATA: SDU
Comprimento das pistas: 1,3 km e 1,2 km
Capacidade de passageiros por ano: 9,9 milhões
Movimento de passageiros por ano: 9 milhões
Portões: 21
Pontes de embarque (finger): 8
Distância da cidade: 5 km
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Movimento de passageiros no Aeroporto Santos Dumont
> Histórico de voos internacionais:
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Atualizado em fevereiro de 2022