Em 1931, após um acidente com uma aeronave da
TWA, ficou comprovado que a água estragou a
madeira que fazia parte da estrutura do avião. Sendo assim ficou
proibido o uso de madeira nas asas da aeronave. A Boeing então
desenvolveu o
Boeing 247. Mas a capacidade de produção da Boeing não era
suficiente para a demanda e ela só podia atender a sua principal
cliente, a United Airlines.
A TWA pediu ao Donald Douglas que fizesse uma aeronave semelhante
a da Boeing. No inicio Donald não achava que haveria vendas suficientes
para cobrir os custos do projeto, mas no final acabou aceitando a
oferta.
No dia 1 de Julho de 1933 o primeiro e único DC-1 (Douglas Commercial 1) decolou pela primeira vez. A
aeronave bateu recordes e mostrou-se superior a todas as outras da
sua categoria. A TWA aceitou o modelo, mas com a condição de que a
capacidade de passageiros fosse aumentada de 12 para 15.
Em Julho de 1934 decolou o DC-2, uma versão alongada do DC-1, como a
TWA
queria. O DC-2 tornou-se um sucesso de vendas, ganhando inclusive
clientes na Europa como KLM e
SwissAir. Mas o melhor ainda estava
por vir...
A American Airlines ficou de olho no DC-2 e pediu para a Douglas que
fizesse uma versão ainda maior, capaz de realizar voos
transcontinentais. Nascia ai o irmão mais velho do DC-2, o lendário DC-3.
O seu irmão maior acabou roubando a cena rapidamente, sendo preferido
por todas as companhias aéreas e acabando com o curto reinado do DC-2. A
aeronave ainda ganhou uma sobrevida na Segunda Guerra Mundial, onde mais
de sessenta unidades da versão militar, C-32 e C-33, foram produzidas.
O DC-2 também teve algumas outras variações como o DC-2A, com motores
P&W R-1690, e DC-2B (motores Bristol Pegasus VI). Nas versões
militares o C-38 é uma modificação do C-33, com a cauda do DC-3 e novos
motores Wright R-1820-45. O C-39 aproveitou as últimas peças
do DC-2, baseado na versão C-33. O DC-2 ainda teve algumas
versões "VIP", para o transporte de autoridades e aviação
particular como o XC-32, YC-34, R2D-1,
C-41 e C-42.
No Brasil a Porém a aeronave operou por pouco
tempo na companhia e foram substituídas dois anos depois pelos
Lockheed Lodestar.
Ed Coates
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Modelo: | Construídos: | Acidentes: |
DC-1 | 1 | 0 |
DC-2 | 199 | 104 |
Douglas DC-3 / C-47 / C-53
O DC-3 é um dos aviões mais importantes
de todos os tempos. Logo após a Segunda Guerra Mundial, mais de 90%
do tráfego aéreo era feito por essa aeronave.
Em dezembro de 1935 voou pela primeira vez o DC-3, uma versão
alongada e melhorada do DC-2, feito para atender o pedido da American Airlines,
que queria um avião com maior capacidade de passageiros e capaz
de cruzar os EUA. O DC-3 se tornou o modelo preferido por companhias
aéreas no mundo todo, popularizou o transporte aéreo
nos Estados Unidos e acabou se tornando um fenômeno por ser barato,
rápido,
econômico, confiável e confortável para os passageiros. Nesse momento a
Douglas passou a ser, de longe, a maior fabricante de aeronaves
comerciais do mundo. A aeronave foi pioneira em muitas rotas aéreas e um
dos primeiros aviões capaz de transportar apenas passageiros
lucrativamente, sem depender das cargas do correio.
A American Airlines empregou os
seus Douglas Sleeper Transport (DST) em viagens transcontinentais
noturnas nos EUA, numa versão do DC-3 equipada com 14 beliches ao
invés dos tradicionais assentos. Esses voos chegavam a durar 17
horas e tinham 3 escalas para reabastecimento.
Quando os
EUA entraram na Segunda Guerra Mundial, a produção da
aeronave passou a ser voltada para o esforço de guerra. A versão
militar inicial do DC-3 ficou conhecida como Douglas C-47 Skytrain
ou Dakota e C-53 Skytrooper. Ao longo da guerra as versões
militares ganharam muitas variantes e conversões como C-41, C-48,
C-49, C-50, C-51 e C-52, apenas para citar alguns. Ao todo mais de
10 mil unidades militares foram fabricadas.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os C-47 e C-53 foram vendidos
"a preço de banana" para as companhias aéreas, colocando o DC-3 como
a aeronave mais popular do mundo na época.
No Brasil não foi diferente, após a Segunda Guerra Mundial
praticamente todas as companhias aéreas brasileiras operaram o DC-3
e novas companhias aéreas surgiram operando o DC-3, criando rotas
domésticas antes inviáveis. Foi ai que o Brasil viu o primeiro boom
de companhias aéreas. Mais de 20 aéreas foram criadas no país
durantes os anos 40 e o inicio dos anos 50. Quase todas elas
operando os ultrapopulares DC-3. O "efeito DC-3" também fez com que
o Brasil ultrapassasse a marca de mais de 250 cidades atendidas pela
aviação comercial. Com uma aeronave barata e capaz de operar em
qualquer lugar, dezenas de municípios no país ganharam voos
comerciais pela primeira vez. O consórcio
chegou a operar quase cem! DC-3 no
final do anos 50, sendo uma das maiores frotas aéreas do mundo na
época.
O DC-3 ganhou até mesmo uma versão soviética, o Lisunov Li-2. A
aeronave foi produzida entre 1939 e 1952 na Rússia sob licença da
Douglas. O Li-2 incorporou mais de 1.200 modificações ao projeto
original para atender aos padrões soviéticos, como metrificação,
reforço estrutural e alterações no motor. Equipado com motores
Shvetsov ASh-62IR, também recebeu adaptações para operar em
condições extremas, incluindo trens de pouso com esquis. No total
foram produzidas 4.937 unidades, que serviram tanto em funções civis
quanto militares. Após a Segunda Guerra Mundial, o Li-2 foi
amplamente utilizado em países Soviéticos, com operações registradas
até a década de 1980.
No entanto nada dura para sempre. Várias fabricantes de aeronaves
tentaram projetar um substituto do DC-3, sendo algumas das mais bem
sucedidas a Fokker com o
CV-2 tantas companhias
aéreas no mercado, a competição aumentou e os lucros diminuíram. A
construção de novas estradas no país, oferecendo uma opção mais
barata de transporte para cidades que antes só tinham o transporte
aéreo como opção viável também diminuíram a demanda do setor aéreo.
Os substitutos do DC-3 eram excelentes aeronaves, muito mais
modernas. Porém também muito mais caras e sofisticadas,
inviabilizando rotas regionais menos rentáveis e aeroportos com
poucas infraestrutura. O resultado foi muitas companhias aéreas
falindo ou sendo compradas pela grandes da época. No final da década
de 1960 a aviação comercial brasileira estava reduzida a quatro
companhias aéreas:
,
,
e
.
Apesar de não conseguir emplacar o Super DC-3, o Douglas DC-3
garantiu para a Douglas o título de maior fabricante de aeronaves
comerciais do mundo e ainda serviu de base para todos os sucessores
modelos a pistão lançados pela Douglas:
DC-4,
DC-5, DC-6 e DC-7.
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Modelo: | Construídos: | Acidentes: |
DC-3 | 607 | 242 |
C-47/C-53 | 10073 | 2613 |
TOTAL: | 10680 | 2855 |