Douglas DC-4 / C-54

Aproveitando o sucesso do DC-3 e um pedido da United Airlines, a Douglas começou um projeto para uma aeronave maior.
No dia 7 de junho de 1938 decolou o Douglas Commercial 4 Experimental ou DC-4E. O DC-4E era do tamanho de quase três DC-3 e com uma cauda parecida com a do Constellation. Porém o custo operacional da aeronave se mostrou muito alto e as companhias rejeitaram o projeto. A Douglas então revisou o projeto e fez uma aeronave menor e menos complexa, batizada de DC-4.
O DC-4 é maior do que o DC-3, transporta mais passageiros e possuí quatro motores ao invés de dois. A sua principal vantagem era o seu alcance, que permitia fazer voos transcontinentais. Por esse motivo também foi escolhido pelas companhias aéreas para realizar voos de longa distância, que cruzavam oceanos.
O DC-4 foi lançado pela United em 1942. Mas nesse momento os EUA entravam na Segunda Guerra Mundial e os DC-4 foram requisitados pelas Forças Armadas. A versão militar ficou conhecida como C-54 Skymaster e mais de mil unidades foram produzidas. Para atender aos requisitos militares, os C-54 incorporaram tanques de combustível auxiliares, piso reforçado e uma porta de carga.
Com o fim da guerra muitos C-54 foram vendidos para as companhias aéreas e convertidos para a versão de passageiros DC-4. Além disso a Douglas continuou produzindo a versão comercial. Após a guerra, o DC-4 se tornou o tipo mais popular na Ponte Aérea de Berlim. Já as companhias aéreas usavam o DC-4 para voos entre a Europa e a América, além de voos entre a América do Norte e América do Sul. Com a entrada em serviço do seu sucessor, DC-6, o DC-4 encontrou o seu fim rapidamente.
No Brasil a Aerovias foi a primeira a operar o modelo em 1951, nas rotas para Miami, Montevidéu e Buenos Aires. Porém o DC-4 já era uma presença comum no Brasil desde os anos 40 pela companhias aéreas estrangeiras como Air France, Iberia, KLM e SAS. Os DC-4 operaram no país até o final dos anos 60, quando foram substituídos por aeronaves mais modernas.

Operadoras no Brasil: Aerovias Brasil, Cruzeiro, Lóide Aéreo, Paraense, Real, Vasp

 

 

Origem: Estados Unidos
Produzido: 1942-1947
Comprimento: 28,60 m
Envergadura: 35,81 m
Altura: 8,83 m
Motores:
4x PW R-2000-2SD-BG
Peso da aeronave: 19 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 33/28 toneladas
Capacidade de combustível: 13 mil litros
Velocidade de cruzeiro: 365 km/h
Velocidade máxima: 450 km/h
Altitude de Cruzeiro: 6,8 km (22 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 2,62/2,21 km
Passageiros: 40-66
Primeiro voo: 7 de junho de 1938 (DC-4E) / 14 de fevereiro 1942 (DC-4)

Alcance:
3444 a 6815 km
Concorrentes: Boeing 307, Curtiss C-46
Companhia Lançadora: United
Comparar com outras aeronaves

Construídos: 1245
Acidentes: 398

 

 

 

Douglas DC-5

O Douglas DC-5 foi projetado para rotas curtas e era menor do que o DC-3, com tamanho semelhante ao DC-2. O desenvolvimento da aeronave começou em 1938 e parecia promissor, com o interesse de algumas companhias aéreas. O DC-5 inovou e foi a primeira aeronave com trem de pouso triciclo e asas localizadas no topo da fuselagem. O trem de pouso permitia que a aeronave ficasse mais baixa em relação ao solo, facilitando o embarque e desembarque de passageiros e carga. Além disso as asas altas, mantinham os motores mais altos e longes de eventuais obstáculos.
O protótipo ficou pronto no inicio de 1939 e a produção foi iniciada, sendo as quatro primeiras unidades fabricadas entregues para a KLM. No entanto nesse momento a produção do DC-5 teve que ser interrompida, pois a Douglas precisava se concentrar na produção de aeronaves militares para a Segunda Guerra Mundial. Os DC-5 produzidos foram usados na guerra, sendo denominados C-110. Além disso sete unidades foram produzidas para a aviação militar, denominados R3D-1/2/3.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a produção do DC-5 não foi retomada. As companhias aéreas não tinham interesse em pagar caro por uma aeronave nova, enquanto existia um enorme excedente de
DC-3/C-47 no mercado com preços convidativos em que as empresas poderiam lucrar muito mais. Por causa desse cenário ímpar, o Douglas DC-5 se tornou a "ovelha negra" dos DCs. Apenas cinco DC-5 civis foram efetivamente produzidos.

 
 

 

 

Origem: Estados Unidos
Produzido: 1938-1946
Comprimento: 18,95 m
Envergadura: 23,77 m
Altura: 6,05 m
Motores:
2x Wright GR-1820-G102A Cyclone
Peso da aeronave: 6 toneladas
Peso máximo decolagem: 9 toneladas
Capacidade de combustível: 2 mil litros
Velocidade de cruzeiro: 314 km/h
Velocidade máxima: 370 km/h
Altitude de Cruzeiro: 7,2 km (23 mil ft)
Passageiros: 16-22
Primeiro voo: 20 de fevereiro de 1939

Alcance: 2600
km
Concorrentes: Lockheed L12
Companhia Lançadora: KLM

Construídos: 12
Acidentes: 4

 

 

 

Douglas DC-6

Diferente do DC-3 e DC-4, o DC-6 foi desenvolvido para a aviação militar na Segunda Guerra Mundial, conhecido como YC-112A. Mas com o fim da guerra, a Douglas adaptou o DC-6 para o mercado comercial e aeronave passou a competir diretamente com o Constellation. Os Douglas DC-6 se tornaram o substituto natural do DC-4, tinham motores mais potentes, podiam voar mais rápido e mais longe, tinham cabine pressurizada e podiam levar mais passageiros. A versão básica do DC-6 podia ser usada tanto para voos domésticos, quanto para voos de longa distância. Esta última tinha tanques de combustível extra, maior peso de decolagem e motores mais potentes.
A aeronave entrou em serviço pela United e American Airlines em novembro de 1946. Porém no inicio das operações ocorreram incidentes com incêndios em voo, e todos os DC-6 foram proibidos de voar em 1947. Após uma investigação, a Douglas descobriu o que causava os incêndios nos motores e realizou as modificações necessárias para que os DC-6 voltassem a voar.
Em 1947 a Douglas desenvolveu uma versão maior do DC-6 para passageiros (DC-6B) e para carga (DC-6A). Mais tarde foi lançada a versão conversível para carga ou passageiros, DC-6C.
Em 1952, com os DC-6, a Pan Am realizou o seu primeiro voo transatlântico com classe econômica.
As vendas do DC-6 começaram a diminuir depois da criação do DC-7 e de novas versões do Super Constellation. No inicio dos anos 60 o DC-6 se tornou obsoleto após a chegada dos jatos Boeing 707 e DC-8.
A primeira companhia aérea brasileira a encomendar o DC-6 foi a Lóide Aéreo, que recebeu exatamente o último DC-6 produzido no mundo. A empresa recebeu a sua primeira unidade em fevereiro de 1959, mas não tinha uma rota ideal para colocar a aeronave. Então a Lóide arrendou os seus DC-6 para a Panair do Brasil. Na Panair os quatro DC-6 foram usados para as rotas internacionais na América do Sul, Europa e Oriente Médio até 1961, quando foram devolvidos para a Lóide. Em 1962 a Lóide foi comprada pela Vasp, que passou a operar os seus DC-6 até os anos 1970. Já a Real começou a operar cinco DC-6 em 1961, porém no mesmo ano ela foi comprada pela Varig, que passou a utilizar os DC-6 em rotas domésticas durante os anos 1960.

Operadoras no Brasil: Lóide Aéreo, Panair do Brasil, Real Aerovias, Varig, Vasp

 

 

 

Origem: Estados Unidos
Produzido: 1946-1958
Comprimento:
30,66 m / 32,18 m (DC-6A/B/C)
Envergadura: 35,81 m
Altura: 8,66 m
Peso da aeronave: 27,8 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso:
DC-6: 44/36 toneladas
DC-6AeBeC: 48/40 toneladas
Capacidade de combustível:
DC-6: 16 mil litros
DC-6A/B/C: 20,9 mil litros
Motores:
4x Pratt & Whitney R-2800-CA15, CB16 ou CB17
Velocidade de cruzeiro: 507 km/h
Velocidade máxima: 579 km/h
Altitude máxima de voo: 7,6 km
Pista mínima para decolagem: 1,8 km
Alcance: 4840 a 7600 km
DC-6: 5370 a 6296 km
DC-6A: 4704 a 7593 km
DC-6B: 4907 a 7593 km
Passageiros: 48 a 68 / 54 a 99 (DC-6B)
Primeiro voo: 15 de fevereiro de 1946

Concorrentes:
Super Constellation, Boeing 377
Companhia Lançadora: United e American Airlines
Comparar com outras aeronaves

Construídos: 704
Acidentes: 186

 

 

 

Douglas DC-7

O DC-7 foi o último e maior quadrimotor a pistão produzido pela Douglas. A primeira companhia a solicitar uma aeronave desse tipo foi a Pan Am, em 1945. Ela pediu uma versão comercial do cargueiro militar C-74 Globemaster. Mas desistiu do projeto. Depois foi a American Airlines que pediu uma aeronave maior que o DC-6. Mas a Douglas estava meio receosa. Com a encomenda firme da American, que cobria os custos de produção, o DC-7 foi lançado. O DC-7 era mais longo que o DC-6, podendo acomodar mais passageiros, e tinha motores mais potentes, garantindo um alcance maior. A American recebeu o primeiro em dezembro de 1953 e realizou o primeiro voo sem escalas de um lado a outro dos EUA, o que forçou as rivais a também oferecerem esse tipo de serviço.
Uma nova versão foi lançada, o DC-7B, com maior capacidade de combustível. Com ele a Pan Am inaugurou o primeiro voo sem escalas entre Nova York e Londres, em 1955. Porém, as vezes, devido as más condições do tempo, o DC-7B tinha que fazer uma escala técnica. E então a Douglas lançou o DC-7C - Seven Seas (Sete Mares), com alcance ainda maior. O DC-7C permitiu que as companhias aéreas operassem rotas sem escalas, encurtando o tempo das viagens. Como somente o Super Constellation e o DC-7C eram capazes de voar tão longe sem escalas, o DC-7C se tornou a variante de maior sucesso.
Com o sucesso a Douglas pensava em lançar o DC-7D com melhorias tecnológicas e novos motores. Mas tudo mudou com a chegada dos jatos. O Boeing 707 e os outros jatos "mataram" o DC-7 e a Douglas correu para produzir o seu jato também, o DC-8.
Com a chegada dos jatos, os modelos a pistão se tornaram obsoletos rapidamente. Os motores do DC-7 eram mais potentes, mais complexos e avançados do que os do DC-6, porém eles apresentavam panes com frequências e tinham baixa confiabilidade em comparação aos motores menos potentes e mais simples do DC-6. Isso levou muitas companhias aéreas a substituírem os DC-7 por jatos antes mesmo dos seus DC-6. Por isso alguns DC-7 foram aposentados com apenas cinco anos de serviço, enquanto os DC-6 permaneceram em operação por mais tempo e também foram vendidos com mais facilidade no mercado de segunda mão. Uma saída para estender a vida útil dos DC-7 foi a transformação em cargueiros. A Douglas converteu vários DC-7 para cargueiros, que ficaram conhecidos como DC-7F.
No Brasil o DC-7C foi operado pela Panair, que recebeu o primeiro em abril de 1957. A companhia chegou a operar quatro unidades simultaneamente nos voos internacionais para América do Sul e Europa. No entanto a empresa não teve muita sorte com essa aeronave e perdeu três dos quatro em acidentes. Panair então alugou dois DC-7 da Pan Am para substituir os que se acidentaram. Os DC-7 foram substituídos por DC-8 a partir de 1961, mas continuaram a voar nas rotas da empresa até 1965.

Operadoras no Brasil: Panair do Brasil

 
 

 

 

Origem: Estados Unidos
Produzido: 1953-1958
Comprimento:
34,23 m
Envergadura: 38,80 m
Altura: 9,65 m
Peso da aeronave: 33 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso:
DC-7: 55/44 toneladas
DC-7B: 57/46 toneladas
DC-7C: 64/50 toneladas
Capacidade de combustível: 20,9 mil litros
DC-7B: 24,4 mil litros
DC-7C: 29,6 mil litros
Motores:
4x Wright R3350-EA4
DC-7B: Wright R-3350-988 TC-18 DA-4
DC-7C: Wright R-3350-988 TC-18 EA-1

Velocidade de cruzeiro: 580 km/h
Velocidade máxima: 653 km/h
Altitude máxima de voo: 8,6 km (28 mil pés)
Passageiros: 64 a 109
Primeiro voo: 1953

Concorrentes: Super Constellation, Boeing 377

Alcance:
DC-7 ou DC-7A: 5635-6982 km
DC-7B: 5278-7917 km
DC-7C: 7408-9074 km
Companhia Lançadora: American Airlines
Comparar com outras aeronaves

Construídos: 338
Acidentes: 75

 

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