Lockheed L049 / L649 / L749 Constellation

Após o lançamento do L18 Lodestar, uma versão maior do L14 Super Electra, o próximo passo óbvio era o lançamento de uma versão ainda maior, com capacidade mais próxima ao principal rival DC-3. Nessa altura o DC-3 dominava o mercado de aviação comercial, cobrindo desde rotas regionais até voos transcontinentais, ligando as duas costas dos EUA. No entanto o DC-3 tinha alcance limitado, fazendo com que a aeronave precisasse realizar várias escalas, aumentando o tempo de viagem. Nessa época um voo entre Nova York e Los Angeles operado pelo DC-3 costumava levar cerca de 17 horas. Ao invés de aumentar o L18 para concorrer mais diretamente com o DC-3, a Lockheed decidiu dar um passo além e iniciou estudos para um aeronave maior que o DC-3, capaz de realizar voos entre Nov York e Los Angeles sem escalas e com maior velocidade.

Em 1939 a Lockheed revelou ao público o seu próximo projeto, denominado L044 Excalibur, um avião quadrimotor, com capacidade para 36 passageiros. Enquanto isso a líder Douglas estava projetando uma aeronave similar, conhecida como DC-4E. No entanto dois meses após o anuncio do L044, o principal acionista da TWA, Howard Hughes, pediu uma reunião com a Lockheed, onde revelou que estava disposto a financiar o projeto de uma nova aeronave da Loockheed, que teria uma encomenda garantida da TWA. Porém essa nova aeronave teria que atender as suas expectativas e ser exclusiva da TWA em um primeiro momento. O L044 Excalibur não impressionou Hughes, ele queria algo que ofuscasse a concorrência, um avião mais ambicioso do que qualquer outro projeto em desenvolvimento pelas fabricantes. Durante a reunião Howard Hughes compartilhou com os executivos da Lockheed o que estava buscando: velocidade de cruzeiro mais alta, maior altitude de cruzeiro para evitar turbulências, cabine pressurizada e alcance suficiente para voar entre Nova York e Los Angeles sem escalas. Ele imaginava uma aeronave configurada com assentos de luxo que poderiam se transformar em cama, inicialmente cerca de 20 assentos apenas. Para ele o lucro deveria vir do transporte de carga, enquanto o serviço para os passageiros seria focado no mais alto nível de luxo possível. A Douglas já tinha dominado mercado com o DC-3 e o próximo modelo, DC-4, teria a vantagem de ter uma ampla base de clientes que veriam o DC-4 como um complemento natural nas suas frotas. Por outro lado a Lockheed tinha uma parcela muito menor do mercado e um acordo com Howard Hughes e a TWA foi visto como vantajoso para a fabricante, mesmo que isso significasse seguir as especificações exigentes de Hughes.

Os engenheiros da Lockheed saíram da reunião fervilhando de ideias, o projeto do L044 Excalibur foi então descartado para dar lugar a um novo projeto de uma aeronave com dimensões ainda maiores, o Lockheed L049 Constellation, também apelidado de "Connie". Para alcançar as demandas de Howard Hughes, a fabricante selecionou o maior motor disponível na época. Devido ao seu tamanho foi escolhida uma cauda tripla com três estabilizadores verticais. Devido ao seu tamanho seria necessário um estabilizador vertical muito alto e o Constellation poderia não caber nos hangares existentes. A cauda tripla permitiu a divisão da superfície da cauda em três estabilizadores verticais menores. Além disso essa configuração permitia maior controle da aeronave caso algum motor falhasse.
Devido ao tamanho dos motores, a fuselagem deveria ficar mais alta em relação ao solo. Por isso a Lockheed projetou uma fuselagem única, que se afunilava em cada extremidade, com uma curva para baixo no nariz e uma curva para cima na cauda. A sua fuselagem curva, parecendo um golfinho, é uma das características mais marcantes do Constellation e um dos principais motivos da aeronave ser considerada uma das mais bonitas de todos os tempos. Na cauda, a curvatura da fuselagem para cima ajudava a reduzir o arrasto e mantinha as superfícies da cauda livres do fluxo de ar vindos das asas. Já a curvara para baixo no nariz ajudou a reduzir o comprimento do trem de pouso dianteiro e contribuiu para melhor visibilidade dos pilotos. Mesmo assim o comprimento do trem de pouso do Constellation chamava a atenção.
A cabine de comando era capaz de acomodar o piloto, copiloto, engenheiro de voo, operador de rádio e navegador. O Constellation incorporou vários avanços tecnológicos como degelo elétrico, controles hidráulicos, hélices de passo reversível e pressurização da cabine, permitindo voar em grandes altitudes.
As asas do Constellation foram inspiradas no caça Lockheed P-38 Lightning, com objetivo de permitir baixo arrasto, maior velocidade de cruzeiro e maior altitude de cruzeiro. As asas em formato elíptico reduziam o arrasto causado por vórtices nas pontas e distribuíam a sustentação de forma mais eficiente ao longo da envergadura. As pontas arredondadas ajudavam também na estabilidade lateral e suavizavam os fluxos de ar, melhorando a estabilidade em altas velocidades. As asas eram equipadas com flaps Fowler, que aumentavam a sustentação sem sacrificar tanto a eficiência aerodinâmica. O flap Fowler não só gira para baixo, como também se move para trás ao ser estendido. Isso faz duas coisas ao mesmo tempo: aumenta a área da asa, criando mais superfície que gera sustentação, e muda a forma da asa, tornando a mais curvada, sem criar turbulência severa.
Os motores R-3350 do Constellation eram os maiores e mais potentes disponíveis na época. No entanto, desde o principio, esses motores se tornaram famosos por serem problemáticos. Ainda durante o desenvolvimento, os problemas encontrados nos motores atrasaram consideravelmente a entrada em operação e impediu que a aeronave fosse lançada antes da Segunda Guerra Mundial. Os motores superaqueciam com facilidade, tinham incêndios frequentes e a manutenção era complexa e demorada. Os motores também ficaram famosos pelo seu som é inconfundível, adorado pelos entusiastas da aviação. O sistema de pressurização da cabine era mantido pelos motores, de modo que a falha dos motores exigiria a descida imediata para uma altitude segura.
Em um configuração típica, o Constellation podia transportar cerca de 40 passageiros em voos diurnos ou 20 passageiros em assentos-leitos para voos noturnos. No entanto a configuração interna variava bastante dependendo das escolhas das companhias aéreas. Em configurações de alta densidade, por exemplo, a capacidade podia ultrapassar 60 passageiros. Também era muito comum assentos voltados um para o outro, utilizados para diversos fins como refeições, jogos, reuniões e conversas durante o voo. A cabine também tinha uma área de descanso da tripulação, cozinha, guarda-roupa e dois banheiros. Uma curiosidade do Constellation é a possibilidade dele ser equipado com um compartimento de carga adicional, denominado "Speedpak". Esse compartimento era instalado na parte inferior da fuselagem e tinha rodas próprias para poder ser facilmente carregado e descarregado. O Speedpak, no entanto, reduzia um pouco a velocidade de cruzeiro e o alcance da aeronave.

O Lockheed Constellation foi mantido em segredo durante boa parte do desenvolvimento, a pedido de Howard Hughes. Em troca do financiamento, a Lockheed estava impedida de vendê-lo a qualquer concorrente da TWA por dois anos após sua entrada em serviço. Quando finalmente foi revelado ao público, a Pan Am ficou interessada no modelo e começou a pressionar a Lockheed para receber o modelo mais rapidamente. Enquanto isso o Constellation ainda não estava pronto para entrar em serviço, devido principalmente aos problemas como os motores. O atraso fez com que o modelo não conseguisse operar antes dos EUA entrar na Segunda Guerra Mundial, em dezembro de 1941. A entrada na guerra significou que a produção de aeronaves civis foi interrompida para priorizar a produção de aeronaves militares. Os militares se interessaram pelo Constellation para ser usado como transporte de tropas e de carga, fazendo com que o modelo ganhasse uma versão militar, denominada Lockheed C-69. A primeira versão do Constelltion a entrar em operação foi então a sua versão militar C-69. Ainda em testes, muitas soluções para os problemas dos motores R-3350 foram encontradas durante esse período, o que acabou beneficiando a Lockheed ao acelerar a entrada em serviço da versão civil do Constellation após a guerra. A guerra também alterou as regras acordadas entre a Lockheed e a TWA, onde ficou acordado que a Pan Am poderia receber seus Constellation desde que eles fossem usados apenas para os serviços transoceânicos, sem concorrer diretamente com a TWA nos voos transcontinentais nos EUA.

Após a guerra, o Constellation pôde finalmente realizar o seu primeiro voo comercial. Com a experiência durante a guerra, o Constellation saiu na frente dos seus concorrentes como o DC-6 e Boeing 377, que ainda estavam na fase de desenvolvimento. O primeiro Lockheed L049 Constellation foi entregue para TWA em novembro de 1945, logo seguido pelo primeiro Constellation para Pan Am, em janeiro de 1946. Ao contrário do previsto, o primeiro voo comercial não foi entre Nova York e Los Angeles, mas sim entre Nova York e Paris, em fevereiro de 1946, operado pela TWA. Após a Segunda Guerra Mundial houve um flexibilização nas regras da aviação comercial dos EUA permitindo que outras companhias aéreas operassem voos transoceânicos além da Pan Am. A TWA foi uma das primeiras a desafiar a Pan Am nos voos intercontinentais e obviamente colocou a sua aeronave mais moderna para realizar os voos, o Constellation. O L049 bateu o recorde de voo de maior duração sem escalas, no voo inaugural da TWA entre São Francisco e Londres, que durou 23 horas e 19 minutos. O recorde só foi quebrado pelo Boeing 777.
O Constellation ou "Connie" logo se converteu em um sucesso entre passageiros e companhias aéreas, tornando as viagens de avião mais confortáveis e acessíveis. O Constellation tinha larga vantagem em relação ao DC-4, porém encontrou um concorrente mais desafiador com a chegada do DC-6. O lançamento de versões aprimoradas e maiores, como o DC-6B, levaram a Lockheed a também lançar novas versões do Constellation.
Em 1946 foi lançado o Lockheed L-649 Constellation, com motores mais potentes e estrutura da asa e fuselagem reforçadas. A cabine de passageiros foi redesenhada, com mais luxo, beliches e assentos retráteis, novo ar condicionado e maior isolamento da cabine para reduzir o barulho dos motores. O primeiro L649 foi entregue para a Eastern Air Lines, em maio de 1947. Porém a maioria dos L649 foram convertidos para o L749.
Em 1947 foi lançado o Lockheed L-749 Constellation, baseado na versão L649, com tanques de combustível extra, maior velocidade de cruzeiro e trem de pouso reforçado. O primeiro L749 foi entregue para a Air France, em abril de 1947. A ideia da Lockheed era produzir conjuntamente o L649 e L749, porém após o lançamento da versão de maior alcance, todas as encomendas do L649 foram convertidas para o L749, que se tornou o modelo padrão.
Em 1949 a Lockheed lançou uma versão aprimorada, denominada L749A, com fuselagem reforçada e maior peso máximo de decolagem. O Lockheed também estudou oferecer uma versão puramente cargueira e uma versão como motores turboélice, porém nenhuma companhia aérea demonstrou interesse. A produção do Lockheed Constellation foi encerrada em 1951 para dar lugar ao seu sucessor Lockheed Super Constellation.
No Brasil a Panair do Brasil operou mais de dez Constellation, sendo a primeira companhia aérea fora dos EUA a operar o L049. Com eles foi inaugurada a primeira rota para Europa operada por uma companhia aérea brasileira, em 1946. No final dos anos 1950 e inicio dos 1960, os Constellation foram substituídos pelos DC-7 e DC-8 nas rotas para Europa, mas continuaram operando na empresa até 1965.

Versões:
Lockheed L049: Primeiro modelo comercial. Também voou como versão militar C-69.
Lockheed L049A: Possuía novas asas e trem de pouso reforçado, aumentando o peso máximo de decolagem para 40,8 toneladas.
Lockheed L049B: O peso máximo de decolagem foi novamente aumentado, dessa vez para 42,2 toneladas.
Lockheed L049C: O trem de pouso principal foi mais uma vez reforçado.
Lockheed L049D: Com as asas reforçadas e peso máximo de decolagem aumentado para 43,6 toneladas.
Lockheed L149: A "evolução" do L049D, com tanque de combustível extra nas asas e peso máximo de decolagem de 45,4 toneladas.
Lockheed L649: Foi lançado em 1946 e possuía novos motores, asas reforçadas e cabine de passageiros redesenhada e com maior capacidade de assentos.
Lockheed L649A: Fuselagem reforçada, novos freios e maior peso máximo de decolagem.
Lockheed L749
: Foi lançado em 1947 e tinha maior capacidade de combustível, podendo voar mais longe.
Lockheed L749A: Fuselagem, asas, trem de pouso e freios reforçados e maior peso máximo de decolagem.

Operadoras no Brasil: Panair do Brasil


Gerhard Vysocan

 

Modelo:

Construídos: Acidentados:

L049/L149

75 26

L649/L749

141 38

TOTAL:

216 64
     

Origem: Estados Unidos
Produção: 1943-1951
Comprimento: 29,03 m / 29,67 m (L749)
Envergadura:
37,49 m
Altura:
7,21 m
Peso da aeronave: 22-26 toneladas
Peso máximo de decolagem/pouso:
L049: 39-44/37 toneladas
L149: 45/37 toneladas
L649: 42,7-44,5 toneladas
L749: 46,3-48,5/40 toneladas

Capacidade de combustível: 18 mil litros / 22,3 mil litros (L749)
Motores: 4
x Wright R-3350-C18
Velocidade de cruzeiro: 505 km/h / 529 km/h (L749)
Velocidade máxima:
555 km/h
Altitude de cruzeiro: 7,6 km (25 mil pés)
Pista mínima para decolagem: 1,2 km
Passageiros: 54 a 63
Versão internacional: 40 a 60
Versão doméstica: 60 a 80
Primeiro voo: 9 de janeiro de 1943
Concorrentes:
DC-4, DC-6, Boeing 377
Alcance:
3648-6426 km / 4184-8039 km (L749)
Companhia Lançadora: TWA
Comparar com outras aeronaves

 

 

 

Lockheed L1049 Super Constellation / L1649 Starliner

Com o aquecimento no setor aéreo e uma concorrência cada vez mais acirrada com a Douglas, a Lockheed iniciou estudos para uma versão maior do Constellation, conhecido como Lockheed L1049 Super Constellation. O Super Constellation tinha estabilizadores verticais maiores, asas e trem de pouso reforçados, maior capacidade de combustível, janelas retangulares, melhor aquecimento e pressurização da cabine de passageiros e luzes de leitura para cada assento. Além disso o Super Constellation contava com motores mais potentes e cabine mais comprida do que as versões anteriores, podendo acomodar mais de cem passageiros. O Super Constellation colocou a Lockheed em clara vantagem, com um produto superior a versão mais recente do DC-6. A Douglas respondeu com o lançamento do DC-7.

O Super Constellation e o DC-7 eram os maiores aviões comerciais da época e também os que podiam voar mais longe. As duas aeronaves podiam operar em atitudes superiores a 7,5 mil metros, evitando o mau tempo. Os motores do Super Constellation eram equipados com injeção de combustível e possuíam ventoinhas de dois estágios, pois em altas altitudes o ar é mais rarefeito e o motor precisa que as ventoinhas realizem maior compressão do ar para manter a potência. Entretanto a avançada tecnologia tinha um preço. O Constellation ganhou o apelido de "melhor trimotor do mundo", uma piada com relação a baixa confiabilidade dos motores, onde raramente a aeronave conseguia completar um voo longo com os quatro motores funcionando. Apesar as constantes falhas, o Super Consellation podia permanecer voando com três ou até mesmo com apenas dois motores.
Em fevereiro de 1953 foi lançada a versão L1049C, equipada com novos motores Turbo Compound, que garantiam uma maior taxa de subida e maior velocidade de cruzeiro. Na tecnologia Turbo Compound os gases de escapamento do motor, antes de serem liberados, acionavam turbinas que proporcionavam potência adicional aos motores. Como resultado grande parte da energia que seria desperdiçada no escape, era devolvida para dar mais potência ao motor, sem a necessidade de motores maiores. A versão C também ganhou asas mais reforçadas, cabine mais silenciosa e um um sistema de trem de pouso revisado. Essa versão foi acompanhada de uma puramente cargueira, o L1049D, lançado em 1954. A versão D tinha portas de carga na lateral da fuselagem e piso reforçado.
Em dezembro de 1954 a Lockheed lançou a versão mais popular, L1049G ou Super G Constellation. Essa versão tinha novos motores, maior peso de decolagem, novo radar meteorológico instalado no nariz e tanques de combustível extra na ponta das asas como opcional. A versão Super G também foi acompanhada pela versão conversível passageiro-carga, nomeada L1049H.

Com o lançamento do DC-7C, o Super Constellation ficou em desvantagem com relação ao alcance. Para fazer frente a versão de longo alcance da Douglas, a Lockheed lançou um versão aprimorada, conhecida como L-1649 Starliner, em outubro de 1956. O Starliner incorprou asas completamente novas, mais longas, fina e reta, otimizada para voos de longo alcance. Apesar de ter a mesma capacidade máxima de passageiros do Super Constellation, o Starliner possuí quarto banheiros (o dobro) e menos saídas de emergência nas janelas (de quatro para duas). Além do maior alcance, o Starliner também tinha velocidade de cruzeiro superior ao Super Constellation. O L1649 Starliner entrou em operação em junho de 1957, pela TWA, na rota entre Nova York, Londres e Frankfurt. No entanto o Starliner interessou poucas companhias aéreas, que preferiram o concorrente DC-7C, que havia entrado em operação antes, ou apostaram nos jatos que estavam começando a surgir. O surgimento dos jatos Boeing 707 e DC-8, fizeram com que os Constellation, Super Constellation e Starliner fossem rapidamente substituído nas rotas de longa distância. Eles permaneceram voando até meados do final da década de 1960 em rotas mais curtas, como as rotas domésticas longas nos EUA, e também operando como cargueiros.
No Brasil a Varig escolheu o Lockheed L1049 Super G Constellation para inaugurar a sua rota para os EUA, em 1955. A companhia operou um total de cinco Super G Constellation, que foram substituídos nas rotas internacionais pelos Caravelle e B707 no inicio dos anos 1960. Depois eles passaram a operar rotas domésticas até serem desativados, no final dos anos 1960. Já a Real operou quatro Lockheed L1049 Super H Constellation, entre 1959 e 1961, nas suas rotas para os EUA e Japão.

A Lockheed esperava que os jatos demorariam mais tempo para se firmar no mercado. A demora para lançar o Starliner, levou ao fracasso comercial do L1649 e um duro golpe financeiro para a fabricante. A Lockheed ficou receosa em se envolver num projeto de um jato comercial, que significaria um investimento muito maior do que as aeronaves a pistão e um risco igualmente maior. A Lockheed então se voltou para aeronaves militares. Em 1954 a fabricante voltou a projetar um avião comercial, com o turboélice de médio alcance, Lockheed L188 Electra. Apenas na década de 1960 a Lockheed iria projetar um jato comercial, o Tristar.

Versões:
Lockheed L1049: Foi o primeiro modelo da série Super Constellation, lançado em 1951. Possuía fuselagem alongada, melhor sistema de pressurização, nova cabine de passageiros, novos motores e maior peso máximo de decolagem em relação aos Constellation.
Lockheed L1049A: Versão militar do L1049.
Lockheed L1049B: Versão cargueira do L1049, com estrutura reforçada e maior peso máximo de decolagem.
Lockheed L1049C: Com novos motores "Turbo Compound", nova cabine e maior peso máximo de decolagem.
Lockheed L1049D: Versão cargueira do L1049C com estruturas reforçadas para permitir maior peso máximo de decolagem.
Lockheed L1049E: Versão de passageiros do L1049D.
Lockheed L1049F: Versão militar do L1049E.
Lockheed L1049G "Super G Constellation": Foi a versão de maior sucesso, com novos motores Turbo Compound, novo radar meteorológico e tanque de combustível extra.
Lockheed L1049H "Super H Constellation": versão conversível passageiro/carga do L1049G.
Lockheed L1649 Starliner: Versão de extra longo alcance do Super G Constellation, com novas asas e tanques adicionais de combustível.

Operadoras no Brasil: Real Aerovias, Varig

Gerhard Vysocan

 

Modelo:

Construídos: Acidentados:

L1049

24 8

L1049C/D/E

32 9

L1049G

144 21

L1049H

59 25

L1649

44 9

TOTAL:

303 72

 

   

Origem: Estados Unidos
Produção: 1951-1958
Comprimento: 37,62 m
Envergadura:
37,49 m / 45,72 m (Starliner)
Altura:
7,21 m
Peso da aeronave: 31-33 toneladas / 41 toneladas (Starliner)
Peso máximo de decolagem/pouso:
L1049: 54,4/51 toneladas
L1049B: 59/51 toneladas
L1049C: 60,4/51 toneladas
L1049D/E: 68,1/51 toneladas
L1049G: 64/51 toneladas
L1649: 72,6/51 toneladas

Capacidade de combustível:
L049: 18 mil litros
L749: 22,3 mil litros
L1049G:
29,7 mil litros
Motores:
4x Wright R-3350-972-TC-18 Turbo Compound
Velocidade de cruzeiro: 565 km/h
Velocidade máxima: 670
km/h
Altitude de cruzeiro: 7,8 km (26 mil pés)
Pista mínima para decolagem: 1,2 km
Passageiros: 65 a 105
Versão internacional: 47 a 63
Versão doméstica: 54 a 120

Primeiro voo: 14 de julho de 1951
Concorrentes: DC-7, Boeing 377, Bristol Britannia

Alcance:
6704-8290 km / 7950-9945 km (Starliner)
Companhia Lançadora: Eastern Air Lines / TWA (Starliner)
Comparar com outras aeronaves

 

 

 

 

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