Lockheed L1011 "TriStar"

Na década de 60 a American Airlines pediu para a Lockheed e para a Douglas construírem uma aeronave intercontinental menor que o Boeing 747. Com os problemas enfrentados com o Electra II, a Lockheed tinha saído do mercado de aviação civil, mas com problemas também na aviação militar, ela resolveu voltar lançando o seu jato. Era o Lockheed 1011 apelidado de TriStar ou inicialmente Jumbo Twin. Assim como o DC-10 da Douglas, o TriStar tem três turbinas, porém a terceira está incorporada na cauda da aeronave, tornando a aeronave mais silenciosa e com melhor estabilidade. Enquanto a terceira turbina do DC-10 era separada da cauda, mas tinha maior potência e fácil manutenção.
Outro ponto central do projeto eram os novos motores Rolls-Royce RB211. Diferentemente do DC-10, que utilizou motores de diferentes fabricantes, a Lockheed definiu o Rolls-Royce como única opção, pois na época esse motor era o que tinha o design mais avançado, garantindo melhor eficiência do que qualquer motor concorrente. Isso garantiria que os motores do Tristar seriam mais econômicos e silenciosos do que os do DC-10.
A Lockheed também apostou nas últimas tecnologias da época para o Tristar. A aeronave possuía um sistema de piloto automático altamente avançado para época, que reduziram a carga de trabalho da tripulação e melhorou a eficiência de combustível, e foi o primeiro widebody a receber a certificação da FAA para pouso automático Cat III C, o qual não é requerido teto ou visibilidade. Também foi o primeiro jato a ter um gerador de acionamento integrado (IDG).
Apesar de tanta tecnologia, o TriStar sofreu o primeiro golpe antes mesmo de ser lançado. A American Airlines acabou desistindo dele e preferiu o DC-10. A aeronave foi então lançada pela TWA e Eastern Airlines. Porém o maior golpe foi em fevereiro de 1971, quando a Rolls-Royce entrou em concordata e interrompeu a montagem final do Tristar por falta de motor. A Lockheed tentou um outro fornecedor de motores, mas a aeronave foi construída especificamente para o motor da Rolls-Royce. Enquanto o TriStar estava sem motores, o DC-10 seguia o cronograma e iniciou a vendas, ganhando uma grande vantagem em relação ao Tristar. Os governos da Inglaterra e dos EUA chegaram em um acordo para manter a Rolls-Royce viva e continuar o desenvolvimento do RR211, mas isso fez com que a Lockheed perdesse quase dois anos.
Finalmente a primeira entrega ocorreu em abril de 1972 para a Eastern Airlines. A primeira versão ficou conhecida como L1011-1 e foi feito para rotas curtas e médias. Em pouco tempo a Lockheed também ofereceu uma versão com maior peso de decolagem, denominada L1011-50.
Em 1973 foi lançada a versão L1011-100, com maior capacidade de combustível e maior alcance. Também houve a variante com maior peso de decolagem, denominada L1011-150.
Além do atraso dos motores, o Lockheed Tristar também sofreu nos primeiros anos de operação com consumo de combustível e peso do motor acima do estimado. Para corrigir o problema e atender as garantias dadas às companhias aéreas, a Lockheed desenvolveu um kit para melhorar o desempenho da aeronave. Os motores precisaram de modificações consideráveis e enquanto isso a General Electric foi rápida em desenvolver um motor com mais empuxo, permitindo que o alcance do DC-10 ficasse significativamente maior do que o do Tristar, colocando a aeronave da Lockheed em séria desvantagem. Novamente a Lockheed e a Rolls-Royce tiveram que correr atrás do prejuízo para desenvolver um motor mais potente.
Em 1976 veio o L1011-200 com motores mais potentes e melhor desempenho em condições de calor e alta altitude. O L1011-250 foram os L1011 das versões anteriores que foram remotorizados com o motor da série 200. Somente a Delta, a maior operadora do mundo do TriStar, usou essa versão.
Em 1978 foi lançada a última versão, L1011-500, com motores ainda mais potentes, refinamentos na asa e melhorias aerodinâmicas. Além disso a fuselagem da versão 500 era menor, garantindo ainda mais alcance para o modelo.
Apesar de uma batalha acirrada entre a Douglas e a Lockheed, o L1011 Tristar enfrentou vários golpes no caminho. O atraso na entrada em operação e o atraso no desenvolvimento de uma versão de longo alcance, permitiram que a Douglas conquistasse muito mais vendas. Segundo a fabricante, eram necessários no mínimo 500 Tristar para pagar os custos, entretanto a produção foi encerrada muito antes de chegar nessa meta. Após o TriStar, a Lockheed se retirou definitivamente do mercado de aviação civil.

 

 

Lockheed L-1011 Tristar

Comparar com outras aeronaves

 

Modelo:

Construídos: Acidentes:

L1011-1

97 5

L1011-50

29 1

L1011-100

27 1

L1011-150

6 0

L1011-200

36 1

L1011-250

6 1

L1011-500

51 0

TOTAL:

252 9
     

Origem: Estados Unidos
Produção: 1968-1984
Comprimento: 54 m (500: 50 m)
Envergadura: 47 m (500: 50 m)
Altura: 18 m
Peso da aeronave:
1: 109 toneladas
100: 111 toneladas
200/250: 113 toneladas
500: 111 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso:
1: 195/162 toneladas
100: 200/162 toneladas
200: 211/166 toneladas
250/500: 231/166 toneladas
Capacidade de combustível:
1: 89 mil litros
100: 90,1 mil litros
200: 100,3 mil litros
250/500: 119,7 mil litros
Motores: 3x Rolls-Royce RB211-22 ou RB211-524B
Empuxo: 57-66 (3x 19-22) tonf
Velocidade de cruzeiro: mach 0.86 / 948 km/h
Velocidade máxima: mach 0.90
Altitude de cruzeiro: 12,8 km (500: 13,1 km)
Passageiros: 240 a 270
2 Classes: 236 a 306
1 Classes: 326 a 363
L1011-500: 212 a 250
Capacidade máxima: 400 / 330 (500)
Primeiro voo: 16 de novembro de 1970
Concorrentes: Airbus A300, Boeing 747-SP, Douglas DC-10
Alcance: 7420-9140 km (500: 10200 km)
Companhia Lançadora: Eastern Airlines

 

 

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