Boeing 747-100

Em 1963 a Força Aérea Americana fez uma concorrência entre as fabricantes para um novo avião de grandes dimensões. A Boeing acabou perdendo a concorrência, mas usou o modelo para fabricar uma aeronave que o presidente da Pan Am insistia que a Boeing fizesse. O problema era que os aeroportos estavam ficando saturados com o rápido aumento de voos e a Pan Am via a solução na construção de uma aeronave maior. A Pan Am entrou para a história como a companhia que mais influenciou o projeto de uma aeronave. Com medo que a aeronave não vendesse bem, a Boeing projetou a aeronave para ser facilmente adaptada para o transporte de cargas e assim ela continuaria a ser vendia mesmo que a demanda por passageiros diminuísse. Além disso, com o desenvolvimento de aeronaves comerciais supersônicas, como o Concorde, a crença na época era que as aeronaves subsônicas seriam aposentadas em um curto espaço de tempo.
O projeto inicial previa dois andares completos, como no A380, mas por problemas de evacuação dos passageiros o avião ficou somente com uma espécie de deck no segundo andar. O cockpit ficou localizado no andar superior, para que uma porta de carga pudesse ser instalada no nariz do avião. Os motores do 747 eram o que havia de mais moderno na época, os turbofan high-bypass, essa nova tecnologia poderia ser capaz de fornecer o dobro da potência dos motores anteriores, consumindo um terço a menos de combustível.
Para construir o maior avião comercial do mundo até então a Boeing teve que construir uma fábrica nova, pois as fábricas existentes não eram grandes o suficiente para uma aeronave do tamanho do B747. Em maio de 1967 a Boeing inaugurou a Fábrica de Everett, o maior edifício em volume já construído.
Em abril de 1966 a Boeing anunciou uma nova aeronave. Mas não era uma aeronave qualquer, se tratava do maior avião comercial já construído. Mais longo do que um 707 e meio, mais alto que qualquer outra aeronave e com dois andares, o Boeing 747 foi um marco na aviação comercial. O B747 foi o primeiro avião com dois corredores ao invés de um, chamado de "Wide-Body" (fuselagem larga). A primeira versão foi o Boeing 747-100, lançada pela Pan Am com uma encomenda de 25 unidades.
A Pan Am recebeu o seu primeiro Boeing 747-100 no dia 15 de janeiro de 1970 e o primeiro voo com passageiros aconteceu no dia 22 do mesmo mês, na rota Nova York - Londres. O Boeing 747 logo se tornou uma "sensação" entre os passageiros. O B747 também contribuiu para a popularização do transporte aéreo uma vez que a grande capacidade da aeronave possibilitou uma grande diminuição no custo por assento. Nos primeiros anos de operação era muito comum que o segundo andar fosse utilizado para a instalação de um lounge com bar e sala de estar. Mais tarde as companhias aéreas passaram a colocar assentos de Primeira Classe ou Classe Executiva no segundo andar. Sendo assim, a Boeing passou a fabricar os B747 com dez janelas no segundo andar ao invés de apenas seis.
Em outubro de 1972 a Boeing anunciou a versão Boeing 747-100SR (Short Range), feito especialmente para a Japan Airlines. Ele era tinha um tanque de combustível menor e menos alcance, mas podia carregar mais passageiros. O B747-100SR foi projetado especialmente para operar rotas curtas e era capaz de levar até 498 passageiros em classe única.
Em junho de 1978 foi lançada a versão 747-100B, uma versão melhorada, com opções para novos motores e maior peso de decolagem. A versão de curto alcance também foi atualizada, sendo denominada Boeing 747-100BSR.
Apesar de ter sido pensado para ser facilmente convertido para produção de uma versão cargueira, a Boeing acabou não construindo uma versão puramente cargueira do Boeing 747-100, mas vários foram convertidos em cargueiros posteriormente.
A produção do B747-100 foi encerrada em pouco tempo, pois em 1971 foi lançada uma nova versão, mais econômica e eficiente: o B747-200.


Joe G. Walker

 

Modelo:

Construídos: Acidentes:

B747-100

168 10

B747-100B

14 2

B747-SR

24 1

TOTAL:

206 13
     

Origem: Estados Unidos
Produzido: 1970 - 1976
Comprimento:
70,66 m
Envergadura: 59,64 m
Altura: 19,33 m
Peso da aeronave: 162,4 toneladas
Peso máximo decolagem: 333 toneladas
Motores:
4x Pratt & Whitney JT9D-7A ou Rolls-Royce RB211-524B2 ou GE CF6-45A2
Empuxo: 76-92 (4x 19-23) tonf
Capacidade de combustível: 183,3 mil litros
Velocidade de cruzeiro: 895 km/h (mach 0.84)
Velocidade máxima: 955 km/h (mach 0.89)
Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,19 km
Alcance: 9800 km
Passageiros: 290 a 360
3 Classes: 366 a 416
2 Classes: 452 a 490
Largura da cabine de passageiros: 6,13 metros
Disposição de assentos (classe econômica):
3+4+3
Primeiro voo: 9 de fevereiro de 1969
Concorrentes: Douglas DC-10

Companhia Lançadora: Pan Am
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante): Pan Am
Comparar com outras aeronaves
 

 

 

 

Boeing 747-SP

O Boeing 747-SP (Special Performace) foi uma versão encurtada de longo alcance do B747 à pedido da Pan Am, que queria utilizá-lo em suas rotas mais longas. Para isso a Boeing diminuiu o comprimento da fuselagem e instalou uma cauda vertical mais alta. O modelo foi lançado pela Pan Am em 1976 e bateu o recorde, sendo o primeiro jato a voar sem escalas entre New York e Tokyo. Além disso a Pan Am também realizou um voo especial, dando a volta ao mundo em 48 horas com duas escalas.
O 747SP foi o avião com maior alcance até a chegada do Boeing 747-400. Outra vantagem do SP era que a sua velocidade de cruzeiro era maior do que a versão 100. O SP também ficou sendo o concorrente direto do DC-10 e do Lockheed Tristar, por ser menor do que os outros 747s. Porém o B747SP encontrou poucos compradores. As companhias aéreas preferiram os concorrentes DC-10 e Tristar, mais econômicos, ou a versão original do Boeing 747, com maior capacidade de passageiros e um custo por assento menor. Com o surgimento das novas versões do Boeing 747, a versão SP se tornou obsoleta, já que as novas versões eram mais econômicas.

Boeing 747SP-31 aircraft picture
Aris Pappas

Fabricados: 45
Acidentes:
4

 

Origem: Estados Unidos
Produzido: 1976 - 1981
Comprimento:
56,31 m
Envergadura: 59,64 m
Altura: 19,33 m
Peso da aeronave: 152,7 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 304/204 toneladas
Motores: 4x Pratt & Whitney JT9D-7R4W ou Rolls-Royce RB211-524C2
Empuxo: 76-104 (4x 19-26) tonf
Capacidade de combustível: 178,7 mil litros
Velocidade de cruzeiro: 990 km/h (mach 0.88)
Velocidade máxima: 1095 km/h (mach 0.92)
Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 2,16 km
Alcance: 12325 km
Passageiros: 271 a 331
Largura da cabine de passageiros: 6,13 metros
Disposição de assentos (classe econômica):
3+4+3
Primeiro voo: 4 de julho de 1975
Concorrentes: DC-10, Lockheed Tristar
Companhia Lançadora: Pan Am
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante): Pan Am
Comparar com outras aeronaves
 

 

 

Boeing 747-200

Em janeiro de 1971 voava o primeiro Boeing 747-200. A nova versão do 747, inicialmente conhecida como Boeing 747B, tinha motores novos e mais potentes, maior capacidade de combustível e maior alcance. A versão 200 era um pouco mais econômica que a versão 100, consumindo 16500 litros de combustível por hora de voo contra 17200 da versão 100.
Os primeiros Boeing 747-100 e 200 vinham com seis janelas no deck superior, pois a Boeing sugeria que as companhias instalassem somente um bar no segundo andar. Porém as companhias passaram a colocar assentos também no segundo andar e as versões mais recentes passaram a vir com dez janelas no deck.
Em novembro de 1971 a Boeing lançou a versão cargueira do Boeing 747, o Boeing 747-200F. Ele foi lançado pela Lufthansa e tinha um custo por milha voada 35% menor que o Boeing 707F. A novidade foi que a parte dianteira da aeronave se abria, permitindo a entrada de cargas grandes como elefantes e tanques de guerra. O B747-200F também podia ser equipado com uma porta de carga na lateral da fuselagem.
Em 1972 a World Airways foi a primeira a operar a versão Boeing 747-200C (Convertible) ou Boeing 747-200 Conversível, onde a aeronave podia ser facilmente convertida para o tranporte de passageiros ou carga, dependendo da demanda.
Lançada em 1974 pela Air Canada, o Boeing 747-200M ou Boeing 747-200 Combi (Combined Passengers and Cargo), era uma versão onde era possível combinar o transporte de passageiros e carga. Havia uma divisória removível na cabine de passageiros, onde os passageiros eram transportados na parte da frente e a carga na parte de trás da cabine. A carga era embarcada por uma porta lateral de carga na fuselagem. Pelo fato de metade da aeronave estar configurada para o transporte de carga, a versão Combi transportava menos passageiros, cerca de 238 em três classes. A letra M foi utilizada porque a letra C já estava sendo utilizada pela versão Conversível.
O 747-200 se tornou a versão mais popular do Boeing 747 até então e continuou sendo produzido mesmo após o lançamento da versão maior B747-300. A produção da versão 200 só foi encerrada com a chegada da versão mais popular do 747, o B747-400. A Boeing também passou a oferecer uma versão modificada, conhecida como Boeing 747-200SUD (Streched Upper Deck) com o deck superior alongado, aumentando a capacidade máxima de assentos.
No Brasil o Boeing 747-200, conhecido como "Jumbo", foi operado pela Varig a partir de 1981. A companhia havia escolhido o DC-10 ao invés do 747 na década de 70, pois ele era mais adequado à demanda do mercado brasileiro. Mas a Boeing ofereceu três Boeing 747-200 Combi que iriam para a Libyan Arav Airlines e a venda havia sido vetada por embargo comercial. Assim a companhia aproveitou para adquirir a maior aeronave comercial já construída até então e entrou para o seleto grupo das companhias aéreas que operavam o Jumbo. Os B747-200 permaneceram em operação na Varig até os anos 90, quando foram substituídos pela versões maiores e mais modernas.

Operadoras no Brasil: Varig

 Boeing 747-2L5BM aircraft picture
 Frank C. Duarte Jr.

 

 Modelos: Construídos: Acidentes:
 B747-200B 253 16
 B747-200C 13 1
 B747-200F 127 13
 TOTAL: 394 30
     

Origem: Estados Unidos
Produzido: 1971 - 1988
Comprimento:
70,66 m
Envergadura: 59,64 m
Altura: 19,33 m
Peso da aeronave: 174 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 374/255 toneladas
Motores:
4x Pratt & Whitney JT9D-7R4G2 ou Rolls-Royce RB211-524D4 ou GE CF6-50E2
Empuxo: 84-100 (4x 21-25) tonf
Capacidade de combustível: 199,1 mil litros
Velocidade de cruzeiro: 895 km/h (mach 0.84)
Velocidade máxima: 955 km/h (mach 0.89)
Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,19 km
Alcance: 12300 km
Passageiros: 300 a 380
3 Classes: 366 a 416
2 Classes: 452 a 524
Largura da cabine de passageiros: 6,13 metros
Disposição de assentos (classe econômica):
3+4+3
Primeiro voo: 11 de outubro de 1970
Concorrentes:
DC-10-30
Companhia Lançadora: KLM
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante): JAL
Capacidade de carga (F): 90 toneladas
Comparar com outras aeronaves
 

 

 

 

Boeing 747-300

O que era imenso ficou maior. A Boeing pretendia lançar uma versão do 747 para mil passageiros, mas com a crise do petróleo, a nova versão não foi tão maior assim. Em 1983, nascia o Boeing 747-300. Lançado pela Swissair, a nova versão tinha o segundo andar sete metros mais longo do que as versões anteriores e motores mais modernos e econômicos. Isso levou à um custo por passageiros transportado 25% menor e 10% a mais de passageiros. O 747-300 introduziu uma nova escada reta para o segundo andar ao invés de uma escada em espiral, criando espaço para mais assentos. Melhorias aerodinâmicas permitiram o aumento da velocidade de cruzeiro para Mach 0.85. Assim como na versão 200, também foi lançada a versão Combi, Boeing 747-300M, metade para passageiros e metade para carga.
Na versão 300, a Boeing também lançou a versão otimizada para voos curtos, feito especialmente para as companhias aéreas do Japão. O Boeing 747-300SR (Short Range) era capaz de transportar 584 passageiros em classe única. Porém a Japan Airlines quebrou o recorde de passageiros, transportando mais de seiscentos ocupantes no mesmo voo.
Nenhuma versão cargueira pura foi construída, mas muitas unidades foram convertidas.
O B747-300 acabou não sendo tão popular, pois o seu sucessor, B747-400, foi lançado poucos anos mais tarde. A versão 400 trouxe melhorias significativas e a versão 300 se tornou obsoleta, encerrando a produção apenas 7 anos depois do seu voo inaugural.
No Brasil o Boeing 747-300 foi a versão que a Varig operou em maior quantidade e também a última a ser aposentada, no final dos anos 90. Com o aumento da demanda na década de 80, a Varig adquiriu o seu primeiro B747-300 em 1985. Em 1988 a frota chegou a cinco unidades e a companhia comprou um simulador dessa versão para o seu Centro de Treinamento.

Operadoras no Brasil: Varig

 

Construídos: 81
Acidentes: 6

 

Origem: Estados Unidos
Produzido: 1983 - 1989
Comprimento:
70,66 m
Envergadura: 59,64 m
Altura: 19,33 m
Peso da aeronave: 178,1 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 374/260 toneladas
Motores:
4x Pratt & Whitney JT9D-7R4G2 ou Rolls-Royce RB211-524D4 ou GE CF6-80C2B1
Empuxo: 84-104 (4x 21-26) tonf
Capacidade de combustível: 199,1 mil litros
Velocidade de cruzeiro: 910 km/h (mach 0.85)
Velocidade máxima: 955 km/h (mach 0.89)
Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,32 km
Alcance: 12400 km
Passageiros: 300 a 400
3 Classes: 350 a 412
2 Classes: 389 a 522
1 Classe: 539 a 624
Largura da cabine de passageiros: 6,13 metros
Disposição de assentos (classe econômica):
3+4+3
Primeiro voo: 5 de outubro de 1982
Concorrentes:
DC-10-30/40
Companhia Lançadora: SwissAir
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante): JAL e Singapore
Comparar com outras aeronaves

 

 

 

Boeing 747-400

Após o mundo passar por dois Choques do Petróleo e ver o preço do combustível disparar, a realidade da aviação comercial mudou. Apesar de já ter vendido mais de 700 unidades, a Boeing viu o número de encomendas para o seu Jumbo diminuir consideravelmente. A Boeing então começou a estudar uma mudança mais profunda no B747.
Em outubro de 1985 a fabricante anunciou uma nova versão do 747, com asas maiores e winglets, que reduzem o consumo de combustível. A cabine de comando foi totalmente redesenhada, permitindo que só dois tripulantes operem ao invés de três nas versões anteriores. A nova versão introduziu o glass cockpit, novo piloto automático, novos motores e a utilização de materiais avançados compostos mais leves, diminuindo o peso da aeronave. Apesar das asas serem maiores, elas são 2,7 toneladas mais leves devido ao uso de ligas de alumínio. A cauda horizontal foi redesenhada para acomodar um tanque de combustível. O trem de pouso também foi redesenhado com rodas maiores e freios de carbono. As modificações resultaram numa diminuição do consumo de combustível de 25% em relação as versões anteriores.
O interior da cabine foi redesenhado, com novas paredes laterais, painéis compostos de carbono, estrutura aprimorada de entretenimento de bordo e compartimentos de superiores de bagagem maiores.
O primeiro B747-400 foi entregue em janeiro de 1989 e entrou em operação em fevereiro pela Northwest Airlines. A aposta da Boeing deu certo e as companhias aéreas se interessaram pela nova versão do Jumbo, tornando a versão 400 a mais popular de todas.
Em 1986 foi lançada pela KLM a versão Combi ou 747-400M,
metade para passageiros e metade para carga. Em 1988 foi lançada a versão Boeing 747-400D (Domestic), feita especialmente para o mercado japonês. Essa versão substituía a SR (Short Range) das versões anteriores e foi lançada pela JAL, sendo capaz de transportar até 660 passageiros em classe única. Essa versão é a única da série 400 que não possuí winglets nas asas.
Em 1989 a versão totalmente cargueira, Boeing 747-400F (Freighter), foi lançada pela CargoLux. A versão puramente cargueira possuí o segundo andar encurtado, uma porta de carga no nariz da aeronave, uma porta de carga na lateral da fuselagem e sistema de manuseio de carga mecanizado. Assim como nas versões cargueiras do modelos anteriores, o Boeing 747-400 cargueiro se tornou uma aeronave única, capaz de transportar cargas impossíveis para outras aeronaves.
A versão de longo alcance, Boeing 747-400ER (Extended Range), foi lançado em novembro de 2000 e entrou em serviço em 2002 pela Qantas. O 747-400ER inclui até dois tanques extras de combustível, gerando um aumento do alcance de aproximadamente 805 km. Em 2001 foi lançada a versão cargueira, conhecida como Boeing 747-400ERF. A nova versão pode transportar mais peso que a versão 400F e entrou em serviço em 2002 pela Air France.
A Boeing ainda lançou o Boeing 747-400BCF (Boeing Converted Freighter), também conhecido como Boeing 747-400SF (Special Freighter), que é programa de conversão do Boeing 747-400 de passageiros para a versão cargueira, em 2005. Foi produzido também o "Dreamlifter" ou Boeing 747-400LCF (Large Cargo Freighter), feito especialmente para transportar as peças do Boeing 787.
Por mais de 40 anos, o Boeing 747 reinou absoluto como a maior aeronave comercial do mundo. Mas em 2008, entrou em operação o A380, desbancando o 747. Com o lançamento de aeronaves mais modernas e eficientes como o Boeing 777,
A340-600 e A380, o interesse das companhias aéreas pelo Boeing 747-400 foi diminuindo. Mesmo assim a Boeing manteve a aposta no 747, lançando o sucessor Boeing 747-8 em 2005. A última unidade fabricada para passageiros foi entregue para China Airlines, em 2005, e a última para carga foi produzida em 2009.
No Brasil o Boeing 747-400 foi operado brevemente pela Varig no inicio dos anos 90. Devido a crescente dificuldade financeira da empresa os B747-400 foram devolvidos em pouco tempo.

Operadoras no Brasil: Varig

 
 Ryan Syferd

 

 Modelo:

Construídos: Acidentes:

 B747-400

500 6

 B747-400F

126 5

 B747-400ER

6  

 B747-400ERF

40  

 B747-400LCF

4  

 B747-400D

19 1

 TOTAL:

695 12

Ativos:

232  
     

Origem: Estados Unidos
Produzido: 1989 - 2009
Comprimento:
70,66 m
Envergadura: 64,31 m
Altura: 19,4 m
Peso da aeronave: 181 toneladas / 183 toneladas (ER)
Peso máximo decolagem/pouso:
400: 363/260 toneladas
400ER: 412/260 toneladas
400F: 396/295 toneladas
400ERF: 412/296 toneladas
Motores:
4x Pratt & Whitney PW4062 ou General Electric CF6-80C2B5F ou RR RB211-524G-T/H-T
Empuxo: 112 (4x 28) tonf
Capacidade de combustível: 216,8 mil litros / 241,1 mil litros (ER)
Velocidade de cruzeiro: 913 km/h (mach 0.85)
Velocidade máxima: 988 km/h (mach 0.92)
Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,01 km / 3,32 km (ER)
Alcance: 13450 km / 14205 km (ER)
Passageiros: 300 a 400
3 Classes: 352 a 416
2 Classes: 391 a 524
1 Classe: 539 a 624
Largura da cabine de passageiros: 6,13 metros
Disposição de assentos (classe econômica):
3+4+3 com 19,4'' (49,5 cm)
Primeiro voo: 29 de abril de 1988
Concorrentes:
DC-10, MD-11, Airbus A340-600, A380
Companhia Lançadora: NWA
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante): Singapore
Capacidade de carga: 123,65 toneladas
Comparar com outras aeronaves

 

 

 

 

Boeing 747-8

Com o A340-600, o Boeing 747 viu o surgimento do seu primeiro competidor direto: até então nenhum jato comercial tinha chegado tão perto do tamanho do "Jumbo". E a Airbus não parou por ai... A fabricante anunciou a construção do maior jato comercial do mundo, desbancando o Boeing 747, o Airbus A380. No inicio a Boeing não levou muita fé e respondeu anunciando novas versões do Boeing 747. As primeiras foram anunciadas em 1996: o Boeing 747-500 e Boeing 747-600. As duas seriam versões alongadas do Boeing 747, com novos motores, novas asas e tecnologias do Boeing 777. A versão 500 seria para 462 passageiros e a 600 para 548 em três classes. Haviam também um estudo para o Boeing 747-700 com até 650 passageiros. Porém nenhum deles receberam sequer uma encomenda, enquanto a Airbus avançava com o projeto do A380 e recebia mais e mais encomendas. Então em 2000 a Boeing ofereceu ao mercado o Boeing 747X, uma nova versão mais modesta, para 500 passageiros, mas também não houve interesse de nenhuma companhia aérea. A Boeing então partiu para o Sonic Cruiser, cuja a principal vantagem era a sua velocidade superior aos jatos convencionais. No entanto o projeto também foi abandonado. A aposta final da Boeing foi uma aeronave menor, focada na economia de combustível e na eficiência operacional, o Boeing 787.
No entanto, em 2005, a Boeing voltou seus olhos para o Boeing 747 e com encomenda de dez unidades cargueiras, lançou o Boeing 747-8 como resposta ao Airbus A380. O Boeing 747-8 é menor que o A380, mas maior que o 747-400, transportando cerca de cinquenta passageiro a mais que a versão anterior. O novo Boeing 747-8 usa tecnologias do Boeing 787 e tem grande comunalidade com o Boeing 747-400. O 747-8 é 5,6 metros mais longo que a versão 400, desbancando o Airbus A340-600 como aeronave comercial mais longa do mundo. O 747-8 também é o jato comercial mais rápido da sua geração, voando até mach 0.86. Além do tamanho, as mudanças visuais são novas as asas, maiores e com design revisado, e os novos motores, mais silenciosos, econômicos e menos poluidores. A aeronave também incorporou a tecnologia fly-by-wire e Raked Wingtip nas asas. Segundo a Boeing, a versão 8 é cerca de 30% mais silenciosa, 16% mais econômica no gasto de combustível e tem custo assento-milha 13% menor do que a versão 400.
Para os passageiros as principais novidades são janelas maiores, mais espaço para bagagem de mão e diferentes combinações de iluminação. A escada para o segundo andar é curva, entrada principal é mais espaçosa e a cabine de passageiros é inspirada no Boeing 787. A Boeing também propôs espaços para ficar em pé durante o voo como um SkyLoft.
A versão de passageiros, conhecida como Boeing 747-8I (Intercontinental), só recebeu encomenda em fevereiro de 2009, da Lufthansa, que permaneceu como única cliente da versão de passageiros até dezembro do mesmo ano. Apenas três companhias aéreas se interessaram pela versão de passageiros: Lufthansa, Air China e Korean Air.
A versão mais popular do 747-8 foi a versão cargueira, conhecida como Boeing 747-8F (Freighter). Em 2010 a versão cargueira tinha mais de 70% das encomendas. O segundo andar é mais curto do que na versão de passageiros e transporta 16% mais carga com 17% menos custo por tonelada que a versão 400.
Em novembro de 2008 a Boeing anunciou um atraso no programa do 747-8 devido à alterações no projeto e greve dos trabalhadores.
Finalmente a primeira unidade foi entregue, no dia 12 de outubro de 2011, para a Cargolux. No dia 26 de abril de 2012 aconteceu a primeira entrega do Boeing 747-8I para a Lufthansa.
A previsão da Boeing para o Boeing 747-100 acabou se confirmando na última versão, lançada 39 anos depois. O Boeing 747-8 fez muito mais sucesso como aeronave cargueira do que de passageiros. O avanço da tecnologia permitiu que as aeronaves bimotores (com apenas dois motores) conseguissem transportar cada vez mais passageiros e voar cada vez mais longe, passando a realizar os mesmos voos que apenas aeronaves quadrimotores (com quatro motores), como o Boeing 747, eram capazes de fazer. E o melhor, consumindo menos combustível e com menores custos de operação e manutenção. Essa mudança do mercado fez com que as companhias aéreas se interessassem cada vez menos por aeronaves de quatro motores. O único segmento que o Boeing 747-8 ainda conseguiu se manter competitivo foi no transporte de carga, onde as características únicas da aeronave permitem transportar cargas que outras aeronaves não conseguem.
Em 2014 a Boeing iniciou um programa de melhoria para o B747-8, conhecido como Projeto Ozark. Um pacote de melhoria de desempenho do motor resultou em um consumo de combustível 2% menor. A Boeing realizou melhorias no tanque de combustível e no software de gerenciamento de voo. As aeronaves ficaram 4,1 toneladas menos pesadas, gerando um consumo de combustível 3,5% menor. A Boeing também conseguiu aumentar o peso máximo de decolagem e o alcance. Apesar dos esforços da Boeing, o B747-8 continuou recebendo encomendas em um ritmo bem lento. Em 2017 a fabricante realizou a última entrega da versão de passageiros Boeing 747-8I, a partir daí apenas a versão cargueira continuou em produção. O lançamento de novas aeronaves bimotores como o Boeing 777-9X e Airbus A350-1000 acabaram de vez com a chance de novas encomendas para o Boeing 747 de passageiros.
A Boeing também produziu algumas unidades da versão executiva, conhecida como Boeing 747-8BBJ (Boeing Business Jet) ou Boeing 747-8 VIP. São versões com uma configuração especial para líderes estaduais, governos e bilionários.
Mesmo a versão para carga, Boeing 747-8F, seguiu em ritmo de produção lento, com a carteira de pedidos diminuindo. Em 2020 a Boeing anunciou que esperava encerrar a produção do tipo em 2022, devido a pouca quantidade de encomendas. O Boeing 747 entrou no ano de 2023 com apenas 1 encomenda. O último Boeing 747 saiu da linha de produção em janeiro, sendo entregue para a Atlas Air no dia 31 de janeiro de 2023, 53 anos após a entrega da primeira unidade.

 

 Boeing
 

 

 Modelo: Construídos: Ativos: Acidentes:
 B747-8I 48 35  
 B747-8F 107 93  
 TOTAL: 155 128 0
       

Origem: Estados Unidos
Produzido: 2011 - 2023
Comprimento:
76,3 m
Envergadura: 68,5 m
Altura: 19,4 m
Peso da aeronave: 214 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 442-472/309 toneladas
Motores:
4x General Electric GEnx-2B67 
Empuxo: 120 (4x 30) tonf
Capacidade de combustível: 242,4 mil litros / 229,8 (F)
Velocidade de cruzeiro: 917 km/h (mach 0.86)
Velocidade máxima: 988 km/h (mach 0.92)
Altitude de Cruzeiro: 13 km (43 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,09 km
Alcance: 14815 km / 8130 km (F)
Passageiros: 350 a 450
3 Classes: 386 a 467
2 Classes: 432 a 581
1 Classe: 597 a 691
Largura da cabine de passageiros: 6,13 metros
Disposição de assentos (classe econômica):
3+4+3 com 20,8'' (53,0 cm)
Primeiro voo: 8 de fevereiro de 2010
Concorrentes:
Airbus A380
Companhia Lançadora: Cargolux
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante): Lufthansa
Capacidade de carga: 133,9  toneladas
Comparar com outras aeronaves

 

atualizado em 2023

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