Em 1963 a Força Aérea Americana fez uma concorrência entre as
fabricantes para um novo avião de grandes dimensões. A Boeing acabou
perdendo a concorrência, mas usou o modelo para fabricar uma aeronave
que o presidente da Pan Am
insistia que a Boeing fizesse. O problema era que os aeroportos estavam
ficando saturados com o rápido aumento de voos e a
Pan Am via a solução na construção de uma
aeronave maior. A Pan Am entrou para a história
como a companhia que mais influenciou o projeto de uma aeronave. Com
medo que a aeronave não vendesse bem, a Boeing projetou a aeronave para ser
facilmente adaptada para o transporte de cargas e assim ela continuaria
a ser vendia mesmo que a demanda por passageiros diminuísse. Além disso,
com o desenvolvimento de aeronaves comerciais supersônicas, como o
Concorde, a crença na época era que as
aeronaves subsônicas seriam aposentadas em um curto espaço de tempo.
O projeto
inicial previa dois andares completos, como no
A380, mas por problemas de evacuação dos
passageiros o avião ficou somente com uma espécie de deck no segundo
andar. O cockpit ficou localizado no andar superior, para que uma porta
de carga pudesse ser instalada no nariz do avião. Os motores do 747 eram
o que havia de mais moderno na época, os turbofan high-bypass, essa nova
tecnologia poderia ser capaz de fornecer o dobro da potência dos motores
anteriores, consumindo um terço a menos de combustível.
Para construir o maior avião comercial do mundo até então a Boeing teve
que construir uma fábrica nova, pois as fábricas existentes não eram
grandes o suficiente para uma aeronave do tamanho do B747. Em maio de
1967 a Boeing inaugurou a Fábrica de Everett, o maior edifício em volume
já construído.
Em abril de 1966 a Boeing anunciou uma nova aeronave. Mas não era uma
aeronave qualquer, se tratava do maior avião comercial já construído.
Mais longo do que um 707 e meio, mais alto
que qualquer outra aeronave e com dois andares, o Boeing 747 foi um
marco na aviação comercial. O B747 foi o primeiro avião com dois
corredores ao invés de um, chamado de "Wide-Body"
(fuselagem larga). A primeira versão foi o Boeing 747-100,
lançada pela
Pan Am com uma encomenda de 25 unidades.
A
Pan Am recebeu o seu primeiro Boeing 747-100 no
dia 15 de janeiro de 1970 e o primeiro voo com passageiros aconteceu no
dia 22 do mesmo mês, na rota Nova York - Londres. O Boeing 747 logo se
tornou uma "sensação" entre os passageiros. O B747 também contribuiu
para a popularização do transporte aéreo uma vez que a grande capacidade
da aeronave possibilitou uma grande diminuição no custo por assento. Nos
primeiros anos de operação era muito comum que o segundo andar fosse
utilizado para a instalação de um lounge com bar e sala de estar. Mais
tarde as companhias aéreas passaram a colocar assentos de Primeira
Classe ou Classe Executiva no segundo andar. Sendo assim, a Boeing
passou a fabricar os B747 com dez janelas no segundo andar ao invés de
apenas seis.
Em outubro de 1972 a Boeing anunciou a versão Boeing 747-100SR (Short Range), feito
especialmente para a Japan Airlines. Ele era
tinha um tanque de combustível menor e menos alcance, mas podia carregar
mais passageiros. O B747-100SR foi projetado especialmente para operar
rotas curtas e era capaz de levar até 498 passageiros em classe única.
Em junho de 1978 foi lançada a versão 747-100B, uma versão melhorada, com opções para
novos motores e maior peso de decolagem. A versão de curto alcance
também foi atualizada, sendo denominada Boeing 747-100BSR.
Apesar de ter sido pensado para ser facilmente convertido para produção
de uma versão cargueira, a Boeing acabou não construindo uma
versão puramente cargueira do Boeing 747-100, mas vários foram
convertidos em cargueiros posteriormente.
A produção do B747-100 foi encerrada em pouco tempo, pois em 1971 foi
lançada uma nova versão, mais econômica e eficiente: o B747-200.
Joe G. Walker
|
||
Modelo: |
Construídos: | Acidentes: |
B747-100 |
168 | 10 |
B747-100B |
14 | 2 |
B747-SR |
24 | 1 |
TOTAL: |
206 | 13 |
Origem: Estados Unidos
Produzido: 1 Peso da aeronave: 162,4 toneladas
Peso máximo decolagem: 333 toneladas
4 Pratt & Whitney JT9D-7A Rolls-Royce RB211-524B2 GE CF6-45A2
19-23) tonf Capacidade de combustível: 183,3 mil litros
km/h Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,19 km
km
3+4+3
Pan Am
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
Pan Am
Comparar com outras
aeronaves
Boeing
747-SP
O Boeing 747-SP (Special Performace) foi uma versão encurtada de longo alcance do
B747 à pedido
da
Pan Am, que queria utilizá-lo em suas rotas mais
longas. Para isso a Boeing diminuiu o comprimento da fuselagem e
instalou uma cauda vertical mais alta. O modelo foi lançado pela
Pan Am em 1976 e bateu o recorde, sendo o
primeiro jato a voar sem escalas entre New York e Tokyo. Além disso a
Pan Am também realizou um voo especial, dando a volta ao mundo em 48
horas com duas escalas. O 747SP foi o avião com maior alcance até
a chegada do Boeing 747-400. Outra vantagem do SP era que a sua
velocidade de cruzeiro era maior do que a versão 100. O SP também ficou sendo o concorrente
direto do
e do Lockheed Tristar, por ser menor do que os
outros 747s. Porém o B747SP encontrou poucos compradores. As companhias
aéreas preferiram os concorrentes
Tristar, mais econômicos, ou a
versão original do Boeing 747, com maior capacidade de passageiros e um
custo por assento menor. Com o surgimento das novas versões do Boeing 747, a versão
SP se tornou obsoleta, já que as novas versões eram mais
econômicas.
Aris Pappas
Fabricados: 45
|
Origem: Estados Unidos
Produzido: 1 Peso da aeronave: 152,7 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 304/204 toneladas
4 Pratt & Whitney JT9D-7R4W ou Rolls-Royce
RB211-524C2
19-26) tonf
Capacidade de combustível: 178,7 mil litros
km/h (mach 0.92)
Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 2,16 km
3+4+3
Lockheed Tristar
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
Pan Am
Comparar com outras
aeronaves
Boeing
747-200
Em janeiro de 1971 voava o primeiro Boeing 747-200. A
nova versão do 747, inicialmente conhecida como Boeing 747B, tinha
motores novos e mais potentes, maior capacidade de combustível e maior
alcance. A versão 200 era um pouco mais econômica que a
versão 100, consumindo 16500 litros de combustível por hora de voo
contra 17200 da versão 100.
Os primeiros Boeing 747-100 e 200 vinham com seis janelas no deck
superior, pois a Boeing sugeria que as companhias instalassem somente um
bar no segundo andar. Porém as companhias passaram a colocar assentos
também no segundo andar e as versões mais recentes passaram a vir com
dez janelas no deck.
Em
novembro de 1971 a Boeing lançou a versão cargueira do Boeing
747, o Boeing 747-200F. Ele foi lançado pela
Lufthansa e tinha
um custo por milha voada 35% menor que o Boeing 707F. A novidade foi que a parte dianteira da aeronave se abria, permitindo a
entrada de cargas grandes como elefantes e tanques de guerra. O
B747-200F também podia ser equipado com uma porta de carga na lateral da
fuselagem.
Em 1972 a World Airways foi a primeira a operar a versão Boeing 747-200C
(Convertible) ou Boeing 747-200 Conversível, onde a aeronave podia ser
facilmente convertida para o tranporte de passageiros ou carga,
dependendo da demanda.
Lançada em 1974 pela Air Canada, o Boeing
747-200M ou Boeing 747-200 Combi (Combined Passengers and Cargo), era
uma versão onde era possível combinar o transporte de passageiros e
carga. Havia uma divisória removível na cabine de passageiros, onde os
passageiros eram transportados na parte da frente e a carga na parte de
trás da cabine. A carga era embarcada por uma porta lateral de carga na
fuselagem. Pelo fato de metade da aeronave estar configurada para o
transporte de carga, a versão Combi transportava menos passageiros,
cerca de 238 em três classes. A letra M foi utilizada porque a letra C
já estava sendo utilizada pela versão Conversível.
O 747-200 se tornou a versão mais popular do Boeing 747 até então e
continuou sendo produzido mesmo após o lançamento da versão maior
B747-300. A produção da versão 200 só foi encerrada com a chegada da
versão mais popular do 747, o B747-400. A Boeing também passou a
oferecer uma versão modificada, conhecida como Boeing 747-200SUD (Streched
Upper Deck) com o deck superior alongado, aumentando a capacidade máxima
de assentos.
No Brasil o Boeing 747-200, conhecido como "Jumbo", foi operado pela
Varig a partir de 1981. A companhia havia
escolhido o DC-10 ao invés do 747 na década de 70, pois ele era
mais adequado à demanda do mercado brasileiro. Mas a Boeing ofereceu
três Boeing 747-200 Combi que iriam para a Libyan Arav Airlines e a
venda havia sido vetada por embargo comercial. Assim a companhia aproveitou
para adquirir a maior aeronave comercial já construída até então e
entrou para o seleto grupo das companhias aéreas que operavam o Jumbo.
Os B747-200 permaneceram em operação na
Varig até os anos 90, quando foram
substituídos pela versões maiores e mais modernas.
Operadoras no Brasil:
Varig
Frank C. Duarte Jr.
|
||
Modelos: | Construídos: | Acidentes: |
B747-200B | 253 | 16 |
B747-200C | 13 | 1 |
B747-200F | 127 | 13 |
TOTAL: | 394 | 30 |
Origem: Estados Unidos
Produzido: 1 Peso da aeronave: 174 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 374/255 toneladas 4
-25) tonf Capacidade de combustível: 199,1 mil litros
km/h Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,19 km
12300 km
3+4+3
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
JAL
Capacidade de carga (F): 90 toneladas
Comparar com outras
aeronaves
Boeing
747-300
O que era imenso ficou maior. A Boeing pretendia lançar uma versão do
747 para mil passageiros, mas com a crise do petróleo, a nova versão não
foi tão maior assim. Em 1983, nascia o Boeing 747-300. Lançado pela
Swissair, a nova versão tinha o segundo andar
sete metros mais longo do que as versões anteriores e motores mais
modernos e econômicos. Isso levou à um custo por passageiros transportado 25% menor e
10% a mais de passageiros. O 747-300 introduziu uma nova escada reta
para o segundo andar ao invés de uma escada em espiral, criando espaço
para mais assentos. Melhorias aerodinâmicas permitiram o aumento da
velocidade de cruzeiro para Mach 0.85. Assim como na versão 200, também
foi lançada a versão Combi,
Boeing 747-300M, metade para passageiros e metade para carga.
Na versão 300, a Boeing também lançou a versão
otimizada para voos curtos, feito especialmente para as companhias
aéreas do Japão. O Boeing 747-300SR (Short Range) era capaz de
transportar 584 passageiros em classe única. Porém a Japan Airlines quebrou
o recorde de passageiros, transportando mais de seiscentos ocupantes no mesmo voo.
Nenhuma versão cargueira pura foi construída, mas muitas unidades
foram convertidas.
O B747-300 acabou não sendo tão popular, pois o seu sucessor, B747-400, foi lançado poucos anos mais tarde.
A versão 400 trouxe melhorias significativas e a versão 300 se tornou
obsoleta, encerrando a produção apenas 7 anos depois do seu voo
inaugural.
No Brasil o Boeing 747-300 foi a versão que a
Varig operou em maior quantidade e
também a última a ser aposentada, no final dos anos 90. Com o aumento da
demanda na década de 80, a
Varig adquiriu o seu primeiro
B747-300 em 1985. Em 1988 a frota chegou a cinco unidades e a companhia
comprou um simulador dessa versão para o seu Centro de Treinamento.
Operadoras no Brasil:
Varig
Construídos: 81
|
Origem: Estados Unidos
Produzido: 1 Peso da aeronave: 178,1 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 374/260 toneladas 4 Pratt & Whitney JT9D-7R4G2 ou Rolls-Royce RB211-524D4
ou GE CF6-80C2B1
21-26) tonf Capacidade de combustível: 199,1 mil litros
km/h Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,32 km
12400 km
3+4+3
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
JAL e
Singapore
Comparar com outras
aeronaves
Boeing
747-400
Após o mundo passar por dois Choques do Petróleo
e ver o preço do combustível disparar, a realidade da aviação comercial
mudou. Apesar de já ter vendido mais de 700 unidades, a Boeing viu o
número de encomendas para o seu Jumbo diminuir consideravelmente. A
Boeing então começou a estudar uma mudança mais profunda no B747.
Em outubro de 1985 a fabricante anunciou uma nova versão do 747, com asas
maiores e winglets, que reduzem o consumo de combustível. A cabine
de comando foi totalmente redesenhada, permitindo que só dois
tripulantes operem ao invés de três nas versões anteriores. A nova
versão introduziu o glass cockpit, novo piloto automático, novos motores
e a utilização de materiais avançados compostos mais leves, diminuindo o
peso da aeronave. Apesar das asas serem maiores, elas são 2,7 toneladas
mais leves devido ao uso de ligas de alumínio. A cauda horizontal foi
redesenhada para acomodar um tanque de combustível. O trem de pouso
também foi redesenhado com rodas maiores e freios de carbono. As
modificações resultaram numa diminuição do consumo de combustível
de 25% em relação as versões anteriores.
O interior da cabine foi redesenhado, com novas paredes laterais,
painéis compostos de carbono, estrutura aprimorada de entretenimento de
bordo e compartimentos de superiores de bagagem maiores.
O primeiro B747-400 foi entregue em janeiro de 1989 e entrou em operação
em fevereiro pela Northwest Airlines. A aposta da
Boeing deu certo e as companhias aéreas se interessaram pela nova versão
do Jumbo, tornando a versão 400 a mais popular de todas.
Em 1986 foi lançada pela
KLM a versão Combi ou 747-400M, metade para passageiros e metade para carga.
Em 1988 foi lançada a versão Boeing 747-400D (Domestic), feita especialmente para o mercado japonês.
Essa
versão substituía a SR (Short Range) das versões anteriores e foi
lançada pela JAL, sendo capaz de transportar até
660 passageiros em classe única. Essa versão é a única da série 400 que
não possuí winglets nas asas.
Em 1989 a versão totalmente
cargueira, Boeing 747-400F (Freighter), foi lançada pela
CargoLux. A versão puramente cargueira possuí o segundo andar
encurtado, uma porta de carga no nariz da aeronave, uma porta de carga
na lateral da fuselagem e sistema de manuseio de carga mecanizado. Assim
como nas versões cargueiras do modelos anteriores, o Boeing 747-400
cargueiro se tornou uma aeronave única, capaz de transportar cargas
impossíveis para outras aeronaves.
A versão de longo alcance, Boeing 747-400ER (Extended Range), foi
lançado em novembro de 2000 e entrou em serviço em 2002 pela
Qantas. O 747-400ER inclui até dois tanques
extras de combustível, gerando um aumento do alcance de aproximadamente
805 km. Em 2001 foi lançada a versão cargueira, conhecida como Boeing
747-400ERF. A nova versão pode transportar mais peso que a versão 400F e
entrou em serviço em 2002 pela Air France.
A Boeing ainda lançou o Boeing 747-400BCF (Boeing Converted Freighter),
também conhecido como Boeing 747-400SF (Special Freighter), que é
programa de conversão do Boeing 747-400 de passageiros para a versão
cargueira, em 2005.
Foi produzido também o "Dreamlifter" ou Boeing 747-400LCF (Large Cargo
Freighter), feito especialmente para transportar as peças do
Boeing 787.
Por mais de 40 anos, o Boeing 747 reinou absoluto como a maior aeronave
comercial do mundo. Mas em 2008, entrou em operação o A380, desbancando
o 747.
Com o lançamento de aeronaves mais modernas e eficientes como o
Boeing 777,
,
o interesse das companhias aéreas pelo Boeing 747-400 foi diminuindo. Mesmo
assim a Boeing manteve a aposta no 747, lançando o sucessor Boeing 747-8
em 2005. A última unidade fabricada para passageiros foi entregue para
China Airlines, em 2005, e a última para carga foi produzida em 2009.
No Brasil o Boeing 747-400 foi operado brevemente pela
Varig no inicio dos anos 90. Devido
a crescente dificuldade financeira da empresa os B747-400 foram
devolvidos em pouco tempo.
Operadoras no Brasil:
Varig
Ryan Syferd
|
||
Modelo: |
Construídos: | Acidentes: |
B747-400 |
500 | 6 |
B747-400F |
126 | 5 |
B747-400ER |
6 | |
B747-400ERF |
40 | |
B747-400LCF |
4 | |
B747-400D |
19 | 1 |
TOTAL: |
695 | 12 |
Ativos: |
232 | |
Origem: Estados Unidos
Produzido:
Peso da aeronave: 181 toneladas / 183
toneladas (ER)
Peso máximo decolagem/pouso: 4 Pratt & Whitney PW4062 ou General Electric
CF6-80C2B5F
28) tonf Capacidade de combustível: 216,8 mil litros mil litros
km/h Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,01 km
14205 km (ER)
3+4+3
com 19,4'' (49,5 cm)
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
Singapore
Capacidade de carga: 123,65 toneladas
Comparar com outras
aeronaves
Boeing
747-8
Com o A340-600, o Boeing 747 viu o surgimento
do seu primeiro competidor direto: até então nenhum jato comercial tinha
chegado tão perto do tamanho do "Jumbo". E a Airbus não parou por ai...
A fabricante anunciou a construção do maior jato comercial do mundo,
desbancando o Boeing 747, o Airbus A380. No
inicio a Boeing não levou muita fé e respondeu anunciando novas
versões do Boeing 747. As primeiras foram anunciadas em 1996: o
Boeing 747-500 e Boeing 747-600. As duas seriam versões alongadas do
Boeing 747, com novos motores, novas asas e tecnologias do
Boeing 777. A versão 500 seria para 462
passageiros e a 600 para 548 em três classes. Haviam também um estudo
para o Boeing 747-700 com até 650 passageiros. Porém nenhum deles
receberam sequer uma encomenda, enquanto a Airbus avançava com o
projeto do
e recebia mais e mais encomendas. Então em 2000 a Boeing ofereceu ao
mercado o Boeing 747X, uma nova versão mais modesta, para 500
passageiros, mas também não houve interesse de nenhuma companhia aérea. A
Boeing então partiu para o Sonic Cruiser, cuja a principal vantagem era
a sua velocidade superior aos jatos convencionais. No entanto o projeto
também foi abandonado. A aposta final da Boeing foi uma aeronave menor,
focada na economia de combustível e na eficiência operacional, o
Boeing 787.
No entanto, em 2005, a Boeing voltou seus olhos para o Boeing 747 e
.
O Boeing 747-8 é menor que o
Boeing 787
e tem grande comunalidade com o Boeing 747-400. O 747-8 é 5,6 metros
mais longo que a versão 400, desbancando o Airbus
como aeronave comercial mais longa do mundo. O 747-8 também é o jato
comercial mais rápido da sua geração, voando até mach 0.86. Além do
tamanho, as mudanças visuais são novas as asas, maiores e com design
revisado, e os novos motores, mais
silenciosos, econômicos e menos poluidores. A aeronave também incorporou
a tecnologia fly-by-wire e Raked Wingtip nas asas. Segundo a Boeing, a
versão 8 é cerca de 30% mais silenciosa, 16% mais econômica no gasto de
combustível e tem custo assento-milha 13% menor do que a versão 400.
Para os passageiros as
principais novidades são janelas maiores, mais espaço para bagagem de
mão e diferentes combinações de iluminação. A escada para o segundo
andar é
curva, entrada principal é mais espaçosa
e a cabine de passageiros é inspirada no
.
SkyLoft.
A versão de passageiros, conhecida como Boeing 747-8I (Intercontinental),
só recebeu encomenda em fevereiro de 2009, da
Lufthansa, que permaneceu como única cliente da versão de
passageiros até dezembro do mesmo ano. Apenas três companhias aéreas se
interessaram pela versão de passageiros:
Lufthansa, Air China e
Korean Air.
A versão mais popular do 747-8 foi a versão cargueira, conhecida como
Boeing 747-8F (Freighter). Em 2010 a versão cargueira tinha mais de 70%
das encomendas. O segundo andar é mais curto do que na versão de
passageiros e transporta 16% mais carga com 17% menos custo por tonelada
que a versão 400.
Em novembro de 2008 a Boeing anunciou um atraso no programa do 747-8
devido à alterações no projeto e greve dos trabalhadores.
Finalmente a primeira unidade foi entregue, no dia 12 de outubro de 2011, para
a
Lufthansa.
A previsão da Boeing para o Boeing 747-100 acabou se confirmando na
última versão, lançada 39 anos depois. O Boeing 747-8 fez muito mais
sucesso como aeronave cargueira do que de passageiros. O avanço da
tecnologia permitiu que as aeronaves bimotores (com apenas dois motores)
conseguissem transportar cada vez mais passageiros e voar cada vez mais
longe, passando a realizar os mesmos voos que apenas aeronaves
quadrimotores (com quatro motores), como o Boeing 747, eram capazes de
fazer. E o melhor, consumindo menos combustível e com menores custos de
operação e manutenção. Essa mudança do mercado fez com que as
companhias aéreas se interessassem cada vez menos por aeronaves de
quatro motores. O único segmento que o Boeing 747-8 ainda conseguiu se
manter competitivo foi no transporte de carga, onde as características
únicas da aeronave permitem transportar cargas que outras aeronaves não
conseguem.
Em 2014 a Boeing iniciou um programa de melhoria para o B747-8,
conhecido como Projeto Ozark. Um pacote de melhoria de desempenho do
motor resultou em um consumo de combustível 2% menor. A Boeing realizou
melhorias no tanque de combustível e no software de gerenciamento de
voo. As aeronaves ficaram 4,1 toneladas menos pesadas, gerando um
consumo de combustível 3,5% menor. A Boeing também conseguiu aumentar o
peso máximo de decolagem e o alcance.
Apesar dos esforços da Boeing, o B747-8 continuou recebendo encomendas
em um ritmo bem lento. Em 2017 a fabricante realizou a última entrega da
versão de passageiros
Boeing 777-9X e Airbus
A350-1000
acabaram de vez com a chance de novas encomendas para o Boeing 747 de
passageiros.
A Boeing também produziu algumas unidades da versão executiva, conhecida
como Boeing 747-8BBJ (Boeing Business Jet) ou Boeing 747-8 VIP. São
versões com uma configuração especial para líderes estaduais, governos e
bilionários.
Mesmo a versão para carga, Boeing 747-8F, seguiu em ritmo de produção
lento, com a carteira de pedidos diminuindo. Em 2020 a Boeing anunciou
que esperava encerrar a produção do tipo em 2022, devido a pouca
quantidade de encomendas. O Boeing 747 entrou no ano de 2023 com apenas
1 encomenda. O último Boeing 747 saiu da linha de produção em janeiro,
sendo entregue para a Atlas Air no dia
31 de janeiro de 2023, 53 anos após a entrega da primeira unidade.
Boeing
|
|||
Modelo: | Construídos: | Ativos: | Acidentes: |
B747-8I | 48 | 35 | |
B747-8F | 107 | 93 | |
TOTAL: | 155 | 128 | 0 |
Origem: Estados Unidos
Peso da aeronave: 214 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 442-472/309 toneladas 4 General Electric
GEnx-2B67
0) tonf
Capacidade de combustível: 242,4
mil
litros
km/h Altitude de Cruzeiro: 13 km (43 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,09 km
km
3+4+3
com 20,8'' (53,0 cm)
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante): Lufthansa
Capacidade de carga: 133,9 toneladas
Comparar com outras
aeronaves
atualizado em 2023