Airbus A300-200 (A300B2 / A300B4)
O A300 foi o primeiro
avião fabricado pela Airbus. O seu desenvolvimento foi iniciado em 1965
num estudo conjunto entre o Reino Unido e a França. Os dois países
perceberam que unindo seus esforços e tecnologia poderiam fazer frente às
empresas americanas. A idéia era uma
aeronave de grande porte para rotas curtas e médias. A Alemanha
demonstrou interesse no projeto e se uniu aos dois países. Essa união
desembocou na criação da Airbus Industries, em 1970. Mais tarde, em
1971, a empresa
espanhola CASA entrou no consórcio.
O nome "Airbus 300" foi escolhido, pois estimava-se que a aeronave seria
capaz de transportar trezentos passageiros. A configuração da aeronave
acabou sendo alterada para reduzir os custos de desenvolvimento. O nome
Airbus 250 então foi cogitado, mas a aeronave acabou sendo batizada de
A300B.
Para atrair os compradores e fazer frente aos concorrentes americanos, a Airbus
investiu em um alto nível de tecnologia como vantagem decisiva na escolha de
suas aeronaves. O A300 inovou por ser capaz de levar
tantos passageiros com apenas dois motores. Na época aeronaves de tamanho
semelhante utilizavam três motores. O Airbus A300 também foi o primeiro a usar
materiais compósitos em sua fuselagem, reduzindo o seu peso. Além disso o design
da asa proporcionava maior sustentação, dando a capacidade de atingir a altitude
de cruzeiro mais rápido do que as aeronaves concorrentes.
A primeira versão, conhecida como Airbus A300B1, começou a ser construída em
1969. Apenas duas unidades foram produzidas,
pois era uma versão para testes. A versão para venda ficou conhecida como
A300B2-100 ou A300-100.
No dia 28 de outubro de 1972 voava o primeiro bimotor de fuselagem larga do
mundo e a primeira aeronave comercial da Airbus. Ele entrou em serviço em
março de 1974 pela
Air France. Dois anos mais tarde já voava
uma nova versão com melhorias aerodinâmicas, chamada de A300B2-200 (ou
A300-200).
Em dezembro de 1974 voava pela primeira vez a versão com maior alcance,
conhecida como A300B4-100. Em 1979 essa versão também ganhou melhorias
aerodinâmicas, sendo lançada como A300B4-200.
No inicio o A300 encontrou dificuldades para encontrar compradores. Até
1977 apenas seis companhias aéreas haviam encomendado aeronave. O momento em que
a aeronave entrou em operação também não ajudou, logo após a primeira crise do
petróleo que aumentou o preço das passagens e diminuiu a demanda de passageiros.
A fabricante então lançou um programa chamado "fly before you buy" (voe antes de
comprar). A Eastern se interessou e testou
quatro A300 em 1977. A companhia ficou impressionada com a economia de
combustível em relação aos seus Tristar e encomendou
23 unidades. A partir daí as vendas começaram a explodir e o A300 começou a incomodar a Lockheed, Douglas e Boeing, que lançou o Boeing
767 como resposta ao A300.
A proposta da Airbus para o A300 era
diferente das fabricantes americanas. O A300 era um wide-body feito para rotas
curtas e médias e não para rotas longas, porém esse foi o principal motivo para a
dificuldade de achar compradores no começo. Com o avanço da tecnologia e a
certificação ETOPS, o A300 pôde ser capaz de voar mais longe, conseguindo
conquistar o interesse de mais companhias aéreas.
Em julho de 1983 a Airbus anunciou
uma versão mais avançada, conhecida como A300-600.
No Brasil a primeira companhia aérea a demonstrar interesse no A300 foi a
Transbrasil. Em 1973 a companhia anunciou a
encomenda de três unidades com financiamento da própria Airbus, mas o DAC não
aprovou a encomenda. Mas tarde, em 1979, a
Varig anunciou a compra de quatro
A300. Os dois primeiros chegaram em 1980 e operaram nas cores da
Cruzeiro, em rotas para a América do Sul e
domésticas. Os outros dois foram recebidos em 1981 e 1982 nas cores da
Varig. As grandes vantagens do A300 no Brasil era que
ele podia pousar no aeroporto de Congonhas
(em São Paulo) e era muito silencioso. Apesar disso o A300 não ficou muito tempo
na
Varig, todos eles foram vendidos até 1990 e substituídos
pelos Boeing 767. Quem operou por mais tempo o A300
no Brasil foi a
Vasp, que recebeu as duas primeiras unidades em 1982 e o
terceiro em 1983. Eles operaram principalmente em rotas domésticas, mas também
chegaram a realizar algumas rotas internacionais. Em 2002 os A300 da
Vasp deixaram de voar porque a empresa não tinha dinheiro
para fazer a manutenção e assim permaneceram até a falência da empresa.
Operadoras no Brasil: Cruzeiro, Varig e Vasp
Fergal Goodman
|
Origem: Europa
Produção: 1974-1989
Comprimento: 53,60
m
Envergadura: 44,84 m
Altura: 16,53 m
Peso da aeronave: 90 toneladas
Peso máximo de decolagem/pouso: 165/134 toneladas
Motores:
2x
GE CF6-50 ou P&W JT9D-59A1
Empuxo: 50 (2x 25) tonf
Capacidade de combustível: 62 mil litros
Velocidade de cruzeiro:
829 km/h
(mach 0.78)
Velocidade máxima:
871 km/h
(mach 0.82)
Altitude de cruzeiro: 10,6 km (35 mil pés)
Pista mínima para decolagem: 2,8 km
Tripulação: 12
Passageiros: 220 a 300
Primeiro voo: 1972
Concorrentes: Boeing 727,
Tristar, DC-10
Alcance:
A300B2: 2700 km
A300B4:
6670 km
Companhia Lançadora: Air France
Comparar com outras
aeronaves
E |
Modelo: |
Construídos: |
Acidentes: |
A300B1 |
2 |
|
A300B2 |
55 |
6 |
A300B4 |
188 |
18 |
TOTAL: |
245 |
24 |
Airbus
A300-600
Em 1983 a Airbus lançou o A300-600, versão aprimorada do bem sucedido
A300. O A300-600 incorporou algumas melhorias aerodinâmicas e uso
extensivo de materiais compostos em sua fabricação. O A300-600 foi primeiro jato
comercial, depois do Concorde, a utilizar os sistemas de comando
"Fly-by-Wire". A parte final da fuselagem também foi modificada,
permitindo a inclusão de duas fileiras extras de assentos.
O modelo também ganhou uma versão exclusivamente cargueira, conhecida
como A300-600F (Freighter).
Em 1988 voava pela primeira vez o A300-600R
(long Range),
com tanques extras de combustível no estabilizador horizontal, maior alcance e
cabine de comando dotada de EFIS.
Com a produção do
A380, a Airbus criou o A300-600ST (Super
Transporter). Também conhecido como "Beluga", essa versão é o maior
cargueiro já feito pela Airbus e foi feito especialmente para
transportar partes da enorme fuselagem do A380.
A introdução de jatos mais modernos começou a fazer a procura pelo A300
diminuir. A aeronave conseguiu uma sobrevida vendendo versões
cargueiras, principalmente a partir da segunda metade da década de 1990.
Finalmente, em 2006, a fabricante anunciou o fim da Família A300/A310, depois de 35
anos de produção. As duas primeiras aeronaves da Airbus foram
substituídas pela nova geração de wide-bodies A330
e A340.
|
Origem: Europa
Produção: 1984-2007
Comprimento: 54,10 m
Envergadura: 44,84 m
Altura: 16,54 m
Peso da aeronave: 90 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 171/140 toneladas
Motores:
2x
PW JT9-7R4HI ou GE CF6-80C2
Empuxo: 50-54 (2x 25-27) tonf
Capacidade de combustível: 68,1 mil litros
Velocidade de cruzeiro:
829 km/h
(mach 0.78)
Velocidade máxima:
871 km/h
(mach 0.82)
Altitude de cruzeiro: 12,2 km (40 mil pés)
Pista mínima para decolagem: 2,32 km
Tripulação: 11
Passageiros: 220 a 300
Primeiro voo: 1984
Alcance: 6670 km
/
7540 km (A300-600R)
Concorrentes:
Boeing 767,
DC-10, Tristar
Substituído por:
A330, Boeing
777
Companhia Lançadora: Saudi Arabian Airlines
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
UPS
Capacidade de carga (versão F):
54,6 toneladas
Comparar com outras
aeronaves
E |
Modelo: |
Construídos: |
Acidentes: |
A300-600 |
312 |
13 |
A300 Beluga |
5 |
|
TOTAL: |
317 |
13 |
Airbus
A310-200 /
Airbus A310-300
Menos de 10 anos após o primeiro voo do A300, entrava operação o A310. O
A310 é uma versão menor do A300. Junto com o A310, nascia na Airbus
o conceito de "família de jatos" para começar a disputar nos diversos
segmentos do mercado. E também o conceito de comunalidade; um piloto de
A300 precisa de apenas um dia de treinamento para pilotar um A310 e
vice-versa. Inicialmente conhecido como Airbus A300B10, o A310 tem 13
seções a menos na fuselagem que o A300, acomodando menos passageiros.
Desde a entrada em serviço do A300, a Airbus percebeu que havia um
mercado considerável para uma versão menor, pois algumas companhias
aéreas não tinham tráfego suficiente para justificar um A300 ou então
queriam uma aeronave menor para oferecer mais frequência entre dois
destinos em detrimento de um avião maior com pouca
frequência.
O A310-200 fez seu primeiro voo em abril 1982 e suas duas primeiras
clientes foram a Swissair e a
Lufthansa. O A310-200 também ganhou uma
versão conversível, A310-200C, e uma versão totalmente cargueira, o
A310-200F. Além do menor tamanho, o
A310 também chamou a atenção das companhias aéreas pelo seu maior
alcance em relação as versões iniciais do A300.
Em julho de 1985 a Airbus lançou uma versão melhorada do A310-200,
o A310-300. A nova versão contava com tanques de combustível extra,
cabine de comando com EFIS, melhorias aerodinâmicas e motores mais
econômicos. O A310-300 foi o primeiro avião do mundo a utilizar fibra de
carbono em partes da deriva.
A Airbus também propôs uma versão de menor alcance para voos domésticos,
conhecida como A310-100, mas essa versão não atraiu nenhuma companhia
aérea e foi cancelada.
A Família A300/A310 deixou de ser produzida
em 2007, quando já haviam no mercado aeronaves mais novas e avançadas.
No Brasil o A310 foi operado brevemente, sempre em voos charters. A
primeira companhia a operá-lo foi a
Passaredo em 1997. Uma das duas unidades foi
repassada para a
BRA em 1999. Porém em 2000 nenhuma das duas
operavam os A310. Somente em 2010 a
WhiteJets trouxe o A310 de volta para o Brasil, sendo operado
somente até 2011.
Operadoras no Brasil: Bra,
Passaredo e
WhiteJets
AirNikon Collection-Pima Air and Space
|
Modelo: |
Construídos: |
Acidentes: |
A310-200 |
85 |
1 |
A310-300 |
170 |
13 |
TOTAL: |
255 |
14 |
|
|
|
Origem: Europa
Produção: 1983-2007
Comprimento: 46,66 m
Envergadura: 43,90 m
Altura: 15,80 m
Peso da aeronave: 79 toneladas (A310-200) / 82
toneladas (A310-300)
Peso máximo decolagem/pouso:
A310-200: 142/123 toneladas
A310-300: 164/124 toneladas
Motores:
A310-200: 2x
PWJT9D-7R4 ou CF6-80C2A2
A310-300:
2x
PW4156A ou CF6-80C2A8
Empuxo: 40-52 (2x 20-26) tonf
Capacidade de combustível:
A310-200: 54 mil litros
A310-300: 75 mil litros
Velocidade de cruzeiro:
850 km/h
(mach 0.80)
Velocidade máxima:
901 km/h
(mach 0.84)
Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem:
A310-200: 1,8 km
A310-300: 2,2 km
Passageiros: 190 a 250
Tripulação: 10
Primeiro voo: 1982 (200) / 1984 (300)
Alcance:
A310-200:
6800 km
A310-300: 9600 km
Substituto de:
Boeing 727
Concorrentes: Boeing 757,
Boeing 767, DC-10,
Tristar
Substituído por:
A330-200,
Boeing 767,
Boeing 787
Companhias Lançadoras: SwissAir
e Lufthansa
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
Singapore
Capacidade de carga (versão
200F): 39 toneladas
Comparar com outras
aeronaves
atualizado em 2018
Aviação Comercial.net