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Depois de lançar a
Família A320, atacando o maior sucesso de vendas da Boeing (o
737), a Airbus partiu para os aviões de grande porte para voos
intercontinentais. Em 1987 a Airbus começou o desenvolvimento de duas família
simultaneamente: a Família A330 e A340, para competir com
o
Boeing 767 e substituir os
DC-10 e Tristar. Ao usar a mesma fuselagem e projeto da asa para as duas
famílias de wide-bodies, a Airbus conseguiu economizar bastante nos custos de
desenvolvimento das duas aeronaves. Por outro lado o projeto unificado
significou que as asas do A330 não foram tão otimizadas para apenas dois
motores, uma vez que também teriam que se adaptar ao quadrimotor A340. As duas
famílias foram projetadas para missões distintas: o A330 como bimotor de médio
alcance e o A340 como quadrimotor para rotas de longo alcance. Quando o Airbus
A330 foi lançado ainda era incomum ver bimotores cruzando oceanos em rotas de
longo curso. Isso se devia tanto a questões regulatórias quanto a menor
confiabilidade dos motores. Sendo assim apenas quadrimotores ou trimotores eram
autorizados a realizar voos transcontinentais mais longos. Por essa razão a
Airbus lançou ao mesmo tempo um bimotor e um quadrimotor. Enquanto o A340 faria
as rotas mais longas, o A330 poderia realizar voos curtos com grande demanda de
passageiros, rotas transcontinentais e algumas rotas intercontinentais mais
especificas como por exemplo entre os EUA e a Europa. A grande vantagem do A330
em relação ao A340 é o fato de utilizar apenas dois motores, reduzindo assim o
consumo de combustível e o custo operacional e de manutenção.
O A330-300 tem exatamente a mesma fuselagem do
A340-300
e portanto capacidade de passageiros muito similar. A fuselagem das duas
aeronaves tem como base o A300 e utilizam materiais
compostos em algumas partes como na cauda, flaps e spoilers. As duas aeronaves
também incorporaram a FBW da Família A320, trazendo vantagens como menor peso,
maior segurança, menor carga de trabalho para a tripulação e melhor eficiência
aerodinâmica durante todas as fase de voo. Assim como todas as aeronaves da
Airbus, o A330 tem grande comunalidade com as outras aeronaves da
fabricante. A tripulação do A330 precisa de apenas três dias de
treinamento para operar o A340. O A330
compartilha o mesmo layout de cabine de pilotagem do A320
e A340, com side-stick, seis telas principais, EFIS e
ECAM. O A330 foi a primeira aeronave da
Airbus a oferecer três opções de motor, da General Electric, Pratt & Whitney ou
Rolls-Royce, agradando todas as companhias aéreas.
O A330-300 foi o
primeiro da família a entrar em operação, em 1992, atraindo o interesse
de companhias aéreas que queriam substituir os antigos DC-10
e Tristar. Inicialmente o A330 prejudicou as vendas do
Boeing 767, mas tinha um ponto fraco: o seu
alcance limitado. Quando o A330 entrou em operação, o mercado de longa distância
estava passando por uma grande transformação. A criação de padrões ETOPS (Extended-range
Twin-engine Operations) cada vez mais flexíveis, abriu caminho para que os
bimotores passassem a disputar os mesmos mercados que antes apenas trimotores ou
quadrimotores podiam operar. O Boeing 767 estava em clara vantagem em
relação ao A330-300 nesse quesito, pois tinha alcance significativamente maior.
A primeira reação da Airbus foi lançar uma versão menor do A330, porém com
alcance maior: o A330-200.
Em 1996, com o lançamento do
Boeing 777-200ER, um bimotor com maior
capacidade que o A330-300 e maior alcance, as vendas do A330-300 ficaram
estagnadas.
Em 2000 a Airbus anunciou um pacote de melhorias no A330-300 com objetivo de
melhorar suas performance e aumentar o seu alcance. As melhorias incluíram
reduções de peso na fuselagem, atualizações de motor,
intervalos de manutenção mais longos e aumento do peso máximo de decolagem.
Essas modificações geraram algumas denominações (nem sempre oficiais), que
refletem diferentes etapas de evolução do programa como A330-300E (Enhanced),
A330-300X (eXtended range) e A330-300HGW (High Gross Weight). Com um alcance maior, o A330-300 se
tornou um candidato mais adequado para substituir o A340-300 em
rotas de longo curso. O maior alcance e as melhorias fizeram com que as vendas
da versão 300 voltassem a aumentar. Um impulso adicional nas vendas foi o fato
de aeronaves como A300/A310, Boeing 757,
767 e até mesmo os primeiros Airbus
A330-200 e A340 estarem chegando ao fim do seu
ciclo de vida e muitas companhias aéreas escolheram o A330-300 como substituto. Em 2014 a versão A330-300 passou a
A330-200 como aeronave mais vendida da Família A330.
Embora não tenha sido lançada uma versão puramente cargueira, em 2012, a Airbus
lançou o programa de conversão do A330-300 de passageiros para carga, essa
versão foi denominada A330-300P2F (Passenger to Freighter).
Em 2013 a Airbus lançou uma versão modificada conhecida como A330-300 Regional,
otimizado para voos de curta distância. Essa versão atraiu principalmente companhias
aéreas asiáticas que operam rotas curtas e médias com grande demanda de
passageiros. A versão Regional tem um peso máximo de decolagem menor, pois não
precisa levar uma grande quantidade de combustível. Ao voar com menos peso, a
aeronave também diminui custos de manutenção e tarifas de pouso e decolagem nos
aeroportos. Essa versão também costuma ser configurada com uma cabine de alta
densidade, muitas vezes apenas com classe econômica. Nesses casos a capacidade
do A330-300 pode chegar a 380 passageiros.
Em julho de 2014 a Airbus lançou a nova geração da Família, chamada A330neo. A
versão A330-900neo substituiu a versão A330-300.
Peter Vercruijsse![]() ![]()
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Origem: Europa
Peso máximo decolagem/pouso: 230-242/187 toneladas
29-32) tonf Capacidade de combustível:
97,5 ou 139 mil litros 871 km/h 913 km/h Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 2,5 km 00 - 11.750 km
A300DC-10,
Lockheed Tristar
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
Cathay PacificComparar com outras
aeronaves
Construídos: 784
Em operação: 651
Acidentes: 8
O A330-200 é uma versão menor do A330-300, mas com alcance maior. Sua
fuselagem é idêntica ao do A340-200
e o seu desenvolvimento começou em novembro de 1995. Por ter foco em
rotas de longa distância, o peso máximo de decolagem da versão 200 é
muito próximo do A330-300, apesar da aeronave ser menor. O motivo é que
o A330-200 possuí tanques de combustível adicionais e precisa de um peso
máximo de decolagem maior para suportar o peso do combustível extra.
Além disso o maior peso máximo de decolagem do A330-200 gera maior
flexibilidade operacional, permitindo que o operador possa balancear o
peso da aeronave entre combustível, passageiros e carga, de acordo com a
demanda de cada voo. O A330-200 também tem o mesmo trem de pouso do seu
irmão maior, para suportar o peso extra de combustível e o maior peso
máximo de decolagem. As asas foram modificadas e ganharam um reforço
estrutural. O estabilizador vertical é ligeiramente mais alto do que a
versão 300, com objetivo de melhorar a estabilidade em voo devido à
fuselagem encurtada. Assim como seu irmão maior, o A330-200 oferece três
tipos de motores: General Electric, Pratt & Whitney ou Rolls-Royce.
O A330-200 entrou em serviço no primeiro semestre de 1998. Apesar da
primeira encomenda ter vindo da Korean Air,
a Canadá 3000 foi a primeira a operar o modelo, como parte de um
contrato de arrendamento com a International Lease Finance Corporation (ILFC).
Na Europa Austrian,
Swissair e Sabena foram as primeiras companhias aéreas a encomendar
o modelo, em dezembro de 1996.
O A330-200 logo se tornou o campeão de vendas em relação aos seus
parentes, A330-300 e
A340-200. As vendas do A330-300 inicialmente
ficaram estagnadas por causa do alcance limitado e o
A340-200
não interessou as companhias aéreas, que preferiram a versão maior
A340-300. O A330-200 se tornou o competidor
mais próximo do Boeing 767-300ER, sendo
o primeiro bimotor da Airbus a oferecer um alcance semelhante ao Boeing.
Em 2007 a Airbus lançou a versão exclusivamente cargueira, A330-200F (Freighter).
Essa versão é ideal para substituir os A300F
e
A310F, além de competir com o
B767F e B777F.
Além da versão puramente cargueira, a Airbus lançou o programa de
conversão do A330-200 de passageiros para carga, essa versão foi
denominada A330-200P2F (Passenger to Freighter).
O A330-200 conseguiu abalar as vendas do
767-300ER, mas encontrou o outro concorrente mais difícil, o
Boeing 777. Mesmo assim o impacto do
Boeing 777 nas vendas do A330-200 foi bem
menor do que nas do A340-300, que possui
tamanho semelhante. Apesar do sucesso inicial, a partir da década de
2010 as encomendas para o A330-200 começaram a declinar, enquanto as
para o A330-300 começaram a aumentar, principalmente pela substituição
de aeronaves mais antigas e dos
A340. Além disso a Airbus conseguiu aumentar significativamente o
alcance do A330-300, diminuindo sua desvantagem em relação ao A330-200.
Por ser maior, o A330-300 oferece um custo por passageiro menor, o que
atraiu as companhias aéreas que buscavam substituir aeronaves antigas e
aumentar a oferta de assento.
Em julho de 2014 a Airbus lançou a nova geração da Família, chamada
A330neo. A versão A330-800neo substituiu a versão A330-200.
No Brasil a
Tam foi uma das primeiras companhias aéreas do
mundo a operar o Airbus A330-200, que se tornou a sua principal e única
aeronave para voos internacionais de longa distância até a chegada dos
MD-11, em 2007. O A330-200 da
Tam passou a ser aeronave mais moderna do Brasil e
trouxe novidades inéditas como monitores individuais em todas as classes
e classe executiva com poltronas que reclinavam 180º. Em 2012, após a
fusão com a Lan, a
Tam começou a aposentar os A330. Em abril de 2016
ocorreu o último voo do A330 na
Tam, após quase 18 anos de operação na companhia.
Além da
Tam, a Azul
também escolheu o A330-200 para iniciar seus voos internacionais em
dezembro de 2014. Já a
Avianca foi a primeira no Brasil
a operar a versão cargueira A330-200F em abril de 2014.
Operadoras no Brasil: Avianca, Azul e Tam
Erik Frikke![]() ![]()
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Airbus A330-800neo / A330-900neo
No dia 14 julho de 2014 a Airbus lançou
oficialmente a Família A330neo, composta das versões A330-800neo e
A330-900neo, substituindo os modelos A330-200 e A330-300,
respectivamente. As novas versões são equipadas com novos motores Rolls-Royce Trent 7000, novos winglets, asas maiores,
maior alcance e melhorias
aerodinâmicas, garantindo uma redução no consumo de combustível em cerca
de 14% por assento. A cabine de comando mantém a comunalidade com a geração
anterior, mas incorpora upgrades nos aviônicos. A Airbus também modificou a cabine permitindo adicionar mais
seis assentos no A330-800neo e mais dez no A330-900neo. Para os
passageiros o A330neo incorpora a chamada Airspace Cabin, com iluminação LED,
compartimentos de bagagem superiores maiores e layout mais moderno.
Diferentemente do seu principal competidor,
Boeing 787, a Airbus optou por modernizar e
melhorar uma aeronave já existente (A330) ao invés de projetar um avião
totalmente novo. A Airbus já havia gasto um volume muito grande de dinheiro com
o desenvolvimento do A350 e A380 e
lançar mais um programa totalmente inédito aumentaria muito o risco financeiro.
Desde o seu lançamento o A330neo vem obtendo um ritmo bem lento de encomendas e
está bem atrás do seu principal rival
Boeing 787.
O A330-900neo foi o primeiro a entrar em operação, sendo entregue oficialmente
para a Tap em novembro de 2018. Os dois primeiros A330-800neo foram entregues em outubro de 2020, para a Kuwait Airways.
No Brasil, a
Azul foi uma das primeiras companhias aéreas no mundo a
operar o A330neo, em maio de 2019. A companhia selecionou o A330-900 como sua
principal aeronave parar voos de longa distância.
Operadoras no Brasil: Azul
Airbus![]() ![]()
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Airbus A330-800
Origem: Europa
Produção: 2 Peso da aeronave: 132 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 251/186 toneladas
29-33) tonf Capacidade de combustível: 139 mil litros
871 km/h 913 km/h Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 2,5 km
km
Kuwait AirwaysComparar com outras
aeronaves
Construídos: 8
Em operação: 7
Encomendas: 2
Acidentes: 0
Airbus![]() ![]()
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Airbus A330-900
Origem: Europa
Produção:
2
Peso da aeronave: 137 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 251/191 toneladas
29-33) tonf Capacidade de combustível: 139 mil litros
871 km/h 913 km/h Altitude de Cruzeiro: 12,5 km (41 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 2,5 km
km
Comparar com outras
aeronaves
Construídos: 146
Em operação: 141
Encomendas: 53
Acidentes: 0
atualizado em dezembro de 2024