O Boeing 787 foi a
grande reação da Boeing frente ao forte avanço da Airbus, que passou a disputar
acirradamente com a Boeing o posto de maior fabricante de aeronaves
comerciais do mundo a partir dos anos 2000.
O inicio da disputa começou com o lançamento do A380 da Airbus, que
tirou o título do Boeing 747 de maior avião comercial do mundo.
A Boeing então reagiu com novas versões do Boeing 747
e depois partiu
para o Boeing Sonic Cruiser, uma aeronave que iria viajar em velocidade mach 0.98.
Mas os projetos foram descartados. A Boeing então apostou em um substituto para o
Boeing
767, nascia ai o Boeing 7E7 Dreamliner.
A
Boeing estudava um substituto para o
Boeing
767
desde o final da década
de 90, quando as vendas da aeronave começaram a cair com a chegada do
Airbus A330. O Boeing 7E7 foi
oficialmente lançado em abril de 2004, com a encomenda de cinquenta
exemplares feito pela ANA. Em janeiro de 2005 a Boeing mudou o nome da
nova aeronave para Boeing 787.
O projeto do 787 envolveu milhares de pessoas em todo o
mundo e a aeronave inovou em vários aspectos. Pela primeira vez empresas
externas desempenharam um papel fundamental no design de um
avião da Boeing. O projeto incluiu empresas de vários países
como Japão, Coréia do Sul, Índia, Itália, França, Reino Unido e
Suécia. A
maior parte dos materiais utilizados
são materiais compostos, diminuindo o peso da aeronave e economizando
combustível.
O Boeing 787 bateu recorde histórico, recebendo mais de oitocentas
encomendas antes mesmo de voar. No primeiro ano de vendas a aeronave recebeu
237 pedidos e no lançamento oficial, em 8 de Julho de 2007 (7/8/07 no formado
americano), a aeronave já contava com 677 encomendas!
O 787 é 20% mais eficiente que o
767,
sendo que 1/3 vem dos motores, 1/3 das melhorias aerodinâmicas e utilização
de materiais compostos e 1/3 dos sistemas avançados. O 787 pode ser
equipado com o General Electric GEnx ou o Rolls-Royce Trent 1000 e pode ser equipado com um dos dois motores a qualquer momento,
tornando-o mais flexível para as companhia aéreas. Os novos motores geram um
redução de 20% no consumo de combustível e na emissão de gases
poluentes. Além disso as turbinas são equipadas com um sistema que
produz uma redução de até 60% no ruído, se comparado com aeronaves do
mesmo porte.
As novidades para os passageiros são muitas. A aeronave tem diferentes
combinações de iluminação na cabine, uma para cada momento da viagem. As
janelas são as maiores de todas as aeronaves comerciais e são equipadas
com "vidro inteligente", que pode ficar transparente ou escurecer. A
pressão interna é de 6000 pés, ao invés de 8000,
melhorando o ambiente e principalmente tornando o ar mais úmido. Um novo ar condicionado também proporciona um ar com
qualidade superior. Para finalizar um sistema anti-turbulência faz o 787
ficar mais estável quando é atingido por ventos fortes.
A primeira seção da fuselagem foi completada em janeiro de 2005. Para transportar a fuselagem, a Boeing
modificou três Boeing 747
que ficaram conhecidos como Dreamlifters. No dia 3 de maio de 2009 começaram os primeiros testes com o protótipo do 787,
mas a Boeing anunciou atrasos no projeto.
Finalmente no dia 15 de dezembro de 2009 o Boeing 787 fez o seu primeiro voo
com duração de 3 horas em Seattle, na base da Boeing.
O Boeing 787-8 é a
versão básica do 787, transportando de 210 a 250 passageiros e projetado
para substituir o
767-200 e
767-300. Segundo a Boeing, o 787 consome
cerca de 20% menos combustível, tem custo por milha
10% menor e pode ficar o dobro de tempo sem
manutenção que o
767.
O 787-8 tem uma cabine de passageiros mais ampla que o
Boeing 767,
A330 e
A340 e maior espaço para bagagem. A aeronave pode ser configurada para 3+3+3
ou 2+4+2 assentos na classe econômica.
Antes do primeiro voo o B787-8 era a versão
mais popular, com aproximadamente dois terços das encomendas. Porém, ao
longo do tempo, foi superado pelo seu irmão maior B787-9.
O primeiro Boeing 787-8 foi entregue para ANA
no dia 27 de setembro de 2011 e o primeiro voo comercial aconteceu em 26 de
outubro, entre Tokyo e Hong Kong. No entanto, em janeiro de 2013, a FAA
proibiu a operação do modelo depois de um incêndio vindo das baterias de
íon-lítio num B787 da JAL. O Boeing 787 combina várias
tecnologias para consumir menos combustível que outras aeronaves como a
bateria de íon-lítio, que armazena mais energia e são mais rápidas para
recarregar. Porém elas podem apresentar risco de incêndio se estiverem
superaquecidas. Um total
de cinquenta Boeing 787-8 tiveram que permanecer no chão até a solução do
problema. Em maio o B787 foi liberado para voar novamente, após modificações
para resolver os problemas com a bateria.
Em agosto de 2012 a Latam (ex-Lan) foi a primeira companhia
das Américas da receber o Boeing 787. A
Avianca foi a segunda, em dezembro de 2014. Em
julho de 2013 a Ethiopian Airlines foi a
primeira companhia a operar o Boeing 787 no Brasil, seguida da
Lan (10/2014), Avianca
(2/2015) e United (4/2015).
Boeing
|
Origem: Estados Unidos
Produzido: 2011 - hoje
Comprimento: 56,72 m
Envergadura: 60,12 m
Altura: 16,92 m
Peso da aeronave: 119 toneladas
Peso máximo de decolagem/pouso: 227,9 / 172,3 toneladas
Capacidade de combustível: 126 mil litros
Motores:
General Electric GEnx ou Rolls-Royce Trent 1000
29) tonf
Velocidade de cruzeiro: 913
km/h (mach 0.85)
Velocidade máxima: 954
km/h (mach 0.89)
Altitude de cruzeiro: 13,10 km (43 mil pés)
Pista mínima para decolagem: 3,0 km
Alcance: 13.620 km
Passageiros: 230 a 255
Classe Executiva, Econômica Premium e Econômica: 214-252
Classe Executiva e Econômica: 186-270
Capacidade máxima: 381
Largura da cabine de passageiros: 5,4 metros
Disposição de assentos (classe econômica): 2+4+2 com
19'' (48,3 cm) ou 3+3+3 com 17,5'' (44,4 cm)
Primeiro voo: 15 de dezembro de 2009
Concorrentes:
A330-800neo
Substituto de: Airbus A300/A310,
A330-200,
Boeing 767
Companhia Lançadora: ANA
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
Qatar Airways
Comparar com outras
aeronaves
Construídos: 401
Em operação: 384
Encomendados: 4
Acidentes: 0
O
Boeing 787-9 é uma versão alongada do Boeing 787-8, capaz de transportar de 250
a 290
passageiros. A versão também tem maior capacidade de combustível, peso
de decolagem e
alcance. O objetivo da versão 9 é substituir o Boeing 767-400 e competir com
o
A330. O primeiro voo aconteceu em setembro de 2013,
sem muito alarde depois das complicações com o irmão caçula B787-8.
A primeira entrega foi para a
Air New Zealand,
no dia 9 de julho de 2014.
Apesar de ser um pouco menor, muitas companhias têm escolhido o B787-9 como
substituto do Boeing 777-200. Uma vez que nos
últimos anos os assentos estão mais finos e sem a primeira classe, o número
de assentos fica muito próximo de um B777-200.
Em pouco tempo o B787-9 ultrapassou o B787-8 e se tornou a versão mais
popular da Família Boeing 787.
O grande alcance do B787-9 também permite que a aeronave opere em rotas
muito longas, como o voo sem escalas de dezessete horas da
Qantas entre Perth e Londres. A combinação de
alcance e economia do 787-9 permite a criação de rotas que antes eram
inviáveis.
Em fevereiro de 2015 a Lan foi a
primeira na América Latina a receber o modelo. Com a criação da Latam,
em 2016, o Boeing 787-9 passou a operar algumas rotas a partir do Brasil.
Em setembro de 2021 a Latam Brasil
recebeu a sua primeira unidade, repassada pela filial
chilena.
Operadoras no Brasil: Latam
Boeing
|
Origem: Estados Unidos
Produzido: 2014 - hoje
General Electric GEnx ou Rolls-Royce Trent 1000
32) tonf
km
A330-900neo,
A350-900
Substituto de:
Airbus A330,
Boeing 767
Air New Zealand
Comparar com outras
aeronaves
Construídos: 626
Em operação: 602
Encomendados: 102
Acidentes: 0
Em junho de 2013 a
Boeing lançou oficialmente o Boeing 787-10, após 102 encomendas de
companhias como British Airways,
Singapore e United.
Trata-se de uma versão ainda maior, podendo transportar cerca de 15% a mais
de passageiros que o 787-9. Apesar de lançado bem depois do B787-8 e
B787-9, a Boeing já vinha estudando a possibilidade de lançar o B787-10
desde 2006. O Boeing 787-10 é ideal para substituir os
A330, A340 e
Boeing 777-200, além de competir diretamente com
o Airbus A350-900. O 787-10 tem vantagem em rotas
curtas e médias, onde é mais econômico do que o
A350, porém o Boeing tem a desvantagem de ter um alcance
menor.
Devido ao seu tamanho, o B787-10 precisou de proteção contra
tail strike, modificações no trem de pouso e alterações no
software da aeronave.
O primeiro Boeing 787-10 foi entregue para a
Singapore em março de 2018, que iniciou voos
regulares em abril do mesmo ano.
No Brasil, a primeira a United foi
a primeira companhia a operar voos regulares com a maior
versão do 787, a partir de março de 2023.
Boeing
|
Origem: Estados Unidos
Produzido: 2017 - hoje
Comprimento: 68,3 m
Envergadura: 60,12 m
Altura: 16,92 m
Peso da aeronave: 135 toneladas
Peso máximo de decolagem/pouso: 254/202 toneladas
Capacidade de combustível: 126 mil litros
Motores:
General Electric GEnx ou Rolls-Royce Trent 1000
34) tonf
954
km/h (mach 0.89)
Altitude de cruzeiro: 13,10 km (43 mil pés)
Pista mínima para decolagem: 2,9 km
km
Passageiros: 290-330
Classe Executiva, Econômica Premium e Econômica: 294-318
Classe Executiva e Econômica: 336-367
Capacidade máxima: 440
Largura da cabine de passageiros: 5,4 metros
Disposição de assentos (classe econômica): 2+4+2 com
19'' (48,3 cm) ou 3+3+3 com 17,5'' (44,4 cm)
Primeiro voo: 31 de março de 2017
Concorrentes: Airbus
A350-900, Airbus A350-1000
Substituto de:
Airbus A340,
Boeing 777-200
Companhia Lançadora:
Singapore
Construídos: 96
Em operação: 96
Encomendados: 41
Acidentes: 0
O Boeing 787-3 foi uma versão de alta densidade, criada junto com o Boeing 787-8 e 787-9. O 787-3 transportaria até 330 passageiros, mas com alcance menor (5650 km). A envergadura também seria reduzida para 51 metros e aeronave teria winglets. A intenção da Boeing era que ele se tornasse o substituto do A300/A310 e Boeing 757/767 em rotas curtas. O B787-3 recebeu encomendas para quarenta e três unidades de companhias japonesas. Porém as encomendas foram convertidas para B787-8 e o 787-3 foi cancelado em dezembro de 2010.
Boeing
atualizado em dezembro de 2023