Para enfrentar o crescente sucesso da Airbus e
substituir as aeronaves mais antigas, a
Boeing lançou o Boeing 7N7 e o 7X7. O B7N7 se tornou o
Boeing 757, ideal para substituir o
Boeing 727. Já o B7X7 se tornou o Boeing 767,
projetado para concorrer com o
A300/A310 e substituir os antigos
B707, DC-8 e até mesmo
os Tristar e DC-10.
O
B757 e B767 tinham praticamente a mesma
cabine, o que permitia que o piloto de um modelo pudesse facilmente
pilotar o outro. Além disso os dois novos modelos dispensavam o
engenheiro de voo, tendo somente dois tripulantes na cabine assim como o
Boeing 737. A redução dos tripulantes na
cabine de três para dois gerou economia, porém também gerou
preocupações, principalmente no Boeing 767 que era uma aeronave
wide-body (de dois corredores), capaz de realizar voos longos. Tanto que
alguns primeiros B767 chegaram a ser fabricados configurados para três
tripulantes na cabine. A cabine de comando recebeu as novas tecnologias
da época como o sistema eletrônico de instrumentos de voo (EFIS),
sistema de indicação do motor e alerta para a tripulação (EICAS),
sistema de gerenciamento de voo (FMSCS) e glass cockpit com telas de
LCD. Além disso o B767 incorpora refinamentos aerodinâmicos, uso de
materiais mais leves e asas mais eficientes. Para os passageiros o
Boeing 767 oferece uma cabine de dois corredores, compartimentos
superiores maiores e mais lavatórios por passageiro do que as gerações
anteriores.
A proposta inicial da Boeing era lançar duas versões: o Boeing 767-100
para 190 passageiros e o Boeing 767-200 para 210 passageiros. Porém a
capacidade da versão 100 ficou muito próxima do
Boeing 757-200 e as companhias aéreas não se
interessaram por essa versão, que foi descartada.
O primeiro protótipo voou no dia 26 de setembro de 1981 e as entregas
começaram no ano seguinte para a United.
Inicialmente a aeronave servia voos domésticos entre grandes cidades e
voos transcontinentais nos EUA. Porém em pouco tempo a Boeing e as
companhias aéreas perceberam um novo segmento de mercado, de média capacidade
e grande alcance. Nascia ai o Boeing 767-200ER (Extended
Range), que contava
com tanques extras de combustível e maior alcance. O B767-200ER foi
lançado em 1982 e criou uma nova categoria, chamada ETOPS (Extended Twin Operations).
Até então apenas aeronaves com quatro ou três motores eram autorizadas a
cruzar os oceanos. Porém isso mudou com a introdução do 767-200ER, que
se tornou a primeira aeronave bimotor (com dois motores) a cruzar regularmente os
oceanos. Isso foi possível graças as ampliações dos regulamentos ETOPS,
que passaram a permitir que aeronaves de dois motores pudessem voar numa
distância de 120 minutos de um aeroporto mais próximo, em maio de 1985,
viabilizando assim a a travessia do oceano Atlântico entre os EUA e a
Europa. Em 1989 esse limite foi ampliado para 180 minutos. Dois motores ao invés de quatro
ou três significam economia
operacional, com isso rotas que antes eram inviáveis foram criadas. A introdução da Família 767 revolucionou o transporte aéreo
moderno e fez com que os voos com escalas técnicas se tornassem voos sem conexões. Em pouco tempo o B767 se tornou a
aeronave que mais cruzava o Oceano Atlântico.
Com
a introdução da versão maior, o Boeing
767-300, as encomendas da versão 200 começaram a declinar.
As companhias também começaram a converter o Boeing 767-200 para
cargueiro, com a intenção de substituir os antigos B707F e
DC-8F. A partir de 1998 a Boeing começou a
oferecer a conversão dos 767-200 para cargueiros, conhecidos como Boeing 767-200SF (Special Freighter) ou Boeing
767-200F (Freighter).
O último Boeing 767-200 produzido foi entregue em 1994, enquanto o
último Boeing 767-200ER foi entregue em 2001. Depois disso houveram
algumas encomendas para a versão Tanker do B767-200. Finalmente, em 2013,
a Boeing retirou o Boeing 767-200 da lista de aeronaves a venda.
No Brasil os Boeing 767 foram introduzidos pela
Transbrasil em 1986, que os anunciou como
"Wide-body do século 21". A aeronave também foi operada pela Varig,
complementando os DC-10, MD-11
e Boeing 747 nas rotas internacionais. Ambas
as companhias operaram o Boeing 767-200 até o inicio dos anos 2000.
Operadoras no Brasil: Bra,
Rio Cargo,
Transbrasil, Varig
Peachair
|
||
Modelo: | Construídos: | Acidentes: |
B767-200 | 52 | 3 |
B767-200ER | 136 | 10 |
B767-200F | 51 | 1 |
B767-200ERF | 12 | |
TOTAL: | 251 | 14 |
Ativos: | 66 | |
Origem: Estados Unidos
2013
Comprimento: 48,51 m
Envergadura: 47,57 m
Altura: 15,85 m
Peso da aeronave: 82,3 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 179/136 toneladas Capacidade de combustível: 90,7 mil litros
Motores:
Pratt & Whitney PW4000
General Electric
GE CF6-80C2
21-27) tonf
Velocidade de cruzeiro: 851 Km/h (mach 0.80)
Velocidade máxima: 913 km/h (mach 0.86)
Altitude de Cruzeiro: 12,8 km (42 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 1,71 km
km
(200/200ER)
Passageiros:
190 a 230
3 Classes: 168 a 218
2 Classes: 191 a 238
1 Classe: 255 a 290
2+3+2 com 18,9'' (48 cm)
Primeiro voo: 26 de setembro de 1981
Boeing 707, Douglas DC-8
Concorrentes:
Substituído por:
Companhia Lançadora: United
Airlines
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
American Airlines
Comparar com outras
aeronaves
O Boeing 767-300 é uma versão alongada do Boeing
767-200 e recebeu a sua primeira encomenda pela
JAL em setembro de 1983.
O primeiro protótipo voou no dia 30 de janeiro de 1986, com motores PW
JT9D-7R4D, e o segundo protótipo, com motores GE CF6-80A2, em março do
mesmo ano. Como na versão 200, logo foi oferecido ao mercado o modelo Extended Range (ER),
com maior capacidade de combustível e com motores mais potentes, em
1984. O Boeing 767-300ER rapidamente virou o campeão de vendas, devido a sua enorme
flexibilidade operacional: um verdadeiro coringa, que se encaixa bem em vários
mercados. Outra vantagem do Boeing 767-300ER é que ele oferece três
tipos de motores: General Electric, Pratt & Whitney ou Rolls-Royce, agradando todas as companhias aéreas.
Nos anos 1990 os 767 cruzavam o Atlântico com mais frequência do que
todos os outros modelos de aeronaves juntos. O B767 também impulsionou o
crescimento de voos sem escalas. Aproveitando os custos operacionais
mais baixos e a menor capacidade da aeronave, as companhias aéreas
criaram voos diretos a entre cidades secundárias, eliminando assim a
necessidade de conexão em grandes centros. O aumento do número de
cidades recebendo voos sem escalas causou uma mudança de paradigma no
setor e começou a afetar as vendas das aeronaves quadrimotores como o
Boeing 747 e Airbus A340.
Tudo ia muito bem para o 767 até que a Airbus lançou a
Família A330 e as vendas do 767 começaram a
diminuir. O Boeing 767-300 ganhou algum fôlego com o lançamento da versão
cargueira. O Boeing 767-300F (Freighter) foi lançado em 1993 com a encomenda da
UPS e começou a operar em 1995. A versão cargueira
possui trem de pouso revisado e a estrutura de asa reforçada. Em 2008 a
Boeing iniciou o programa de conversão do Boeing 767-300 de passageiros
para carga, conhecido como B767-300BCF (Boeing Converted Freighter).
Em março de 2009 os Boeing 767 também ganharam a opção de ter winglets,
que reduzem o consumo de combustível.
Em abril de 2004 a Boeing anunciou o Boeing 787,
para enfrentar o
A330
e substituir o Boeing 767. Apesar disso a versão Boeing 767-300ER
continuou sendo produzida até 2013. Já a versão cargueira continua sendo
oferecida pela Boeing até hoje.
No Brasil a primeira companhia a operar o Boeing 767-300 foi a
Varig em 1989, seguida da
Transbrasil, em 1991. Na Transbrasil
o B767-300 foi a maior aeronave operada pela empresa, que o utilizou em
voos internacionais para os EUA e Europa, além de algumas rotas
domésticas. Já na
Varig os 767-300ER operaram em rotas
internacionais partindo de outras capitais que não São Paulo, como o Rio
de Janeiro, Salvador, Recife e Fortaleza para os EUA e Europa.
Posteriormente eles substituíram os Boeing 767-200 e também passaram a
realizar voos fretados, para a América do Sul e domésticos. Em 2001 a
Absa Cargo foi a primeira companhia aérea a
operar a versão cargueira do B767 no Brasil. A
Tam começou a operar o Boeing 767-300ER em 2008,
como uma solução temporária até a chegada de novos
A330. No entanto, após a fusão com a Lan, o
Boeing 767-300ER foi escolhido como substituto do
A330 e a
Tam recebeu várias unidades ex-Lan,
equipadas com Winglets.
Operadoras no Brasil:
Absa, Bra,
Gol, OceanAir,
Latam,
Tam, Transbrasil,
Varig
Jim Lawrence
|
||
Modelo: | Construídos: | Acidentes: |
B767-300 | 105 | |
B767-300ER | 583 | 5 |
B767-300F | 241 | 1 |
TOTAL: | 929 | 6 |
Ativos: | 645 | |
Boeing 767-400
Desde o lançamento do
Airbus A330 a Boeing vinha estudando uma versão
maior que o Boeing 767-300. Porém não havia muito interesse das
companhias aéreas.
O Boeing 767-400 finalmente foi lançado graças ao pedido da
Delta, em março de 1997. O seu tamanho está
compreendido entre o 767-300 e o 777-200.
O 767-400 possui uma fuselagem alongada, melhoras na aerodinâmica e
incorpora as tecnologias do Boeing 777. O
seu tamanho faz com o que o 767-400 seja ideal para substituir o
L-1011, DC-10-30 e o
A300. O maior número de assentos reduz o custo operacional em relação ao
767-300. O
767-400ER foi desenvolvido para ser mais eficiente e fazer frente ao
A330, competindo diretamente com o
A330-200. Em comparação ao Airbus A330-200,
segundo a Boeing, o 767-400ER oferece uma performance mais econômica, com pelo menos 4% a
menos nos custos operacionais. O 767-400ER pode voar em todas as rotas
domesticas nos Estados Unidos e também realizar voos no Atlântico
Norte em longas rotas, como Los Angeles-Londres. O 767-400ER traz a
vantagem de possibilitar um piloto voar tanto no 767 quanto no
757, reduzindo o tempo de treinamento e os
custos. Apesar de tudo o B767-400ER não conseguiu fazer frente ao
A330 e só encontrou dois operadores: a
Delta e a Continental,
que tinham o objetivo específico de substituir os seus
L-1011 e DC-10.
Sem novos pedidos, a produção do Boeing 767-400 foi encerrada em 2013.
A J Best
|
Origem: Estados Unidos
Comprimento: 61,40 m
Envergadura: 51,90 m
Altura: 16,80 m
Peso da aeronave: 103,8 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 204/158 toneladas Capacidade de combustível: 90,7 mil litros
Motores:
P&W PW4000-94 ou GE CF6-80C2
21-28) tonf
Velocidade de cruzeiro: 851 km/h (mach 0.80)
Velocidade máxima: 913 km/h (mach 0.86)
Altitude de Cruzeiro: 12,8 km (42 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 2,89 km
Alcance: 10415 km
Passageiros:
230 a 260
3 Classes: 210 a 245
2 Classes: 235 a 304
1 Classe: 355 a 375
2+3+2 com 18,9'' (48 cm)
Primeiro voo: 9 de outubro de 1999
Douglas
DC-10, Lockheed Tristar
A330,
A340-200
,
Boeing 787-9
Companhia Lançadora: Delta
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
Delta
Comparar com outras
aeronaves
Construídos: 38
Em Operação: 38
Acidentes: 0
atualizado em 2023