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O início da aviação comercial na Áustria está diretamente
ligado ao contexto do fim do Império Austro-Húngaro. Ainda durante a Primeira
Guerra Mundial, o Império Austro-Húngaro viu surgir em seu território o primeiro
voo comercial internacional regular de correio aéreo do mundo, em 1º de abril de
1918, na rota Viena - Cracóvia - Lemberg - Kiev, operado pelos biplanos
Hansa-Brandenburg CI e Albatros. Em julho foi inaugurada a ligação aérea Viena -
Budapeste. No entanto os voos não duraram muito tempo. Em outubro de 1918 todos
os voos foram suspensos, num momento em que o império estava à beira do colapso.
Com a derrota na Primeira Guerra Mundial e o Tratado de Saint-Germain, em 1919,
a Áustria, que agora se tornava um país significativamente menor, foi proibida
de manter uma força aérea militar e teve sua capacidade de desenvolver e manter
aeronaves fortemente limitada. Proibida de se envolver na aviação militar, a
Áustria passou a focar na aviação civil.
No dia 3 de maio de 1923 foi fundada a companhia aérea Österreichische Luftverkehrs AG (ÖLAG),
tendo entre os sócios a fabricante Junkers. O primeiro
voo ocorreu no dia 14 de maio, entre Viena e Munique, com uma frota inicial de
dois Junkers F-13. Os próximos destinos inaugurados
foram Budapeste, Nuremberg, Graz e Klagenfurt.
Em outubro de 1923 foi fundada a Transeuropa-Union, como uma cooperação entre
várias empresas afiliadas à Junkers, incluindo a ÖLAG
e outras companhias aéreas da Alemanha, Hungria e Suíça.
Em março de 1927 a ÖLAG recebeu o seu primeiro trimotor,
Junkers G-24, que iniciou operações na rota Viena - Praga - Dresden -
Berlim. Devido a restrições impostas após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha
não poderia produzir e a Áustria não poderia ter aeronaves tão grandes e
potentes. Para
contornar essa situação, o Junkers G-24 foi fabricado
por uma subsidiária da Junkers na Suécia e foi
registrado na Suíça. Nesse ano a companhia também inaugurou voos para Veneza,
Salzburgo e Innsbruck.
Em 1930 a Grande Depressão afetou as operações da empresa, com prejuízos e queda
na demanda de passageiros. Com o apoio financeiro do governo austríaco, a ÖLAG
sobreviveu a crise e voltou a crescer.
Em março de 1935 recebeu o seu primeiro Junkers Ju-53/3,
a maior aeronave operada pela empresa. Nesse ano suas rotas estavam consolidadas
na Europa, atendendo Alemanha, Suíça, França, Itália, Hungria, República Checa,
Sérvia e Polônia.
Em março de 1938 o Exército da Alemanha invadiu a Áustria e anexou o país ao
Terceiro Reich. Após a anexação, a ÖLAG foi absorvida pela
Deutsche Luft Hansa, em janeiro de 1939, deixando de
existir como uma companhia independente. Após a Segunda Guerra Mundial a Áustria
permaneceu sob ocupação conjunta dos Aliados até maio de 1955, quando recuperou
sua independência com o Tratado do Estado Austríaco. No mesmo ano foram
iniciadas discussões para a criação de uma nova companhia aérea nacional, porém
visões distintas levaram ao lançamento de duas empresas: a Air Austria e a
Austrian Airways. Antes mesmo de iniciarem operações, as duas empresas
rapidamente se tornaram uma disputa política entre os partidos governantes ÖVP e
SPÖ. Um lado defendia uma empresa privada, com participação de empresas
estrangeiras com know-how operacional, e o outro uma companhia com forte controle
estatal, atendendo aos interesses do país. Diante desse impasse, o governo austríaco e investidores privados
chegaram num acordo.
Em 30 de setembro de 1957 foi fundada a Austrian Airlines (AUA), resultado da
fusão da Air Austria e a Austrian Airways (nenhuma das duas chegou a iniciar
operações). O voo inaugural foi realizado em 31 de março de 1958, na rota Viena
- Zurique - Londres, com uma frota inicial de quatro Viscount 779.
A próxima rota foi Viena - Frankfurt - Stuttgart - Zurique - Paris.
Em 1960 a frota foi ampliada com o recebimento de aeronaves
Viscount 837, ampliando a malha para Dusseldorf,
Genebra, Milão, Roma, Praga, Budapeste, Warsaw, Moscou, Beograd, Sofia,
Bucareste, Atenas, Istambul, Cairo e Beirute.
Em fevereiro de 1963 a AUA recebeu o seu primeiro jato,
Caravelle. Em maio do mesmo ano foram iniciados os
primeiros voos domésticos, entre Viena, Graz, Klagenfurt, Salzburg, Linz e
Innsbruck, com aeronaves
DC-3.
Em abril de 1969, em parceria com a Sabena, iniciou voos
para os EUA, na rota Viena - Bruxelas - Nova York. Para operar a rota a
companhia recebeu um
Boeing 707. Porém o voo não
durou muito tempo e foi cancelado, em março de 1971, devido a baixa ocupação.
Sendo assim a Austrian se voltou para ampliar os seus voos de curta e média
distância. No mesmo ano a companhia começou a receber e padronizar a frota com
aeronaves
Douglas DC-9. Entre os novos destinos
lançados nessa época estavam Barcelona, Madri, Nice, Malta, Split, Tunis e
Tripoli.
Em 1980 a Austrian começou a receber aeronaves
MD-81, o sucessor natural do
DC-9, que iniciou voos na rota Viena -
Zurique.
Em 1987 foi a primeira no mundo a operar a versão menor,
MD-87. Depois de muitos anos de perdas, a empresa
finalmente começou a ser lucrativa na década de 1970. Nesse contexto o governo
chegou a um consenso para privatizar parcialmente a Austrian Airlines, que
lançou as ações na Bolsa de Valores de Viena em 1988.
Em março de 1988 a empresa recebeu o seu primeiro Airbus, o
A310-300. No mesmo mês essa aeronave foi responsável
por reinaugurar os voos entre Viena e Nova York. A volta dos voos para os EUA
marcou o inicio da expansão intercontinental da Austrian, que também lançou voos
para Tokyo (1989), Johanesburgo (1991), Pequim (1995), Osaka (1996) e Cidade do
Cabo e Shanghai (1997). Para os voos mais longos, a companhia recebeu os
A340, em 1995.
Em 1992 a Austrian se associou com a Swissair,
através do programa de fidelidade Qualiflyer. Mais uma vez os políticos locais
entraram em cena, dessa vez preocupados com a consolidação do mercado e como a
Austrian poderia sobreviver entre empresas gigantes com um mercado tão pequeno
como o da Áustria. A solução sugerida foi a
fusão da Austrian Airlines com outras companhias aéreas menores para formar uma
empresa maior. Embora de imediato uma fusão não tenha ocorrido, a Austrian
começou a adquirir participação em outras empresas e eventualmente passou a
controlá-las, como a Lauda Air e a Tyrolean. Outra ideia discutida nessa época
foi uma possível fusão entre a Austrian Airlines,
SwissAir e SAS. Mas a companhia
desistiu das negociações com medo que a sua marca desaparecesse.
Em 1998 a frota começou a ser renovada com aeronaves da
Família A320. No entanto, na década seguinte, a Austrian também começou a
operar aeronaves da Boeing, 737NG,
767 e 777, oriundos de outras
companhias aéreas que ela havia adquirido.
Em março de 2000 a Austrian trocou a parceria com a
Swissair pela
Star Alliance. Nesse período
a aviação comercial na Europa passava por uma grande transformação, com a
ascensão das companhias aéreas low cost, low fare, que aumentaram o nível de
competição do mercado. A Austrian, com um modelo tradicional, não conseguia
competir tão eficientemente com essas novas rivais, levando a crescentes
dificuldades financeiras. A empresa então começou a implementar medidas de
contenção, como a demissão de funcionários e a redução do número de destinos e
da frota. A crise financeira global de 2008 piorou ainda mais a situação da
companhia e o governo austríaco percebeu que a única solução era a venda da
Austrian.
Em novembro de 2008 foi anunciada a compra da Austrian pela
Lufthansa, aprovada pela União
Europeia em setembro de 2009. A Lufthansa promoveu uma
reestruturação na malha e na frota com objetivo de tornar a companhia lucrativa.
Em uma manobra estratégica para reduzir custos trabalhistas e enfrentar desafios
financeiros, a Austrian foi absorvida pela sua própria subsidiária
Tyrolean, em abril de 2012, porém a empresa continuou a operar somente sob a marca Austrian.
Em 2015, após nova negociação com os sindicatos, a Austrian Airlines reabsorveu
a Tyrolean Airways, voltando a operar todos os voos diretamente. Também em 2015
foi lançada uma nova identidade visual, com o slogan "my Austrian". Depois de
várias criticas, a companhia voltou atrás e lançou outra identidade visual,
apenas com o nome "Austrian".
Em junho de 2015 a Austrian começou a receber aeronaves
E-195 para substituir os Fokker
F-70 e F-100.
Em 2020 as operações foram suspensas entre março e junho, devido a pandemia do COVID-19.
Nesse ano a Austrian recebeu um reforço de 600 milhões de euros da
Lufthansa e do governo austríaco
para atravessar a crise.
Em setembro de 2022 a companhia recebeu o primeiro A320neo
e, em maio de 2024, o primeiro
Boeing 787.
Evolução da empresa:
Logos antigos:![]() ![]() ![]() ![]() ![]() Logos das antecessoras: Subsidiárias:
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Fundação: 30 de setembro de 1957
País: Áustria
Sede:
Viena
Códigos: OS / AUA
Principais Aeroportos: Aeroporto Internacional de
Vienna
Destinos: 121
> Frota:
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> Histórico de Frota:
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> Aeronaves Utilizadas:
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> Mapa de Rotas:
2015
1995
1983
1969
1962
Atualizado em junho de 2024