Junkers F13

A Junkers foi fundada em 1895 por Hugo Junkers. Durante a Primeira Guerra Mundial e após a guerra, a empresa tornou-se famosa por suas aeronaves de metal. Durante a Segunda Guerra Mundial a empresa produziu alguns dos mais bem sucedidos aviões.
A produção de aeronaves começou com o Junkers J1 em 1914. Era um monoplano para um passageiro, e quando o primeiro protótipo foi concluído, a Alemanha estava entrando na Primeira Guerra Mundial. Sendo assim a Força Aérea Alemã realizou vários voos experimentais com o J1. Por ser em metal, a aeronave oferecia mais segurança ao piloto contra ataques de arma de fogo, mas o J1 precisava de melhorias para poder ser usado na guerra. Assim nasceu o Junkers J2, com melhor desempenho. Além do J2, a Junkers desenvolveu várias modelos para a aviação militar, sendo os Junkers J9 e J10 os mais populares.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Junkers voltou a focar na aviação comercial. O Junkers J12 foi a primeira versão civil, baseada no J10. Essas aeronaves eram equipadas com um capô em cima do banco traseiro. Mas era óbvio que uma simples conversão de uma aeronave militar em aeronave comercial não iria atender plenamente a demanda por aeronaves de passageiros econômicas. Foi ai que a Junkers começou os estudos para um redesenho completo do J10. A Junkers desenhou uma nova fuselagem, mais larga e mais alta, nascia o F13.

O Junkers F13 foi o primeiro avião comercial totalmente de metal construído no mundo, um avião muito avançado para época. A letra "F" do seu nome vem da palavra "Flugzeug" (aeronave em alemão). O primeiro F13 voou em 25 de junho de 1919 e passou a ser utilizado por várias companhia européias e de todo o mundo. O Junkers F13 é uma versão alongada do J12 e conta com um novo design de asa. O F13 também foi o primeiro avião da Junkers totalmente projetado para passageiros e também a primeira aeronave alemã vendida em grande número fora da Alemanha. Em 1920 foi lançada a primeira modificação, com envergadura aumentada em 2,90 metros para obter um melhor desempenho de voo, essa versão ficou conhecida como F13a. Além dessa, o F-13 passou por outras modificações, como a troca por um motor mais potente, em 1923, aumentando em 40% a carga útil, porém reduzindo o alcance em 250 km.
No Brasil os F-13 foram umas das primeiras aeronaves terrestres utilizadas pelas companhias aéreas brasileiras. A Sindicato Condor recebeu a primeira unidade em 1928 e operou esse tipo de aeronave nas rotas ligando Rio de Janeiro até Natal e Rio de Janeiro até Porto Alegre. Já a Varig recebeu a primeira unidade em 1932 e utilizou os F-13 em voos regionais no estado do Rio Grande do Sul. Na Sindicato Condor os F-13 foram aposentados em 1945 e na Varig em 1951, sendo substituídos pelos DC-3.

Operadoras no Brasil: Sindicato Condor, Varig

Origem: Alemanha
Produção: 1919-1932
Comprimento:
10,50 m
Envergadura: 14,8-17,75 m
Altura: 3,60 m
Peso: 0,95-1,5 ton
Peso máximo de decolagem: 1,6 ton
Motores: 1x Mercedes DIIIa, BMW IIIa, BMW IV, BMW Va, Junkers L2, Junkers L5, Armstr. Puma, Amstr. Jaguar, G&R Jupiter, P&W Hornet ou P&W Wasp
Velocidade de cruzeiro: 170 km/h
Velocidade máxima: 198-230 km/h
Passageiros: 4
Primeiro voo: 1919
Alcance: 525-1400
km
Entregues: 322
Concorrentes: Fokker F.II/F.III

 

 

 

Junkers G23/G24

Com uma demanda crescente e contínua no setor de aviação comercial, a Alemanha e a Europa precisavam de aeronaves maiores. A Junkers então começou o seu projeto para uma versão maior do F13. A impossibilidade de construir motores mais potentes na Alemanha fez com que o projeto se transformasse numa aeronave de três motores. Porém a Alemanha foi impedida de construir uma aeronave com três motores, devido à restrições impostas após o fim da Primeira Guerra Mundial. A solução foi criar dois modelos: o Junkers G23, com dois motores, e o Junkers G24, uma versão mais potente construída na Suécia. O primeiro voo do Junkers G23 aconteceu no dia 18 de setembro de 1924. Devido as restrições de motores na Alemanha, a Junkers permitiu que os G23/G24 pudessem ser equipados com vários motores diferentes, para que então as companhias aéreas estrangeiras pudessem equipá-los com motores mais potentes se assim desejassem.
Em 1928 muitos Junkers G24 ganharam novos motores mais potentes. As aeronaves com essa modificação passaram a ser conhecidas como Junkers F24.
O Junkers G24 foi uma das primeiras aeronaves operadas pela Sindicato Condor. Ainda em 1928 foi responsável por inaugurar as primeiras rotas da segunda companhia aérea brasileira. Na Sindicato Condor o G24 operou até 1938, quando foi substituído por outras aeronaves da Junkers.

Operadoras no Brasil: Sindicato Condor

 

 

Origem: Alemanha
Produção: 1925-1929
Comprimento: 15,25/15,8 m
Envergadura: 28,5/29,37 m
Altura: 5,8 m
Peso: 3,6/4,3 ton
Peso máximo de decolagem: 7,2 ton

Motores: 3x Junkers L5 6-cyl

Velocidade de cruzeiro: 170-180 km/h
Velocidade máxima: 220
km/h
Passageiros: 9/14
Primeiro voo: 1924

Alcance: 660-1290
km
Entregues: 80
Concorrentes: Fokker F.VII/F.VIII

 

 

 

Junkers W33/W34

Os Junkers W33 e W34 são baseados no Junkers F13. Enquanto o W33 era a versão para carga, o W34 era a versão para passageiros. A fuselagem do Junkers W33 era menor porque não havia cabine de passageiros e as versões iniciais não tinham janelas. Porém mais tarde as janelas foram incluídas para possibilitar a fácil conversão entre transporte de carga ou passageiros. A carga era embarcada por uma porta lateral ou por uma porta no teto da cabine.
O Junkers W34 é quase idêntico ao W33, mas utiliza motores diferentes. A cabine também é um pouco mais alta e já vem de fábrica adaptada para o transporte de passageiros. Os Junkers W33 e W34 podiam ser equipados com rodas, para pouso em terra, ou com flutuadores para pouso na água.
O Junkers W34 foi modificado algumas vezes à pedido da Luft Hansa, onde foram lançadas versões com maior alcance e uma versão reforçada para catapulta (o Ju-46).
No Brasil os Junkers W33/W44 foram operados pela Sindicato Condor durante os anos 30 e parte dos anos 40.

Operadoras no Brasil: Sindicato Condor

 


Andreas Heilmann

 

Origem: Alemanha
Produção: 1927-1934
Comprimento: 10,50 m
Envergadura: 17,75 m
Altura: 3,53 m
Peso: 1,2-1,7 ton
Peso máximo de decolagem: 3,2 ton

Motores: 1x Junkers L2, Junkers L5, BMW Va, Jupiter XI, Siemens Sh20u, P&W Wasp ou Amstrong Jaguar

Velocidade de cruzeiro: 150 km/h
Velocidade máxima: 180-200
km/h
Passageiros: 6
Primeiro voo: 1926

Alcance: 800-1000
km
Entregues: 199
Concorrentes: Fokker F.VII/F.VIII

 

 

 

Junkers Ju-52/3

O desenvolvimento do Junkers JU52 começou em 1928 e se tornou um sucesso mundial, com mais de 4 mil aviões fabricados. A grande disponibilidade de Ju 52s permitiu a sua utilização imediata para o esforço de guerra alemão como um avião de transporte de homens e suprimentos. Eles foram também usados, com pequenas modificações, para realizar bombardeios. O Junkers JU-52 é o sucessor do Junkers W33 e se consagrou como uma das aeronaves européias mais vendidas de todos os tempos. O que mais chamava atenção era o seu tamanho. Embora o primeiro protótipo tivesse apenas um motor, a versão final acabou ficando com três: um na frete e um em cada asa. A primeira versão ficou conhecida como Junkers JU-52/1, onde o "1" significa a quantidade de motores (no caso somente um) e apenas sete desse tipo foram produzidos. A versão mais popular é o Junkers JU-52/3, onde o "3" significa os três motores que a aeronave usa. O JU-52/3 era capaz de voar com três toneladas de carga ou transportar dezessete passageiros, um avião gigante para época.
Em 1935 o JU-52 passou a ser operado pela Lufthansa nas rotas para Europa, Ásia e até mesmo América do Sul. Em 1944 os JU-52/3 já eram 74% da frota da companhia.
Após a Segunda Guerra Mundial a maior parte dos JU-52 foram destruídos. Os que sobraram passaram a servir as Forças Aéreas de alguns países ou passaram a ser utilizados para o transporte de passageiros pelas companhias aéreas em todo o mundo. Em 1944 foi retomada a fabricação do modelo, sendo produzidos mais de quinhentas unidades nessa segunda fase. A produção finalmente foi encerrada em 1952. Os principais substitutos da aeronave foram os DC-2 e DC-3, pois eram maiores e mais econômicos. A Junkers sobreviveu à Segunda Guerra Mundial, porém nunca mais produziu aeronaves comerciais.
No Brasil o Junkers JU-52/3 foi o responsável por inaugurar a Ponte Aérea Rio de Janeiro - São Paulo, em 1936, pela Vasp. O JU-52/3 foi principal aeronave da companhia aérea paulista no final dos anos 30 e anos 40. No final da década os JU-52/3 começaram a ser substituídos por DC-3.

Operadoras no Brasil: Aeronorte, Sindicato Condor, Varig, Vasp

 

 


Patrick De Coninck

 

Origem: Alemanha
Produção: 1931-1945 / 1945-1947 na França e 1945-1952 na Espanha
Comprimento: 18,90 m
Envergadura: 29,25 m
Altura: 4,5 m
Peso: 5,9 toneladas
Peso máximo de decolagem: 9,2 toneladas
Motores: 3xBMW Hornet A2 / 132
Velocidade de cruzeiro: 222 km/h
Velocidade máxima: 271 km/h
Altitude de cruzeiro: 5,2 km (17 mil pés)
Passageiros: 17
Primeiro voo: 1930
Alcance: 870 a 950 km
Entregues: 4845
Concorrentes: Fokker F.IX/F.XII

 

 

 

Junkers Ju-86

O projeto do Ju-86 foi iniciado em 1932, para uma aeronave capaz de operar como um avião civil de alta velocidade e um bombardeiro para a Luftwaffe. O Ju-86 foi concebido como um bimotor feito todo em metal, de asa baixa, trem de pouso retrátil e estabilizador vertical duplo. A versão militar foi a primeira a ser produzida. Apesar de mais de 800 unidades produzida, o Ju-86 se mostrou um fracasso, não conseguindo alcançar as especificações desejadas. Os motores a diesel não geraram a economia de combustível prevista e foram trocados por motores a gasolina. Muitas unidades foram convertidas para avião de treinamento e muitas outras foram destruídas em combate. A aeronave ganhou uma sobrevida com a versão de alta altitude, Ju-86P, capaz de voar a 12 mil metros de altitude, mais alto que os caças da época.
A produção da versão civil foi iniciada em 1935. O Ju-86 podia transportar cerca de 10 passageiros e foram produzidas três versões: Ju-86B (versão inicial), Ju-86C com fuselagem mais larga e maior alcance e Ju-86Z (as unidades que foram exportadas para outros países). O Ju-86Z foi vendido para companhias como a Swissair, LAB e Lan.

 

 

Origem: Alemanha
Produção: 1934-1939
Comprimento: 17,60 m
Envergadura: 22,50 m
Altura: 4,70 m
Peso: 6,7 toneladas
Peso máximo de decolagem: 8 toneladas
Motores: 2x BMW 132 D
Velocidade de cruzeiro: 340 km/h
Velocidade máxima: 375 km/h
Altitude de cruzeiro: 6,9 km (22 mil pés)
Passageiros: 10
Primeiro voo: 4 de novembro de 1934
Alcance: 1200 km
Entregues: 900
Companhia Lançadora: Deutsche Luft Hansa

 

 

 

Junkers Ju-90

O Ju-90 foi um quadrimotor civil baseado no bombardeiro Ju-89. O avião atendia um pedido da Deutsche Luft Hansa, que queria uma aeronave para voar longas distâncias. A Junkers manteve as asas e a cauda do projeto original, mas incorporando uma fuselagem mais larga. O desenvolvimento começou em 1936, com o avião totalmente em metal, estabilizadores verticais duplos e trem de pouso retrátil. O Ju-90 podia acomodar até 40 passageiros e era equipado com banheiros, cloakroom e um depósito cartas de correio. A aeronave foi frequentemente utilizada na propaganda de guerra, apelidado como "The Great Dessauer".
A primeira versão ficou conhecida como Ju-90A. A segunda versão, Ju-90B, tinha janelas arrendadas ao contrário da versão anterior em que eram quadradas, e cauda mais arredondada.  As primeiras unidades foram entregues para a Deutsche Luft Hansa e a aeronave chegou a receber encomendas de uma companhia aérea na África do Sul. Porém o inicio da Segunda Guerra Mundial alterou os planos. Os Ju-90 ficaram somente na Alemanha e uma versão militar foi desenvolvida, conhecida como Ju-290.

 

 

Origem: Alemanha
Produção: 1937-1939
Comprimento: 26,45 m
Envergadura: 35,27 m
Altura: 7,05 m
Peso: 13 toneladas
Peso máximo de decolagem: 22,9 toneladas
Motores: 4x BMW 132H
Velocidade de cruzeiro: 320 km/h
Velocidade máxima: 350 km/h
Altitude de cruzeiro: 4,9 km (16 mil pés)
Passageiros: 40
Primeiro voo: 28 de agosto de 1937
Alcance: 1540 km
Entregues: 18
Companhia Lançadora: Deutsche Luft Hansa

 

 

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