Fokker FII, FIII, FIV, FV, FVII (F-10), FVIII, FIX, FXII, FXVIII
O INICIO
A Fabricante de aeronaves Fokker foi fundada pelo holandês Anthony
Fokker, em 1912, em Berlim, na Alemanha, sendo o Fokker Spin a primeira
aeronave. Em 1919 a fabricante se mudou para a Holanda e iniciou o
projeto para uma aeronave comercial de pequeno porte, denominado Fokker
F.II (O F.I foi um projeto que nunca saiu do papel). O FII era um
monoplano monomotor de asa alta de madeira e trem de pouso fixo. A
cabine de passageiros era fechada, com capacidade para até 4
passageiros, enquanto o cockpit era aberto. O primeiro protótipo começou
a ser construído na Alemanha e foi transferido ilegalmente para a
Holanda no meio do desenvolvimento. O primeiro exemplar entrou em
operação pela KLM em 1920.
Logo em seguida a Fokker começou o desenvolvimento do Fokker F.III,
baseado no F.II, com uma cabine maior capaz de levar até 5 passageiros.
O cockpit foi modificado, melhorando a visão do piloto, e as asas também
ganharam modificações. O FIII foi inaugurado pela KLM
em abril de 1921, na rota Amsterdam - Londres. O FIII também ganhou uma
versão como hidroavião, denominada F.III-W.
Na mesma época do Fokker III, a fabricante também desenvolveu o Fokker
F.IV, uma versão ainda maior do F.II, capaz de transportar até 12
passageiros. A Fokker acreditava que o aumento da demanda de passageiros
iria criar mercado para aeronaves maiores, porém o FIV se mostrou grande
demais para a demanda das companhias aéreas e não conseguiu nenhuma
venda. Apenas duas unidades foram produzidas para a Força Aérea dos
Estados Unidos.
A Fokker então partiu para um projeto um pouco menor, o Fokker F.V. Essa
aeronave era capaz de transportar até 8 passageiros e podia ser
facilmente convertida entre monoplano (uma asa) ou biplano (duas asas),
pois a asa inferior podia ser removida. A ideia era que como biplano o
FV era capaz de transportar mais carga, enquanto como monoplano teria
uma velocidade maior, pois sofreria menos arrasto. O Fokker V também foi
o primeiro a incorporar controles duplos no cockpit, banheiros e
aquecimento da cabine. Entretanto o F.V também não agradou as companhias
aéreas e apenas uma unidade foi construída em 1922.
Diferentemente dos outros da série, o Fokker F.VI foi projetado para a
aviação militar. Tratava-se de um caça, também conhecido como Fokker PW-5.
O SUCESSO
O próximo projeto foi o Fokker F.VII, baseado no F.V, também capaz de
transportar 8 passageiros. As principais novidades eram os novos motores
e a possibilidade das hélices serem de madeira e alumínio. O primeiro
voo ocorreu em novembro de 1924 e essa versão entrou em serviço pela
KLM em 1925. Após a construção de cinco unidades
para a companhia aérea holandesa, a única cliente pediu modificações no
projeto e foi prontamente atendida pela Fokker. Em março de 1925 voava
pela primeira vez a versão F.VIIA, tendo como principais modificações um
trem de pouso simplificado, ajustes nas asas e cabine de passageiros um
pouco maior. Essa versão finalmente começou a atrair o interesses de
outras companhias aéreas além da KLM.
Em julho de 1925 Anthony Fokker pediu uma modificação do FVII para que a
aeronave fosse capaz de competir num evento da Ford. Nascia ai o Fokker
F.VIIA/3M, equipado com três motores ao invés de apenas um. Por esse
motivo essa versão também ficou conhecida como "Fokker Trimotor". O
F.VIIA/3M acabou interessando as companhias aéreas, que viam uma versão
mais confiável para realizar longos voos, pois em caso de falha do
motor, a aeronave poderia continuar a voando com dois ou apenas com um
motor. Além das companhias aéreas, o FVIIA-3M também chamou a atenção do
correio aéreo e de exploradores, fazendo da aeronave um verdadeiro
"coringa". O Fokker VIIA/3M foi responsável por uma expedição ao Pólo
Norte em maio de 1926 e por completar a travessia do Oceano Pacífico,
entre os EUA e a Austrália, e do Oceano Atlântico, entre o Canadá e o
País de Gales, ambos em 1928. A Fokker também passou a produzir uma
versão com asas maiores e motores mais pesados, denominada F.VIIB/3M.
Essa versão também ganhou uma versão hidroavião, denominada F.VIIB/3M-W.
O Trimotor ainda ganhou as versões militares, F.VIIA/3M/M e F.VIIB/3M/M.
O grande sucesso do FVII levou a Fokker a se tornar uma das maiores
fabricantes de aeronaves comerciais na época. O Fokker VII também foi
construído nos EUA, sob o nome Fokker F-10 (ou F.X). Essa versão tinha
asas maiores, motores mais potentes e era capaz de levar até 12
passageiros.
OS SUCESSORES
A Série F continuou em 1926, quando a KLM pediu
uma aeronave capaz de levar mais passageiros do que o FVII. Nascia ai o
Fokker F.VIII, capaz de levar 15 passageiros, embora uma versão mais
luxuosa para 12 passageiros tenha feito mais sucesso. O F.VIII foi o
primeiro bimotor produzido pela Fokker e entrou em operação pela
KLM em junho de 1927.
O próximo foi o Fokker F.IX, um trimotor para até 20 passageiros. Porém
a aeronave entrou em serviço exatamente no momento da quebra da Bolsa de
Nova York em 1929. Apenas duas unidades foram operadas pela
KLM. Já o Fokker F.XI (também conhecido como
Fokker Universal) foi produzido pela filial nos EUA, entre 1926 e 1931,
e conseguiu um relativo sucesso, sendo um monomotor para 4 passageiros.
O trimotor Fokker F.XII, para 16 passageiros, foi desenvolvido a pedido
da KLM e introduzido pela mesma em março de 1931
na rota para as Índias Orientais Holandesas.
Após a décima segunda versão, a Fokker entrou num período de baixa. O Fokker F.XIV foi uma
versão exclusivamente cargueira. Porém as companhias aéreas não
demonstraram interesse e apenas uma unidade foi produzida. Os projetos
F.XIII, F.XV, F.XVI, F.XVII, F.XIX, F.XXI, F.XXIII e F.XXIV não saíram do papel.
Em 1932 a Fokker lançou uma versão alongada do Fokker F.XII, denominada
Fokker F.XVIII. Porém apenas cinco unidades foram produzidas, todas para
a KLM. O próximo projeto não saiu como esperado. O
trimotor Fokker F.XX, lançado em 1933, não atraiu o interesse das
companhias aéreas e apenas uma unidade foi produzida. Apesar do FXX
trazer avanços na aerodinâmica em relação as versões anteriores, a
aeronave não era capaz de competir com os concorrentes
DC-2 e DC-3. Foi nesse período complicado que
a Fokker viu o inicio da Segunda Guerra Mundial. As fábricas Fokker
foram confiscadas pelos alemães e depois acabaram sendo destruídas por
bombardeios.
Origem: Holanda / Estados Unidos
Concorrentes: De Havilland
DH84/89, Dornier Do B Merkur,
Fairchild 71, Junkers F-13,
Junkers G23/G24,
Junkers W33/W34,
Junkers JU-52/3,
Sikorsky S-38
Substituído por:
Douglas DC-2, Douglas DC-3,
Lockheed L14,
Lockheed L18
Companhia Lançadora: KLM
E |
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Fokker F-27 / Fairchild FH-227
Após a Segunda Guerra Mundial, a fabrica da Fokker foi reconstruída.
Nesse momento o mercado foi inundado com aviões baratos excedentes da
guerra, que viraram os queridinhos das companhias aéreas. A fabricante
então cautelosamente decidiu ficar de fora do mercado de aviação
comercial inicialmente. Mesmo assim, em 1946, a Fokker iniciou um estudo
para um jato regional, denominado Fokker F-26. Porém o projeto não foi
para frente.
Em 1951 a empresa começou um outro projeto, dessa vez uma aeronave
turboélice para substituir o DC-3. Mas a Fokker
não foi a única a ter essa ideia. Na época o DC-3
era a aeronave comercial mais popular do mundo e estava ficando velha.
Várias fabricantes ao redor do mundo tentaram criar o substituto
perfeito para o DC-3 a fim de abocanhar esse
imenso mercado. A Fokker buscou as opiniões dos operadores de DC-3
sobre quais melhorias eles esperariam de um novo modelo. Com base nisso a equipe do projeto optou por uma aeronave de asa alta, com
dois motores turboélice e cabine pressurizada. Para a fuselagem, a Fokker usou uma técnica inovadora (Redux),
resultando em uma vida útil maior,
melhor aerodinâmica e menos peso. A aeronave foi batizada de Fokker F27
"Friendship".
A
primeira versão ficou conhecida como F27-100 ou F27 Mk 100 e
vou pela primeira vez pela Aer Lingus
em novembro de 1958. Em 1958 a Fokker lançou a versão F27-200 com motores Dart Mk 532,
mais potentes. Em 1960 foi lançada a versão Combi (metade para
passageiros e metade para carga), F27-300. O F27-400, lançado em 1961, era igual ao 300, mas tinha
novos motores Rolls-Royce Dart 7 e portas
maiores para carga.
Em 1956 a Fokker assinou um contrato com a Fairchild (fabricante de
aviões dos EUA) para produzir o F-27 em território americano, denominado FH-227. O primeiro voou ocorreu no dia 12 de abril de 1958.
Os Fairchild FH227 são mais compridos que os F-27, e possuem nariz
alongado (para abrigar um radar meteorológico) e maior capacidade de
combustível. A maioria das vendas do FH227 foi feita nos EUA, justamente
o objetivo da parceria da Fokker com a Fairchild: ter maior penetração
no mercado dos EUA.
Apesar das vendas lentas no inicio, o Fokker 27 acabou se tornando um
dos mais bem sucedidos substitutos do DC-3. O
número de encomendas começou a crescer consideravelmente a partir dos
anos 60 e a Fokker começou a planejar novas versões.
Em 1967 foi lançado do F27-500 ou
F27 Mk500. A versão 500 tinha 1,5 metro a mais que as versões anteriores,
sendo capaz de acomodar mais assentos, e foi
lançada pela Air France.
Em 1968 foi lançada a versão de conversão rápida entre passageiros e
carga, F27-600. Já o F-27-700 possuí uma porta cargueira maior.
Ao final de 1987 o F-27 se consagrou
como o turbo-hélice mais bem sucedido da Europa Ocidental. A aeronave
deixou de ser produzida para abrir espaço para o seu sucessor Fokker
F-50.
No Brasil o Fokker F-27 também fez sucesso, sendo operados pelas
principais companhias aéreas regionais desde os anos 60 até o inicio dos
anos 2000. A pioneira foi a
Paraense, que recebeu o
seu primeiro FH-227 em 1967. Em 1970 os seus FH227 foram repassados para
o pool da Ponte Aérea RJ-SP e passaram a ver operados pela
Varig. Em 1976 a Taba
também começou a operar o FH-227, que permaneceram na frota da empresa
até o final dos anos 90. A versão europeia F-27 foi operada pela
primeira vez pela
Tam em 1980, que ainda nos anos 80 se tornou a
maior operadora do tipo no país. Outra grande operadora do tipo a partir
de 1982 foi a Rio Sul. Na
Tam e na Rio Sul os F-27
operaram até os anos 90, sendo substituídos pelo F-50 e jatos regionais.
Operadoras no Brasil: Tam, Rio Sul, Nordeste, Paraense, Taba, Tavaj, Varig, Votec
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Modelo: |
Construídos: | Acidentes: |
F27-100 |
72 | 25 |
F27-200 |
122 | 43 |
F27-300 |
13 | 4 |
F27-400 |
99 | 32 |
F27-500 |
126 | 23 |
F27-600 |
140 | 47 |
F27-700 |
2 | 0 |
FH-227 |
78 | 24 |
TOTAL: |
652 | 198 |
Origem: Holanda / Estados Unidos
Produzido: 1958-1987
Comprimento: 23,56 m / 25,06 m (500) / 25,50 m (FH-227)
Envergadura: 29,00 m
Altura: 8,50 m / 8,84 m (500) / 8,41 m (FH-227)
Capacidade de combustível: 3,6-8,8 mil litros /
5,1-7,4 mil litros (500 e 600)
Peso:
F27 MK100/300/400: 10,2 ton
F27 MK200: 10,5 ton
F27 MK500: 11,1 ton
F27 MK600: 11,9 ton
Peso máximo de de decolagem/pouso:
F27 MK100/300: 18,3/18,1 ton
F27 MK200/400: 19,7/18,1 ton
F27 MK500: 19,7/18,6 ton
F27 MK600: 20,4/19,7 ton
Motores: 2x RR Dart 6/7 Mk 514-7, 528-7, 532-7 ou 536-7R
Velocidade de cruzeiro: 430 km/h
Velocidade máxima: 486 km/h
Altitude de cruzeiro: 7,6-9,1 km
Passageiros: 40 a 46 / 52 a 58 (500) / 52 (FH-227)
Primeiro voo: 24 de novembro de 1955
Alcance:
F27 MK100: 1247 km
F27 MK200: 2070 km
F27 MK300: 2030 km
F27 MK400: 1075 km
F27 MK500: 1315 km
F27 MK600: 1890 km
Dart Herald,
Martin 4-0-4, Saab 90,
Viscount, YS-11
Companhia Lançadora:
Aer Lingus
Em
abril de 1962 a Fokker anunciou o F28 "Fellowship", um jato de pequeno
porte. O avião tinha investimentos da própria Fokker, de outras
fabricantes Européias e dos governos da Alemanha e Holanda. O projeto
consistia em uma aeronave regional de tamanho semelhante ao F-27, porém
movido por motores turbofans. O avião era capaz de atingir velocidades
bem superiores aos turboélices e operar em mais de 80% dos aeroportos
usados pelo F-27 na época. A maioria dos sistemas de bordo foi projetada
visando a simplicidade na operação e manutenção. A Fokker escolheu uma
configuração similar ao do
A primeira versão ficou conhecida como Fokker 28-1000 (ou F28 Mk1000) e iniciou voos
regulares em fevereiro de 1969. A versão inicial também ganhou uma
versão cargueira, F28-1000C, com uma porta de carga.
Em abril de 1971 voou pela primeira vez o Fokker F28-2000, uma versão
alongada capaz de transportar mais passageiros.
A próxima versão foi o Fokker F28-4000, a versão de maior sucesso, que
voou pela primeira vez em outubro de 1976 nas cores da Linjeflyg. Esta
versão usou como base o F-28-2000, possuía asas maiores e reforçadas,
cockpit revisado, interior mais amplo e novos motores mais silenciosos.
Em julho de 1978 foi lançada a versão F28-3000, baseado na versão 1000,
mas com fuselagem mais comprida e incorporando as melhorias da versão
4000.
A Fokker também propôs outras versões: o F28-6000 tinha a fuselagem
longa da versão 4000 e asas maiores. Já o F28-5000 teria o tamanho da
versão 3000, as asas da versão 6000 e novos motores mais potentes. Por
fim foi proposto a versão F28-6600 com fuselagem alongada. Porém as
companhias aéreas não se interessaram pelas novas versões. Apenas duas
unidades da versão 6000 foram produzidas pela Fokker. Em 1986 a produção
do F-28 foi encerrada para abrir espaço para o substituto F-100.
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Modelo: |
Construídos: | Acidentes: |
F28-1000 |
100 | 23 |
F28-2000 |
10 | 2 |
F28-3000 |
18 | 3 |
F28-4000 |
117 | 15 |
F28-6000 |
2 | 0 |
TOTAL: |
247 | 43 |
Origem: Holanda
Produzido: 1
Comprimento: 27,41 m /
29,62 m (2000) /
29,61 m (3000) /
29,62 m (4000)
Envergadura: 23,58 m / 25,07
m (3000/4000)
Altura:
m
Peso da aeronave: 16,0 ton / 16,6 ton (2000) / 16,9 ton
(3000) /
17,6 ton (4000)
Peso máximo de decolagem/pouso:
F28Mk1000/2000: 29,4/26,7
toneladas
F28Mk3000: 33,1/29,0 ton
F28Mk4000:
33,1/31,5 ton
Motores: 2x Rolls-Royce
RB183-2 Spey
Mk555-15 /
2x RR RB183-2 Spey Mk555-15P (4000)
Capacidade de combustível: 7,8-10,4 mil litros / 12,9
mil litros (2000/3000) /
9,7 mil litros (4000)
Velocidade de cruzeiro: 836 km/h
Velocidade máxima: 849 km/h
Altitude de cruzeiro: 10,6 km (35 mil pés)
Pista mínima para decolagem: 1,7 km (1000) / 2,0 km
(4000)
Passageiros: 68 a 82
F28Mk1000/3000: 65 a 70
F28Mk2000: 74 a 79
F28Mk4000: 80 a 85
Primeiro voo: 9 de maio de 1967
Alcance: 2000 km / 2743 km (2000) / 1900 km
(3000) /
3170 km (4000)
Concorrentes: BAC 1-11,
DC-9, Boeing
737-100/200
Companhia Lançadora: LTU
Comparar com outras
aeronaves
A VFW-Fokker foi uma joint venture entre a Fokker e a Vereinigte
Flugtechnische Werke (VFW) iniciada em 1969. O projeto iniciou com a
ideia de um jato pequeno otimizado para operações STOL, ou seja, capaz
de pousar e decolar de pistas curtas e sem infraestrutura. Os motores
foram alocados de maneira incomum, na parte superior das asas, com
objetivo do motor não sugar coisas soltas nas pistas despreparadas. A
localização dos motores também permitiu que a aeronave tivesse um trem
de pouso baixo, facilitando o embarque e desembarque dos passageiros e a
adoção de flap contínuo - garantindo um ótimo desempenho em baixas
velocidades. Por outro lado, a posição do motor limitou a velocidade
máxima a Mach 0.65 - uma velocidade baixa para jatos. Os subsídios do
governo alemão permitiram que o desenvolvimento da aeronave fosse
concluído.
Os motores do VFW-Fokker 614 foram criados especial para a aeronave e
desenvolvidos ao mesmo tempo que a aeronave ganhava forma. Foi dado um
grande foco para reduzir o máximo possível o barulho dos motores, de
forma que a aeronave pudesse operar em aeroportos dentro de cidades. O
projeto inicial previa uma cauda em formato "T", mas acabou sendo
alterada para a versão convencional.
O desenvolvimento do VFW-Fokker 614 foi demorado, assim como as
encomendas. Em fevereiro de 1972 o primeiro protótipo sofreu um
acidente, afastando potenciais compradores. A fabricante previa que a
aeronave iria vender entre 300 e 400 unidades, porém, em 1975, apenas
dez unidades haviam sido encomendadas. A Lufthansa recusou-se a adquirir
a aeronave, pois não estava interessada em rotas regionais e as
companhias aéreas regionais achavam a aeronave muito cara. Logo ficou
claro que as vendas ficaram muito aquém das expectativas.
Em 1977 o programa foi cancelado em favor de investimentos na nova
fabricante europeia, Airbus. No total apenas 19 unidades foram
construídas.
Alberto Storti Construídos |
Origem: Alemanha/Holanda
Produzido: 1
0 km/h
Velocidade máxima: 735 km/h (mach 0.65)
Altitude de cruzeiro: 7,6 km
Passageiros: 40 a 44
Primeiro voo: 14 de julho de 1971
Companhias Lançadoras: Cimber Air
A produção de Fokker 27 estava começando a
diminuir em 1980 e então a Fokker decidiu lançar um sucessor. O Fokker
50 é baseado no F27-500 e possuí as mesmas dimensões,
porém com várias melhorias em relação ao seu antecessor. O F-50 fez uso
extensivo de materiais compósitos, ajustes no design das asas, tinha
mais janelas e novos motores mais modernos, econômicos, eficientes e
silenciosos. Os novos motores reduziram a vibração e tornaram a cabine
mais silenciosa, além de tornar o F-50 12% mais rápido do que o seu
antecessor. O F50 também ganhou glass cockpit com sistema eletrônico de
instrumentos de voo e maior grau de automação. A aeronave manteve a
característica do F-27 de operarem aeroportos com pouca infraestrutura e
pistas não pavimentadas, com escadas integradas, unidade de energia
auxiliar (APU) e custos operacionais e de manutenção baixos.
A primeira versão ficou conhecida como F50-100, apesar de ser
oficialmente certificado como F.27-050. A segunda versão (F50-120 ou
F.27-0502) possuía apenas três portas ao invés de quatro e o layout do
interior do avião foi reconfigurado - apenas seis foram produzidos.
O F-50-300 foi produzido especialmente para companhias aéreas que
operavam em regiões quentes e altas.
A versão mais diferente foi o Fokker 60. Essa versão possui 1,62 metros a
mais que o F-50 e apenas quatro foram construídos, todos para
a força aérea da Holanda. Outros F-60 estavam em fase de fabricação mas
nunca foram terminados, pois a Fokker acabou falindo. Desde 1994 a
fabricante vinha sofrendo fortes perdas financeiras, o que começou a
afetar a produção das aeronaves. Em 1995 a empresa começou uma grande
reestruturação, porém apesar dos esforços, as perdas continuavam a
aumentar. Em 1996 a situação se tornou insustentável, obrigando a Fokker
a entrar em estado de falência. Ainda em 1996 uma nova empresa, Fokker
Services, foi estabelecida para continuar prestando assistência para os
clientes da Fokker. Algumas tentativas foram feitas para reativar a
produção do F-50, porém nenhuma obteve sucesso.
No Brasil o F-50 foi usado principalmente nos anos 90 como substituto do
F-27 pela
Nordeste, em 1991. Juntas a
Nordeste e a Rio Sul
operaram mais de dez unidades ao longo dos anos 1990. Eles começaram a
ser substituídos pelos ERJ-145 a partir de 1998,
sendo totalmente retirados de operação em 2001. Já a
Tam recebeu sua primeira unidade em 1995 e chegou
a operar nove unidades. Em 2001 todos os F-50 já haviam sido
substituídos pelo Fokker 100. Entre 2003 e 2008 a
Andre Oferta Construídos
|
Origem: Holanda
Produzido: 1
530 km/h
Velocidade máxima: 560 km/h (mach 0.50)
Altitude de cruzeiro: 7,6 km
Passageiros: 42 a 58
Primeiro voo: 28 de dezembro de 1985
Dornier 328,
Saab 2000,
BAe ATP
Companhias Lançadoras: DLT e
Ansett Airlines
Comparar com outras
aeronaves
Em novembro de 1992 a Fokker anunciou uma versão menor do Fokker 100, batizado de Fokker 70. Ele era 4,62 metros mais curto que o Fokker 100 e poderia atender muitas companhias aéreas que ainda operavam o F-28 e achavam o F-100 grande demais. O F-70 também atendia as companhias aéreas que precisavam de aeronaves maiores que o F-50 e menor que o Boeing 737. A aeronave manteve as mesmas asas, cauda e aviônicos do F-100 e foi certificado oficialmente como F.28-070. As entregas começaram em março de 1995 e a maioria das vendas foram para companhias européias. Todavia o F-70 teve vida curta, pois a Fokker faliu em 1996 e a produção teve que ser encerrada. O último Fokker 70 foi entregue em abril de 1997.
Guido Potters Construídos:
48
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Origem: Holanda
Produzido: 1994
- 1997
Comprimento: 30,91 m
Envergadura: 29,08 m
Altura: 8,51 m
Passageiros: 72 a 85
Primeiro voo: 4 de abril de 1993
2009 a 3410 km
Companhia lançadora: Sempati Air
Comparar com outras
aeronaves
O Fokker 100 foi projetado para ser o sucessor do Fokker 28. Embora ele fosse diferente do F-28, o F-100 foi certificado
nos EUA como Fokker F-28-0100. A diferença mais notável entre o F28 e o
F100 é a fuselagem bem mais longa, sendo o maior modelo já
produzido pela Fokker. O Fokker 100 incorporou diversas melhorias como
novos motores, mais potentes e mais silenciosos, que o tornam 30% mais eficiente do que o F28.
A aeronave também ganhou novas asas, maiores e com refinamentos
aerodinâmicos, além de trem de pouso reforçado e um estabilizador
horizontal maior. O cockpit foi modernizado com instrumentos digitais (EFIS)
e a cabine de passageiros ganhou materiais mais modernos e mais finos,
possibilitando aumentar a largura dos assentos, além de materiais para
absorver o ruído dos motores.
O F-100 se
mostrou bastante popular, recebendo mais de 200 encomendas em pouco
tempo. As
primeiras entregas começaram em fevereiro de 1988 para a
SwissAir,
American Airlines, Tam e
US Air.
Em 1993 uma versão de maior alcance foi lançada, equipada com tanques
extras de combustível, seguida em 1994 pela versão Fokker 100QC (Quick
Change), onde era possível alterar rapidamente o interior da aeronave
para o transporte de passageiros ou carga.
Mesmo sendo um sucesso de vendas, a Fokker perdia
dinheiro devido a má gestão. A Fokker acabou falindo em 1996 e a
produção do F-100 foi encerrada no inicio de 1997.
Houve uma tentativa de compra da Fokker pela Bombardier, mas não deu
certo. Em 1999 o grupo Rekkof (Fokker ao contrário) tentou
reabrir a produção de F-70 e F-100, mas isso nunca aconteceu. A Stork BV
passou a fazer a manutenção da aeronave sob o nome "Fokker Aviation".
As novas versões dos aviões da Bombardier e da Embraer também
prejudicaram a venda dos F70/100 e impediram o lançamento de novas
versões como o Fokker 130, que seria uma versão maior.
No Brasil o Fokker 100 ficou famoso pela
Tam, que adquiriu mais de 50 unidades do tipo, a
partir de 1990, e
foi uma das maiores operadoras no mundo. Infelizmente essa aeronave
ganhou má reputação no Brasil, depois de uma série de acidentes.
Enquanto isso
no resto do mundo o Fokker 100 sofreu poucos acidentes e era
considerada uma aeronave confiável. Apesar da má fama, o Fokker 100 foi
o responsável pelo rápido crescimento da
Tam nos anos 90, passando de uma pequena regional
para a líder do mercado doméstico no inicio dos anos 2000. Com a
reputação abalada, a
Tam acelerou a substituição dos F-100 por Airbus e
no final de 2008 já não operava mais nenhuma unidade do tipo. A
OceanAir também operou o F-100 no Brasil
entre 2005 e 2015. Devido à má fama da aeronave, a companhia rebatizou o
F-100 de "MK 28".
Mick Bajcar |
||
Modelo: | Fabricados: | Acidentes: |
F28-0100 | 278 | 11 |
Origem: Holanda
Produzido: 1
Rolls-Royce Tay Mk 620-15 ou 650-15 30 de novembro de 1986
2450 ou 3170
Companhia lançadora:
SwissAir
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aeronaves