Dornier Do J Wal / Dornier Do 16
A fabricante de aeronaves alemã
Dornier-Werke GmbH se originou dentro da empresa Zeppelin em
Friedrichshafen, na Alemanha. Claude Dornier trabalhava para
Ferdinand Graf von Zeppelin desde 1910. Em 1917 o seu departamento
se tornou uma empresa independente.
Os primeiros projetos da empresa foram hidroaviões gigantes (flyingboats)
com estrutura feita de metal, um pedido feito por Graf Zeppelin e
totalmente financiado pelo Grupo Zeppelin. Os primeiros protótipos
foram o Dornier RS I, Dornier RS II, Dornier RS III e Dornier
RS IV. Todos esses também conhecidos como "Zeppelin-Lindau" ao
invés de "Dornier". Com a experiência adquirida, a fabricante pôde
construir a sua primeira aeronave de sucesso, o Dornier Wal.
A origem da aeronave vem do Dornier Do Gs I, também conhecido como
Zeppelin-Lindau Gs I. Ele foi originalmente projetado como um
hidroavião de reconhecimento para a Marinha Alemã. Mas ainda estava
sendo construído quando a guerra acabou. Assim a aeronave foi
construída numa fábrica em Seemoos, perto da fronteira com a Suíça,
pois a construção de aeronaves estava proibida na Alemanha. O
primeiro voo aconteceu no dia 21 de julho de 1919 e foram feitos
voos de demonstração na Suíça e na Holanda. Porém no dia 25 de abril
de 1920 a aeronave foi afundada de propósito no mar Báltico, para
evitar que os vitoriosos da Primeira Guerra Mundial se apossassem da
aeronave.
Após a Primeira Guerra Mundial foram impostas à Alemanha grandes
restrições para a produção de aeronaves. Sendo assim um grupo de
engenheiros continuou o projeto do Dornier Wal na Itália. A
construção das primeiras aeronaves foram feitas em parceria com a
fabricante italiana Construzioni Meccaniche Aeronautiche S.A. (CMASA),
em Marina di Pisa. No dia 6 de novembro de 1922 voou o primeiro
Dornier Do J, uma versão melhorada do Dornier Do Gs I. Devido ao seu
tamanho, a aeronave foi apelidada de "Wal" (baleia em alemão). O
Dornier Do J Wal foi responsável por quebrar vários recordes e por
realizar voos pioneiros. Em 1925 foram feitos os primeiros voos para
o Pólo Norte. Em 1926 um Dornier Do J Wal realizou a segunda
travessia aérea do Atlântico Sul e o primeiro voo transatlântico
entre Espanha e América do Sul. Em agosto de 1930 foi realizado um
voo entre Sylt, na Alemanha, e Nova York, com duração de 47 horas.
Em 1932 Wolfgang von Gronau deu a volta ao mundo com o Dornier Do J
Wal, numa viagem que durou 111 dias, sendo 270 horas de voo,
cruzando 44 mil quilômetros.
Além da Itália, as aeronaves da Dornier também foram produzidas em
fábricas estrangeiras na Espanha, Holanda e Japão, devidos às
restrições impostas à Alemanha no fim da guerra. Quando o governo
nazista chegou ao poder, abandonou as restrições e a Dornier retomou
a produção na Alemanha, em 1931.
As primeiras unidades vendidas foram na versão militar, entregues
para Espanha, Argentina, Chile, Índias Orientais Holandesas,
Iugoslávia e União Soviética. Já a versão para passageiros possuía
uma cabine no nariz da aeronave, permitindo a acomodação de até 12
passageiros, e o cockpit era localizado na parte traseira.
A Deutsche Luft Hansa selecionou o
Dornier Do J Wal na rota postal entre a Europa e a América do Sul em
1926 e a aeronave passou a ser vista com frequencia no Brasil. Os
primeiros voos de demonstração ocorreram ainda em 1926. Em maio e em
dezembro de 1927 foram fundadas as duas primeiras companhias aéreas
brasileiras,
Varig e Syndicato Condor,
respectivamente. As duas tiveram o
Dornier Do J Wal como sua primeira aeronave. O primeiro voo
comercial no Brasil aconteceu no dia 3 de fevereiro de 1927, operado
pelo Dornier Do J Wal antes mesmo da fundação da
Varig. Essa mesma aeronave se tornou o primeiro
avião registrado no Livro de Registro Aeronáutico Brasileiro,
matriculado P-BAAA e batizado de "Atlântico". Ele foi operado pela
Varig até julho de 1930, quando foi transferido
para a Syndicato Condor, onde continuou
operando até 1933.
Em 1930 a Dornier lançou uma versão melhorada, conhecida como
Dornier Do J II Wal. Essa versão podia levar até 8 toneladas de
carga e possuía melhorias aerodinâmicas como proa mais afiada,
extremidades das asas arredondadas, quilha no fundo do barco e
estabilizador horizontal mais alto. Na versão cívil, o Do J II podia
acomodar até 14 passageiros. O primeiro voo aconteceu no dia 27 de
janeiro de 1931.
No dia 3 de maio de 1933 decolou o primeiro Dornier Do J IIf Bos Wal.
Essa versão podia levar até 10 toneladas de carga, possuía maior
envergadura e maior capacidade de combustível, o que permitia um
alcance de até 3,6 mil quilômetros. Além dessas duas versões
aprimoradas, o Dornier Do J Wal teve mais de 20 versões diferentes,
sendo a principal diferença o motor que equipava a aeronave. A partir de 1933 o
Dornier Do J Wal passou a ser conhecido
como Dornier Do 16.
Em 1932 a Dornier começou a sondar os operadores do Dornier Wal para
a construção de uma nova aeronave. Nascia ai o Dornier Do 18, que
manteve a mesma estrutura do Dornier Wal, mas aerodinamicamente mais
eficiente. No dia 15 de março de 1935, voava o primeiro Do 18,
colocando fim na produção do Dornier Do J Wal.
Operadoras no Brasil: Syndicato Condor, Varig
Origem: Alemanha (produzido em outros países também)
Produção: 1922-1936
Comprimento: 17,25 m (II 18,20 m)
Envergadura: 22,50 m (II 23,20 m e 27,20 m)
Altura: 5,20 m (II 5,80 m)
Peso: 3,6 ton (II 5-6 ton)
Peso máximo de decolagem: 7 ton (II 8-10 ton)
Motores: 2x
Velocidade de cruzeiro:
145 km/h
km/h (II 230 km/h)
Passageiros: 8 até 14
Primeiro voo: Novembro de 19 km
Entregues:
mais de 250
Concorrentes: Consolidated
Commodore
No dia 24 de novembro de 1920 voava pela primeira vez o Dornier Delphin
I (golfinho em alemão), um hidroavião monomotor de asa alta. Ele era
feito em metal e possuía cabine fechada para quatro passageiros. O
Delphin II, uma versão melhorada, voou pela primeira vez no dia 15 de
fevereiro de 1924. Em 1927 foi lançado o Delphin III, uma versão maior
do Delphin II, capaz de levar até 10 passageiros.
No dia 10 de fevereiro de 1921 voou pela primeira vez o Dornier Komet I
(cometa em alemão). Ele era a versão terrestre do Delphin I. No dia 9 de
outubro de 1922 foi a vez do primeiro voo do Dornier Komet II, a versão
melhorada.
Em 1924 a Dornier lançou o projeto para o Komet III, baseado no Delphin
III. A nova aeronave tinha cabine maior, asas maiores e novos motores
mais potentes.
Em 1925 o projeto sofreu uma revisão, com asas ainda maiores e um motor
ainda mais potente. A aeronave então foi rebatizada para Dornier Merkur
e fez seu voo inaugural no dia 10 de fevereiro de 1925. O Merkur também
era conhecido como Dornier Do B, devido a sua designação interna "Do
B-Bal".
As aeronaves equipadas com motores BMW VI U ficaram conhecidas como
Merkur II. Essa versão tinha maior potência e peso máximo de decolagem,
o que exigiu reforços adicionais.
No Brasil o Dornier Merkur foi a segunda aeronave registrada no Livro de
Registro Aeronáutico Brasileiro. Ele veio da Alemanha à bordo de um
transatlântico e chegou no Brasil no dia 16 de agosto de 1927. Voou pela
Varig até julho de 1930, quando foi transferido
para a Syndicato Condor, onde continuou
operando até 1933. Apesar de ser originalmente uma aeronave terrestre,
no Brasil o Merkur operou como um hidroavião, equipado com esquis.
Operadoras no Brasil: Syndicato Condor, Varig
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Origem: Alemanha
0 km/h km/h 25 km
Entregues:
50
O Dornier Do R Superwal foi o primeiro grande hidroavião da Dornier
construído na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. Ele é uma versão
maior do bem sucedido Dornier Do J Wal.
No dia 30 de setembro de 1926 voou o primeiro Dornier Do R 2 Superwal,
equipado com dois motores Rolls-Royce Condor III. Outra versão com
motores Packard 3A-2500 também foi construída. No total apenas três
unidades do Do R 2 foram produzidas, pois ainda era uma versão de teste.
Mesmo assim eles chegaram a operar para a
Luft Hansa até 1936.
Em 1928 era lançado o Dornier Do R 4 Superwal, equipado com quatro
motores Gnome-et-Rhône-Jupiter e capaz de transportar até 19 passageiros
em duas cabines, uma na parte dianteira e outra na parte traseira. Essas
aeronaves foram operadas pela
Luft Hansa e também na Espanha e Itália.
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Origem: Alemanha
0 km/h km/h km
Entregues:
19
O Dornier Do X foi concebido por Claude Dornier em setembro de 1924. O
projeto começou no final de 1925 e depois de mais de 240 mil horas de
trabalho, a primeira aeronave foi concluída, em junho de 1929. O projeto
foi financiado pelo Ministério dos Transportes da Alemanha e, para
contornar as condições do Tratado de Versalhes impostas à Alemanha, a
aeronave foi construída numa fábrica especialmente feita para ela, em
Altenrhein, no lado suíço do Lago Constance.
No dia 12 de julho de 1929 voou pela primeira vez a maior aeronave
comercial já construída até então. No dia 21 de outubro de 1929, o Do X
realizou um voo de demonstração espetacular, levando 10 tripulantes e
159 passageiros sobre o Lago Constança, um recorde que só seria quebrado
20 anos depois.
Devido ao seu tamanho, o Do X precisava de nada menos que 12 motores!
Mesmo assim isso era um problema. O motor alemão mais potente disponível
na época era o Siemens Jupiter, mas eles tendiam a perder desempenho
quando usados por longos períodos de tempo. O problema só poderia ser
resolvido definitivamente com a troca pelos motores americanos
Curtiss-Conqueror.
O Dornier Do X foi logo apelidado de Navio Voador (Flugschiff) e possuía
um interior luxuoso, com uma configuração que se assemelhava aos
transatlânticos. A Dornier projetou o hidroavião para transportar 66
passageiros em voos de longa distância ou 100 passageiros em voos
curtos. A aeronave possuía três decks. No convés principal havia uma
sala para fumantes com bar, um salão de jantar, 66 assentos que podiam
ser convertidos em beliches, cozinha totalmente elétrica, lavatórios e
porão de carga.
O Do X iniciou seu voo de demonstração pelo mundo em novembro de 1930,
começando em Amsterdam, depois para Inglaterra, França e Portugal. Em
janeiro de 1931 chegou em Gran Canaria, depois Guiné Portuguesa e chegou
no Rio de Janeiro no dia 20 de junho de 1931. Depois a aeronave
continuou subindo pela América até chegar em Miami no dia 22 de agosto
de 1931, e em Nova York dias depois.
Além da primeira unidade, mais duas outras foram construídas por um
pedido da italiana SANA em 1931, entrando em serviço em agosto de 1931 e
maio de 1932. Elas deveriam ser usadas no tráfego mediterrâneo ao longo
da costa oeste italiana de Gênova a Trípoli, porém as aeronaves foram
consideradas inviáveis e foram usados para treinamento apenas. As duas
aeronaves foram desmontadas em 1937. Já a primeira unidade foi entregue
para a Luft Hansa,
que fez uma turnê com o avião em 1932. Porém em 1933 o Do X
sofreu um acidente e ficou fora de operação. No mesmo ano a aeronave foi
enviada para o museu de Berlim, onde ficou em exposição até o dia 24 de
novembro de 1943, quando foi destruído por um ataque aéreo durante a
Segunda Guerra Mundial. Apenas algumas partes da aeronave permanecem em
exibição no museu de Berlim.
Em 1935 a Dornier chegou a ter um projeto para uma versão melhorada do
Do X, denominada Dornier Do 20, porém acabou sendo abandonado.
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Origem: Alemanha
Produção: 1925-1931
Comprimento: 40,05 m
Envergadura: 47,8 m
Altura: 10,25 m
Peso: 28 toneladas
Peso máximo de decolagem: 52 toneladas
Motores: 12xSiemens Jupiter, Curtiss V-1570 Conqueror,
Fiat
Velocidade de cruzeiro:
170 km/h
Velocidade máxima: 210 km/h
Passageiros: 66-100
Primeiro voo: 1929
Alcance: 1700 km
Entregues:
3
Veja na página da Fairchild.