Fairchild 71 / Super 71

A Fairchild Aviation Corporation foi fundada por Sherman Fairchild em 1924, que estava insatisfeito com as aeronaves disponíveis na época, incapazes de voar com estabilidade e altitude suficiente para boas fotos aéreas. A sua primeira aeronave, Fairchild FC-1, voou pela primeira vez em junho de 1926. Um monoplano leve, monomotor, de asa alta, para quatro passageiros e capaz de operar em terra ou na água. O FC-2 foi uma versão redesenhada e com maior potência. As duas primeiras aeronaves foram projetadas especificamente para fotografias aéreas. Porém companhias aéreas também utilizaram a aeronave para o transporte de carga e passageiros.
Ainda em 1926 a Fairchild iniciou o desenvolvimento de uma versão maior do FC-2, capaz de levar o dobro de passageiros. Inicialmente batizado de Fairchild FC-2W2, a aeronave tinha a cabine totalmente fechada e asas dobráveis, que permitiam o seu fácil transporte por navio ou trem. Porém o crash da bolsa de Nova York, em 1929, fez com que o desenvolvimento e compras de novas aeronaves fosse adiado. Em 1930 uma versão modificada do Fairchild FC-2W2 com novo motores Wright J-6 começou a ser vendida. Essa versão foi batizada de Fairchild Model 51. Outra modificação, também usando os motores Wright J-6, mas com capacidade para mais dois passageiros, foi batizada de Fairchild Model 61.
A versão de maior sucesso foi o Fairchild 71, uma versão atualizada do Fairchild FC-2W2, com assentos mais confortáveis ​​e novos motores Pratt & Whitney, lançada em 1928. Já em 1930 a Fairchild lançou uma nova versão com melhorias nas asas e no internor, batizado de Fairchild 71A. Essa versão também foi produzida para a aviação militar, ganhando diferentes denominações como XC-8, XF-1, C-8 e YF-1.
Assim como seus antecessores, o Fairchild 71 foi projetado com objetivo principal de fotos aéreas. Porém muitas companhias aéreas viram o FC-71 como uma aeronave robusta e confiável para o transporte de carga e passageiros. O Fairchild 71 se mostrou adequado para operações em áreas remotas, com pouca infraestrutura e clima desfavorável.
A aeronave também foi fabricada pela filial da Fairchild no Canadá, sendo conhecida como Fairchild 71C. Uma versão exclusiva do Canadá, com fuselagem de metal, ficou conhecida como Fairchild 71CM.

Em 1933 a Fairchild iniciou um estudo para uma variante do Model 71. A nova aeronave tinha uma asa tipo guarda-sol e cockpit traseiro, devido a necessidade de um grande compartimento de carga frontal. O novo avião foi batizado de Fairchild Super 71, embora sua aparência seja bem diferente do Fairchild 71. Porém ao contrário do FC-71, o Super 71 não fez muito sucesso e apenas quatro unidades foram construídas. A falta de visibilidade para frente dos pilotos, problemas estruturais e superaquecimento dos motores, espantaram os compradores. A Fairchild chegou a modificar o projeto, colocando o cockpit à frente da asa e imediatamente atrás do motor, mas não foi o suficiente para levantar as vendas.

Em paralelo ao Fairchild 71, a fabricante também lançou outros modelos de aeronaves entre 1927 e 1932 como o Fairchild 21, Fairchild 22 e Fairchild 24, monoplanos para dois e quatro passageiros. Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, a Fairchild se concentrou na produção de aeronaves militares como o Fairchild PT-19, Fairchild AT-21 e Fairchild C-119. Após a guerra, já haviam no mercado aeronaves mais modernas e eficientes do que o Fairchild 71, embora as companhias aéreas tenham continuado a utilizar essas aeronaves por muitos anos.

No Brasil, o Fairchild 71 foi operado pela Aerovias Brasil entre 1944 e 1945. A companhia recebeu duas unidades, que operaram entre o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiânia, Maranhão e Pará, operando voos de passageiros e carga.

Operadoras no Brasil: Aerovias Brasil

 


Joe Osciak

 

Origem: Estados Unidos/Canadá
Produção: 1926-1935
Motores:
1x Wright J-5, Wright J-6, Curtiss Challenger, Armstrong Siddeley Lynx, Pratt & Whitney Wasp
Altitude de cruzeiro: 3,3 km (11 mil pés)
Primeiro voo: 14 de junho de 1926
Concorrentes: Fokker F.II, F.III, F.VII
 

E
  FC-2 FC-71 Super FC-71
Comprimento: 9,45 m 10,93 m 10,82 m
Envergadura: 13,41 m 15,39 m 17,67 m
Altura: 2,74 m 2,84 m 3,2 m
Peso da aeronave: 0,98 ton 1,4 ton 1,7 tons
Peso máximo de decolagem: 1,6 ton 2,7 ton 3,2 tons
Velocidade: 196 km/h 212 km/h 223 km/h
Alcance: 1127 km 1314 km 1314 km
Passageiros: 4 8 8
Primeiro voo: 1926 1926 1934
Construídos: 119 111 4

 

 

 

Fairchild 24

A Fairchild foi duramente afetada pela Grande Depressão de 1930. Com a demanda em baixa, a fabricante se concentrou em produzir uma aeronave barata e pequena. Nascia ai o Fairchild 22, um monoplano de asa alta e trem de pouso fixo. O avião adaptou muitos componentes da indústria automotiva, resultando numa aeronave barata e de fácil manutenção. Com o sucesso inicial do Fairchild 22, a fabricante logo iniciou um projeto para uma versão aprimorada, o Fairchild 24. A nova versão tinha cockpit fechado, maior capacidade de passageiros e equipamentos opcionais. O Fairchild 24 inovou ao poder ser equipado com dois tipos de motores diferentes. A aeronave também era capaz de pousar na grama graças ao seu trem de pouso robusto, capaz de absorver grandes choques. Além disso o Fairchild 24 podia ser equipado com flutuadores para pousos na água.
O Fairchild 24 fez bastante sucesso na aviação executiva e particular. Durante a Segunda Guerra Mundial a Fairchild também conseguiu muitas encomendas na aviação militar, onde essas aeronaves ficaram conhecidas como Fairchild UC-61 "Argus". Após a guerra o muitas companhias aéreas e táxis aéreos começaram a usar o Fairchild 24 em suas rotas e também para fretamentos. O Fairchild 24 teve mais de 20 subvariantes, todas com motores diferentes. Outras mudanças significativas incluem o aumento na capacidade de passageiros e redesenho do estabilizador vertical.

Operadoras no Brasil: NAB

 


Gustavo Corujo - Gusair

 

Origem: Estados Unidos
Produção: 1932-1948
Comprimento: 7,27 m
Envergadura: 11,08 m
Altura: 2,34 m
Peso: 0,8 ton
Peso máximo de decolagem: 1,3 ton
Motores: 1x Fairchild Ranger ou Warner Super Scarab

Velocidade de cruzeiro: 185 km/h
Velocidade máxima: 200
km/h
Passageiros: 2, 3 ou 4
Primeiro voo: 1932
Alcance: 748 km
Construídos: 2232

 

 

Fairchild 91

O Fairchild 91 foi construído como um pedido da Pan Am: um monomotor anfíbio, para oito passageiros, capaz de operar em rotas fluviais na América do Sul e China, em substituição ao Sikorsky S-38. Na busca pela eficiência aerodinâmica, a aeronave foi projetada com um único motor localizado na parte de cima das asas, dando à aeronave uma aparência incomum. O motor e as asas altas, ficavam protegidas de colisões durante o pouso e a decolagem na água.
Antes da construção do protótipo ser concluída, a Pan Am já não precisava mais da aeronave na China e Fairchild modificou o projeto otimizando-o para as condições tropicais da região amazônica. A encomenda original da Pan Am consistia em seis unidades. Porém após receber as duas primeiras, a companhia percebeu que já era o suficiente para atender a demanda e cancelou as outras encomendas. Logo que recebeu as duas unidades, a Pan Am as repassou para a Panair do Brasil, que as utilizou nas rotas do Rio Amazonas. Por essa razão o Fairchild 91 ganhou o apelido de “Jungle Clipper”. No entanto no Brasil, a aeronave ganhou o apelido de "Cachimbinho", devido ao formato do seu motor, embora o apelido oficial do avião tenha sido "Baby Clipper". O Fairchild 91 também ficou conhecido como Fairchild A942A.
A Panair operou o Fairchild 91 até 1944, quando foram substituídos pelo Sikorsky S-43.
A última unidade foi produzida para o Museu de História Natural de Nova York e era equipado com um motor Wright SGR-1820F-52 Cyclone, recebendo a denominação Fairchild 91B (ou Fairchild A942B).

Operadoras no Brasil: Panair do Brasil

 


Jose C Silveira Junior

 

Origem: Estados Unidos
Produção: 1935-1936
Comprimento: 14,22 m
Envergadura: 17,07 m
Altura: 4,47 m
Peso: 2,9 ton
Peso máximo de decolagem: 4,7 ton
Motores: 1x
Pratt & Whitney R-1690 ou Wright SGR-1820F-52 Cyclone
Velocidade de cruzeiro: 260 km/h
Velocidade máxima: 2
69 km/h
Altitude de cruzeiro: 4,8 km (15,6 mil pés)
Passageiros: 8
Primeiro voo: 5 de abril de 1935
Alcance: 1070 km
Construídos: 7

 

 

 

Fairchild C-82 / Fairchild C-119

O Fairchild C-82 foi concebido como uma aeronave de carga pesada, para substituir o Curtiss C-46 e o Douglas C-47. A aeronave começou a ser projetada em 1943, com fuselagem totalmente metálica, rampa de carregamento traseiro e portas largas, permitindo que caminhões e reboques recuassem até as portas sem obstrução. Porém logo foi verificado que a aeronave não tinha potência suficiente para o trabalho pesado que se destinava a realizar. Como resultado a Fairchild fez um redesenho da aeronave, que ficou conhecido como XC-82B. Embora a maioria dos C-82 tinha sido usada para transporte de carga e tropas, algumas poucas unidades também foram usadas para operações de pára-quedistas ou rebocar planadores militares. O C-82 também fez sucesso no serviço aéreo postal, devido a sua grande capacidade de carga.

Em 1946 a Fairchild começou o desenvolvimento de uma versão maior do C-82, nascia ai o Fairchild C-119. A nova aeronave era equipada com motores mais potentes e possuía fuselagem mais longa, larga e forte que o antecessor. O cockpit foi movido mais para frente, abrindo mais espaço de carga útil. As primeiras entregas começaram em dezembro de 1949, sendo praticamente todos os operadores Forças Aéreas de todo o mundo. Devido a sua grande capacidade de carga, o Fairchild C-119 foi batizado de "Flying Boxcar" (Vagão Voador). O C-119 acabou vendendo bem mais unidades do que o seu antecessor e as Forças Aéreas começaram a se desfazer dos C-82 para substituí-los por C-119. Por isso alguns C-82 foram repassados para companhias aéreas nos Estados Unidos, México, Chile e Brasil, que utilizaram a aeronave para o transporte de carga.
No Brasil, o C-82 foi operado pela Cruzeiro, entre 1957 e 1969, utilizando-o para voos cargueiros. No país a Cruzeiro pegou emprestado o apelido do sucessor C-119, chamando os seus C-82 de Vagão Voador.

Operadoras no Brasil: Cruzeiro

 


R.A.Scholefield

 

C-82 / C-119
Origem:
Estados Unidos
Produção: 1944-1948 / 1949-1955
Comprimento: 23,50 m / 26,37 m
Envergadura: 32,45 m / 33,30 m
Altura: 8,03 m / 8,08 m
Peso: 14,7 ton / 18 ton
Peso máximo de decolagem: 24,5 ton / 33,5 ton
Capacidade de combustível: 9,8 mil litros / 11 mil litros
Motores: 2x
Pratt & Whitney R-2800 / Pratt & Whitney R-4360
Velocidade de cruzeiro: 350 km/h
Velocidade máxima: 400
km/h
Altitude de cruzeiro: 6,5 km (21 mil pés) / 7,3 km (24 mil pés)
Primeiro voo: 10 de setembro de 1944 / 17 de novembro de 1947

Alcance: 6236 km / 2850 km

Entregues: 223 / 1183

 

 

Fairchild FH-227

Veja na página da Fokker.

 

 

Fairchild Dornier 328JET

Em 1971 a Fairchild mudou seu nome para Fairchild Industries, após a morte de seu fundador, comprou a Swearingen e realizou uma parceria com a Boeing para construir partes para aeronaves comerciais. Em 1996 a Fairchild assumiu os ativos da Dornier.
Em dezembro de 1988, a fabricante alemã Dornier, lançou o Dornier 328, um turboélice regional, para 30 passageiros. Algumas das vantagens do Dornier 328 eram a sua alta velocidade de cruzeiro, altitude e alcance.  O protótipo ficou pronto em outubro de 1991 e o primeiro voou comercial ocorreu em outubro de 1993. O Dornier 328 é um bimotor turboélice, projetado principalmente para voos curta distância, com uma forma aerodinâmica incomum, otimizada para altas velocidades de cruzeiro. Além disso o Dornier 328 oferece menor nível de ruído, cabine mais ampla e mais alta, em comparação aos concorrentes. A aeronave também é capaz de operar em pistas com pouca infraestrutura e irregulares. A fuselagem utiliza liga de alumínio e compósitos de fibra de carbono, e permite o arranjo de três (2+1) ou quarto (2+2) assentos por fileira, além da configuração combi flexível (parte para passageiro e parte para carga).  Também utiliza glass cockpit e está equipado com um conjunto de aviônicos EFIS Honeywell Primus 2000.
Porém o Dornier 328 foi lançado num momento de grande concorrência no mercado de turboélices regionais. Com uma demanda menor do que o previsto, a Dornier cancelou os estudos para uma versão de maior capacidade e começou a tentar uma parceria com a Fokker. O feedback das companhias aéreas foi de um avião com motores turbofan. A empresa então começou estudos para uma versão jato, inicialmente chamada de Dornier 328-300. A nova versão foi oficialmente lançada em fevereito de 1997, agora denominada Dornier 328JET. Porém ao longo do desenvolvimento da aeronave, a Dornier enfrentava dificuldades financeiras, o que culminou em sua aquisição pela fabricante americana Fairchild. A Fairchild optou por continuar com o projeto, rebatizando a aeronave de Fairchild Dornier 328JET. Até o final de 1997, a Fairchild havia garantido 17 pedidos firmes e 15 opções.
O Fairchild Dornier 328JET foi projetado para ser um desenvolvimento de mudança mínima do turboélice Dornier 328, permitindo que a Fairchild levasse a aeronave ao mercado o mais rápido possível. Além da substituíção dos motores turboélices por jato, a nova versão também ganhou reforço nas asas e trem de pouso, além de pequenas mudanças no software do conjunto de aviônicos. A certificação e as primeiras entregas ocorram em julho de 1999. Porém as vendas também não saíram como o esperado, levando a Fairchild Dornier para uma crise financeira. Como saída, a fabricante via a criação de uma família de aeronaves, assim como estavam fazendo a Bombardier e Embraer. A empresa começou a estudar versões maiores do 328JET: o 428JET para 44 assentos e 528JET para 50 assentos. A Fairchild Dornier também lançou o Fairchild Dornier 728, de 70 a 85 passageiros, e o Fairchild Dornier 928, de 95 a 110 passageiros.
Em março de 2002 ocorreu o lançamento oficial do "TAC 01" (Aeronave de Teste 01), o primeiro protótipo do Fairchild Dornier 728, apresentado ao público pela primeira vez. Porém em 1º de julho de 2002, a Fairchild Dornier foi declarada insolvente e forçada a declarar falência. Em 2003 os ativos da Fairchild Dornier foram adquiridos pela M7 Aerospace, que encerrou a fabricação de aeronaves, passando a focar apenas em peças aeroespaciais e serviços de suporte
.


Fred Willemsen


Frank C. Duarte Jr.

Dornier 328 / Fairchild Dornier 328JET
Origem:
Alemanha/Estados Unidos
Produção: 1991-2000 / 1996-2002
Comprimento: 21,23 m
Envergadura: 20,98 m
Altura: 7,05 m
Peso: 9 toneladas
Peso máximo de decolagem: 13,9 toneladas / 15,6 toneladas
Motores: 2x Pratt & Whitney Canada PW119B / Pratt & Whitney Canada PW306B
Velocidade de cruzeiro: 620 km/h / 750 km/h
Velocidade máxima: 620 km/h / 750 km/h
Altitude de cruzeiro: 9,5 km (31 mil pés) / 11 km (35 mil pés)
Passageiros: 30 a 40
Primeiro voo: 6 de dezembro de 1991 / 20 de janeiro de 1998
Alcance: 1852 km / 2740 km
Concorrentes: BN-2A Trislander, ATR-42, F-50, CRJ-200, ERJ-145
Companhia lançadora: Proteus Airlines
Entregues: 217 / 110

 

 

 

 

 

Aviação Comercial.net