|
|
A Panair do Brasil foi a maior
companhia aérea do Brasil até 1965, quando foi obrigada a
fechar as portas no governo militar. A Panair foi uma das
pioneiras na rota Brasil-Europa, era reconhecida
mundialmente e oferecia aos seus
passageiros o "Padrão Panair": um serviço de alta qualidade que incluía talheres de prata
e copos de cristal.
No dia
7 de março de 1929 nascia a NYRBA (New York - Rio de Janeiro
- Buenos Aires), uma companhia aérea com o propósito de
transportar carga dos EUA para a América do Sul. O primeiro
voo ocorreu no dia 11 de junho com um hidroavião
Sikorsky S-38.
No dia 15 de outubro a NYRBA foi autorizada a voar para o
Brasil e em dezembro foi inaugurada a rota Rio de
Janeiro - Buenos Aires.
No dia 24 de janeiro de 1930 foi criada a NYRBA do Brasil, pois
a legislação brasileira só dava condições iguais de
competição se a companhia tivesse uma subsidiária fundada no
Brasil. Em abril do mesmo ano, a NYRBA foi comprada pela
Pan Am. Com isso, no dia 17 de outubro, a NYRBA do Brasil virou
Panair do Brasil. A
frota inicial da Panair era formada por quatro Consolidated Commodore
e quatro Sikorsky S-38, vindos da
Pan Am.
A primeira rota de passageiros da empresa foi inaugurada em 1931 e passava
por todo o litoral brasileiro, desde Belém até Rio de Janeiro, numa
viagem que levava cinco dias.
As rotas da Panair ainda tinham conexão com as rotas da
Pan Am.
A partir de Belém os passageiros da Panair podiam ir até Nova York e a
partir do Rio de Janeiro podiam ir até o Uruguai e Argentina.
Em 1934 a Panair iniciou sua linha seguindo o rio Amazonas, desde Belém até
Manaus, com hidroaviões. Essa rota tinha 1.500 km de extensão e era operada
uma vez por semana em cada sentido. Para garantir a lucratividade, o governo
federal brasileiro assegurou uma subvenção por quilômetro voado. Dessa forma
a Panair conseguiu chegar em regiões remotas do Brasil, sendo muitas vezes o
único elo de ligação dessas cidades com o resto do país, oferecendo um
transporte rápido e consistente.
Em 1935 a empresa passou a ter o seu primeiro piloto
brasileiro, até então a tripulação era somente americana. No
ano seguinte a Panair recebeu o seu primeiro Fairchild 91, aeronave
especialmente
projetada para operar no rio Amazonas.
Em 1937 a Panair do Brasil recebeu o seu primeiro avião terrestre, o
Lockheed 10E
"Electra". Eles operaram entre o Rio de
Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo. Nesse ano a Panair também iniciou voos
para Assunção.
Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, os EUA, através da Panair,
construiu e melhorou aeroportos em toda a costa norte-nordeste do Brasil,
desde Belém até Salvador, incluindo Fernando de Noronha, que serviram de
base para os aviões da guerra. Além disso a companhia assumiu algumas
rotas da Syndicato Condor (futuramente
Cruzeiro do Sul),
pois esta estava com dificuldades para receber peças para as
suas aeronaves (que eram da Alemanha).
Em junho de 1940 veio o primeiro DC-2,
e em 1945 o primeiro DC-3, que se tornou a principal
aeronave para voos curtos na companhia. A frota de DC-3
cresceu rapidamente até atingir 19 unidades operadas simultaneamente. Com os DC-3
a Panair expandiu sua malha para o interior de São Paulo e Minas Gerais,
além de Campo Grande e Corumbá, oferecendo conexão com a Panagra para a
Bolívia.
Em dezembro de 1943 a participação da
Pan Am foi reduzida para
58%.
No dia 27 de abril de 1946 foram inaugurados os voos para Europa,
na rota Rio de Janeiro - Recife - Dakar - Lisboa - Paris - Londres. A Panair do
Brasil foi uma das primeiras companhias a ter voos regulares
para Europa após a Segunda Guerra Mundial. Para operar essas
rotas, a Panair se tornou
a primeira companhia aérea no mundo, fora dos EUA, a receber o
Constellation. A expansão
internacional da companhia seguiu com a inauguração dos voos para
Madrid e Roma, em setembro.
Em 1947 a empresa recebeu o seu primeiro
Catalina,
aeronave que ficou muito conhecida na região Amazônica. No mesmo ano a Panair
chegou na África, com voos para o Cairo, e expandiu seus destinos na Europa
com voos para Frankfurt, Istambul e Zurich (em 1948).
Em 1951 foram inaugurados os voos para Lima e Santiago.
Em 1952 a Panair seria uma das primeiras companhias aéreas
do mundo a operar jatos, com uma encomenda do
Comet 1. Mas a
encomenda foi cancela devido aos acidentes com a aeronave.
Em seu lugar vieram os DC-7 em
1957.
Em 1953 a Panair do Brasil passou a voar para
Hamburgo e Dusseldorf. Mas foi na década de 50
também que
os problemas da Panair começaram. Três acidentes com os
Constellations arranharam a imagem da empresa.
Em 1959 a Varig iniciou voos com
jatos e a Panair
"correu" para adquirir os seus também. Nesse ano a empresa
fechou com a
Pan Am a venda do restante de suas ações
para brasileiros.
A companhia entrou finalmente na era do jato no dia 21 de março
de 1961, quando recebeu os dois primeiros DC-8-33. Nessa altura a companhia já estava
totalmente nacionalizada.
Em julho de 1962 chegaram os Caravelle VI-R,
escolhidos para realizar as principais rotas domésticas e as rotas para a
América do Sul. Mas a companhia enfrentou mais acidentes. Um dos quatro
DC-8 caiu na Baia de Guanabara logo depois de decolar. Foi o
primeiro acidente com um jato no Brasil. Especulava-se na
época
que a Panair estava sem
dinheiro para fazer a manutenção de suas aeronaves.
Em 1964 o governo militar assumiu o poder no Brasil e
classificou a relação entre a Panair com a
Pan Am como
"ameaça a soberania nacional". E para piorar os executivos
da Panair tinham laços com Juscelino
Kubitschek, João Goulart e Jânio Quadros, fazendo da Panair
uma "inimiga" do governo militar.
No dia 10 de fevereiro de 1965 o presidente da Panair recebeu
um telegrama do governo dizendo que o certificado de
operação da empresa foi cassado. Cinco dias depois a
falência da companhia foi oficialmente decretada e o governo
se apossou dos ativos da empresa. As rotas nacionais e os
Caravelles foram repassados para a
Cruzeiro e os DC-8 e as
rotas internacionais foram repassadas para a
Varig. Ficou
claro que o fechamento da Panair já tinha sido planejado,
caso contrário seria impossível que no mesmo dia a
Varig
conseguisse operar todas as rotas internacionais da
companhia, sem deixar de embarcar nenhum passageiro.
Em dezembro de 1984 o Supremo Tribunal Federal concluiu que
a falência da empresa foi uma fraude. Mas já era "um pouco"
tarde demais.
Evolução da empresa:
Logos:
|
O hangar da companhia com um
Constellation
Constellation da Panair sobrevoando o Rio de Janeiro em 1951
DC-7 da Panair sobrevoando o Rio de Janeiro em
1958
Aeromoça da Panair com um modelo do Caravelle
Fundação: 1929
Encerrou as Atividades: 1965
Principais Aeroportos:
Aeroporto
Santos Dumont, Aeroporto Internacional Galeão
Sede:
Rio de Janeiro
Códigos: PAB / PB
> Veja a frota da Panair do Brasil
> Veja os Mapas de Rota da Panair do Brasil
>
Veja as
propagandas da Panair do Brasil
Atualizado em junho de 2010