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A Navegação Aérea
Brasileira S.A. (NAB) foi lançada no dia 17 de setembro de 1939 e sua
constituição foi realizada em fevereiro de 1940. As primeiras aeronaves, dois
Beechcraft 18S,
chegaram no Rio de Janeiro em novembro de 1940. O B18S tinha velocidade de 354
km/h, um alcance de 1750 km e capacidade para 6 passageiros. Mais dois aviões,
um Beechcraft D17 e um
Fairchild 24, chegaram no Rio em janeiro de 1941, via navio procedente de Nova
York.
A inauguração da primeira rota ocorreu no Aeroporto
Santos Dumont às 7h30 do dia 6 de setembro de 1941, onde o presidente da
República (Getúlio Vargas) deu o sinal para a partida do voo, na
rota Rio de Janeiro - Belo Horizonte - Bom Jesus da Lapa - Petrolina -
Fortaleza, operada com o Beechcraft 18S matriculado PP-NAA. A NAB foi a primeira
a conectar o Rio e Fortaleza numa rota que durava menos de um dia.
Diferentemente das primeiras companhias aéreas brasileiras, que iniciaram suas
rotas pelo litoral com hidroaviões, a NAB iniciou suas rotas pelo interior do
país com aeronaves terrestres. Para isso a NAB foi a responsável por construir
os campos de pouso em Bom Jesus da Lapa e Petrolina que até então não
tinham infraestrutura para receber aeronaves comerciais. No ano de 1941 a NAB
transportou 256 passageiros e 1 tonelada de carga.
Em dezembro de 1941 o PP-NAB foi o responsável por quebrar o recorde, em
um voo especial Rio - Bom Jesus da Lapa - Fortaleza, realizado em 7
horas e 27 minutos. Para realizar esse voo, os passageiros não puderam
levar bagagens, pois todo o peso que seria das bagagens foi destinado ao
combustível extra.
Além de conectar cidades no interior do país, a NAB
também mantinha, em Manguinhos, um centro de
manutenção, especializado na desmontagem e montagem de motores de aviões, além
de uma escola de treinamento de pilotos e radiotelegrafistas e serviços de
meteorologia. A estrutura ficou pronta em junho de 1941.
Em 1942 a companhia ampliou a frota com um Stinson Reliant, com capacidade para
3 passageiros, e três
Lockheed L18 Lodestar, com capacidade para 14 passageiros, sendo dois
recebidos em fevereiro e um em outubro, expandindo a malha para Recife,
João Pessoa, Teresina e Belém. Em seu
primeiro ano completo de operação, a NAB transportou 2384 passageiros e 21
toneladas de carga. No ano seguinte, em 1943, os números aumentaram para
8500 passageiros e 77 toneladas.
Após um período de forte expansão, a NAB enfrentou três acidentes num curto
espaço de tempo. O Beechcraft PP-NAA foi retirado de operação após um acidente
em Belo Horizonte no dia 13 de fevereiro de 1943, o
Lodestar PP-NAF se acidentou no dia 11 de outubro de 1944 e o
Lodestar PP-NAE no dia
15 de fevereiro de 1945. Para substituir as duas aeronaves perdidas, a N.A.B.
adquiriu mais um
Lodestar em abril de 1945. A aeronave foi matriculada PP-NAJ e foi recebida
em agosto do mesmo ano. Além disso, a companhia também anunciou a aquisição de
quatro aeronaves
Douglas DC-3, configurados para 21 passageiros, em novembro. O primeiro
chegou no dia 28 de novembro, matriculado PP-NAK. Infelizmente essa aeronave não
ficaria muito tempo voando, o PP-NAK sofreu um acidente no dia 21 de fevereiro
de 1947. No dia 11 de dezembro de 1947 o
Lodestar PP-NAI também se acidentou.
Em janeiro de 1947 chegou no Rio de Janeiro o PP-NAM, o penúltimo DC-3 fabricado no
mundo, vindo diretamente da fábrica da Douglas. Em agosto foi inaugurada a rota
São Paulo - Fortaleza. Porém o surgimento de várias companhias aéreas no Brasil após a Segunda
Guerra Mundial, fez com que a NAB passasse a sofrer forte concorrência em
rotas onde antes apenas ela operava. Como consequência a empresa entrou numa
crise financeira.
Em agosto de 1948 a situação chegou no limite e a NAB suspendeu as operações.
Por ser uma companhia aérea importante na época, o governo começou a estudar uma
forma de salvar a empresa. As investigações mostraram que a NAB dependia muito
das subvenções do governo e que as verbas eram má aplicadas pela administração
da empresa. Desde março a companhia havia parado de pagar os seus funcionários,
que continuaram trabalhando mesmo assim. A sua frota operacional era de apenas 5
aeronaves, sendo três DC-3 e dois
Lodestar. Finalmente, em março de 1950, os aviões da NAB voltaram a ligar os
motores. Com novos investidores e a ajuda do governo
brasileiro, a companhia então voltou a operar com aeronaves
DC-3 entre o Rio de Janeiro e cidades em Minais Gerias e Espírito Santo,
como Belo Horizonte, Montes Claros, Governador Valadares e Vitória.
Em 1957 a NAB voltou para mãos privadas e lançou uma nova identidade
visual, usando como símbolo um tucano.
Em 1958 a empresa já estava voando novamente no nordeste, na rota Rio de Janeiro
- Vitória - Caravelas - Canavieiras - Salvador - Aracaju - Maceió - João Pessoa
- Recife - Mossoró - Fortaleza, e também para o Centro-Oeste, nas rotas Rio de
Janeiro - Três Lagoas - Campo Grande - Corumbá - Cuiabá e Rio de Janeiro - Belo
Horizonte - Três Marias - Brasília. Para enfrentar a concorrência, a NAB lançou
uma campanha para parcelar o valor das passagens em cinco anos, pagando
à vista apenas 38% do valor. Na prática, uma tentativa de baratear os
preços e atrair os passageiros. Outras companhias aéreas também
ofereceram promoções semelhantes na época. Outra aposta da NAB foi o
maior foco em carga aérea, principalmente com os C-46.
Em março de 1959 a NAB atingiu uma frota de 14 aeronaves
DC-3 e C-46 operando simultaneamente
em 38 rotas domésticas. Apesar de aumentar a frota, a empresa entrou em
um novo ciclo de dificuldades financeiras. Quase como um "déjà-vu" a NAB
voltou a enfrentar acidentes em um curto espaço de tempo. Em setembro de
1958 o
DC-3 PP-NAR se acidentou em Barreiras, o
DC-3 PP-NAZ se acidentou em novembro de 1959 no Rio de
Janeiro, enquanto o C-46 PP-NMD se acidentou em
Porto Rico, em maio de 1960. O acidente do PP-NAR foi muito noticiado na
época, pois especulava-se que a causa do acidente foi a precária
manutenção realizada na aeronave após um grave incidente. A NAB chegou a
perder a sua licença de voos e teve a homologação de serviços de manutenção
cassada pelo DAC em maio de 1959, enquanto o departamento investigava a empresa.
Nesse período a NAB se aproximou da
Panair, firmando uma parceria. A NAB cogitou inclusive
estender esse acordo para que a
Panair realizasse a manutenção de suas aeronaves.
Entretanto não foi necessário, a empresa foi autorizada a voar novamente
e o seu centro de manutenção recebeu uma nova homologação na noite do
dia 6 de junho de 1959. Ainda em 1959 a companhia expandiu a sua malha para Parnaíba e Juiz de Fora.
Em setembro de 1961 a NAB e a Lóide Aéreo Nacional
iniciaram conversas para operar em consórcio. Em janeiro
de 1962 a Vasp adquiriu as duas empresas.
Evolução do logo:
Evolução da empresa:
|
Fundação:
1939
Encerrou atividades: 1962
Principais Aeroportos: Rio de Janeiro
Sede:
Rio de Janeiro
Destinos: Rio de Janeiro, São Paulo, Bauru, Belo Horizonte, Juiz de Fora,
Poços de Caldas, Leopoldina, Ponte Nova, Santa Rita do Sapucaí, Lambary,
Vitória, Colatina, Aimorés, Itaperuna, Cachoeiro de Itapemirim, Três Lagoas,
Campo Grande, Corumbá, Cuiabá, Brasília, Cachoeiro, Canavieiras, Caravelas, Lapa, Petrolina,
Salvador, Aracajú, Maceió, Mossoró, Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza, São Luis, Parnaiba, Teresina, Belém
> Frota:
|
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> Aeronaves Utilizadas:
Aeronave: | Período: | Unidades: | Passageiros: | Matrícula: |
Beechcraft 18S | 1940-1948 | 2 | 6 | PP-NAA, PP-NAB |
Beechcraft D17 | 1941-1948 | 1 | 3 | PP-NAC |
Fairchild 24 | 1941-1948 | 1 | 3 | PP-NAD |
Curtiss C-46 | 1959-1961 | 11 | 48 |
PP-NAO, PP-NAP, PP-NAQ, PP-NMC, PP-NMD, PP-NME, PP-NMF,
PP-NMG, PP-NMH, PP-NMI, PP-NML |
Douglas DC-3 | 1945-1961 | 15 | 21 |
PP-NAK, PP-NAL, PP-NAM, PP-NAN, PP-NAR, PP-NAS, PP-NAT,
PP-NAU, PP-NAV, PP-NAW, PP-NAX, PP-NAY, PP-NAZ, PP-NMA, PP-NMB |
Lockheed L18 Lodestar | 1942-1948 | 5 | 14 | PP-NAE, PP-NAF, PP-NAH, PP-NAI, PP-NAJ |
Stinson Reliant | 1942-1948 | 1 | 3 | PP-NAG |
> Mapa de Rotas:
1955
1944
1943
1941
Atualizado em março de 2023