Saab 90 Scandia

A Saab foi fundada em 1937 na Suécia como Svenska Aeroplan AktieBolag após a fusão da Svenska Aero com a Linköping. O objetivo inicial da empresa era a fabricação de aeronaves militares para o governo sueco durante a Segunda Guerra Mundial. No final da década de 1940 a Saab também começou a fabricar carros e na década 50 a empresa se aventurou no mercado de computadores.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Saab começou um projeto para construir aeronaves comerciais, uma vez que a demanda de aeronaves militares vinha diminuindo. O primeiro projeto da empresa nessa área foi uma aeronave para substituir o popular DC-3. Porém a Saab não foi a única a ter essa ideia. Várias fabricantes ao redor do mundo pensaram o mesmo e o mercado para um substituto do DC-3 se tornou bastante competitivo.
O desenvolvimento começou em fevereiro de 1944 e o protótipo voou pela primeira vez no dia 16 de novembro de 1946. O Saab 90 demonstrou ser capaz de voar em baixa velocidade, podendo alcançar 110 km/h sem entrar em estol. A configuração interna podia acomodar quatro assentos por fileira, num total de 32 assentos, ou uma configuração mais confortável de três assentos por fileira, com capacidade total de 24 passageiros. A Saab também decidiu equipar a aeronave com motores mais potentes do que o inicialmente previsto.
Os primeiros voos de demonstração ocorreram em 1947 na Dinamarca, Holanda, Bélgica e Suíça. Em 1948 o Saab 90 fez sua demonstração na Noruega, Irlanda, Reino Unido, Portugal, Espanha, França e Finlândia. Apesar do interesse das imprensas locais e das companhias aéreas, o Saab 90 acabou não recebendo nenhuma encomenda. Então uma segunda turnê promocional foi iniciada em agosto de 1949. Dessa vez o Saab 90 também visitou países na África e os EUA. Mesmo assim a aeronave continuou sem compradores. Coube então a AB Aerotransport (antecessora da SAS) inaugurar a aeronave, com uma encomenda de 11 unidades. Os primeiros foram entregues em 1950 e a SAS os colocou em voos intra-escandinavos e também para alguns destinos na Europa como Amsterdam, Bruxelas e Londres. A outra única encomenda para o Saab 90 veio do Brasil.
Em fevereiro de 1949 o governo do Estado de São Paulo adquiriu o controle acionário da Aerovias Brasil. A companhia aérea estava precisando de aeronaves para substituir o DC-3 e ampliar a frota. A Aerovias analisou o Convair 240/340, porém acabou escolhendo o Saab 90 por ser mais barato. A empresa brasileira encomendou seis unidades. O primeiro chegou no Brasil no dia 11 de agosto de 1950. Porém em dezembro do mesmo ano, o governo do Estado de São Paulo decidiu transferir todos os Saab 90 para a Vasp, outra companhia aérea sob o seu controle. Em maio de 1954 a Real comprou a Aerovias Brasil. Enquanto isso a Vasp não só recebeu os seis Saab 90 encomendados pela Aerovias, como começou a comprar os Saab 90 da SAS. Em 1959 a Vasp já estava operando simplesmente todos os Saab 90 fabricados no mundo!, incluindo o protótipo. O Saab 90 se tornou a principal aeronave da Vasp e permaneceu em operação na companhia aérea brasileira até o final da década de 1960.
Já para a Saab, o Saab 90 foi um grande fracasso de vendas. A fabricante tinha um projeto para uma versão maior, conhecida como Saab 90B, porém foi abandonado.

Operadoras no Brasil: Vasp
 


Lucas Loreto

 

Origem: Suécia
Produção: 1946-1954
Comprimento:
21,30 m
Envergadura: 28,00 m
Altura: 7,40 m
Motores: 2x Pratt & Whitney R-2180-E Twin Wasp E
Peso: 9,9 toneladas
Peso máximo de decolagem: 15,9 toneladas
Capacidade de combustível: 2 mil litros

Velocidade de cruzeiro: 340 km/h

Velocidade máxima: 450 km/h
Altitude de cruzeiro: 7,5 km
Alcance: 2650 km
Passageiros: 24 a 32
Pista mínima para decolagem: 0,8 km
Primeiro voo: 1946
Entregues: 18

Concorrentes: Fokker 27, Convair 240,
HS 748

 

 

 

Saab 340

Após anos mais dedicados para a aviação militar, a Saab voltou os seus olhos para a aviação comercial em 1974, quando começaram estudos para um novo avião de curta distância para cerca de 30 passageiros, semelhante ao Saab 90. O primeiro passo foi escolher se a aeronave seria movida por motores turbofan ou turboélice, optando-se pela segunda opção. Em 1980 a Saab anunciou uma parceria com a Fairchild para desenvolver e produzir o avião regional. O Saab 340 incorporou técnicas de fabricação e design usadas nas aeronaves militares da Saab, como a eliminação do uso de rebites nas estruturas de alumínio, usando a colagem por difusão para reduzir o peso. A aeronave foi batizada de SF340, em referência a Saab e Fairchild.
O primeiro SF340 ficou pronto em 1983 e a primeira entrega aconteceu em junho de 1984. Porém em 1987 a Fairchild optou por encerrar as suas atividades na aviação comercial, após a construção de 40 unidades. Sendo assim a Saab assumiu toda a produção da aeronave e a rebatizou de Saab 340A.
Em 1989 foi lançada uma nova versão com motores mais potentes e estabilizadores horizontais mais largos, Saab 340B.
Em 1994 a última versão Saab 340B Plus (S340B+) foi lançada. Essa versão incorporou as melhorias aplicadas no irmão maior Saab 2000, como um sistema de controle ativo de ruído e vibração na cabine, pontas das asas estendidas, um design interior mais moderno e mudanças no compartimento do banheiro para aumentar a capacidade de carga.
O Saab 340 conseguiu um número considerável de clientes, principalmente na Europa. Nos EUA o S340 conseguiu uma encomenda para 50 unidades da American Eagle. Porém um mercado de aeronaves regionais cada vez mais competitivo, começou a abalar as vendas do modelo. Enquanto o S340 tinha vantagem em etapas curtas, o Fokker 100 e BAe 146 levavam mais passageiros e tinham mais alcance. Com o lançamento do CRJ-200 e ERJ-145, o S340 viu surgir competidores com capacidade de passageiros mais próxima e equipados com motores turbofan. De outro lado o S340 também sofria concorrência de modelos turboélice como o ATR-42 e o Dash 8.
Em dezembro de 1997 a Saab anunciou o fim da produção do S340, devido a falta de encomendas. As últimas unidades produzidas foram entregues em junho de 1999.

 


Eduard Marmet

 

Origem: Suécia
Produção: 1983-1999
Comprimento:
19,73 m
Envergadura: 21,44 m
Altura: 6,97 m
Motores: 2x General Electric CT7-5A2 / CT7-9B
Peso: 8,6 toneladas
Peso máximo de decolagem: 13 toneladas

Velocidade de cruzeiro: 524 km/h

Altitude de cruzeiro: 7,6 km
Alcance: 870 km
Passageiros: 34 a 36
Pista mínima para decolagem: 1,2 km
Primeiro voo: 25 de janeiro de 1983
Entregues: 459

Concorrentes: Fokker 50,
ATR-42, Dash 8-200, Embraer EMB-120, Embraer ERJ-135
Companhia Lançadora: Crossair

 

 

 

Saab 2000

Após o lançamento do S340, a Saab partiu para um projeto de uma versão alongada, capaz de transportar 50 passageiros. O projeto para o Saab 2000 começou em dezembro de 1988 e foi oficialmente lançado em maio de 1989. O S2000 possuí envergadura 15% maior que seu irmão menor e seus motores estão localizados mais longe da fuselagem, com objetivo de reduzir o ruído da cabine. A aeronave também ganhou um sistema de controle ativo de ruído e vibração na cabine. Os motores Rolls-Royce/Allison permitiram que a aeronave se tornasse o turboélice mais rápido do mundo na época, alcançando 665 km/h na velocidade de cruzeiro. Dessa forma, o Saab 2000 era capaz de realizar voos com um tempo próximo a um jato, mas com a economia de um turboélice.
A primeira entrega ocorreu em setembro de 1994. Porém o Saab 2000 recebeu bem menos encomendas do que o Saab 340. A aeronave surgiu no mesmo momento em que foram lançados concorrentes com motores turbofan, como o CRJ-200 e ERJ-145, oferecendo mais conforto para os passageiros e melhor desempenho. Sem clientes interessados, a produção foi encerrada em pouco tempo. A última unidade foi entregue em abril de 1999.

 


Fred Willemsen

 

Origem: Suécia
Produção: 1992-1999
Comprimento:
27,28 m
Envergadura: 24,76 m
Altura: 7,73 m
Motores: 2x Rolls-Royce AE 2100P
Peso: 13,8 toneladas
Peso máximo de decolagem: 22,8 toneladas

Velocidade de cruzeiro: 665 km/h
Velocidade máxima: 765 km/h

Altitude de cruzeiro: 7,6 km
Alcance: 2.869 km
Passageiros: 50
Primeiro voo: 26 de março de 1992
Entregues: 63

Concorrentes:
ATR-42, CRJ-200, Dash 8-300, Embraer ERJ-145, Fokker 50, BAe ATP

 

 

 

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