Savoia Marchetti S.55

A Società Idrovolanti Alta Italia (SIAI) foi fundada em 1915 com objetivo de fabricar hidroaviões para as forças armadas italianas. O seu primeiro projeto foi o SIAI S.8, um hidroavião de reconhecimento para dois passageiros, em 1917. A primeira aeronave de sucesso foi o SIAI S.16, lançado em 1919, um hidroavião para realizar atividades de reconhecimento aéreo e bombardeiro, com capacidade para 5 passageiros. Porém seu grande alcance chamou a atenção de outros clientes além da Itália. O SIAI S.16 foi operado inclusive pela Marinha do Brasil, com quinze unidades.
Após a Primeira Guerra Mundial, a empresa foi vendida para a Società Anonima Costruzioni Aeronautiche Savoia e passou a se chamar Savoia. Em 1922 o engenheiro Alessandro Marchetti ingressou na empresa e projetou uma série de hidroaviões. Essas aeronaves ficaram conhecidas como Savoia-Marchetti.
A empresa ganhou fama com o hidroavião Savoia-Marchetti S.55, que estabeleceu nada menos que 14 recordes mundiais. Em 1927 o brasileiro João Ribeiro de Barros realizou a primeira travessia aérea do Atlântico Sul sem escalas com um S.55, batizado de "Jahú", entre Gênova e São Paulo. Já em 1928 outro S.55 realizou o primeiro voo entre a Europa e o Brasil sem escalas, pelos aviadores italianos Carlo Del Prete e Arturo Ferrarin. Além disso a Marinha do Brasil chegou a operar oito S-55 durante a década de 1930.

O Savoia-Marchett 55 tinha um formato incomum, com duas cabines flutuantes separadas e a cabine de comando no meio. O S55 tinha cascos duplos de formato côncavo (casco de catamarã) e seu motor ligeiramente inclinado para baixo, reduzia o arrasto hidrodinâmico quando decolava da água. A aeronave tinha cauda dupla com três estabilizadores verticais. O S.55 podia ser desmontado facilmente para transporte por terra ou mar. O S55 foi construído principalmente em madeira, pois o metal tornaria a produção muito cara. O Savoia-Marchett S.55 também teve uma versão civil, com capacidade para 10 passageiros.
Em 1933 foi lançada a versão melhorada, denominada S.55X, com motores Isotta Fraschini W-18, hélices metálicas de três pás e instrumentação aprimorada, aumentando o desempenho. Apenas 25 unidades foram construídos.

Em 1931 decolou pela primeira vez o Savoia-Marchetti S.66, uma versão alongada do S.55. Dessa vez a aeronave foi criada para o mercado de aviação comercial e vinha equipada com duas cabines de passageiros, cada uma com sete assentos, dois sofás-cama e um banheiro. 24 unidades foram construídas, todas para companhias aéreas italianas. Anos depois um substituto para o S.66 foi proposto, o Savoia-Marchetti SM.77. Apesar de ter um protótipo construído, em 1937, o projeto não foi concluído. Porém sua asa foi usada no desenvolvimento do bombardeiro SM.79.

 

 

Origem: Itália

Produção: 1926-1945
Comprimento: 16,5 m
Envergadura: 24 m
Altura: 5 m
Peso: 5 toneladas
Peso máximo de decolagem: 18 toneladas
Motores: 2x Isotta Fraschini Asso 500 V-12 ou Fiat A.22R de 418 kW
Velocidade de cruzeiro:
205 km/h
Passageiros: 10 - 12
Primeiro voo: Agosto de 1924
Altitude de cruzeiro: 3 km
Alcance: 1.200 km

Entregues: 243

 

 

 

Savoia Marchetti SM.79/ SM.83

O Savoia-Marchetti SM.79 "Sparviero" (gavião) foi o avião italiano mais conhecido durante a Segunda Guerra Mundial. Foi originalmente desenvolvido no início da década de 1930 como um monoplano de asa baixa, feito de madeira e metal, com capacidade para 8 passageiros. A aeronave tinha três motores e trem de pouso retrátil. Sua fuselagem tinha a estrutura em aço, coberta de duralumínio, compensado e tecido. Já as asas eram feita de madeira e compensado e equipadas com ailerons e flaps. Seu foco era a velocidade, que superaria qualquer um dos seus contemporâneos. Isso despertou o interesse do governo italiano, que pediu uma versão militar. Nos seus primeiros voos, o SM.79 estabeleceu 26 recordes mundiais e se tornou um símbolo de prestígio nacional. Quando entrou em operação, o SM.79 era o bombardeiro médio mais rápido do mundo e operava sem escolta de caça, pois sua alta velocidade evitava a interceptação. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, quase 600 unidades já haviam sido produzidas. Para operar o SM.79 eram necessários cinco ou seis tripulantes na cabine: piloto, copiloto, engenheiro de voo/artilheiro, operador de rádio, bombardeiro e artilheiro traseiro. O SM-79 era facilmente reconhecível devido à sua "corcunda" na fuselagem, apelidado pelos aviadores italianos de  "il gobbo maledetto" (o corcunda maldito). A Força Aérea Brasileira operou três unidades do SM-79.
Em 1938 a Savoia-Marchetti finalmente lançou uma versão civil da aeronave que seria para passageiros, mas acabou virando militar. O Savoia-Marchetti SM.83 era a versão para a aviação comercial do famoso SM.79. Utilizando a mesma estrutura, o SM.83 tinha alguns adicionais como aquecedor, fornecimento de oxigênio e isolamento acústico para o conforto dos passageiros. Apesar do grande sucesso da versão militar, as companhias aéreas acabaram preferindo o SM.73, que era capaz de levar mais passageiros. O SM.79 permaneceu em serviço para o governo italiano até 1952.

 

 

Origem: Itália

SM.83
Produção:
1936-1945
Comprimento: 16,2 m
Envergadura: 21,2 m
Altura: 4,1 m
Peso: 6,8 ton
Peso máximo de decolagem: 10,3 ton

Motores:
3x Alfa Romeo 126 R.C.34
Velocidade de cruzeiro: 400 km/h
Velocidade máxima: 444
km/h
Passageiros: 10
Altitude de cruzeiro: 8,4 km
Primeiro voo: 19 de novembro de 1938

Alcance: 1.500 km
Companhia Lançadora: LATI
Entregues: 23 / 1.240 (SM79)

 

 

 

Savoia Marchetti SM.75 / SM.95

O projeto do SM.75 começou como um pedido da companhia aérea italiana Ala Littoria, que buscava um avião comercial de médio/longo alcance. Para isso a fabricante usou como base do SM.73, um monoplano com três motores e trem de pouso fixo. A sua fuselagem era feita de metal, madeira e tecido. Suas asas vinham do S.55 e suas hélices eram de metal. O SM73 podia levar 18 passageiros e era conhecida por ser uma aeronave robusta e confiável, capaz de operar em aeroportos com pouca infraestrutura e com pistas pequenas. O SM73 ganhou uma versão militar, denominada SM.81.
O Savoia-Marchetti SM.75 "Marsupiale" manteve as principais características do SM.73. Suas diferenças eram o trem de pouso retrátil e sua fuselagem maior. Durante seu desenvolvimento a Força Aérea Real Italiana se interessou pelo modelo e uma versão militar também foi produzida, conhecida como Savoia-Marchetti SM.82.
Em 1939 foi lançada a versão hidroavião, sob o nome SM.87 e motores Fiat A.80 de 746 kW. Outra versão lançada foi o SM.75GA (Grande Autonomia) com motores mais potentes e tanques de combustível extra para um alcance maior. Por fim foi lançado o SM.90, uma versão equipada com motores mais potentes, Alfa Romeo 135 RC32, e com fuselagem alongada (apenas uma unidade foi construída). A denominação Savoia-Marchetti SM.76 refere-se aos SM.75 entregues para a companhia aérea LATI, que não tem nenhuma diferença a não ser o nome.
O SM.75 iniciou operações comerciais em 1938, com voos dentro da Europa e para a América do Sul, incluindo a rota Roma - Rio de Janeiro. Mesmo após o inicio da Segunda Guerra Mundial, os voos para a América do Sul continuaram operando até dezembro de 1941, sendo uma das últimas ligações regulares entre dos dois continentes a serem suspensas. O SM.75GA foi o responsável por realizar a primeira ligação entre Roma e Tokyo, em junho de 1942.

Apostando num futuro de aviões quadrimotores, a Savoia-Marchetti lançou o sucessor do SM.75 em 1937. Denominado Savoia-Marchetti SM.95, foi um quadrimotor feito com aço soldado, liga leve, tecido, madeira e revestimento de compensado. O desenvolvimento do SM95 foi afetado pela Segunda Guerra Mundial, que adiou a entrada em serviço. A versão para passageiros ficou conhecida como SM.95C (Civil) e a versão militar como SM.95B (Bombardeiro). Após as duas primeiras unidades construídas, a produção foi interrompida em 1943, por causa da guerra. A terceira unidade só ficou pronta em julho de 1945. Após a guerra, os SM.95C começaram a operar voos regulares pelas companhias aéreas italianas, sendo os primeiros destinos Londres, Cairo e Paris.
Foram propostas uma versão totalmente em metal, denominada SM.95S, e uma versão de longo alcance, SM.95GA, porém não houveram compradores interessados.

Em 1943 a fabricante alterou o seu nome para SIAI-Marchetti. A medida que a Segunda Guerra Mundial avançava a favor dos Aliados, as instalações da fabricante eram alvos prioritários para bombardeios. No final da guerra a empresa estava fisicamente destruída. A SIAI-Marchetti continuou a fazer esforços para projetar e produzir novas aeronaves, mas a situação econômica da Itália não permitia tais ambições no curto prazo. A empresa passou a sobreviver com a fabricação de peças para trens e caminhões. Em setembro de 1951 a SIAI-Marchetti declarou falência. Em 1953 a empresa ressurgiu e passou a focar no mercado de helicópteros. Em 1983 foi adquirida pela Agusta e seus ativos restantes pela Aermacchi em 1997.

SM.75

SM.95

Tony Clarke Collection

Origem: Itália

SM.75 / SM.95
Produção:
1937-1942 / 1942-1949
Comprimento: 21,59 m / 24,77 m
Envergadura: 29,69 m / 34,28 m
Altura: 5,09 m / 5,25 m
Peso: 9 toneladas / 13 toneladas
Peso máximo de decolagem: 14 toneladas / 21 toneladas

Motores: 3
x Alfa Romeo 126 RC34 / 4x Alfa Romeo 128 RC18
Velocidade de cruzeiro: 325 km/h
Velocidade máxima: 369
km/h
Passageiros: 24 / 38
Altitude de cruzeiro: 7 km
Pista mínima para decolagem: 337 m
Primeiro voo: novembro de 1937 / 8 de maio de 1943
Alcance: 2.279 km / 7.000 km (SM75GA) / 2.000 km (SM95)

Companhia Lançadora: Ala Littoria / Alitalia
Entregues: 90 (SM.75) / 727 (SM.82) / 20 (SM.95)

 

 

 

Aviação Comercial.net