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O inicio da aviação comercial
na Itália remonta a 1911, com os primeiros voos para o transporte de correio
aéreo. A Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, fez com que o foco
estive na aviação militar. Porém, após a guerra, as primeiras companhias
aéreas começaram a surgir, assim como o inicio do transporte comercial de
passageiros. Porém elas tiveram que esperar o estabelecimento da lei para
obter subsídios estatais. Mesmo empresa que já haviam sido criadas, como a
Società Italiana Servizi Aerei (SISA), fundada em 1922, tiveram que esperar
até o dia 31 de janeiro de 1926, quando a lei finalmente entrou em vigor. A
SISA foi a primeira companhia italiana a operar um voo regular, no dia 1º de
abril de 1926, na rota Trieste - Veneza - Pavia - Turim. A frota inicial da
empresa era composta por quatro hidroaviões CANT 10. Em 16 de setembro de 1946 foi
fundada a Aerolinee Internazionali Italiane (ALII), tendo como acionistas o
governo italiano e a BOAC. O voo inaugural
aconteceu no dia 5 de maio de 1947, na rota Torino - Roma - Catânia, operada
pelo trimotor Fiat G-12. No dia 6 de julho
ocorreu o primeiro voo internacional, na rota Roma - Oslo, operada pelo
Savoia Marchetti SM-95. Em seguida a malha
na Europa foi ampliada com voos para Paris, Londres, Nice e Genebra. Em seu
primeiro ano de operação, a frota atingiu 11 aeronaves.
Com a ascensão do regime liderado por Benito Mussolini, governo passou a
investir no setor como parte de sua política de modernização e propaganda. O
governo então começou a integrar várias companhias aéreas privadas, levando
a criação de uma grande companhia aérea estatal, a Ala Littoria, fundada em
1934. A empresa nasceu com um grande malha de voos domésticos, voos
internacionais na Europa e a "Linea dell'Impero" para a África. Em 1939 sua
frota ultrapassou cem aeronaves. A rota para a América do Sul ficou a cargo
de outra companhia aérea, a LATI.
A Segunda Guerra Mundial trouxe novamente mudanças para o setor. As
aeronaves civis foram requisitadas pelo governo para uso militar e a aviação
comercial italiana praticamente deixou de existir. A Ala Littoria continuou
operando, porém apenas para missões militares. A queda de Mussolini e o
subsequente caos político e econômico impediu qualquer tentativa de manter
operações comerciais regulares, colocando um ponto final na Ala Littoria.
Após o fim da guerra, a Itália começou a reconstruir o seu setor de aviação
comercial.
Em maio de 1948 foi inaugurada a primeira rota
intercontinental, Roma - Dakar
- Natal - Rio de Janeiro - São Paulo - Buenos Aires, operada
pelo Lancastrian.
Em dezembro de 1949 a frota foi renovada com o recebimento de quatro
Douglas DC-4. As aeronaves foram as responsáveis por
introduzir as "aeromoças", com uniformes desenhados pela grife Sorelle
Fontana.
Em 31 de outubro de 1957 a ALII se fundiu com a Linee Aeree Italiane (LAI),
passando a adotar o nome Alitalia. A LAI foi fundada em setembro de 1946,
tendo como acionistas a TWA e o governo italiano. As
operações começaram em abril de 1947, na rota Roma - Cagliari - Milão -
Palermo - Catania, com aeronaves Douglas DC-3. Em
julho de 1950 lançou voos para os EUA, na rota Roma - Nova York, operada
pelo DC-6. A frota de curto/médio alcance foi renovada
com aeronaves Convair 240, em 1953, e
Vickers Viscount, em 1957. A fusão das duas
empresas estava alinhada com a visão do governo italiano de criar uma
companhia aérea local forte. Após a fusão a frota combinada alcançou 37
aeronaves.
Em 1960 a Alitalia entrou na era do jato com a chegada dos primeiros
Caravelle e Douglas
DC-8-43. O
DC-8-43 passou a ser utilizado na
rota para o Brasil em 1961, sendo substituído, em 1968, pelo DC-8-62.
O
maior alcance da aeronave permitiu voos sem escalas entre Roma e o Rio de
Janeiro. Em 1960 também foi criada a SAM (Societá
Aerea Mediterranea),
uma subsidiária charter e, em 1963, a ATI (Aero
Transporti Italiani) para voos nacionais. A SAM encerrou
operações em 1981 e a ATI foi absorvida pela Alitalia em outubro de 1994.
Em 1970 a companhia recebeu o primeiro wide-body
Boeing 747, que entrou em serviço na rota Roma - Nova York. No mesmo ano
foi lançado um novo logo. A flecha alada foi substituída pela letra A com as cores branco, verde e
vermelho. Nessa altura a frota era composta apenas por jatos.
Em 1973 chegaram os primeiros
DC-10 e foi inaugurada a rota Roma - Tokyo. O
DC-10 assumiu a rota para o Brasil em 1975, onde
permaneceu operando até 1982, quando foi substituído pelo
Boeing 747.
Em 1980 chegou o primeiro Airbus, o A300. Em 1984 a
Alitalia começou a receber os MD-80, que se tornaram
a principal aeronave para curta e média distância pelos próximos 20 anos.
Em dezembro de 1991 chegou o primeiro
MD-11. A aeronave passou a operar na
rota Roma - Rio de Janeiro - São Paulo, cinco vezes por semana, em 1993.
Em 1997 foi criada a Alitalia Express, uma subsidiária para
voos regionais.
Em 1998 foi inaugurado o novo hub em Milão. Já a rota para o Brasil foi
alterada, dando prioridade para São Paulo, que passou a ser Roma - São Paulo
- Rio de Janeiro. Em 1999 a rota foi dividida em duas: Roma - Rio, com o
MD-11, e Roma - São Paulo, com o Boeing 767-300ER.
Em 2001 a Alitalia entrou na SkyTeam (Aliança global entre
empresas aéreas).
Em 2003 foi inaugurada a rota Milão - São Paulo sem
escalas, que se somou ao voo direto para Roma. No dia 2 de novembro o 767 foi substituído pelo
Boeing
777-200 e os voos passaram a ser somente entre Milão e São
Paulo. As frequentes alterações na rota para o Brasil
evidenciava os problemas financeiros que a Alitalia vinha enfrentando desde
década de 1990. A liberalização do setor aéreo na União Europeia fez com que
a Alitalia passasse a sobre maior concorrência, principalmente das low cost,
low fare como a EasyJet. A empresa começou a
registrar prejuízos recorrentes e o governo italiano frequentemente
precisava intervir para cobrir déficits. Em 1993 começaram as primeiras
tentativas de privatizar a Alitalia, com a Air
France e depois com a KLM. No entanto fortes
protestos sindicais atrasaram as negociações. A companhia entrou na década
de 2000 com uma situação financeira grave.
Em 2008 a Alitalia pediu ao Tribunal de
Roma autorização para declarar estado de insolvência e
assim receber uma administração extraordinária para sair da
crise, uma espécie de Recuperação Judicial. O governo
italiano interveio para evitar a falência, criando a CAI (Compagnia Aerea
Italiana). A nova empresa assumiu os ativos da Alitalia e da One Air,
enquanto os passivos foram deixados com a "velha Alitalia."
Em janeiro de 2009 administração da nova Alitalia aceitou a
oferta da Air France/KLM de
comprar 25% da companhia. A "antiga Alitalia" cessou operações em 12 de janeiro de 2009 às
22h. Sete horas depois a "nova Alitalia" fez o seu
primeiro voo: Roma - Londres. A frota
foi reduzida, assim como o número de destinos operados e o número de
funcionários.
Em 2010 a companhia, já reestruturada, começou a renovar a
frota com Airbus A330 e a anunciar
novas rotas. Também foi iniciado um amplo acordo de
code-share com a Air France/KLM e
Delta.
Em junho de 2011 a Alitalia voltou a voar para o
Rio de Janeiro, inicialmente com três frequências semanais
entre Rio e Roma com o A330-200.
No dia 17 de dezembro de 2012 aconteceu o último voo com o
MD-80 na companhia, na rota Roma-Veneza.
Em
2013 a companhia novamente entrou numa séria crise financeira. Apesar das
reformas e cortes realizados, os problemas estruturais persistiram e a
Alitalia continuava a operar com prejuízo. Enquanto o governo italiano
pressionava a Air France-KLM para aumentar sua
participação na Alitalia ou investir mais na empresa, a Air
France-KLM se negava a continuar investindo, citando desafios de gestão
interna, greves frequentes e a falta de progresso em reformas estruturais.
Essa tensão levou a um desgaste na relação entre as duas companhias e com o
governo italiano.
Em junho de 2014 a
Etihad Airways comprou 49% da Alitalia, salvando a empresa mais uma vez
da falência eminente. Nessa época a
Etihad tinha uma estratégia agressiva de expansão internacional,
investindo em companhias aéreas de outros países para aumentar sua presença
global. A ideia da Etihad era transformar a Alitalia
em uma companhia aérea "5 estrelas", melhorando a qualidade dos serviços e
produtos, além de expandir a frota e a malha.
Em junho de 2015 a Alitalia apresentou sua nova identidade visual e
pintura nas aeronaves para simbolizar a nova fase da empresa. Entretanto a
resistência a cortes de custos significativos e as operações ineficientes
continuaram a minar o desempenho financeiro da empresa.
Em maio de 2017 o plano dos acionistas não foi aceito pelos funcionários e a Etihad
desistiu de continuar investindo na empresa. O governo italiano então
assumiu a gestão da Alitalia para evitar uma falência imediata, injetando
milhões de euros em empréstimos para manter as operações. A Alitalia pediu
concordata e foi colocada à venda. Alguns interessados apareceram como
Lufthansa e Germán Efromovich, mas as
negociações não avançaram devido à complexidade da situação.
Em 2020, com a pandemia do COVID-19, o governo decidiu
estatizar a Alitalia novamente. Após uma longa negociação com a
Comissão Europeia, ficou decidido a criação de uma nova companhia aérea e o
fim da Alitalia.
Em novembro de 2020 foi fundada a ITA (Italia Trasporto Aereo), a sucessora
da Alitalia. Uma empresa totalmente independente, controlada pelo Ministério
de Economia e Finanças da Itália.
No dia 14 de outubro de 2021 foi realizado o último voo da Alitalia, o voo
AZ1536 partiu de Cagliari com destino a Roma, chegando às 23h30 horário
local, encerrando 75 anos de história.
Evolução da empresa:
Logos Antigos: Subsidiárias:
|
Fundação: 16 de setembro de
1946
Encerrou Operações: 14 de outubro de 2021
País: Itália
Principais Aeroportos: Aeroporto
Internacional Malpensa (Milão) e
Aeroporto Internacional Fiumcino (Roma)
Sede:
Roma
Códigos:
AZA / AZ
Destinos: 101
Destinos no Brasil:
São Paulo e Rio de Janeiro
> Histórico de Frota:
E |
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E |
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> Aeronaves Utilizadas:
Aeronave: | Período: | Total de unidades: | Passageiros: |
Airbus A300B2/B4 | 1980-1998 | 7 | 239 ou 310 |
Airbus A319 | 2002-2021 | 33 | 144 |
Airbus A320 | 1999-2021 | 71 | 171-180 |
Airbus A321 | 1994-2021 | 35 | 200 |
Airbus A330-200 | 2009-2021 | 14 | 256 ou 262 |
Avro Lancastrian | 1947-1951 | ||
Boeing 727-200 | 1977-1985 | 18 | 189 |
Boeing 737-200 | 1992-1995 | 2 | - |
Boeing 747-100 | 1970-1981 | 2 | 433 (12F+28J+393Y) |
Boeing 747-200 | 1971-2004 | 14 | 426 |
Boeing 767-300ER | 1995-2012 | 23 | 241 |
Boeing 777-200ER | 2002-2021 | 16 | 293 |
Boeing 777-300ER | 2017-2021 | 1 | 382 |
Caravelle | 1960-1977 | 21 | 80 |
Convair 240/440 | 1957-1960 | 6 | 48 |
Curtiss C-46 | 1962-1968 | 2 | - |
Douglas DC-3/C-47 | 1946-1964 | 11 | 30 |
Douglas DC-4/C-54 | 1950-1965 | 6 | |
Douglas DC-6 | 1950-1963 | 14 | 44 |
Douglas DC-7 | 1958-1965 | 6 | 102 |
Douglas DC-8-30 | 1960 | 2 | |
Douglas DC-8-40 | 1960-1977 | 15 | 142 |
Douglas DC-8-50 | 1966 | 3 | |
Douglas DC-8-60 | 1967-1981 | 12 | 164 (14+150) |
Douglas DC-9-30 | 1967-1996 | 104 | 107 |
Douglas DC-10-30 | 1973-1986 | 8 | 345 |
MD-11 | 1991-2009 | 13 | 260 ou 283 (30+253) |
McDonnell Douglas MD-82 | 1983-2012 | 46 | 155 ou 172 |
Fiat G-12 | 1947-1950 | ||
Savoia Marchetti SM-95 | 1947-1951 | ||
Vickers Viscount | 1957-1968 | 18 | 48 |
> Mapa de Rotas:
2018
2012
2005
1972
1963
1957
Atualizado em outubro de 2021