Tupolev Tu-104 / Tu-124 / Tu-134
O Tupolev Tu-104 foi desenvolvido na década de 50 a pedido da
Aeroflot.
A Tupolev se baseou no Tu-16 (militar) e no De
Havilland Comet. O Tu-104
surpreendeu o "mundo ocidental" com o segundo avião comercial
a jato do
mundo e com ótimo desempenho.
O Tu-104 começou a voar comercialmente pela Aeroflot, na rota Moscou -
Omsk - Irkutsk, em setembro de 1956. Mas o Tu-104 tinha os seus pontos
fracos; era muito pesado e levava poucos passageiros (50 apenas). A Tupolev tentou corrigir, ou pelo menos diminuir, as falhas com novas
versões. O Tu-104A veio em 1957 e levava vinte passageiros a mais. O
Tu-104B (1959) tinha novos motores e levava cem passageiros.
A Tupolev encerrou a produção do Tu-104 em 1960, mas ele continuou
operando até a década de 80.
Mais uma vez atendendo aos pedidos da Aeroflot, a Tupolev projetou uma
versão menor do Tu-104, o Tupolev Tu-124. Além do tamanho, o Tu-124
também incorporou algumas melhorias aerodinâmicas, além de ser o
primeiro avião comercial do mundo movido a motores turbofan.
Com o lançamento do Caravelle, a Tupolev começou a trabalhar em
melhorias para o Tu-124. Baseado no Tu-124 e no DC-9, a Tupolev lançou o
Tu-134. O Tu-134 fez bastante sucesso fora da Rússia, passando por
quarenta e dois países ao redor do mundo. A principal diferença do
Tu-134 são os motores, que passaram das asas para a traseira da
aeronave. A Tupolev também fez melhorias no modelo; o Tu-134A tinha
novos motores e o Tu-134B tinha maior capacidade de passageiros e maior
alcance.
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Origem: Rússia
1956-1960
40,05 m
34,54 m
11,90 m
43 toneladas
2x Mikulin AM-3M-500
800 km/h
950 km/h
50 a 100
1956
200
2650 km
De Haviland Comet,
Boeing 707
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Origem: Rússia
1960-1975
30,58 m 25,55 m 8,08 m 22 toneladas 37 toneladas 2x Soloviev D-20 870 km/h 907 km/h 56 1960 165
2100 km
BAC 1-11, Sud Caravelle
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Origem: Rússia
1966-1984
37,10 m 29,00 m 9,02 m
27 toneladas 7 toneladas 2x Soloviev D-30-II 850 km/h 950 km/h 64 a 84 1967 852
3000 km
BAC 1-11, Caravelle,
DC-9
O projeto do Tu-114 começou em 1955. A Tupolev se baseou em dois de seus modelos militares, o Tu-95 e o Tu-126. O Tu-114 é um turboélice de longo alcance, com os motores turboélice mais poderosos já produzidos. O Tu-114 voou regularmente pouco tempo, de 1962 a 1976. O Tu-114 foi utilizado pela JAL, na rota entre Moscou e Tokyo, em um acordo com a Aeroflot.
Origem: URSS
Produção: 1958-1963
m m
85 a 88 toneladas 175 toneladas Motores: 4x Kuznetsov NK-12MV
Velocidade de cruzeiro:
770
km/h (An-24)
Velocidade máxima: 870 km/h
(An-24)
Passageiros: 120 a 200
Primeiro voo: 1957
Alcance: 6200 a 9720 km
Entregues: 32
Companhia Lançadora: Aeroflot
Concorrentes: Bristol
Britannia, Lockheed Super
Constellation, Vickers Vanguard
O Tupolev Tu-144 e o
Concorde foram as duas únicas aeronaves comerciais
supersônicas do mundo.
O Tu-144 decolou pela primeira vez em 31 de dezembro de 1968, dois
meses antes do Concorde. Mas um acidente no Paris Air Show, fez com que
a aeronave só entrasse em serviço em novembro de 1977, quase dois anos
depois do
.
O projeto começou em julho de 1963 e primeiro voo comercial aconteceu em
1 de junho de 1978, pela Aeroflot. Mas o Tu-144 ficou pouco tempo
operando, o último voo comercial foi ainda em 1978, totalizando apenas
55 voos regulares. O "pouso forçado" do Tu-144 estava ligado à problemas
na segurança da aeronave, que acabou não voltando a voar comercialmente.
A produção foi interrompida em 1984.
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Origem: URSS
Produção: 1963-1984
m 28,80 m
99 toneladas 207/125 ton
km/h
Altitude de cruzeiro: 20 km (65 mil pés)
Pista mínima para decolagem: 2,9 km
Passageiros: 120 a 150
Primeiro voo: 1968
Concorrentes:
Concorde
Alcance: 6200 a 5330 km
Entregues: 16
Companhia Lançadora: Aeroflot
Tupolev Tu-154
Para variar o Tupolev Tu-154 foi desenvolvido a pedido da
Aeroflot. A
Tupolev se baseou no Boeing 727 e no Hawker Siddeley Trident para
construir o seu trijato. O Tu-154 entrou em serviço em fevereiro de
1972. Como muitos aviões russos, o Tu-154 pode pousar em pistas não
pavimentadas e em aeroportos com pouca infra-estrutura. Outra vantagem é
a velocidade, maior que os concorrentes e um dos jatos comerciais mais
rápidos. O Tu-154 se tornou bastante popular no "mundo socialista",
chegando a transportar a metade dos passageiros da
Aeroflot e ser
operado por dezessete companhias fora da Rússia. O Tu-154 permaneceu como
principal aeronave para voos domésticos na Rússia até o final dos anos
90.
Foram construídas diversas versões do modelo; Tu-154A com maior alcance
e outras melhorias, Tu-154B com tanque de combustível extra e maior
capacidade de passageiros. O Tu-154M foi lançado em 1982, com melhorias
aerodinâmicas, redução do ruído na cabine e custos mais baixos,
tornando-o mais econômico e eficiente. O Tu-154M foi a versão que mais
tempo ficou em produção e a mais vendida. A versão Tu-154S é a versão
cargueira do modelo.
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Origem: Rússia
Produção: 1968-2013
Comprimento: 48,00 m
Envergadura: 37,55 m
Altura: 11,40 m
Capacidade de combustível: 47 a 49,7 mil litros
Peso: 50 a 55 toneladas
Peso máximo de decolagem: 98 a 102 toneladas
Motores: 3x Kuznetsov NK-8-2U ou Soloviev
D-30KU-154
Velocidade de cruzeiro: 900 km/h
Velocidade máxima: 950 km/h
Altitude de cruzeiro: 12,1 km (39 mil pés)
Passageiros: 114 a 180
Primeiro voo: 1968
Alcance: 2500 a 6600 km
Concorrentes: Boeing 727,
Hawker Siddeley
Trident
Companhia Lançadora: Aeroflot
Entregues: 1026
O Tupolev Tu-204 é um avião de médio porte e
médio alcance, projetado para transportar duzentos passageiros. O Tu-204
é facilmente convertido para carga, o Tu-204C. Na versão de passageiros
o Tu-204 tem duas variantes: o Tu-204-100 e o Tu-204-200, esse último
com maior capacidade de combustível e alcance.
O Tu-204 incluiu vários inovações tecnológicas como o Fly-by-wire,
"glass cockpit" e winglets. Ele também foi o primeiro avião russo com
opção para turbinas "não russas" Rolls-Royce RB211.
Mais tarde foi criado o Tu-204-300, seis metros mais curto e mais
eficiente que o original. O Tu-204-500 é a versão otimizada para rotas
curtas, possui asas menores e maior velocidade de cruzeiro (mach 0.84).
Por último o Tu-204SM é uma versão melhorada do Tu-204-100.
Além das suas próprias variantes, o Tu-204 também tem versões com outros
nomes. O Tu-206 usa combustível alternativo, gás natural. E o Tu-214 é
semelhante ao Tu-204-200, mas são fabricados em fabricas diferentes.
Sergei Tsvetkov
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Origem: Rússia
Produção: 1990 - hoje
km
O Tupolev Tu-334 é um avião de curto alcance, baseado no Tu-204 e feito
para substituir o Tu-134. A maior diferença em relação ao Tu-204 é a
cauda, que é em "T" e dos motores na traseira da fuselagem. O projeto
começou em 1990 e avançou muito lentamente, devido à problemas
financeiros com o fim da URSS. O primeiro voo ocorreu no dia 8 de
fevereiro de 1999, mas aeronave só foi certificada em 2003. O projeto da
aeronave continuou avançando lentamente, por problemas financeiros.
Finalmente, em dezembro de 2006, houve pedidos firmes para o Tu-334 de
sete companhias aéreas.
Em 2009 haviam sido produzidos apenas dois exemplares. No mesmo ano a
Tupolev decidiu cancelar o programa Tu-334 e focar seus esforços no
Sukhoi Superjet 100 e An-158, através da
parceria entre as fabricantes russas United Aircraft Corporation.
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Origem: Rússia
Produção: 1999-2009
Progress D-436T1 ou Rolls Royce
BR715-56
km
O desenvolvimento do Sukhoi Superjet começou em 2000. O objetivo era
criar um jato regional avançado e eficiente, capaz de competir com as
aeronaves da Embraer e Bombardier, além do Antonov An-158. Para isso a Sukhoi buscou uma
parceria com a Boeing e importou peças de outros países como Estados
Unidos, França, Canadá, Alemanha e Itália. Além disso o jato incorporou
a tecnologia fly-by-wire. Apesar da busca pela eficiência, a grande
vantagem do Sukhoi Superjet é o seu preço: bem mais baixo que os seus
concorrentes. Enquanto um E-Jet sai por cerca de US$47 milhões, um
SuperJet sai por US$35 milhões.
Inicialmente foram pensadas três versões do Russian Regional Jet: RRJ-60, RRJ-75 e RRJ-95, para
60, 75 e 95 passageiros, respectivamente. Porém a menor versão, RRJ-60,
foi descartada e as outras duas passaram a ser conhecidas como Superjet
100/75 e Superjet 100/95. A primeira versão escolhida para
desenvolvimento foi a de maior capacidade Superjet
100/95, renomeada para Superjet 100 em 2005. A primeira unidade começou
a ser produzida em 2006 e realizou o primeiro voo em 2008. A primeira
entrega foi para Armavia no dia 19 de abril de 2011 e no dia 21 de abril foi realizado o
primeiro voo comercial, entre Yerevan e Moscou. No entanto o Superjet
100 foi a única versão produzida até então, a versão menor para 75
passageiros também acabou sendo descartada.
A aeronave possuí asa enflechada supercrítica e está equipada com glass
cockpit e manche lateral ao invés do tradicional volante. Os motores do
Superjet foram construídos pela PowerJet, uma parceria entre a rússia
NPO e a francesa Snecma.
Em 2013 foi lançada a versão de longo alcance, SSJ-100LR. O primeiro voo
comercial dessa versão ocorreu no dia 4 de março de 2014.
Em meados de 2017 a fabricante começou a sofrer algumas reclamações de
operadores, que alegavam demora para receber peças de reposição e
suporte para fazer a manutenção das aeronaves, que permaneciam muito
tempo paradas, afetando a lucratividade do modelo. Outro ponto que pesou
contra o Superjet foram quatro acidentes, ocorridos em 2012, 2015, 2018
e 2019, fazendo com que as companhias aéreas temessem que os seus
passageiros evitassem voar no modelo. O resultado foi que as vendas do
Superjet começaram a ficar cada vez mais escassas.
Para tentar reverter a situação, o governo russo iniciou, em 2018, o
desenvolvimento da versão do SSJ-100R, com cerca de 10-15% mais
componentes russos. Em 2019 a versão SSJ-100R foi revisada, dessa vez
com o objetivo de aumentar a participação de componentes russos para 97%
do total, diminuindo a dependência de componentes estrangeiros. Além
disso a fabricante também estuda uma versão maior, conhecida como Sukhoi
Superjet 130NG, com capacidade de 130 a 145 passageiros, tornando-a
capaz de substituir aeronaves do porte do A319 e Boeing
737.
Em 2022 o Sukhoi
Superjet foi mais uma vez afetado negativamente com as consequências da
guerra na Ucrânia. As sanções da União Europeia e dos EUA contra a
Rússia, tornaram qualquer aeronave russa dependente de parcerias
internacionais com o ocidente inviáveis. O projeto do SSJ-100R passou
então a focar no desenvolvimento de uma versão 100% produzida na Rússia.
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Origem: Rússia
Produção: 2007 - hoje
19 de maio de 2008
km
Companhia Lançadora: Armavia
An-158
Respondendo um pedido da Aeroflot por jatos
para rotas internacionais de curta e média distancia e voos domésticos,
a Yakovlev inicou o projeto do Yak-40. A fabricante de aeronaves foi
fundada em 1934 por Alexander Sergeyevich Yakovlev. Durante a Segunda
Guerra Mundial a empresa desenvolveu vários aviões militares para o
governo russo. Após a guerra, a empresa continuou fabricando aeronaves
militares. O Yak-40 foi a primeira aeronave comercial projetada pela
empresa. Sua principal característica era a possibilidade de operar em
aeroportos com pouca infraestrutura e pistas curtas não pavimentadas.
Para isso a fabricante projetou uma aeronave de asa baixa, com três
motores localizados na parte de trás da fuselagem e cauda em "T". O Yak-40
possuí sua própria escada, permitindo o embarque e desembarque sem
qualquer necessidade externa. Suas asas possuem flaps grandes, que
garantem velocidades de aproximação baixas.
O Yak-40 entrou em operação pela Aeroflot em
setembro de 1968. Porém a aeronave não ficou só na URSS e fez sucesso
mundial, sendo a primeira aeronave soviética a obter certificados de voo
da Itália e da Alemanha Ocidental.
O Yak-40 passou pela América Latina em 1972 com voos de demonstração
inclusive no Brasil. Porém não encontrou compradores por aqui.
Em 1972 a Yakovlev lançou o Yak-42, baseado no Yak-40, porém maior, mais
pesado e com motores mais potentes.
O colapso da União Soviética, em 1991, colocou a indústria aeroespacial
russa em crise. Apesar da aviação militar conseguir se manter forte, a
construção de aeronaves civis no país começou a despencar ano a ano.
Como solução, o então presidente Vladimir Putin emitiu o Decreto
Presidencial nº 140, que determinou a fusão das fabricantes de aeronaves
russas sob uma mesma entidade: United Aircraft Corporation (UAC), criada
em fevereiro de 2006, e que passou a ficar responsável pela produção das
aeronaves já existentes. Em 2007 a fabricante também começou a anunciar
projetos para as suas próprias aeronaves.
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Origem: URSS
Yak-40 / Yak-42
Produção: 1967 - 1981 / 1979 - 2003
Ivchenko AI-25
1.800 km / 4.000 km
Companhia Lançadora: Aeroflot