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Em 1926 irmãos Paul Revere Braniff e Thomas Elmer Braniff
começaram as suas primeiras tentativas para entrar no
mercado de aviação. Finalmente, em 3 de novembro de 1930, os
dois fundaram a Braniff
Airways. A frota inicial era composta por dois Lockheed
Vega, capaz de transportar 5 passageiros. O voo inaugural
foi feito no dia 13 de novembro, na rota Oklahoma City -
Wichita Falls. No ano seguinte a malha foi expandida para
Kansas City, St. Louis e Chicago. Porém naquela época o
transporte de passageiros não gerava lucro suficiente, as
companhias aéreas dependiam dos contratos de correio aéreo
ou subsídios do governo. A situação econômica, em meio a
Grande Depressão, também não ajudou. Em 1933 a Braniff
suspendeu todas as atividades para se reorganizar. Paul
Braniff viajou para Washington onde enfim conseguiu um
contrato para transportar correio aéreo na rota Chicago -
Kansas City - Tulsa - Oklahoma City - Wichita Falls.
Em 1935 a Braniff voltou a operar e ainda adquiriu a Long
and Harmon Airlines, expandindo sua malha para Austin, San
Antonio, Corpus Christi e Brownsville. Nesse ano a empresa
adquiriu o seu primeiro Lockheed L10
Electra.
Em 1936 foram iniciados voos para cidades como Houston e
Dallas e foram adquiridos ativos da empresa Bowen Air Lines,
que havia encerrado as operações em fevereiro daquele ano.
Após a aquisição, a Braniff incorporou o slogan da Bowen "From
the Great Lakes to the Gulf" (Dos Grandes Lagos ao Golfo).
Os anos seguintes foram marcados pela renovação da frota com
aeronaves DC-2, em 1937, e DC-3,
em 1939. Com a Segunda Guerra Mundial grande parte da frota
foi transferida para a aviação militar. Durante a guerra
houve um movimento para reduzir o poder da
Pan Am e permitir que outras
companhias aéreas americanas também tivessem acesso ao
mercado internacional. A Braniff estava especialmente
interessada no mercado sul-americano, chegando a criar uma
subsidiária no México.
Em 1946 a empresa ganhou autorização para operar rotas
internacionais para a América Central e do Sul. Para marcar
a ocasião o nome foi alterado para "Braniff International
Airways" e a frota foi renovada com aeronaves
DC-4 e
DC-6. Os voos internacionais foram
inaugurados em junho de 1948, na rota Chicago - Kansas City
- Dallas - Houston - Havana - Balboa - Guayaquil - Lima.
Em fevereiro de 1949 a Braniff chegou ao Brasil pela
primeira vez quanto a rota foi estendida de Lima para São
Paulo e Rio de Janeiro. Os primeiros voos foram operados
tanto com o
DC-4, quanto com o
DC-6, que acabou ficando fixo na rota
e oferecia mais conforto. Os voos para o Brasil começaram
com duas frequências semanais. Outros destinos na América
Latina inaugurados pela Braniff nessa época incluíram La
Paz, Assunção, Buenos Aires e Bogotá.
Em 1951 os voos para o Brasil também passaram a ser
conectados com Miami, na rota Dallas - Houston - Miami -
Panamá - Lima - São Paulo - Rio de Janeiro e a frequência
aumentou para quatro voos por semana.
Em 1952 a empresa adquiriu a Mid-Continent Airlines,
expandindo os destinos domésticos. A frota foi renovada com
aeronaves Convair 340,
DC-7 e Loockheed Constellation.
Nos anos 1950 a Braniff batizava suas aeronaves com nomes
chamativos para criar uma identidade e competir com a
Pan Am nas rotas para a América
Latina. O
DC-6 era chamado de "El Conquistador",
em referência aos conquistadores espanhóis que exploraram e
dominaram partes da América Latina. Já os
DC-7 foram denominados "El Dorado",
inspirado na lendária cidade de ouro que exploradores
espanhóis procuraram na América do Sul.
Em 1954 Thomas Braniff sofreu um acidente aéreo fatal e Paul
Braniff deixou a empresa para buscar outros empreendimentos.
Charles Edmund Beard foi contratado para ser o novo
presidente, o primeiro que não era da família Braniff.
Em dezembro de 1959 a empresa recebeu o seu primeiro jato,
um
Boeing 707-227. A versão
707-220 foi feita especialmente
para a Braniff, que precisava de melhor performance para
conseguir decolar em aeroportos em regiões quentes, comum na
maioria da América do Sul, e em grandes altitudes, como por
exemplo o aeroporto de La Paz, na Bolívia. O primeiro voo
com o
B707 para o Brasil foi em abril
de 1960. Nessa época a companhia também adquiriu aeronaves
Lockheed L188 Electra e
Boeing 720 e expandiu sua malha
doméstica, alcançando as cidades de Washington, Nova York,
Atlanta, Portland e Seattle.
Em 1964 a Braniff Airways foi adquirida pela Greatamerica,
uma empresa de seguros. No mesmo ano Charles Edmund Beard
foi substituído por Harding Luther Lawrence. Ele contratou
Mary Wells para renovar completamente a identidade da
Braniff. A campanha "The End of the Plain Plane" transformou
a frota da Braniff em aeronaves com cores chamativas. Os
interiores foram reformulados com um design moderno e
elegante. Os uniformes das comissárias foram desenhados pelo
estilista Emilio Pucci, incluindo capas futuristas e
capacetes de plástico transparente. Só os uniformes dos
comandantes custavam 8 milhões de dólares e as comissárias
trocavam de roupa para diferentes ocasiões como almoço,
jantar, pouso e decolagem. Essa abordagem ajudou a criar uma
imagem de experiência premium e memorável, tornando a
Braniff uma marca forte e reconhecível. A companhia também
renovou a frota com jatos, incorporando DC-8,
Boeing 707-320,
Boeing 727 e
BAC 1-11.
Em 1967 a companhia adquiriu a Pan American Grace Airways,
aumentando a presença na América do Sul. Nesse ano a
companhia trocou o
B707 pelo DC-8
na rota para o Brasil. Em 1972 o escultor Alexander Calder
foi contratado para transformar um Douglas
DC-8
em uma tela de arte voadora, batizado de "Flying Colors of
South America".
Em 1968 a Braniff inaugurou o "Terminal do Futuro", no
aeroporto de Dallas. O terminal tinha cores vibrantes,
móveis modernos e padrões geométricos, refletindo a
identidade visual da companhia. O objetivo era que os
passageiros sentissem que estavam entrando em um espaço
sofisticado, como um hotel cinco estrelas.
Em 1970 a Braniff recebeu o seu primeiro wide-body, o centésimo
Boeing 747 construído, que
começou o chamado na época "Serviço Jumbo", na rota Dallas -
Honolulu. Nessa altura a frota era composta apenas por
jatos. A partir daí a Braniff foi uma das pioneiras na
adoção do conceito de padronização de frota, definindo o
B727 para rotas curtas e médias
e o DC-8
e
B747 para rotas longas.
Em 1978 o mercado aéreo dos EUA passou por uma grande
mudança após a desregulamentação do setor. A partir desse
momento as companhias aéreas estavam livres para expandir
suas rotas para onde desejassem voar e definir os preços da
forma que quisessem. A Braniff, sob o comando de Harding
Lawrence, viu isso como uma oportunidade para crescer
rapidamente e com objetivo de se tornar uma das maiores
companhias aéreas dos EUA. A empresa adotou uma estratégia
de crescimento acelerado, aumentando o número de destinos e
a frota. Ainda em 1978 o
Boeing 747 inaugurou o primeiro
voo entre Dallas e Londres. Em seguida também foram
inaugurados voos para Paris, Frankfurt, Bruxelas e
Amsterdam.
Em 1979 a companhia passou a oferecer voos com o
Concorde,
em parceira com Air France e
British Airways, e expandiu
sua malha para Ásia, com voos de Los Angeles para Seul, Hong
Kong e Singapura. No entanto grande parte das rotas eram
deficitárias. A desregulamentação trouxe maior liberdade
para as companhias aéreas, mas também trouxe maior
competição, preços mais baixos e margens de lucro mais
apertadas. Enquanto a Braniff expandiu, os EUA foram
afetados pela Crise do Petróleo e pela recessão econômica,
aumentando os custos e diminuindo a demanda de passageiros.
Como consequência os prejuízos começaram a acumular-se
rapidamente.
Em 1980 Harding Lawrence renunciou ao cargo e a empresa
tentou desacelerar a expansão. O serviço com
o Concorde, que só trouxe mais prejuízo, foi cancelado pouco depois de completar um ano.
Todos as rotas para a Ásia foram cortadas, enquanto os
destinos Europa foram reduzidos para Londres apenas.
Em 1982 as rotas para a América Latina foram vendidas para a
Eastern, mas já era tarde
demais. No dia 12 de maio de 1982 um
Boeing 747 operou o último voo
da empresa, entre Honolulu e Dallas. Após a falência
surgiram tentativas de ressuscitar a marca, porém sem
sucesso.
Evolução da empresa:
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Fundação: 1930
Encerrou Atividades: 1982
País: Estados Unidos
Sede:
Grapevine
Principais Aeroportos:
Aeroporto Internacional
Dallas/Fort Worth, Aeroporto Internacional Kansas
City, Aeroporto Internacional de Miami, Aeroporto
Internacional de Los Angeles, Aeroporto Internacional
Washington Dulles e Aeroporto Internacional General Edward
Lawrence Logan
Destinos no Brasil:
Rio de Janeiro e São Paulo
> Frota/Ano:
E |
|
> Aeronaves Utilizadas:
Aeronave: |
Período: | Total de unidades: | Passageiros: |
1965-1972 | 14 | 63 | |
1969-1973 | 4 | ||
1959-1971 | 5 | 106 | |
1966-1973 | 9 | 110 (38F+72Y) | |
1961-1973 | 9 | 112 (38F+74Y) | |
1966-1982 | 46 | 102 | |
1970-1982 | 79 | 160 | |
1971-1982 | 4 | 322 (54F+268Y) | |
1979-1981 | 1 | - | |
1979-1982 | 3 | 301 (32F+269Y) | |
1955-1963 | 2 | - | |
1952-1953 | 4 | 40 | |
1952-1967 | 26 | 44 | |
1956-1966 | 6 | 44 | |
1937-1942 | 7 | 14 | |
1939-1960 | 46 | 21 ou 24 | |
1945-1954 | 10 | 48 | |
1947-1965 | 11 | 52 | |
1956-1966 | 7 | 66 | |
1967-1967 | 4 | ||
1967-1980 | 8 | - | |
1967-1982 | 10 | ||
Lockheed Vega |
1930-1937 | 12 | 5 |
1935-1940 | 7 | 10 | |
1959-1969 | 11 | ||
1955-1959 | 2 |
Códigos: F: Primeira Classe, J: Classe Executiva, W: Classe Econômica Premium, Y: Classe Econômica
> Mapa de Rotas:
ANO: 1980
ANO: 1972
ANO: 1958
ANO: 1949
ANO: 1939
Atualizado em fevereiro de 2025