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“A Varig foi criada para servir” Otto Meyer

A criação da uma empresa de transporte aéreo brasileira surgiu na mente de Otto Ernet Meyer Labastille, um alemão nascido em 1897 em Neider-Marschhacht, ex-oficial-aviador da Aviação Real Prussiana. Ele emigrou para o Brasil em 1921, contratado por uma empresa alemã em Recife. Otto Meyer tentou criar uma empresa de transporte aéreo em Recife e depois no Rio de Janeiro, mas só encontrou o apoio necessário em Porto Alegre.

Em 1926 ele partiu para Alemanha em busca de aeronaves e funcionários experientes. Lá ele fez um acordo com a companhia aérea alemã Condor Syndikat: a empresa forneceria um avião e funcionários para operar a aeronave em troca de 21% da futura companhia aérea brasileira.

A Condor Syndikat recebeu autorização para voar no Brasil no dia 26 de janeiro de 1927 e no dia 3 de fevereiro foi inaugurado o primeiro voo comercial do Brasil. No dia 7 de maio de 1927 foi criada oficialmente a Viação Aérea Rio Grandense, ou simplesmente, VARIG. A primeira aeronave da empresa foi o Dornier Wal, batizado de "Atlântico". A primeira rota da VARIG ficou conhecida como a "Linha da Lagoa" e ligava Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. O voo era feito em baixa altitude, entre 20 e 50 metros, sobre a Lagoa dos Patos, numa velocidade de cruzeiro de 160 km/h. O avião tinha capacidade para levar 9 passageiros. No check-in, o passageiro era pesado junto com a sua bagagem, e se passasse de 75 kg era cobrado como excesso. Também eram distribuídos para os passageiros, algodão e chicletes. O algodão servia para colocar nos ouvidos para abafar o barulho dos motores e os chicletes para aliviar o desconforto causado pela mudança de pressão. O voo durava cerca de duas horas e 20 minutos, bem mais rápido do que uma viagem de trem e o bilhete não era muito mais caro.  A VARIG construiu uma rampa e algumas oficinas na Ilha Grande dos Marinheiros, na foz do Rio Jacuí, bem em frente a cidade de Porto Alegre, para servir como base de operações.

No final de 1927 a VARIG transportou um total de 668 passageiros e a empresa recebeu sua segunda aeronave, o Dornier Merkur, batizado de "Gaúcho". A companhia também adquiriu dois Klemm L-25, mas estas aeronaves não costumavam levar passageiros, pois só haviam dois lugares no avião: para um passageiro e outro para o piloto.  Essa aeronaves eram utilizadas para o transporte de malas postais e também faziam propaganda da aviação comercial em cidades do interior do Rio Grande do Sul.


Dornier Wal "Atlântico"; o primeiro avião da VARIG. / Estação em Pelotas, onde os passageiros da VARIG esperavam para embarcar. (Museu VARIG)


Para embarcar, os passageiros entravam num barco, que os levava até a aeronave. (Museu VARIG)

 

Década de 20

Frota:
1xDornier Wal
1x Dornier Merkur
2x Klemm L-25
TOTAL: 4

Presidente:
Otto Ernest Meyer Labastille

Destinos:
Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande.

Passageiros Transportados (1927-1929): 3636

 

 

                              COMO ERA VOAR NOS ANOS 1920?

Nos anos 20, a viagem de avião era uma novidade. O desafio da VARIG era convencer as pessoas de que viajar de avião era seguro, confortável e mais rápido do que os outros meios de transporte. Nessa época tudo ainda era muito primitivo, ao começar pelo embarque, da qual participavam pessoalmente o fundador da companhia e o primeiro funcionário, Ruben Berta. Os passageiros do Atlântico eram reunidos no cais do porto, para serem transportados de lancha até a Ilha Grande dos Marinheiros, onde os bilhetes eram conferidos. No verso os dizeres: “no interesse da segurança do avião é expressamente proibido fumar, atirar qualquer objeto pelas janelas ou abanar-se nas mesmas”. A pesagem incluía bagagem e peso de cada pessoa, sendo cobrado excesso se a somatória superasse 75 quilos.

O comandante e os tripulantes usavam pesados casacos, capacetes de couro e óculos protetores, já que eles não tinham qualquer proteção contra os ventos frios. Já os passageiros tinham bastante conforto nas amplas cadeiras de vime do avião. Para a decolagem as vezes eram necessários os serviços de Oswaldo Muller. Ele pilotava uma lancha só para fazer onda, propiciando ao hidroavião, depois de algumas tentativas frustradas, aquele essencial pulinho que o ajudava a subir.

Os pousos noturnos eram difíceis, pois não havia área demarcada, apenas a escuridão.Um artifício foi criado para o pouso noturno, que consistia em soltar um peso de chumbo preso a uma corda, desenrolada para ficar 10 metros abaixo da aeronave. Quando o chumbo tocava a água, uma luz azul acendia no painel, e o piloto então sabia que estava na hora de puxar o manche para pousar.
 

 

 
Dornier Wal "Atlântico" e o "Gaúcho", o primeiro e o segundo avião da VARIG (Museu VARIG)

 

 

 

                              EM FOCO: O primeiro voo comercial do Brasil

Quem fez o primeiro voo no Brasil, a Condor Syndikat ou a Varig? A Condor Syndikat era brasileira ou alemã?

Na verdade foram três companhias aéreas que participaram do inicio da aviação comercial brasileira.
1) A Condor Syndikat - companhia aérea alemã. 2) A Syndicato Condor - companhia brasileira. 3) Varig - companhia brasileira.

A Condor Syndikat foi fundada no dia 5 de maio de 1924 em Berlim, Alemanha. A companhia tinha como objetivo promover as aeronaves alemães e estudar possibilidades de tráfego aéreo no América do Sul e América Central. A companhia se uniu à SCADTA (futuramente a Avianca) para ligar os Estados Unidos, a América Central e a Colômbia. Em 1926 a Lufthansa foi criada e passou a controlar a Condor Syndikat.
Enquanto isso, no Brasil, Otto Meyer (fundador da VARIG) procurava uma aeronave para iniciar as operações da VARIG. Ele fez um acordo com a Lufthansa e a Condor Syndikat, que trouxeram o Dornier Wal para o Brasil. O hidro-avião chegou ao Rio Grande do Sul no dia 19 de novembro de 1926. O avião também voou para Florianópolis e Rio de Janeiro, levando ministros, jornalistas, cinegrafistas e outras pessoas importantes, mostrando as qualidades da aeronave.
Em 26 de janeiro de 1927 o Brasil autorizou a Condor Syndikat a voar no Brasil por um ano. No dia 3 de fevereiro de 1927 aconteceu o primeiro voo comercial do Brasil, operado pela Condor Syndikat para a VARIG. A voo decolou as 8 horas da manhã em Porto Alegre, com destino ao Rio Grande, fazendo escala em Pelotas. Quem realizou a operação foi a Condor Syndikat porque a VARIG ainda não tinha sido oficialmente criada. Somente no dia 7 de maio de 1927 a VARIG foi criada. A Linha da Lagoa e o avião Dornier Wal "Atlântico" foi transferido da Condor Syndikat para a VARIG no dia 15 de junho de 1927.
No entanto a Condor Syndikat queria continuar presente no Brasil e criou uma subsidiária brasileira, a Syndicato Condor. A Syndicato Condor foi fundada no dia 1
º de dezembro de 1927, no Rio de Janeiro. A companhia já havia recebido autorização para voar entre o Rio de Janeiro e Recife em 20 de agosto de 1927. A Condor Syndikat também já havia reservado dois Dornier Wal e um Junkers G-24 para a operar na sua subsidiária brasileira. Em pouco tempo a Syndicato Condor se tornou a segunda companhia aérea mais importante do Brasil, atrás apenas da Panair do Brasil. Enquanto a VARIG voava apenas no estado do Rio Grande do Sul, a Syndicato Condor voava para o Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Brasil, além de Montevidéu, no Uruguai, e Buenos Aires, na Argentina.
Quando o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial, na década de 40, ao lado dos EUA e contra a Alemanha, as companhias aéreas brasileiras de origem alemã (Varig e Syndicato Condor) tiveram que cortar seus laços com a Alemanha. Na VARIG, o fundador e presidente Otto Meyer deixou a companhia e as aeronaves alemães Junkers foram substituídas por aeronaves americanas Douglas DC-3. Já a Syndicato Condor foi nacionalizada, todos alemães foram afastados. A companhia foi rebatizada como Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul e a frota da empresa foi substituída por aeronaves americanas.

 

 

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