McDonnell Douglas MD-80

Com dificuldades para financiar a disputa cada vez mais acirrada com a Boeing, a Douglas aceitou uma proposta de fusão com a McDonnell Aircraft em abril de 1967, formando a McDonnell Douglas Corporation. Mais focada na aviação militar, as receitas dos contratos da McDonnell resolviam os problemas de financiamento imediato da Douglas, enquanto as receitas mais estáveis da Douglas ajudavam a McDonnell a atravessar momentos de baixa demanda no segmento militar.
Um dos primeiros projetos após a fusão foi a nova geração do DC-9. Inicialmente chamada de DC-9 Super 80 ou DC-9-80. A nova versão possuía uma asa redesenhada 28% maior, fuselagem mais comprida, novos motores, mais silenciosos, mais econômicos e mais potentes. O DC-9-80 também recebeu um upgrade no cockpit e aviônicos. A primeira versão, DC-9-81, foi lançada pela SwissAir em 1977. Em 1979 foi lançada a segunda versão DC-9-82, com motores mais potentes, maior peso máximo de decolagem e melhor performance em regiões altas e quentes. A versão 82 voou pela primeira vez em 1981.
Em julho de 1983 a McDonnell Douglas renomeou suas aeronaves para refletir o nome da nova empresa. Ao invés do tradicional DC (Douglas Commercial), passou a utilizar o MD (McDonnell Douglas). Sendo assim o DC-9-81 se tornou MD-81 e o DC-9-82 se tornou MD-82. Apesar dos novos nomes, se tratavam exatamente das mesmas aeronaves. Os MD-80 ficaram conhecidos como "Mad Dog" (Cachorro Louco), uma brincadeira com as letras M e D, que passaram a ser usadas para designar as aeronaves da McDonnell Douglas.
Ainda em 1982 a fabricante anunciou uma nova versão MD-83 (DC-9-83). O MD-83 possuí motores ainda mais potentes, que permitiram um alcance maior, além de maior peso máximo de decolagem, trem de pouso reforçado, novas rodas, pneus e freios, modificações nas asas e fuselagem, e tanque de combustível auxiliar. A versão com maior alcance entrou em operação em fevereiro de 1985.
Em 1985 a McDonnell Douglas anunciou a versão encurtada da família, MD-87 (DC-9-87). O objetivo dessa versão era complementar os demais MD-80s em rotas de menor demanda sem que as companhias aéreas precisassem operar outro modelo de aeronave. Porém a desvantagem era que, por ser uma versão encurtada, o MD-87 era menos econômico do que os seus irmãos maiores ou aeronaves originalmente projetadas para menos assentos. Para minimizar isso, a McDonnell Douglas realizou melhorias aerodinâmicas na aeronave, tornando-a mais econômica. A menor variante do MD-80 entrou em operação em novembro de 1987.
A última versão do MD-80 foi lançada em 1986, MD-88 (DC-9-88). O MD-88 é baseado do MD-83, mas incorpora as melhorias aerodinâmicas do MD-87 e possuí cockpit equipado com sistema eletrônico (EFIS) ao invés dos equipamentos analógicos das versões anteriores. O MD-88 entrou em operação em janeiro de 1988 pela Delta, que também foi a última grande companhia a aposentar o modelo. A companhia retirou de operação o último MD-88 em 2020, 32 anos após o recebimento da primeira unidade.
Os MD80 travaram uma grande disputa por compradores com o Boeing 737 e mantiveram clientes fiéis da Douglas como SwissAir, Alitalia, Iberia e Delta, sendo um dos jatos mais vendidos em seu tempo. Porém o MD-80 começou a ter cada vez mais dificuldade de competir com aeronaves mais modernas como Boeing 737NG e A320, pois é um modelo derivado do DC-9, criado na década de 60. Os motores usados pelo MD-80, JT8D, ficavam cada cada vez mais antigos e ineficientes no consumo de combustível em comparação com os motores mais modernos a cada nova versão do Boeing 737 e Airbus A320. Em 1990 a McDonnell Douglas anunciou um pacote de melhorias para o MD-80, conhecido como MD-80 Advanced. A principal melhoria seria novos P&W JT8D, mais econômico e com menor ruído. Porém a fabricante acabou abandonando o projeto devido à falta de interesse das companhias aéreas. A McDonnell Douglas se convenceu que a saída para competir com os B737NG e A320 seria o lançamento de uma aeronave mais eficiente, voltando suas atenções para o MD-90. A Família DC-9/MD-80 manteve a liderança no número de unidades produzidas até 1987, quando foi ultrapassada pela Família B737. As vendas começaram a perder força nos anos 90, com o lançamento dos B737NG. O último MD-80 foi produzido em 1999.
No Brasil
a Cruzeiro chegou a operar um único DC-9-82 entre dezembro de 1982 e março de 1983 de forma experimental. A intenção da McDonnell Douglas era oferecer ao mercado brasileiro uma alternativa ao Boeing 737. Apesar da experiência positiva relatada pela companhia, o Grupo Varig optou por padronizar a frota apenas com aeronaves B737.

Operadores no Brasil: Cruzeiro
 


Modelo: Construídos: Acidentes:
DC-9-81/MD-81 68 5
DC-9-82/MD-82 591 21
DC-9-83/MD-83 302 17
MD-87 76 3
MD-88 158 7
TOTAL: 1195 53
Ativos: 106  
     
MD-81,2,3,8/MD-87

Origem: Estados Unidos
Produzido:
1980 - 1999
Comprimento:
45,06/39,75 m
Envergadura: 32,87 m
Altura: 9,04/9,30 m

Motores:
MD-81: P&W JT8D-209
MD-82/MD-88: P&W JT8D-217A/C ou 219
MD-83: P&W JT8D-219
MD-87: P&W JT8D-217C

Velocidade de cruzeiro:
811 km/h (mach 0.76)
Velocidade máxima: 892 km/h (mach 0.84)
Pista mínima para decolagem: 1,7 km
Passageiros:
155 a 167 / 130 a 139
2 Classes: 123 a 143 / 97 a 117
1 Classe: 150 a 167 / 119 a 139

Tripulação: 8/7
Primeiro voo: 18 de outubro de 1979
Concorrentes:
Boeing 727, Boeing 737, Airbus A320
Companhias Lançadoras: SwissAir
Comparar com outras aeronaves

 

E
Modelo: MD-81 MD-82/MD-88 MD-83 MD-87
Peso da aeronave (toneladas): 35,33 35,36 36,14 33,23
Peso máximo decolagem/pouso (toneladas): 63/58 67/58 72/63 63/58
Capacidade de combustível:

22,1 mil litros

26,4 mil litros

Alcance (km): 2897 3798 4635 4395
Primeiro voo: 18/10/1979 8/1/1981 / 15/8/1987 17/12/1984 4/12/1986
Companhias Lançadoras: SwissAir Republic/Delta Alaska Airlines Austrian


 

 

McDonnell Douglas MD-90

Em 1985 McDonnell Douglas propôs uma nova versão do MD-80, chamado MD-89, que usaria novos motores e teria a fuselagem mais longa, capaz de acomodar mais passageiros. Em 1986 o projeto se transformou numa nova aeronave derivada do MD-80, chamada inicialmente de MD-90X. O MD-90 foi a última versão da família DC-9 e o último modelo produzido pela McDonnell Douglas antes de ser comprada pela sua rival Boeing. O MD-90 é baseado no MD-88 com a fuselagem alongada 1,4 metros, sistema eletrônico (EFIS) melhorado e possui novos motores mais potentes, silenciosos e econômicos. O MD-90 foi lançado oficialmente em novembro de 1989 e entrou em operação pela Delta Air Lines em fevereiro de 1995. A versão básica ficou conhecida como MD-90-30. A versão MD-90-10 seria uma versão menor, semelhante ao MD-87, porém essa variante nunca foi produzida e evoluiu para o MD-95, que seria uma revisão completa do DC-9 original. O projeto do MD-95 foi levado adiante pela Boeing e foi lançado como Boeing 717. A versão MD-90-20 seria usada para os MD-80 que receberiam o mesmo motor utilizado pelo MD-90, porém também nenhum foi produzido.
Em 1997 foi produzido o primeiro MD-90-30ER (Extended Range) ou MD-90ER. Essa versão tem um tanque de combustível extra, permitindo maior alcance, e maior peso máximo de decolagem.
A
McDonnell Douglas propôs outras variantes como o MD-94X, equipado com um novo motor, o MD-90-40, com fuselagem alongada, e o MD-90-50ER, com um segundo tanque de combustível extra e maior alcance. Porém nenhuma delas foi produzida.
O lançamento do MD-90 não foi suficiente para recuperar o mercado perdido para a forte competição do Airbus A320 e Boeing 737. Em 1997 a McDonnell Douglas foi comprada pela Boeing e a produção do modelo foi encerrada em pouco tempo, pois competia diretamente com o Boeing 737-800.
 

AirNikon Collection-Pima Air and Space Museum

MD-90/MD-90ER

Origem: Estados Unidos
Produzido:
1995 - 2000
Comprimento:
46,51 m
Envergadura: 32,87 m
Altura: 9,33 m
Peso da aeronave: 39,9/40,3 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 70/64 / 76/64 toneladas
Capacidade de combustível: 22,1/24,2 mil litros
Motores:
2x IAE V2525-D5
Velocidade de cruzeiro: 812 km/h (mach 0.76)
Velocidade máxima: 892 km/h (mach 0.84)
Pista mínima para decolagem: 2,27 km
Alcance: 3860/5160 km
Passageiros:
153 a 172
2 Classes: 153 a 160
1 Classe: 163 a 172

Tripulação: 7

Primeiro voo: 22 de fevereiro de 1993
Concorrentes: Airbus A320, Boeing 737-800
Companhia Lançadora: Delta
Comparar com outras aeronaves

Construídos: 117
Acidentes: 4

 

 

atualizado em 2024

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