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No dia 1º de dezembro de 1927 nascia o
Syndicato Condor Ltda, fundada no Rio de Janeiro por aviadores alemães. A Syndicato Condor era uma
subsidiária brasileira da companhia aérea alemã Condor Syndikat. A
Condor Syndikat foi criada em 1924 e tinha o projeto de criar uma rota
aérea entre a Alemanha e a América do Sul. A companhia participou do
primeiro voo comercial do Brasil e
na criação da
Varig, em 1927. Em 1926 foi criada a
Deutsche Luft Hansa, que absorveu a Condor Syndikat e
passou a controlar a Syndicato Condor no Brasil.
As primeiras aeronaves da Syndicato Condor foram o
Donier Wal, mesmo
modelo operado pela Varig, e o
Junkers
G-24. A primeira rota da companhia foi inaugurada em janeiro de
1928: Rio de Janeiro - Santos - Florianópolis - Porto Alegre, duas vezes
por semana. Em julho de 1928 foi inaugurada a
linha para o nordeste, na rota Rio de Janeiro - Caravelas -
Canavieiras - Ilhéus - Salvador.
Em fevereiro de 1930 a linha foi estendida para Maceió, Recife e Natal.
Em 1933 a Syndicato Condor chegou em São Paulo, após a rota de Cuiabá, Corumbá
e Campo Grande ser estendida. Essa rota foi subsidiada pelo governo brasileiro,
que tinha interesse na exploração do interior do país pela aviação
comercial. Por outro lado a
Lufthansa também tinha interesse, pois Corumbá ficava bem próximo na fronteira com
a Bolívia, país onde a
Lufthansa tinha outra regional local chamada
LAB. A primeiras rotas terrestres da empresa foram
feitas com os Junkers F-13,
na rota São Paulo - Bauru - Lins - Pennapolis - Araçatuba - Três Lagoas
- Campo Grande.
Entre 1933 e 1937 a empresa passou a oferecer voos de passageiros entre
o Brasil e a Alemanha com o Graf Zeppelin, em
parceria com a
Lufthansa
e a Deutsche Zeppelin-Reederei.
Em 1934 a Syndicato Condor
começou a voar para a América do Sul, com voos entre São Paulo e Bolívia
(via Cuiabá e Corumbá)
e a rota Rio de Janeiro - Porto Alegre - Montevidéu - Buenos Aires. No
mesmo ano a Syndicato Condor recebeu o primeiro Junkers Ju-52,
que se tornou a principal aeronave da empresa.
Em
setembro de 1935 foi inaugurada a rota para Santiago do Chile.
Em novembro de 1938 a companhia chegou em Porto Velho e Rio Branco, como
uma extensão da
linha de São Paulo para a região Centro-Oeste.
Em 1939 a empresa chegou em Curitiba e, em parceria com a
LAB, também expandiu sua malha na
América do Sul para Arequipa e Lima.
Em 1940 a empresa expandiu sua malha para o interior das regiões
centro-oeste, nordeste e norte do país, alcançando uma grande quantidade
de cidades atendias.
Durante a década de 30 a Syndicato Condor disputava a liderança do
setor no Brasil com a
Panair do Brasil e operava mais de 20
aeronaves, que cobriam todo o Brasil e vários destinos na América do
Sul. Até o inicio da Segunda Guerra Mundial a Syndicato Condor estava
na liderança, porém as coisas mudaram com os desdobramentos do conflito.
Em 1941 a Syndicato Condor transferiu parte do controle dos alemães para
brasileiros, num esforço para reduzir a influência alemã na companhia. O
Brasil estava prestes a entrar na Segunda Guerra Mundial,
o que de fato aconteceu em agosto de 1942. O Brasil se tornou aliado dos
Estados Unidos e declarou guerra contra a Alemanha. Três dias depois a
companhia foi nacionalizada e todos os alemães foram afastados. Mesmo
assim a Syndicato Condor não conseguiu passar imune. No dia 15 de
dezembro de 1941 a maior companhia aérea do Brasil parou de voar depois
que a Standard Oil Company se recusou a fornecer combustível. A empresa
de petróleo fez isso depois que os EUA colocaram a Syndicato Condor na
lista negra devido aos seus laços com a Alemanha. Na época a Syndicato
Condor atendia mais de 80 destinos no Brasil e ainda possuía voos
internacionais para a América do Sul. Os planos dos EUA previam que a
Panair iria assumir todas as rotas da Condor e
as aeronaves de origem alemã deveriam ser destruídas. Porém o governo
brasileiro ficou preocupado com um possível monopólio do setor aéreo
brasileiro nas mãos dos americanos, uma vez que a
Panair se tornaria de longe a maior companhia
aérea no Brasil e era uma subsidiária da Pan Am.
O Brasil então executou um plano diferente que envolveu a transferência
de parte do combustível da Força Aérea Brasileira para que a Syndicato
Condor conseguisse retomar as operações em abril de 1942. A primeira rota retomada foi no dia 2 de abril:
Rio de Janeiro - São Paulo - Araçatuba - Três Lagoas - Campo Grande -
Corumbá - Cuiabá. No dia 8 foram retomadas as rotas para o sul, do Rio
até Porto Alegre, e para o nordeste e norte, do Rio até Belém. Em
setembro foram retomados os voos para Buenos Aires.
No dia 16 de janeiro de 1943 a companhia passou oficialmente a se chamar Serviços
Aéreos Cruzeiro do Sul, apagando todos os traços alemães. As aeronaves
alemãs Junkers
e Focke-Wulf começaram a ser
substituídos por aeronaves americanas, DC-3.
O primeiro chegou no Brasil em setembro de 1943 e iniciou os serviços
operando no
Aeroporto Santos Dumont. Finalmente
o nome da empresa foi retirada da lista negra, com os EUA reconhecendo
que agora a Cruzeiro era uma empresa brasileira.
Em 1944 a companhia voltou a crescer, chegando nesse ano no Amapá e em 1945 inaugurou a linha Rio de Janeiro - Caracas em
parceira com a Linea Aeropostal Venezolana. Também em 1945 a Cruzeiro
chegou em Georgetown e adquiriu as companhias
SAVAG
e TAC, reforçando sua presença no sul do
Brasil.
No dia 29 de outubro de 1951 a Cruzeiro voltou a voar para a Bolívia, dessa vez em parceria
com a Panagra, na rota Rio de Janeiro - São Paulo - Araçatuba - Campo
Grande - Corumbá - Roboré - San José - Santa Cruz de La Sierra -
Cochabamba. Os voos para Montevidéu também foram retomados,
inicialmente em parceria com a Varig e pouco
anos depois em parceria com a Pluna.
No dia 2 de outubro de 1947 a Cruzeiro recebeu autorização para voar para os EUA.
Para operar a rota a companhia havia recebido, em 1946, três
DC-4. Porém a companhia nunca chegou a operar
regularmente para os EUA, uma vez que a Cruzeiro pedia subsídios para
operar a rota - o que não agradou o governo. Então a Cruzeiro desistiu da rota e trocou os
DC-4 por quatro Convair 340. A rota para
os EUA foi passada para a Varig em 1952.
Em janeiro de 1963 a companhia recebeu o primeiro jato, o
Caravelle VI-R. Com a "falência" da
Panair do Brasil, em 1965, a Cruzeiro recebeu
aeronaves
Catalina, mais Caravelles e as
rotas nacionais da Panair.
Em janeiro de 1970 a empresa recebeu os primeiros
Boeing 727-100, que iniciaram voos nas rotas
Rio de Janeiro - Brasília e Rio de Janeiro - Buenos Aires. O
Boeing 727 também inaugurou a nova
identidade visual da empresa. Em 1971 o
B727 inaugurou a rota sem escalas entre o
Rio de Janeiro e Montevidéu.
A Cruzeiro do Sul entrou na década de 70 sofrendo forte concorrência da
Varig e Vasp. A situação
economia da companhia pirou ainda mais com a Crise do Petróleo em 1973.
A empresa ficou em uma situação delicada, sem condições de renovar a
frota, que já estava velha e menos eficiente do que as concorrentes. Começaram então a discussões sobre uma potencial fusão no setor.
Na imprensa circularam notícias entre uma união com a
Transbrasil e Vasp.
A Vasp acabou sendo a que mais chegou perto de
fechar o acordo. Porém no dia 22 de maio de 1975 a
Varig anunciou a compra da Cruzeiro do Sul. Inicialmente as companhias operaram de
forma separada. No mesmo ano a Cruzeiro recebeu o seu primeiro
Boeing 737-200.
Em junho de 1980 a Cruzeiro recebeu dois Airbus
A300B4, os seus primeiros "wide-bodies" e as maiores aeronaves já operadas
pela empresa. A primeira rota foi
entre São Paulo e Buenos Aires.
Em 1983 a Cruzeiro operou em caráter experimental um
MD-80. O único MD-80 voou nas rotas
domésticas e a companhia gostou da aeronave, mas preferiu não
fazer encomendas e padronizar a frota com aeronaves da Boeing.
Em 1992 a Fundação Rubem Berta (dona da Varig)
comprou todas as ações da Cruzeiro e a empresa foi definitivamente
incorporada pela Varig.
No dia 1º de janeiro de 1993 a Cruzeiro deixou de existir oficialmente, mas
suas aeronaves puderam ser vistas até 1997, quando os últimos
Boeing 737-200 foram pintados nas cores
da Varig.
Evolução da empresa:
Logos: 1927-1942
1943-1970
1970-1992
Outros logos |
Fundação: 1927
Comprada em: 1975
Encerrou Atividades: 1992
Principais Aeroportos:
Santos Dumont
Sede:
Rio de Janeiro
Códigos:
CRZ / SC
Aeronaves já operadas:
Airbus A300B4,
Beechcraft AT-11,
Boeing 727-100,
Boeing 737-200,
Caravelle VI, Consolidated
Catalina,
Convair 240,
Convair 340,
Convair 440,
Dornier
Do J Wal, Dornier Merkur,
Douglas DC-3/C-47/C-39,
Douglas DC-4/C-54,
Fairchild C-82A, Focke-Wulf Fw58c, Focke-Wulf Fw200, Junkers F-13, Junkers
G-24, Junkers Ju-46/Ju-52,
Junkers W-33/W-34, Lockheed
L12, YS-11,
MD-82
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Atualizado em maio de 2014