McDonnell Douglas MD-11 / Boeing MD-11

Desde 1976 a McDonnell Douglas já pensava em um sucessor do DC-10. Inicialmente foi pensado um DC-10 12 metros mais longo e com um alcance maior. A nova versão ficou conhecida como DC-10 Super 60. Seriam lançadas três versões assim com o DC-8-60s: O DC-10-61 para voos de curtas distâncias, DC-10-62 para voos de longas distâncias, porém menor, e DC-10-63 do mesmo tamanho do 61, mas capaz de voar mais longe. Porém após três acidentes com o DC10 amplamente noticiados pela mídia e outra crise no setor aéreo, os DC-10 Super 60 foram cancelados.
Depois foi pensado uma versão mais modesta, com duas turbinas e menor que o DC-10. Porém esse projeto também não foi para frente. A situação da fabricante não era muito boa, muitas companhias aéreas achavam que a McDonnell Douglas iria falir em breve, o que contribuía para as companhias aéreas não acreditarem que a Douglas iria lançar uma aeronave para substituir o DC10. Nessa altura ninguém encomendava mais os DC-10 e somente os MD80 "salvavam" a McDonnell Douglas.
Finalmente no dia 30 de dezembro de 1986, o MD-11 foi oficialmente lançado com 52 encomendas. O primeiro voo foi originalmente planejado para ocorrer em março de 1989, mas vários problemas com a fabricação e atrasos com os fornecedores de componentes essenciais, fez o voo acontecer somente no dia 10 de janeiro de 1990. O primeiro MD-11 foi entregue para Finnair em 7 de dezembro de 1990 e realizou o primeiro voo comercial em 20 de dezembro. Entretanto o MD-11 não conseguiu atingir as metas de consumo de combustível e alcance esperados. Com isso a Singapore Airlines cancelou sua encomenda e a American Airlines, uma das principais clientes, não se interessou pela aeronave e logo repassou suas 19 aeronaves para a FedEx.
Ainda em 1990 a McDonnell Douglas, Pratt & Whitney e General Electric iniciaram o "Programa de Melhoria de Desempenho" (PIP) para melhorar o peso da aeronave, capacidade de combustível, desempenho motor e aerodinâmica. O MD-11 incorporou várias melhorias como novas asas, novo leme, novos motores, maior utilização de materiais compostos e winglets (que reduzem o consumo de combustível). O MD11 foi uma das primeiras aeronaves a incorporar computadores, com sua cabine totalmente computadorizada com painéis e sistemas digitais. O cockpit possui o Advanced Common Flightdeck (ACF), que inclui sistemas de instrumentos eletrônicos, "Flight Management System", uma "central de falhas do sistema", GPS e capacidade de pouso automático para condições de mau tempo. O MD-11 também dispensa o engenheiro de voo, bastando apenas dois tripulantes na cabine para pilotá-lo.
O projeto PIP só acabou em 1995 e o "estrago" já estava feito. Muitos clientes do DC-10, como Lufthansa e Iberia, acabaram escolhendo o Airbus A340, que custava 15% a menos que o MD-11, além de ser mais eficiente e econômico.
Além da versão de passageiros, a McDonnell Douglas ofereceu também a versão cargueira, MD-11F (Freighter), e a versão MD-11C (Combi), que transporta passageiros em uma parte da cabine e carga em outra. A lançadora e única companhia a operar essa versão foi a Alitalia.
Em 1991 foi lançada a versão conversível facilmente para o transporte de passageiros ou carga, MD-11CF (Convertible Freighter), e em fevereiro de 1994 foi lançada a versão de maior alcance, MD-11ER (Extended Range), graças a um tanque de combustível extra.
Se a situação já estava ruim para o MD-11 na batalha contra o A340, a situação piorou muito mais quando a Boeing lançou o Boeing 777-200, em 1994. Com recursos financeiros limitados, a McDonnell Douglas não pôde criar uma aeronave "do zero", como Airbus e Boeing, resultando num projeto com pouca inovação em relação ao seu antecessor DC-10. No entanto o MD-11 "achou uma luz no fim do túnel", pois se mostrou um ótimo avião para carga. Sem competidores diretos, o MD-11 foi o preferido para substituir aviões cargueiros antigos como o DC-10 e A300. A versão cargueira foi encomendada até mesmo pela Lufthansa, que tinha escolhido o A340 ao invés do MD-11 para passageiros.
Em 1997 a McDonnell Douglas se fundiu com a Boeing e a empresa anunciou que o MD-11F (cargueiro) iria continuar a ser produzido. No entanto, em 1998, a Boeing anunciou que deixaria de produzir o MD-11 depois de entregar todas as encomendas que já haviam sido feitas. Os dois últimos MD-11 foram produzidos durante junho e setembro de 2000 e entregues à Lufthansa Cargo, em janeiro e fevereiro de 2001. Segundo a Boeing, a produção foi encerrada por falta de vendas, devido à concorrência interna de aeronaves equiparáveis como os Boeing 777 e concorrência externa do Airbus A330 e A340. Mesmo após o fim da produção do MD-11, a Boeing continuou oferecendo o programa de conversão da versão de passageiros para carga, conhecida como MD-11BCF (Boeing Converted Freighter).
No Brasil o MD-11 ficou famoso por ser o principal avião para voos internacionais escolhido pela Varig nos anos 90. Os MD-11 substituíram os DC-10 e Boeing 747, sendo o flagship da pioneira até a chegada do Boeing 777 em 2001. A Vasp também escolheu o MD-11 como sua aeronave para voos internacionais, como parte do seu ambicioso plano de expansão após a privatização em 1990.

Operadores no Brasil: Tam, Varig, Varig Log, Vasp

 



 

Origem: Estados Unidos
Produzido:
1990 - 2000
Comprimento:
61,20 m
Envergadura: 57,70 m
Altura: 17,60 m
Peso da aeronave: 128,8 a 132,0 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 286/222 toneladas
Capacidade de combustível: 146,1 mil litros / 157,5 mil litros (MD-11ER)
Motores: 3
x Pratt & Whitney PW4460 ou PW4462 ou General Electric CF6-80C2D1F
Empuxo: 84 (3x 28) tonf
Velocidade de cruzeiro: 876 km/h (mach 0.82)
Velocidade máxima:
945 km/h (mach 0.88)
Altitude de Cruzeiro: 13,1 km (43 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 3,1 km
Alcance: 12655 a 13408 km
Passageiros:

3 Classes: 244 a 293
2 Classes: 297 a 323
1 Classe: 410

Tripulação: 16
Largura da cabine de passageiros: 5,72 metros
Disposição de assentos (classe econômica): 2+5+2 com 19'' (48,3 cm) ou 3+4+3 com 17'' (41,9 cm)
Primeiro voo: 10 de janeiro de 1990
Substituto de: Airbus A300, Douglas DC-10, Lockheed Tristar
Concorrentes: Airbus A330-300, Airbus A340-300, Boeing 777-200, Ilyushin Il-96
Substituído por: Airbus A330, Airbus A340, Boeing 777
Companhia Lançadora: Finnair

Comparar com outras aeronave

Construídos: 200
Acidentes: 8

 

 

 

McDonnell Douglas MD-12

A McDonnell Douglas chegou a pensar em lançar um novo avião baseado no MD-11 para fazer frente ao Boeing 747. Inicialmente conhecido como MD-XX e depois como MD-12, o avião resgatava o projeto que vinha desde o DC-10: um avião de dois andares completos e quatro turbinas. O avião faria o primeiro voo em 1995 e as entregas estavam previstas para 1997, porém o avião nunca foi fabricado.

 

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