|
A380 voando no
gigante
Maratona de
testes
O programa A380 segue em seu ritmo acelerado de testes
visando obter a certificação de tipo, com vôos de teste
de linha em operação e certificação de tipo pela
autoridade conjunta européia (JAA) esperada para o final
de 2006. Vôos de longa duração com passageiros (todos
funcionários da Airbus e seus parentes) com um total de
500 pessoas a bordo, já foram cumpridos com sucesso. A
Airbus vem fazendo outros testes com os quatro A380 que
fazem parte do programa inicial de testes de
certificação.
Uma aeronave foi levada à Medellin, Colômbia, onde
passou pela rigorosa prova de "hot & high" - comprovando
as características de desempenho em pistas de grande
altitude (no caso 2.130 m de elevação) e com temperatura
altas, 37ºC. No outro extremo, o gigante enfrentou
temperaturas de - 29ºC em Iqaluit, Canadá. Testes de
formação de gelo em vôo também foram executados, tanto
em condições naturais quanto artificiais, com a geração
de gelo promovida por sistemas especiais.
Desenhado para acomodar confortavelmente 555 passageiros
em três classes, o A380 deverá transportar 35% a mais de
passageiros que seu competidor direto, o Boeing 747-400.
O novo 747-8 Intercontinental, ora em desenvolvimento,
deverá diminuir a diferença: a Boeing definiu que o novo
747 irá acomodar 450 passageiros em três classes. Nada
que ameace a Airbus em sua posição inconteste de
fabricante da maior aeronave comercial da atualidade.
Vale lembrar que, como a área de piso nas cabines do
A380 é 49% maior que a do Jumbo da Boeing, é fácil notar
como o A380 tem capacidade de acomodar mais passageiros
do que os 500 que, em média, deverão ser transportados
pelas primeiras operadoras do tipo. Prova inconteste
disso: em março último, por exemplo, um dos protótipos
acomodou 853 passageiros para realizar o teste de
evacuação de emergência. Todos eles, e mais 20
tripulantes, conseguiram sair do A380 em menos de 90
segundos, usando apenas 50% das saídas de emergência.
O A380 custará mais caro que o Boeing, sem dúvida. Mas
com sua elevada capacidade de assentos, o debate agora
está focado em quem oferece o melhor retorno por assento
e os menores custos operacionais. O mercado parece
acreditar mais no A380: enquanto apenas um punhado de
747-8 foram vendidos para transporte de passageiros,
nada menos que 143 Airbus A380 foram encomendados. A
versão puramente cargueira, A380-800F, teve 25
encomendas canceladas, e seu desenvolvimento deverá ser
retomados nos próximos anos.
O A380 é uma aeronave totalmente nova, mas seu DNA é
essencialmente o de um típico Airbus. Desde a introdução
do A320, em 1987, todos os modelos da Airbus
compartilham características que denotam a "estirpe" da
empresa. Dentre as principais, estão a utilização de
controles de vôo com tecnologia Fly-By Wire (FBW) e uma
configuração básica de cockpit, que vai do A318 de 100
lugares ao A340-600 para 350 passageiros. À primeira
vista, o A380 parece pertencer à essa família. Será que
as aparências enganam? É o que vamos ver agora.
Os controles de vôo são todos acionados hidraulicamente,
como todos os membros da família Airbus. No caso do
A380, há apenas dois sistemas hidráulicos, o verde e o
amarelo. Eles são acionados por bombas que retiram
energia dos motores, e trabalham sob pressão mais
elevada que os outros modelos da casa: 5000 psi. Essa
mudança para um sistema de alta pressão traduziu-se em
significativa redução de peso, estimada em quase 800kg
por aeronave. Isso se deve à utilização de dutos mais
finos, e consequentemente, menor quantidade de fluido
hidráulico. Eliminar o terceiro sistema hidráulico
(tradicionalmente chamado de azul nos outros jatos da
Airbus) foi outra medida adotada para reduzir peso. A
ausência desse terceiro sistema redundante poderia
significar diminuição na segurança operacional da
aeronave? A Airbus afirma que não. A empresa substituiu
a linha azul por atuadores hidráulicos de reserva que
respondem, numa emergência, pela operação dos lemes
(superior e inferior), metade dos elevadores e por um
spoiler e aileron em cada asa.
A segurança nos comandos é garantida ainda pelo sistema
básico que aciona pelo menos um conjunto de superfícies
de controle em cada eixo da aeronave. Esse sistema
utiliza potência extraída da turbina de emergência RAT
(Ram-Air Turbine) que se abre em vôo e atua pela energia
eólica: através da passagem do próprio fluxo de ar, ela
funciona como um catavento, sem a necessidade de
alimentação por combustível ou energia elétrica.
A cabine de comando do A380 é enorme. Localizada num
plano intermediário entre os dois pisos principais, ela
muito se parece com outros modelos anteriores de
aeronaves Airbus, porém numa escala maior. O nível da
visão do piloto está exatamente a 7.2 metros acima do
nível da pista. Além dos dois assentos dos pilotos, há
mais dois jump-seats e espaço para um quinto assento,
opcional. A grande área do painel deixa espaço para a
instalação de oito monitores de 6x8 polegadas de LCD
(cristal líquido), dois a mais que em outros jatos da
empresa.
Cada piloto tem o seu próprio monitor OIS (Onboard
Information System), duas telas de controle geral de
sistemas, além do Primary Flight Display (PFD), o
monitor com as informações primárias de vôo e o Display
de Navegação (ND). Na parte central do painel estão três
telas que ambos os pilotos consultam: duas de
instrumentos adicionais básicos redundantes, para
emergências e a tela que monitora o desempenho e
parâmetros dos quatro motores, o Engine/Warning Display
(EWD). Finalmente, no enorme pedestal central há três
outras telas: duas de múltiplas funções e uma que é a
que controla os sistemas gerais da aeronave, o Central
Display System.
Há nesse pedestal central dois teclados e cursores de
padrão Qwerty, no lugar de displays alfa-numéricos,
comuns em outras aeronaves com cabines digitais
avançadas. O teclado Qwerty facilita sobremaneira a
entrada de dados nos computadores do gigante.
Finalizando a profusão de telas, há espaço nos consoles
laterais (sob as janelas) para a instalação de duas
telas de EFB (Electronic Flight Bag), tecnologia que
elimina a necessidade de papéis a bordo da aeronave:
manuais, cartas de navegação, cartas meteorológicas, os
logbooks, tudo isso entra e fica arquivado dentro do
sistema EFB. Aeronaves assim equipadas são chamadas de
"paperless", ou seja, voam sem a necessidade de dados,
informações e reportes impressos. Todas essas
informações ficam armazenadas em cada EFB.
Antes da partida
Chegou a hora de fazer a "volta-olímpica," a verificação
externa da aeronave. O piloto-chefe do A380, Pete
Chandler, conduziu os pilotos-jornalistas pelo pátio da
fábrica em Toulouse, França, onde os A380 são montados.
Chandler chamou a atenção para a asa de perfil
supercrítico do A380 que, na raiz do bordo de fuga, tem
uma notável variação de perfil, assumindo uma queda
bastante acentuada, o que confere a aparência, quando
observada por trás, de uma asa de gaivota. Essa asa de
desenho tão único permite uma maior separação dos
motores em relação ao solo. Os motores Rolls Royce Trent
900 que equipam os A380 têm 2.95 de diâmetro na entrada
e geram 70.000 libras de potência. Em versões futuras do
A380, está prevista a instalação de motores ainda mais
potentes, cada um deles capazes de gerar mais de 100.000
libras de empuxo. Mais que o dobro da potência dos
motores que originalmente equipavam o Boeing 747.
Durante o percurso a pé, os trens de pouso principais,
de fuselagem, chamaram atenção pelo seu descomunal
tamanho, equipados com seis rodas cada um. Os trens
principais das asas têm quatro rodas cada um. O eixo
traseiro do par de trens de pouso principais da
fuselagem é pivotante, o que ajuda nas manobras de solo,
diminiuindo o raio necessário para um giro de 180º. A
Airbus já testou e afirma que o A380 pode completar essa
volta de 180º numa pista de 60 m de largura. No total,
as 22 rodas do A380 fazem com a distribuição de peso, e
consequente carga sobre as pistas, seja mais bem
distribuída do que no Boeing 747.
Before Start Checklist
Entra-se no cockpit do A380 por uma escada de quatro
degraus a partir do deck inferior, ou cabine principal
de passageiros. O checklist do A380 é inteligente e
majoritariamente eletrônico. Os computadores vão
checando ítem por ítem e dando ciência nos monitores
EWD. Alguns ítens, os mais cruciais, porém, ainda tem se
ser "cantados" pelos pilotos, mas o resultado é que a
carga de trabalho é sensivelmente reduzida em comparação
à aeronaves de gerações anteriores. É bom lembrar que o
gigante da Airbus é desenhado para operação por apenas
dois pilotos, como todos os outros jatos recentes da
companhia.
Os procedimentos iniciais de partida, acionamento de
motores, programação de computadores de navegação foram
todos conduzidos por Jacques Rosay, piloto-chefe da
Airbus. O alinhamento dos três sistemas inerciais de
navegação (IRS - Inertial Reference System) levou sete
minutos para ser completado. A inicialização do Flight
Management System (FMS) é idêntica a outros jatos
avançados. A aeronave foi tratorada para o pátio e, como
no A340-600, os dois motores em cada asa são acionados
simultaneamente. Os comandos de acionamento estão no
painel superior, o "overhead", diferentemente de outros
modelos da Airbus, que têm esses comandos posicionados
no console central.
O sistema FADEC (Full Authority Digital Engine Control)
comandou o fluxo de combustível e ignição para os quatro
motores automaticamente. Cada motor atingiu a rotação de
ponto morto em menos de 60 segundos. Com os quatro Trent
girando, o APU (Unidade Auxiliar de Potência) foi
desligado. Flaps foram acionados para 23º de deflexão,
slats para 26º, ailerons para a posição de 5º e o trim
do estabilizador horizontal na posição 4º para cima
antes do início do taxi. Rumamos para a pista 32L, com a
aeronave pesando 390 toneladas, muito abaixo do peso
máximo de decolagem que, neste primeiro protótipo,
matriculado F-WWOW, é de 560 toneladas. A bordo, 90
toneladas de combustível e 1.800 kg de peso dos
ocupantes. E muitos, muitos computadores de teste.
Vamos voar
O A380 foi configurado para usar apenas 75% de sua
potência nessa primeira decolagem. A aeronave gastou
1,345 m de pista até vencer a gravidade e levou 37
segundos para deixar a terra firme. A Airbus estima que
o A380 vai precisar de 3.000m para decolar completamente
lotado, com temperatura ISA + 15ºC. Durante a subida,
experimentamos a grande novidade da Airbus em termos de
navegação: o display de Navegação Vertical. O display
mostra informações colhidas junto aos EGPWS (Enhanced
Ground Proximity Warning System), que indica a
aproximação da aeronave junto ao terreno, bem como gera
imagens tridimensionais do radar meteorológico.
O A380 levou 16 minutos para atingir a altitude de
cruzeiro de 30.000 pés e consumiu 8 toneladas de
combustível até atingir o nível 300. O fabricante estima
os seguintes dados de performance: o consumo de
combustível em regime de cruzeiro deve ficar na casa de
13 mil quilos por hora; com 560 toneladas de peso, o
A380 deverá subir inicialmente ao nível 350 (35.000
pés); o alcance com 555 passageiros deverá ser de
14,800km com 5% de reserva de combustível e um aeroporto
de alternativa distante até 370 km. A aeronave deverá
cruzar rotineiramente a Mach 0.85. O interior do Airbus
pareceu surpreendentemente silencioso. A meta da Airbus
é que o A380 tenha um nível de ruído interno equivalente
a metade da experimentada a bordo de um 747-400.
Uma das mais notáveis características da avançada
tecnologia da Airbus foi a incorporação do "envelope de
proteção de vôo" acoplado ao sistema Fly-By-Wire. Isso
foi demonstrado por Rosay: voando a 30.000 pés, o piloto
acelerou as manetes até o batente. Quando o A380
ultrapassou a VMO, a Mach 0,89, (velocidade máxima
operacional), o envelope de proteção assumiu o comando
do jato e ergueu o nariz do A380 automaticamente,
reduzindo a velocidade sem reduzir contudo a potência.
Em caso oposto, em velocidades baixas demais para o
regime de vôo, o envelope atuaria acelerando a aeronave
ao máximo, na potência TOGA (Take-Off GO Around) de
forma a manter a aeronave em vôo controlado, evitando
um estol.
O envelope de segurança atuou de forma notável em regime
de pré-estol. Um nível de "Vibração de Contenção" (pre-stall
buffeting) é criado e é tão severo que piloto nenhum
deixa de perceber a aproximação do estol. Até mesmo a
leitura dos instrumentos tornou-se muito difÃcil, senão
impossível, durante essa demonstração. O teste seguinte
colocou o A380 a 14.000 pés de altitude, joystick
totalmente para trás, configuração máxima de flaps e
trens de pouso abaixados. O Airbus manteve-se em vôo a
apenas 118 nós de velocidade, o nariz elevado 14.2º
acima do horizonte. Uma velocidade muito baixa, um feito
notável para uma aeronave tão grande.
Outro sistema testado foi o de rolagem (roll) no eixo
longitudinal. O sistema FBW controla os três ailerons
presentes em cada asa, sendo que, quando o A380
encontra-se em velocidades acima de 240 nós, apenas os
dois ailerons mais internos atuam em cada asa, o
terceiro permanecendo travado. A grande mudança nos
comando do A380 em relação a outros Airbus é no sistema
de alteração de arfagem (yaw) da aeronave. O controle de
arfagem (yaw damper) é agora comandando direto no
sidestick. A Airbus considerou que a rolagem provocada
por comandos nos eixo lateral não seria uma boa idéia, a
não ser em caso de falha de um ou mais motores.
Testado em vôo, o sistema mostrou que a arfagem
propositada do nariz não gera uma rolagem das asas
correspondente, facilitando, por exemplo, o alinhamento
da aeronave no alinhamento da pista em caso de
aproximação com potência assimétrica. Um item
especialmente importante, que facilita enormemente a
pilotagem, aumentando a margem de seguraça das
operações, sobretudo em baixas velocidades.
Aproximação
Depois de sete toques e arremetidas executadas por
outros pilotos, chegou a minha vez de comandar o
gigante. No assento da esquerda, para minha primeira
aproximação, selecionei o piloto automático, que
funcionou perfeitamente, mantendo proas, altitudes e
velocidades constantes. Após entrar na reta final, o ILS
foi capturado e a aeronave colocada na Configuração 2 de
flaps e slats. Ao passar pelo localizador, trens foram
abaixados, Configuração 3 selecionada e a rampa de
planeio interceptada a 2.500 pés.
Desliguei o automático e fui seguindo as indicações de
Diretor de Vôo (Flight Director). A potência foi
mantida no automático pelo auto-throttle. A velocidade
de cruzamento de cabeceira, V-Ref, foi de 136 nós,
permitindo que em meu concentrasse somente em manter a
aeronave no Flight Director. Até 50 pés acima da pista,
o ângulo de ataque (pitch) foi de 2.5º. A partir dessa
altitude, levantei o nariz para 4.5º. Após passar pela
marca de 20 pés acima da pista, a aeronave anunciou
automaticamente "Retard" avisando que era hora de tirar
potência dos motores. Obedeci e trouxe as quatro manetes
para a posição de ponto morto (idle). Mantendo o pitch
de 4,5º, a aeronave desceu a uma razão de dois pés por
segundo e tocou o solo suavemente.
Com a bequilha firme no solo, o piloto-chefe Rosay
guardou os spoilers, indicando o início da manobra de
arremetida. Empurrei as quatro manetes para uma posição
intermediária antes de empurrá-las ao batente, dando
tempo aos motores acelerararem para um regime
intermediário, antes de aplicar máxima potência.
Com 140 nós, Rosay disse simplesmente "vai" e eu puxei o
sidestick, elevando o nariz 12,5º acima do horizonte.
Segui pilotando manualmente para a segunda aproximação,
mantendo apenas a potência no auto-throttle. Achei a
pilotagem do A380 fácil e prazerosa, com controles
bastante sensíveis, o que permitiu, sem muito esforço,
manter a aeronave alinhada e configurada corretamente
para a segunda aproximação. Outro pouso macio, desta vez
apliquei os reversos, que por sinal equipam apenas os
motores 2 e 3 (internos) dos A380. A 100 nós, pisei nos
freios, e com 70 nós, guardei os reversos, mantendo
apenas a frenagem dos pedais.
Por falar em freios, a Airbus vai incorporar ao A380 um
sistema inovador: o BTV, ou "Brake To Vacate". O piloto
selecionará antes do pouso a taxiway de saÃda da pista
que desejar, configurando automaticamente a intensidade
da ação dos freios após o toque, após examinar e
confirmar o layout da pista de pouso e das pistas de
taxi do aeroporto de destino, mostradas no display de
navegação.
Após sairmos da pista, Rosay deu um zoom no seu monitor
de Navegação e uma imagem muito ampliada do aeroporto
formou-se à sua frente. Essa novidade vai aumentar
sobremaneira a avaliação de situação espacial,
permitindo aos pilotos plena consciência da posição que
sua aeronave ocupa. Uma ferramenta importantíssima,
sobretudo em aeroportos cada vez mais congestionados.
Mantendo 10 nós de velocidade durante o taxi, liguei o
ETACs, sistema de câmeras que dão ampla visão externa
aos pilotos, ajudando a manter o trem de pouso
perfeitamente alinhado à faixa central.
Há duas câmeras: uma montada na barriga da aeronave,
atrás da bequilha, que ajuda bastante a manter o trem de
pouso alinhado nas pistas e taxiways; a segunda câmera
está posicionada no topo do estabilizador vertical, e
ajuda sobretudo a verificar a manutenção de uma distância
segura de obstáculos, sobretudo na ponta das asas.
Qualquer piloto de 747 ou outras grandes aeronaves não
deverá ter qualquer problema para se acostumar a
manobrar o A380.
Em suma, achei o A380 tão fácil de taxiar quanto o 777 e
bem melhor que o A340-600 e o DC-10 que, de todas as
aeronaves de grande porte que pilotei, acho a mais
desconfortável para taxiar.
Conclusões finais
Durante as 03h35 de vôo, senti o Airbus em todos os
extremos de sua performance. Como outras aeronaves do
fabricante, suas características de pilotagem são
previsíveis e transmitem segurança. Achei que a aeronave
respondeu bem a todos os comandos, sobretudo em baixas
velocidades. Se sensibilidade e sutileza na aplicação de
comandos é fundamental para se pilotar um clássico 747
em aproximações, o A380 respondeu imediatamente à todas
as interações, a todos os implusos transmitidos. Achei o
A380 comparável ao 777 em termos de facilidade de
pilotagem, embora ainda prefira o velho e bom manche do
Boeing ao sidestick do Airbus.
O gigante respondeu muito bem quando simulamos a perda
de um motor: mantê-lo sob controle foi muito fácil,
graças à arquitetura de proteção de vôo dos
computadores do jato. No ar como no chão, o A380
pareceu-me uma aeronave menor do que é, sobretudo quanto
aos desafios para sua pilotagem. Pilotos com experiência
em outras aeronaves da Airbus não terão dificuldade em
se adaptar ao jato. Assumindo que os problemas e atrasos
de desenvolvimento do jato logo estarão superados, do
ponto de vista de um piloto, o A380 está mais do que
pronto para transportar mais de 500 passageiros por
viagem aos mais distante pontos do globo.
Mike Gerzanics, com adaptação de Gianfranco Beting