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Santos Dumont
"Os pássaros devem experimentar a mesma sensação, quando
distendem suas longas asas e seu vôo fecha o céu...
Ninguém, antes de mim, fizera igual"
Alberto Santos-Dumont
O começo de tudo
Alberto Santos-Dumont era um garoto provinciano, vindo
de família rica, sexto filho de Henrique Dumont e
Francisca dos Santos, nascido em Cabangu, em João Aires,
hoje Santos-Dumont, Minas Gerais, em 20 de julho de
1873. Poucos anos depois, em 1879, a família mudou-se
para a região de Ribeirão Preto, onde o pai comprou a
fazenda de Arindeúva e se dedicou ao plantio de café. O
pai era engenheiro formado pela tradicional École des
Arts et Métiers, foi responsável pela introdução de
diversas técnicas modernas de cultivo e colheita de
café, empregando imigrantes europeus no lugar de
escravos negros, dando o impulso necessário para tornar
Arindeúva o maior produtor brasileiro de café.
Ainda pequeno, Alberto interessava-se por mecânica: uma
de suas diversões prediletas era observar as máquinas de
beneficiamento do café. Guiava também locomoveis,
veículos a vapor utilizados para o transporte de grãos,
semelhantes aos tratores. Aos doze anos já conduzia as
locomotivas Baldwin da fazenda, cujo ramal foi
construído por Henrique para facilitar o escoamento das
safras de café. A curiosidade sobre a conquista do ar
levou-o a leitura de livros de inventos e ficção
científica, como os clássicos de Julio Verne. Também
descobriu as experiências em balões de ar quente feitas
pelos irmãos Montgolfier em 1783 e a de Jean Pierre
Blanchard e John Jeffries, que realizaram a travessia do
Canal da Mancha em balão, em 1785.
Foi apenas um pequeno salto da leitura para o contato
pessoal: em 1888 viu um balão, em São Paulo - em 1891,
após um acidente que deixou Henrique hemiplégico, a
família viajou para Paris em busca de tratamento.
A França era fonte inspiradora para o mundo. Florescia o
talento e a inovação. Destacavam-se, entre as muitas
personalidades, Victor Hugo, Van Gogh, Pasteur. Era a
"Cidade Luz". Foi para essa Paris que Santos-Dumont
viajou com a família, aos 18 anos - e foi também em
Paris que viu pela primeira vez um motor a explosão
interna, movido a gasolina. O deslumbramento pelo avanço
técnico fez com que comprasse seu primeiro automóvel, um
Peugeot com 3,5 cavalos de força. Esse automóvel causou
euforia no Brasil, pois foi o primeiro a ser visto na
América Latina.
A saúde deficiente do pai logo obrigou a família a
voltar para a França, em 1892. Durante a viagem, o
estado de Henrique piorou, obrigando-o a retornar ao Rio
de Janeiro, onde faleceu, no dia 30 de agosto. Alberto,
contudo, seguiu viagem. Em maio já havia iniciado seus
estudos na França; antes de morrer, seu pai havia
decidido emancipar o filho, para que pudesse levar uma
vida independente:
"Já lhe dei hoje a liberdade; aqui está mais este
capital (...); vai para Paris; prefiro que não se faça
doutor; em Paris, com o auxílio de nossos primos, você
procurará um especialista em física, química, mecânica,
eletricidade etc., estudo essas matérias e não se
esqueça que o futuro do mundo está na mecânica".
Seguindo os conselhos paternos, Santos-Dumont estudou
química, física, mecânica e eletricidade com o Sr.
Garcia, humanista de origem espanhola, extremamente
respeitado.
Em paralelo com a teoria, colocava em pratica seus
conhecimentos observando o motor do automóvel que
adquirira. Com ele participou de vários circuitos
automobilísticos, chegando até a velocidade de 30 km/h,
alto índice para a época. Não esquecido de seu sonho em
tomar os ares, Dumont entra em contato com Lachambre e
Machuron, construtores do balão l´Oern, que havia
realizado uma expedição ao Pólo Norte. Em 1898 fez com
Machuron sua primeira ascensão num balão de 750m3,
voando um percurso de 100 km. Essa experiência lançou-o
definitivamente na direção do vôo. Até então, embora
fascinado com a idéia de flutuar no ar, Alberto
pensava-se somente como um passageiro pronto para
desfrutar a viagem. Logo aprendeu com Lachambre e
Machuron a controlar o balão. Realizou inúmeros vôos de
demonstração, passou por apertos no ar e acostumou-se
com as vontades do vento.
Dumont, o balonista
No mesmo ano apresentou a Machuron os planos de um balão
esférico, de sua autoria. Queria construir algo
diferente, pequeno. Fez os cálculos e concluiu que não
seriam necessários mais de 100 m3 de hidrogênio para
garantir uma boa ascensão, desde que economizasse peso
dos outros componentes. Depois de pronto, o balão tinha
113 m3 em volume, com um invólucro de seda japonesa de
alta qualidade que pesava apenas 3,5 kg sem o verniz, e
14 kg envernizado. Apesar de toda a descrença sobre
possibilidade de um aeróstato de volume tão pequeno
pudesse subir, o Balão Brasil, assim denominado, ganhou
facilmente os céus.
Depois de voar várias vezes, compreendeu o comportamento
do balão, analisou as respostas do aparelho e construiu
um segundo modelo, o L´Amérique, bem maior e capaz de
levar convidados. Mas o vôo ao sabor do vento não o
parecia satisfatório. Não era possível para ele pensar
que o movimento do ar é que decide a sorte do vôo. E
ponderava se seria realmente digno para um homem
contentar-se em ser balonista. Portanto, depois do êxito
com o Balão Brasil e com o L´Amérique, Santos-Dumont
passou a dedicar-se à construção de outros modelos,
voltados para a dirigibilidade e a propulsão.
Apesar da falta de crença dos aeronautas sobre a
dirigibilidade dos balões, Alberto acreditava que sua
realização não estava aquém das possibilidades da época;
buscou uma solução simples: um balão em forma de
charuto, com o motor situado bem abaixo e com os canos
de descarga voltados para o solo. Assim a pressão
interna do gás manteria a forma do invólucro, o motor
acionaria uma hélice e o conjunto só poderia voar! Na
opinião dos aeronautas construtores, a presença do motor
em contato com o hidrogênio do invólucro traria sérios
riscos de explosão. Além disso, alegavam que sua
trepidação poderia provocar o desmantelo da pequena
nacela e seus pertences. No dia 20 de setembro de 1898,
Santos-Dumont fez a primeira ascensão com o Dirigível N°
1. Partindo doJardin d´Acclimatation, voou sobre os
telhados de Paris, contra e a favor do vento. Navegou no
ar, realizou revoluções, subiu e desceu sem sacrifício
de gás. Porém, seu primeiro vôo não correu sem
contratempos. Ao descer, o balão começou a dobrar-se ao
meio. Desvencilhou-se do acidente graças a um grupo de
meninos, que a seu pedido agarraram o cabo pendente e
correram com toda a força contra o vento, amortecendo a
queda.
Após outro acidente com o dirigível nº 2, Santos-Dumont
construiu o nº 3, com o qual fez várias evoluções voando
sobre Paris e seus arredores. No dia 13 de novembro de
1899, partiu a "ascensão mais feliz até a data", segundo
as próprias palavras, quando contornou a Torre Eiffel. O
aviador continuou inovando. Para guardar seus dirigíveis
sem esvaziá-los, construiu à própria custa, nos terrenos
recém-adquiridos pelo Aeroclube da França, em
Saint-Cloud, um hangar de 30m de comprimento por 7m de
largura e 11m de altura. Assim economizava gás e ganhava
tempo. "Descer sem sacrificar o gás, subir sem
sacrificar o lastro", esse viria a ser o lema do
Santos-Dumont balonista.
O magnata do petróleo Deutsch de La Meurthe, incentivado
pelo que via e animado com as futuras possibilidades dos
motores movidos à gasolina, instituiu um prêmio para
aquele que, saindo de Saint-Cloud, circundasse a Torre
Eiffel e voltasse ao ponto de partida em trinta minutos.
Eram 11 km de vôo, dirigindo com o vento ora a favor ora
contra: em troca, cem mil francos. Em 13 de julho de
1901, Santos-Dumont concorreu ao prêmio com o dirigível
nº 5. Nessa tentativa, o aeróstato subiu, mas após
contornar a torre o motor da aeronave parou e o vento a
arrastou, fazendo-a ir de encontro às árvores do parque
de Edmond de Rothschild. Em 8 de agosto, iniciou uma
segunda tentativa. Na presença da Comissão Científica do
Aeroclube da França, partiu para a Torre Eiffel,
contornou-a e tomou a direção de volta a Saint-Cloud. O
balão perdia hidrogênio. Mesmo assim, resolveu
prosseguir. Com a perda de gás, as cordas de suspensão
iam sendo cortadas pela hélice, obrigando-o a parar o
motor. O aparelho caiu e bateu contra o telhado do Hotel
Trocadero, causando uma violenta explosão. Santos-Dumont
ficou suspenso na quilha de seu dirigível, sendo
retirado pelos bombeiros de Paris.
Por telegrama enviado ao Aeroclube da Franca, convocava
os juízes para a prova no dia 19 de outubro de 1901.
Após o disparo do cronômetro, o n° 6 subiu meio de lado,
ganhando altura gradativamente. Alcançou a Torre Eiffel
em plenas condições de segurança e nove minutos após a
partida já a havia contornado e iniciava a volta.
Faltando apenas cinco minutos para completar meia hora,
aproximava-se do Boulard Lannes. Já estava sobre o Bois
quando perdeu altura. Nos últimos minutos, a aeronave
cambaleava, já próxima da linha de chegada, quando a
cruzou a 29 minutos e 30 segundos após a partida. Com
esforço conseguiu nivelá-la a 120 metros de altura e foi
descendo até que seus mecânicos agarrassem a corda-guia,
quando os cronômetros marcavam 30 minutos e 29 segundos.
No entanto, a comissão não foi unânime. A prova havia
sido alterada poucos dias antes e exigia que o dirigível
fizesse o percurso e pousasse em 30 minutos. No dia 4 de
novembro, a comissão se reuniu no Aeroclube sob a
presidência do príncipe Roland Bonaparte: Santos-Dumont
foi declarado vencedor por 14 votos contra nove. O
prêmio, a essa altura elevado para 129 mil francos,
somando os juros e acrescentando recompensas, foi
destinado a seus auxiliares e aos pobres de Paris.
A revolução do "mais pesado que o ar"
Em 1906 Santos-Dumont surpreendeu a todos ao apresentar
um aeroplano. Para resolver o problema da estrutura,
recorreu aos trabalhos do australiano Lawrence Hargrave:
células do tipo caixa, que eram leves, forneciam a
rigidez e a estabilidade necessárias. Em 19 de julho o
aparelho estava pronto, e Santos-Dumont começou a
testá-lo, ligando-o ao dirigível n°14. Por isso,
chamou-o de 14 Bis, o anexo do n°14. Com 12m de
envergadura e 10m de comprimento, o 14 Bis possuía uma
superfície de sustentação na frente da asa e um
acentuado diedro de 10° para garantir a estabilidade.
Naquela época, dois prêmios haviam se instituído na
França. Não se pediam mais relatos de testemunhas,
cartas ou telegramas, e sim provas públicas com a
supervisão de uma comissão julgadora idônea. Archdeacon,
amigo de Dumont, do coronel Ferber, dos irmãos Charles e
Gabriel Voisin e de Blériot, estabeleceu um prêmio para
o vôo de mais de 25 metros. O Aeroclube da França criou
uma recompensa para aquele que conseguisse voar por mais
de cem metros. As regras eram claras: o aparelho deveria
decolar por seus meios próprios, voar uma distância
mínima preestabelecida, pousar, tudo isso sem vendo, em
terreno plano e horizontal, sem a ajuda de uma catapulta
ou outro artefato, e se acidentes, é claro.
Santos-Dumont não foi o único a candidatar-se: Blériot,
Voisin, Ferver, Trajan Vuia e muitos outros corriam
atrás.
Dia 23 de outubro de 1906, em frente de Ernest
Archdeacon e da comissão do Aeroclube da França,
Santos-Dumont decolou em Bagatelle: elevou-se do solo, a
aproximadamente dois metros de altura, e percorreu 60
metros. Era o primeiro vôo da história e a conquista do
prêmio Archdeacon. "É, portanto, a vitória completa do
"mais pesado que o ar"; Santos-Dumont demonstrou de
forma indiscutível que é possível se elevar do solo por
seus próprios meios e se manter no ar", como afirmou a
revistaLa Nature. Em 12 de novembro, outro concorrente
se apresentava: Blériot. Santos-Dumont cedeu a vez, uma
gentileza de grande risco, mas que resultou no fracasso
de Blériot.
Santos-Dumont começou então a fazer suas tentativas.
Após realizar duas tentativas pouco encorajadoras,
atingindo 40m e 60m respectivamente, ainda não avançara.
A tarde já se anunciava quanto fez uma terceira
tentativa: partindo no sentido inverso, contra o vento,
alcançou o sucesso almejado, ultrapassando os 200 metros
em vôo e conquistando o prêmio do Aeroclube da França.
A história da aviação toma um novo rumo. O vôo de 12 de
novembro motivou os inventores e construtores a conduzir
seus estudos para o mais-pesado-que-o-ar e a trabalhar
intensamente nessa direção. Voisin fabricou com Léon
Delagrange um biplano que voou em Bagatelle, em março e
abril de 1907. Nesse período, Blériot também realizava
pequenos vôos com seus modelos. Em 2 de novembro, Farman,
em um aeroplano Voisin, superou o recorde do 14-Bis ao
voar 771 metros em 52 segundos. Santos-Dumont projetava
novas estruturas e asas. Porém, os projetos que se
seguiram, do nº 15 ao nº 18, não tiveram resultados
práticos. Seus aperfeiçoamentos conduziram-no a um
modelo menor mais versátil, que pudesse subir e descer
em qualquer parque de Paris.
Em novembro de 1907 apresentou-se com um novo avião,
totalmente original, de uma leveza extraordinária e de
uma simplicidade impressionante. Era seu invento de
número 19, que ficou conhecido pelo nome de Demoiselle.
Contudo, após um curto vôo de 200 metros, que se
concluiu com um acidente, Dumont concluiu: o avião era
frágil demais. Enquanto observava o sucesso em vôo de
seus colegas aviadores, Dumont idealizou e construiu seu
novoDemoiselle. De todos os aparelhos que construiu foi
o que obteve maior popularidade. Era um avião seguro,
destinado ao lazer e ao esporte. Com uma pequena
envergadura de apenas 6,40m e um comprimento de 6,75m, o
Demoisellemantinha o diedro acentuado que caracterizava
os aviões de Santos-Dumont. O aparelho, veloz e seguro,
trouxe ao aviador grande mobilidade para visitar amigos,
participar de competições, pousar e decolar em pequenos
campos. Em uma de suas demonstrações no Campo de
Saint-Cyr, quando voava diante de grande número de
espectadores, desapareceu repentinamente, criando
suspense. O público ficou sem saber o que havia
acontecido. Na verdade, Santos-Dumont acabou
distanciando-se movido pelo desejo de ganhar velocidade,
mas devido a uma pane no motor foi obrigado a pousar no
gramado do Castelo de Wideville. Esse vôo foi
considerado o primeiro reide da história da aviação ao
sobrevoar 18 quilômetros.
O Demoiselle e o fim de sua vida
Como ocorrera com todos os seus inventos, também não
registrou a patente do monoplano, autorizando outros
fabricantes a copiá-lo e lançar réplicas no mercado.
Difundidos pelo mundo, muitos Demoiselles foram
construídos e vários pilotos famosos da Primeira Guerra
Mundial nele iniciaram seu aprendizado.
Depois desse nº 19, Santos-Dumont desenvolveu outros
modelos semelhantes, sempre introduzindo
aperfeiçoamentos que Ihe permitissem alcançar maior
velocidade e estabilidade. Assim, construiu os
Demoisellesnº 20, nº 21 e nº 22, alterando a estrutura
das asas, da fuselagem e experimentando vários motores
que Ihe dessem equilíbrio adequado. No fim de 1909, mais
de 40 exemplares tinham sido vendidos a preço de um
automóvel médio.A fase de nascimento da aviação
consolidou-se com o histórico ano de 1909, no qual
ocorreram dois grandes eventos: a Semaine de Champagne,
em Reims, na França, que foi o primeiro encontro
aeronáutico do mundo, durante o qual foram disputadas
várias provas, com prêmios que somaram 200 mil francos,
e o desafio da ousada travessia do Canal da Mancha,
lançado a todos os aviadores.
Antes de chegar aos 40 anos, tendo dedicado quase toda
sua vida à conquista do ar, Santos-Dumont sentia-se
cansado. Sofrendo de esclerose múltipla, seus reflexos
estavam falhando e sua aparência não era mais a mesma
Não podia competir com os novos aviadores, dispostos a
correr quaisquer riscos pelo desejo de voar.No ano de
191O, Santos-Dumont fechou sua oficina e dispensou os
mecânicos, retirando-se do convívio social. Com
oDemoiselle encerrou sua carreira na aviação, abrindo
espaço para outros aviadores e construtores.
Santos-Dumont tinha consciência da importância do
aeroplano para o progresso da humanidade. Porém,
manifestava inconformismo com a tendência , para ele
inevitável, de a aviação civil construir máquinas cada
vez mais possantes, a um custo elevado, dificultando a
popularização desse meio de transporte.
Em reconhecimento às suas conquistas, o Aeroclube da
França o homenageou com a construção de dois monumentos:
o primeiro, em 1910, erguido no Campo de Bagatelle, onde
realizara o vôo com o 14-Bis, e o segundo, em 1912, em
Saint-Cloud, em comemoração ao vôo do dirigível nº 6,
ocorrido em 1901. 1930. Ano da revolução que depôs o
presidente Washington Luís e empossou o governo
provisório de Getúlio Vargas. Muitos amigos de
Santos-Dumont foram presos e exilados, entre eles o
embaixador Antônio Prado, que partiu para a Europa.
Em 1931, Santos-Dumont estava internado numa casa de
saúde em Biarritz, sul da Franca, onde o embaixador o
encontrou em delicado estado de saúde. Imediatamente,
Antônio Prado entrou em contato com a família do
inventor, e seu sobrinho Jorge Dumont Villares partiu
para a França a fim de trazê-lo ao Brasil. De volta, em
1931, estiveram em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São
Paulo e resolveram instalar-se no Hotel La Plage, no
Guarujá. Em 1932 ocorreu a Revolução Constitucionalista,
que levantou particularmente o Estado de São Paulo
contra o governo provisório de Getúlio Vargas: nela, o
avião foi usado como arma de combate.
No dia 23 de julho, aviões legalistas atacaram o Campo
de Marte, em São Paulo, e dirigiram-se para Santos,
sendo muito provável que tenham sobrevoado o Guarujá.
Nesse dia, aproveitando-se de breve ausência de seu
sobrinho, Santos-Dumont pôs fim à sua angústia e à
própria vida.
Resumir a vida de Alberto Santos-Dumont em apenas poucas
palavras trata-se de uma missão herculiana. Levaria-me
dias e centenas de megabytes para relatar os feitos e
proezas de um dos mais importantes brasileiros da
História. Espero apenas que com este breve relato, mais
pessoas interessem-se em investigar a história do Pai da
Aviação
Vitor Freesz