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B777-200ER: a nova estrela da VARIG
No dia 15 de novembro a Varig colocou em operação o
primeiro 777 da América Latina. O PP-VRA realizou o vôo
entre Rio, São Paulo e Londres, substituindo um MD-11 da
empresa.
Voando no novo avião
A equipe do jetsite participou do vôo de apresentação à
imprensa. No dia 13 de novembro, o PP-VRA foi
estacionado numa posição remota do aeroporto do Galeão.
Lá, fomos recebidos pelo presidente Ozires Silva, que
participou do programa. Sob o comando de Sérgio Gomes, o
PP-VRA foi lentamente taxiando para a pista 28: às 09:45
o PP-VRA iniciou sua corrida de decolagem, que durou
apenas 25 segundos. Numa prova impressionante de sua
reserva de potência, o 777 decolou e manteve uma
excelente razão de subida, da ordem de 7000 pés por
minuto. Subiu como um foguete.
Em vôo, pudemos perceber as qualidades e espaço do
avião. o 777 da Varig traz várias novidades: telefone e
videos individuais para todos os passageiros, mas a
grande atração é o serviço de internet da Tenzing
Communications, que faz da Varig a quarta empresa no
mundo a disponibilizar o serviço. O sistema de
entretenimento usa o software Matsushita 3000, o mais
avançado do mundo, permitindo a cada passageiro
controlar toda a programação digital de áudio e vídeo.
Filmes, programas de vídeo e até mesmo games serão
controlados por cada um dos 287 passageiros.
Na configuração da Varig, o 777 possui 6 poltronas na
primeira classe que se reclinam em até 180 graus, 49 na
executiva e 232 na econômica, estas divididas em três
grupos de três assentos por fileira.
Vôo inaugural
O vôo RG9900 prosseguiu sobre nosso litoral , passando
na vertical de Florianópolis, uma linda visão naquela
clara manhã. Pousamos às 11:30 na pista 11 do aeroporto
Salgado Filho, em Porto Alegre. O PP-VRA chegou
finalmente na histórica sede da Varig, recebido por um
tempo perfeito: cavok, 28 graus. Uma coletiva de
imprensa e almoço completaram o programa. O grupo voltou
ao aeroporto, onde embarcou no vôo de regresso ao Rio.
O PP-VRA fez outra decolagem impressionante, de alta
performance, que com certeza, encheu de orgulho os
funcionários da Varig que pararam por instantes para
apreciar o avião. O 777 retornou ao Rio no vôo RG 9901,
completado em uma hora e 26 minutos de vôo, à uma
altitude de cruzeiro foi de 41.000 pés. A tripulação
deste vôo histórico foi formada pelos comandantes Sérgio
Gomes e Abrunhosa, tendo Evaristo como primeiro oficial.
Os chefes de cabine Campos e Clarídice supervisionaram a
equipe formada por Regi, Rita Maria, Lize Campos, Rejane
Malheiro, Gustavo Salles, Joelia Maria, Luis Cláudio e
Lia Oliveira.
O papel do 777 na Varig
Assim como os 737 Next Generation deverão substituir os
737 Classic na Varig, o 777 será o principal equipamento
da empresa para vôos transcontinentais, substituindo o
MD-11, num processo de renovação de frota que começa
agora com a chegada do PP-VRA e do PP-VRB.
Inicialmente, os 777 estarão voando para as rotas de
maior densidade para a Europa, tais como Londres, Paris,
Roma, Milão e Frankfurt. Até que a situação econômica
mundial melhore, é provável que os 777 não sejam
empregados nos vôos para os Estados Unidos e Japão. Mas
é só uma questão de tempo e os 777 estarão cruzando o
Pacífico entre Los Angeles, Nagoya e Tokyo. Da encomenda
de 6 aeronaves, as duas primeiras já foram recebidas e
as quatro restantes ainda não têm data marcada para
entrar em operação.
O 777 com seus dois motores GE90-94B de 93.700lb de
empuxo, trará grande economia operacional para a Varig.
O comandante Sérgio Gomes informou que, num vôo típico
São Paulo-Londres-São Paulo, o novo 777 gastará 47.000
litros à menos de combustível que o MD-11 que está
substituindo. Se considerarmos que a conta de
combustível das empresas aéreas representa em torno de
25% de seus custos operacionais, podemos perceber a
importância da entrada em operação do 777 para a Varig.
A empresa já investiu aproximadamente 15 milhões de
dólares no programa do 777, entre treinamento de
tripulações, estoque de peças sobressalentes e
ferramentas. Os 777 estão sendo recebidos em caráter de
leasing e não de compra, pois um equipamento como este
está custando entre 100 e 120 milhões de dólares. A
variação no preço é conseqüência da versão e
configuração escolhidas, bem como de sistemas e
acessórios de cabine, galleys e principalmente,
turbinas: o 777 pode ser equipado por motores GE, Pratt
& Whitney ou Rolls-Royce.
Com o novo 777-200ER, a Varig traz ao Brasil o que há de
mais moderno na aviação comercial. Mais uma vez, a
"Pioneira" aposta no nosso país. Parabéns e boa sorte
com seus novos "flagships", Varig.
Gianfranco Beting