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Vueling 6936
Este Flight Report mostra outro vôo numa empresa aérea
low-cost / low-fare européia: a espanhola Vueling. A
companhia tem uma breve história. Foi criada e começou a
voar em 2004, formada por um frupo de investidores
espanhóis. A companhia se proclama como a "Primeira
Linha Aérea de Nova Geração". Na prática, ela é mais uma
Low-Cost/Low fare mas apresenta alguns diferenciais
charmosos, como descobriria depois.
Meu primeiro contato foi através das vendas pela
internet (www.vueling.com). Foi assim que adquiri desde
o Brasil meu bilhete para voar entre Madrid e Paris.
Achei o site excelente, a reserva fácil e todas as
informações que queria em segundos: escolhi o vôo e o
assento, pelo qual paguei 10 euros a mais, para ter o
privilégio de sentar na primeira fileira. Uma maneira
inteligente de garantir receita adicional.
Os procedimentos de check-in demoraram mais do que seria
compreensível. A fila era grande e não se movia muito
rapidamente. Fu atendido por uma funcionária
visivelmente mais preocupada em fazer a fila andar
rápido do que em ser particularmente simpática.
Finalmente, com a bagagem despachada, rumei para o
portão na ala HJK do gigantesco T4 de Barajas para
aguardar meu vôo. Naquele domingo, 17 de junho, uma
frente fria passava pela Espanha, e isso pode ter
influenciado o sistema. O fato é que o vôo VY 6936
estava atrasado: ao invés de sair as 18h45, a previsão
de partida era para as 19h24. O jeito foi aguardar.
O A320-200 que faria o vôo atrasou em sua chegada a
capital espanhola. Para compensar, a equipe de terra da
Vueling virou rápido a aeronave, e o embarque foi dado
as 19h00. O Airbus de matrícula EC-JGM estava bem
conservadinho por dentro e imaculado por fora. Foi
entregue novo de fábrica em abril de 2005 à empresa e
batizado "The Joy Of Vueling". A empresa batiza suas
aeronaves com expressões que incluam a palavra "Vueling"
a exemplo do que faz outra Low Cost moderninha, a
jetBlue, de quem certamente copiou a idéia.
Pouco tempo depois, com 65% de ocupação nas 180
poltronas disponíveis, as portas foram fechadas e tudo
estava prontinho para a partida. O piloto fez um speech
informando que teríamos algum atraso na partida, em
função do controle de tráfego aéreo. Mas o atraso não
foi longo: as 19h34 o Airbus foi tratorado para o pátio.
Taxiamos as 19h38 e com, pouco tráfego à frente,
alinhamos e decolamos da pista 15 as 19h44. A corrida em
solo levou apenas 36 segundos: o A320 certamente estava
bem abaixo de seu peso máximo de decolagem, 71.500 kg.
Logo depois de subirmos, o sol que se espera em céus
espanhóis brilhava, tão logo passamos uma camada. O A320
subia em rota, com várias aeronaves nas imediações.
Estabilizamos numa proa nordeste, para vencer aos 660
milhas entre o aeroporto de Barajas e Charles de Gaulle,
em Paris. Estava relaxado, pois não apenas ocupava um
assento na primeira fila e na janela (1F), como o
assento do meio estava vazio. E isso já melhora qualquer
vôo.
A Vueling logo confirmaria o que sempre defendo: que
empresa de baixo custo não pode (nem deve) prestar um
serviço de má qualidade. Logo depois de estabilizarmos,
a tripulação iniciou o serviço de bordo. Havia um
cardápio impresso, com várias opções de sanduíches
frios, saladas e wraps. Como na empresa aérea Transavia,
onde havia voado 3 dias antes, os snacks eram cobrados
mas, e daí? Acho esse sistema justo. E ter opção para
comer ou beber é sempre preferível a sujeitar os
passageiros à fome ou à amendoins e/ou barrinhas de
cereais.
Fiquei com um misto de presunto Serrano que estava
ótimo, pagando por isso 4 euros. Havia também, além de
sanduíches outros tipos de snacks doces e salgados. Isso
sem falar em bebidas quentes e frias, alcoólicas também:
champagne, vinhos, uísques, cervejas, cujos preços
variavam de 4,50 a 2,50 euros. Excelente.
A Vueling também mostrou cuidado com o sistema de
entretenimento. Havia a "Ling" a revista de bordo que
trazia ainda matérias interessantes. Bem editada, com
bonitas fotos, agradou. Como se não bastasse, nos
porta-revistas em cada poltrona havia títulos de várias
outras revistas. Todas bem escolhidas e bem conservadas.
Muito bom! Como se não bastasse, os monitores exibiam
atrações de curta metragem, e podiam ser acompanhados
por fones de ouvido, à venda por mais alguns euros.
Fones de ouvido de ótima qualidade, por sinal.
Em outro aspecto importante, achei o serviço dos quatro
comissários apenas correto. Nem todos estavam
sorridentes e, quanto à apresentação, apesar dos
uniformes moderninhos, já mostravam algum "relaxamento",
talvez conseqüência de uma longa jornada, anterior. Não
sei. O fato é que não estavam impecáveis. E isso não tem
desculpa.
As 20h30, senti quando o A320 iniciou sua descida rumo à
Cidade Luz, onde chovia. Pousamos na pista 09L as 21h08,
apenas 18 minutos além do horário previsto. Depois de
algum tempo gasto taxiando até o "camembert", o clássico
e ainda futurista Terminal 1 do Charles de Gaulle,
cortamos os motores. As malas não demoraram a sair e,
pouco depois das 22h00, subia num táxi rumo ao centro de
Paris.
Avaliação: notas vão de zero a dez.
1-Reserva: Nota 10.
Muito bom resolver tudo desde o Brasil.
2-Check-In: Nota 5.
Lento e pouco simpático.
3-Embarque: Nota 7.
Parece que o pessoal tinha pressa de chegar: foi na base
do avança-avança.
4-Assento: Nota 7.
Valeu pagar a mais para sentar na primeira fila.
5-Entretenimento: Nota 10.
Novamente, não esperava nada e tudo o que vi a bordo
estava excelente.
6-Serviço dos comissários: Nota 8.
Pareciam cansados. Faltou simpatia, embora tenham sido
eficientes.
7-Refeições: Nota 10.
Boa apresentação, ótimas escolhas. Excelente para uma LC/LF.
8-Bebidas: Nota 10.
Vários tipos diferentes de bebidas numa empresa low-cost?
Nota máxima.
9-Necessaire: Sem nota.
Não são distribuídas.
10-Desembarque: Nota 10.
Rapidez e agilidade na saída do avião.
11-Pontualidade: Nota 8.
Quase chegamos no horário, apesar do atraso na partida.
Nota final: 8.50
Comentário final: Muito boa a experiência de voar na
Vueling, uma low-cost / low fare com serviços de
qualidade. Com um pouco mais de sorte no atendimento,
tanto em terra como em solo e a companhia poderia ter
sido impecável. Mas, mesmo assim, foi muito bem. Pode
voar.
Gianfranco Beting