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Aerolines Argentinas AR1953
AR 1953 Uma noite fria de outono em São Paulo aguardava
os passageiros do Argentinas 1953, vôo extra contratado
por empresas brasileiras para levar nossos conterrâneos
para aproveitar o longo feriado de corpus Christi na
capital argentina.
Escalao para a tarefa estava o Boeing 737-200 de prefixo
LV-ZYG, veteraníssima aeronave com décadas de serviço
nas costas. Tendo começado a voar na British Airways em
1981, o ZYG mostrava sinais de sua longa carreira, tanto
por dentro como por fora. Essa observação só foi
possível pois embarcamos no jato que utilizou uma das
posições remotas (India 10) no aeroporto de Guarulhos.
Muito bem. Fizemos um check-in rapidíssimo e com muita
cortesia, utilizando-nos dos guichês exclusivos da
Classe Executiva da empresa. Em segundos tínhamos os
assentos marcados - 1D e 1F e os boarding pass na mão.
Em meio ao caos contumaz do salão, passamos pela
imigração rumo à sala Vip da empresa.
Decepção: a sala encontrava-se fechada para reforma e
tivemos de agurdar no próprio portão de embarque. E
aguardar nós tivemos mesmo, pois o vôo 1953 saiu com
atraso de quase uma hora.
Finalmente, entramos nos ônibus que nos conduziram ao
veterano jato. Embarcamos e a recepção da comissária foi
calorosa e simpática. Mal nos acomodamos na pequena
classe executiva (apenas 8 assentos) e lá veio nossa "azafata"
oferecendo um canapé e uma taça de espumante argentino.
Portas fechadas, os motores ruidosos do 737 acionados, o
cmte. fez um breve speech saudando a todos os ocupantes
e informando o tempo de vôo e condições climáticas em
Buenos Aires. Os dois motores girando, o trator
desconectado do trem de pouso dianteiro, o 737 iniciou
seu longo taxi para a cabeceira 27R de Guarulhos, atrás
de um MD-11 da Varig e na frente de um 777 da empresa.
Finalmente autorizado, o valente Boeing ganhou
velocidade rapidamente e decolou na noite escura e
cristalina que fazia em São Paulo. Logo depois
establizamos a 31.000 pés e a aeromoça veio trazer o
jantar, com duas opções de pratos quentes: pasta ou filé
mignon.
Optei pela carne e me dei mal: demasiado seca, uma pena.
Vinho argentino para acompanhar - sem muito brilho - mas
com o mesmo serviço atencioso das duas comissárias que
cuidavam dos oito pax da Executiva. Serviram o jantar e
passaram duas vezes oferecendo bebidas. Só então é que
foram cuidar de ajudar as outras duas comissárias que
serviam os passageiros lá da classe econômica.
O vôo para Buenos Aires é curto e ficou mais curto ainda
pela leitura de um livro apaixonante que lí no trajeto:
a Life Aloft, com os maravilhosos relatos do comte
aposentado da TWA, Walt Gunn. O confortável assento de
couro da Aerolineas funcionou a contento, como uma bela
poltrona de leitura; quando dei por mim o 737 já
iniciava sua aproximação para Ezeiza, onde pousamos as
plena madrugada, as 03h28 minutos.
Avaliação: notas vão de zero a dez.
1-Reserva: Sem nota.
Feita pela Agência de Viagens.
2-Check-In: Nota 10.
Eficiente e simpático: rapidinho e rasteiro.
3-Embarque: Nota 5.
Para seres humanos comuns, aqueles a quem não interessa
subir e descer via ônibus, deve ter sido ruim. Mas pra
quem gosta de aviação, a chance de entrar pelo pátio foi
bastante boa. Nota baixa.
4-Assento: Nota 8.
Ótimo pitch razoável, especialmente na primeira fila.
5-Entretenimento: Sem nota.
Não há.
6-Serviço dos comissários: Nota 9.
Atitude cordial, atenciosa, delicada.
7-Refeições: Nota 7.
Apesar da ótima apresentação, em louças, cristais e
talheres de verdade, o conteúdo ficou devendo.
8-Bebidas: Nota 7.
Vinhozinho razoável. Dava para caprichar mais aqui.
9-Necessaire: Sem nota.
Não são distribuídas.
10-Desembarque: Nota 10.
Posição remota de Ezeiza permitiu passear mais um
pouquinho pelo pátio.
11-Pontualidade: Nota 5.
Saiu bem atrasado e chegou com mais de uma hora depois
do ETA.
Nota final: 7.62
Comentário final: Com a dureza dos tempos atuais,
sobretudo em vôos curtos onde as refeições reduzidas ao
mínimo, não há muitos termos de comparação em relação a
catering, por exemplo. De qualquer forma, no caso do
Club Condor, a executiva da Aerolineas Argentinas, a
impressão foi positiva, a despeito de uma impressão de
falta de refinamento, em alguns aspectos. Mas, com uma
diferença de apenas US$ 80,00 no preço da passagem, acho
que valeu a pena.
Gianfranco Beting