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Vasp
A história da Vasp começou a ser escrita nos anos
seguintes à Revolução de 1932. Em 12 de novembro de 1933
um grupo de empresários e pilotos reuniu-se e criou a
Viação Aérea São Paulo, apresentando ao público na sua
base do Campo de Marte seus primeiros aviões, dois
Monospar ST-4 ingleses, com capacidade para três
passageiros.
Em 16 de abril de 1934 decolaram os primeiros vôos
comerciais, entre São Paulo, Ribeirão Preto e Uberaba e
Rio Preto, via São Carlos.
As condições precárias da infraestrutura aeroportuária
dificultavam a operação. Nos primeiros meses de
atividades, teve suas operações suspensas devido a
fortes chuvas, que inundaram o Campo de Marte. Tais
dificuldades foram decisivas para a empresa participar
do desenvolvimento de aeroportos e campos de pouso no
interior paulista. A empresa transferiu suas operações
para o recém inaugurado Aeroporto de Congonhas,
conhecido como "Campo da Vasp".
Em janeiro de 1935, a sua frágil saúde financeira fez
com que a diretoria pedisse oficialmente ajuda ao
Governo do Estado. A Vasp foi estatizada e recebeu novo
aporte de capital para a compra de 2 Junkers Ju-52-3M. O
lado negativo, como só pode acontecer nesta terra de
samba e pandeiro, foi "aculturar" a empresa com todas as
mazelas de nossa (des)administração pública: alta
rotatividade na direção, apadrinhamentos,etc... Muitas
vezes, a própria presidência da empresa foi entregue à
pessoas sem o mínimo conhecimento de aviação, nomeadas
por razões políticas.
Em 1936 a Vasp estabeleceu a primeira linha comercial
entre São Paulo e Rio de Janeiro, e em 1937 recebeu seu
terceiro Junkers. Tragicamente, este avião, matriculado
PP-SPF, sofreu o primeiro grande acidente de nossa
aviação comercial: Em 8 de novembro de 1939 chocou-se,
após a decolagem do aeroporto Santos Dumont, com um de
Havilland 90 Dragonfly argentino.
Em 1939 a VASP comprou a Aerolloyd Iguassú, pequena
empresa de propriedade da Chá Matte Leão, que operava na
região sul do país. Em 1962 foi a vez do Lloyd Aéreo ser
comprado, ampliando ainda mais sua participação a nível
nacional (A Vasp parece que não pode ver um Lloyd sem se
interessar- anos depois, foi a vez do Boliviano)
Após a Segunda Guerra, modernizou a frota com a
introdução dos Douglas DC-3 e Saab S-90 Scandia. Em 1955
encomendou o Viscount 800, primeiro equipamento à
turbina no Brasil e depois trouxe os "Samurai" YS-11. Em
janeiro de 1968, entrou na era do jato puro com a
entrega de dois BAC One Eleven 400. Em 1969, trouxe ao
Brasil os primeiros Boeing 737-200, em 1982 chegaram os
Airbus A300B2 e em 1986 o primeiro 737-300 de nosso
país.
No início da década de 90, a Vasp foi privatizada. Seu
novo presidente, Wagner Canhedo, iniciou uma agressiva
expansão internacional: Ásia, Estados Unidos, Europa e
até mesmo o Marrocos entraram no mapa da empresa.
Aumentou a frota, trazendo entre outros três DC-10-30 e
depois nove MD-11. Criou o Vasp Air System, após
adquirir o controle acionário da LAB, Ecuatoriana e da
argentina TAN.
Não conseguiu sustentar o crescimento. Deixou de pagar
obrigações, salários, leasings e até taxas de navegação.
Canibalizou os MD-11 a céu aberto em Guarulhos e foi
cancelando as rotas internacionais. A frota foi
reduzida, restando os pré-diluvianos 737-200 e os
cansados A300 para servir uma rede doméstica menor do
que a empresa operava em 1990. O Vasp Air System foi
desfeito. Não foi apenas uma década perdida: foi uma
década em marcha-à-ré.
Deu no que deu: em setembro de 2004, o Departamento de
Aviação Civil (DAC) suspendeu as operações de oito
aeronaves da Vasp. Por medida de segurança, os aviões
737-200 de prefixos PP-SMA, PP-SMB, PP-SMC, PP-SMP,
PP-SMQ, PP-SMR, PP-SMS e PP-SMT foram proibidos de voar
até cumpriem as exigências técnicas de revisões e
modificações obrigatórias - as ADs (Airworthiness
Directives) - estabelecidas pelo fabricante. Sem
dinheiro para fazer os trabalhos, a Vasp decidiu
encostar os jatos. Em seguida, eles começaram a ser
canibalizados para oferecer peças aos outros 737 ainda
em operação.
Com uma imagem arranhada e uma frota jurássica, a
empresa foi perdendo terreno, sobretudo após a entrada
da Gol no mercado. A Vasp operou em novembro de 2004
apenas 18% dos vôos programados. Em setembro de 2004,
quando enfrentou a primeira paralisação de funcionários
e começou a ter problemas para abastecer suas aeronaves,
a fatia de mercado da companhia aérea era de apenas 8% e
dois meses depois, de 1,39% . A ocupação também foi
péssima: as únicas 3 aeronaves da Vasp que voaram no mês
saíram com 47% dos assentos vendidos.
A Vasp parou de voar no final de janeiro de 2005, quando
o DAC cassou sua autorização de operação. Suas aeronaves
hoje estão paradas por aeroportos de todo o país,
testemunhas de mais uma triste história de nossa aviação
comercial.
Código IATA:
VP
Código ICAO:
VSP
Sede:
São Paulo
Frota:
30 (incl. 4 da Vaspex) aeronaves
Fundação:
1933
CEO:
Wagner Canhedo
Callsign: Vasp
País: Brasil
Sede: São Paulo
Web Adress: www.vasp.com.br
Fundada em: 1933
CEO: Wagner Canhedo
Funcionários: (ao paralisar operações) 1.500
Frota:
3x Airbus A300B2-200
2x Boeing 727-200(F)
19x Boeing 737-200
2x Boeing 737-200C(F)
4x Boeing 737-300
VASPEX
Braço cargueiro da Vasp, a Vaspex surgiu com grande
impacto no mercado em 1996, prometendo dominar o mercado
brasileiro de carga aérea e parcels,pequenas encomendas
e pacotes entregues nas mãos dos destinatários.
Nem um nem outro. Operou brevemente com um DC-10-30F
arrendado, mas também sofreu com alguns problemas
enfrentados pelo Grupo Vasp. Suas quatro aeronaves
operavam o que um dia foram os vôos cargueiros da
própria Vasp e em algumas rotas exclusivamente
cargueiras. Encontrou forte concorrência da Varig Log e
de outras empresas como a TAM Express, que acordaram
(depois do surgimento da Vaspex) para o importante e
lucrativo mercado de encomendasovernight.
A empresa sentiu diretamente os efeitos da desastrada
administração de sua controladora: parou de voar em
janeiro de 2005.