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Panair do Brasil
A Panair é um rebento da criação da NYRBA (New
York-Rio-Buenos Aires Line) pelo norte-americano Ralph
O`Neill. Constituída oficialmente em 17 de março de 1929
e iniciando vôos experimentais em 11 de junho com um
hidroavião Sikorsky S-38, O`Neill vê finalmente em 1º de
agosto seu sonho decolar: começam os vôos regulares
entre Montevidéu e Buenos Aires, logo extendidos para
Santiago de Chile.
Em 24 de janeiro de 1930, a NYRBA é autorizada a voar no
Brasil. Vôos regulares começam com os hidroaviões
Consolidated Commodore em 19 de fevereiro, ligando em
seis dias Buenos Aires a Miami. Mas nos Estados Unidos,
o governo não apoiava a NYRBA. A Pan Am gozava de
inbatível prestígio em Washington. Vencido pelas
dívidas, O`Neill vende sua NYRBA em agosto de 1930 para
a Pan Am. No Brasila empresa muda de nome para um novo
que refletia sua ligação com sua controladora: PanAir do
Brasil, ou simplesmente Panair. Até 1942, 100% de suas
ações estiveram em poder dos controladores
norte-americanos, que então começaram a vender suas
ações para mãos brasileiras.
A Panair recebeu 8 novas aeronaves, 4 Commodores e 4
Sikorsky S-38. Em 2 de março de 1931, decolaram os
primeiros vôos de passageiros, ligando Belém ao Rio. Em
1933 a Panair conquistou a Amazônia, prolongando a linha
de Belém até Manaus.
Em 1937, começa a primeira modernização da frota, com a
gradual substituição dos Commodores por Sikorsky S-43
Baby Clippers. Chegam também os bimotores Lockheed L-10
Electra, iniciando assim as operações terrestres com
vôos para Belo Horizonte e São Paulo.
Com a Segunda Guerra o Governo Brasileiro autoriza a
Panair a construir, operar e manter aeroportos em São
Luiz, Fortaleza, Belém, Natal, Recife, Maceió e
Salvador. Neste mesmo dia, 25 de junho de 1941, a Panair
ganha ainda rotas para Assunción e vários destinos no
centro-oeste e sul do Brasil, além de extensões nas
rotas Amazônicas.
A frota de 14 Lockeed Lodestar, recebidos a partir de
1941, é acrescida ao final do conflito pelos então
moderníssimos L-049 Constellation, primeiros
quadrimotores terrestres da empresa. A Panair inaugura
em 27 de abril vôos para Londres, via Recife, Dakar,
Lisboa e Paris. Roma, Cairo, Istambul, Hamburgo,Düsseldorf,
Zürich e Frankfurt foram logo incluídas na rede. A
Panair seguia crescendo, chegando em seu auge a operar
com 23 Douglas DC-3, 12 Lockheed L-049/149 Constellation,
e 8 PBY-5 Catalina nas rotas amazonenses.
Mas como muitas vezes acontece na aviação, as rotas
internacionais parecem catalizar as atenções dos
executivos das empresas aéreas. Enquanto outras empresas
cresciam no mercado doméstico, a Panair voltava-se mais
e mais às rotas intercontinentais. Seu presidente, Paulo
Sampaio, em 1952 foi à Inglaterra e anunciou a compra de
2 de Havilland Comet 2, transação somente cancelada em
razão dos problemas enfrentados pelo Comet 1. Em seu
lugar vieram 4 Douglas DC-7C, utilizados nas rotas
transatlânticas no lugar dos Constellation.
Os DC-7, por sinal, inauguraram em conjunto com a TAP os
"Vôos da Amizade" ligando o Rio à Lisboa. Em 1959, ao
completar 30 anos, a Panair já realizara com êxito 5.827
travessias do Atlântico. Voava para mais de 70 cidades
de Beirute à Santiago, numa malha que percorria 110.000
km. Já 100% nacionalizada, a empresa recebeu em 21 de
março de 1961 dois DC-8, seus primeiros jatos. Pouco
tempo depois, em 20 de julho de 1962, chegaram os 4
Caravelle 6-R.
Problemas operacionais, dívidas crescentes e a inflação
começaram a rondar os hangares da empresa. O presidente
da Panair, Celso da Rocha Miranda, despachava
normalmente em seus escritórios quando chegou, por
telegrama, às 15 horas do dia 10 de fevereiro de 1965, a
mensagem que informava a decisão do Governo Federal de
cassar o certificado de operação da empresa naquele
momento. Cinco dias depois, o Governo decretou a
falência da empresa, tomando-lhe as instalações,
aeronaves e outros ativos.
A Panair foi quebrada pelo poder concedente em benefício
de uma concorrente. Eram os anos de chumbo da ditadura e
os executivos da Panair não tiveram a quem se queixar.
Cinco mil trabalhadores perderam seus empregos. A
justiça pode tardar, mas não falha. Em dezembro de 1984,
os herdeiros da massa falida da Panair ganharam a ação
movida contra o Governo: a falência foi considerada pelo
Supremo Tribunal como fraudulenta e a União condenada a
ressarcir a Panair.
Mas já era tarde demais para os aviões auri-verdes da
saudosa Panair do Brasil. A empresa que orgulhosamente
levava nosso nome e nossas cores ao estrangeiro, teria
para sempre apenas um lugar em nossa saudade.
Código IATA:
PB
Código ICAO:
-
Sede:
Rio de Janeiro
Frota:
nenhum aeronaves
Fundação:
1929
CEO:
Paulo Sampaio
Callsign: Panair
País: Brasil
Sede: Rio de Janeiro
Fundada em: 1929
CEO: Paulo Sampaio
Funcionários: 5.000
Frota: (ao "ser falida")
4 x Lockheed L-049 Constellation
3 x PBY-5A Catalina
3 x SE 210 Caravelle
5 x Douglas DC-3
3 x Douglas DC-7
3 x Douglas DC-8