|
Pan American World Airways
No dia 28 de outubro de 1927, decolou de Key West um
Fairchild FC-2, com destino à Havana. Nascia Pan
American World Airways, fruto das ambições do mais
importante executivo de aviação de toda a história, Juan
Terry Trippe.
Com a ajuda de seu pai banqueiro e de seus colegas de
Yale, levantou o equivalente hoje à US$ 5 milhões.
Fundou a empresa, que já em 1929, suas aeronaves já
voavam desde New York até Mar Del Plata. Era pouco.
Trippe queria atravessar o Pacífico. Porém, os
hidroaviões de então chegavam no máximo até o Havaí.
Depois não conseguiam cruzar o oceano, por falta de
autonomia. Inconformado, Trippe descobriu o atol de Wake
perdido no meio do oceano, pequeno e completamente
fechado, como se fosse uma letra "O" boiando no meio do
nada. Trippe mandou dinamitar uma abertura no atol e em
1935, conseguiu cruzar todo o Pacífico até as Filipinas.
Em 1939, pouco antes da guerra, os Clippers inauguraram
vôos para a Inglaterra e Lisboa. Em 1955, encomendou os
20 Boeings 707 e 25 Douglas DC-8. Sucesso total. Trippe
voltou à Boeing e juntos criaram uma nova geração de
jatos: nascia o 747. Trippe aposentou-se em 1968,
deixando a direção da empresa para Harold Gray.
Gray morreu logo depois e foi sucedido por Najeeb Halaby.
Este não resistiu à crise do petróleo e aos caríssimos
jumbos esvaziados pela recessão do início dos anos 70.
Foi substituído por Bill Seawell, autoritário chairman
que endureceu as relações com os funcionários.
Seawell comprou a National Airlines por 374 milhões,
para finalmente ter acesso à rotas domésticas. Meses
depois, o governo desregulamentou o mercado e a Pan Am
descobriu que pagou por algo que poderia ter saído de
graça, o que custou a cabeça de Seawell. O novo
Chairman, Ed Acker, fez pior. Em 1985, vendeu à United
Airlines por US$ 750 milhões, todas as rotas da empresa
para a Ásia, Austrália e ilhas do Pacífico, além de 18
aviões. A Pan Am encolheu 21%.
Acker foi substituído por Tom Plaskett em 1988, que
tentava colocar ordem na casa, quando em 21 de dezembro
um 747 da empresa caiu sobre Lockerbie, Escócia, matando
todos os seus ocupantes. A tragédia destruiu a última
chance de recuperação para a PanAm.
A Guerra do Golfo, em janeiro de 1991, reduziu ainda
mais o número de passageiros. Desesperada por capital, a
empresa vendeu suas rotas transatlânticas, parte para a
United, parte para a Delta.
A empresa sangrava: perdia US$ 3 milhões a cada dia. A
Delta ofereceu US$ 416 milhões em cash e assumir US$ 389
em dívidas. Quando os executivos da Delta tiveram acesso
ao caixa da Pan Am, descobriram um buraco de US$ 1.7 bi.
A Delta saiu do negócio.
Sem capital para continuar operando, a empresa teve sua
falência decretada em 4 de dezembro de 1991. Na tarde
desse mesmo dia, o 727-200 "Clipper Goodwill",
procedente de Barbados, foi avisado pela torre de Miami
que seria o último vôo da PanAm. O Comandante solicitou
à torre autorização para executar uma passagem rasante
sobre a pista 12. "Afirmativo, Clipper: o céu é seu",
respondeu a torre.
O 727 finalmente pousou e veio taxiando lentamente,
escoltado por caminhões dos bombeiros, que desenharam
nos céus um arco de água,tradicional maneira de marcar
despedidas na aviação. Funcionários, com lágrimas nos
olhos, cercaram o último Clipper. Pyle cortou os
motores, e junto com eles, uma era da aviação, escrita
com bravura, pioneirismo e elegância pela mais
carismática empresa aérea de todos os tempos: a
inesquecível Pan American World Airways.
Código IATA:
PA
Código ICAO:
PAA
Sede:
Nova York
Frota:
- aeronaves
Fundação:
14.03.1927
CEO:
Nenhum
Callsign: PanAm
País: Estados Unidos
Sede: Nova York
Fundada em: 14.03.1927
Encerrou as atividades em: 1991
PAN AM MKIII
A empresa, fundada em 1998, não tem nada a ver com a Pan
Am original (1927-1991) a não ser o nome e a logomarca.
Estes foram comprados pelos donos da massa falida da Pan
Am Mk II, depois da tentativa de ressucitar a
tradicional marca, ou seja: esta é a terceira empresa, o
terceiro grupo distinto operando sob o mesmo, mítico,
nome.
Por um tempo, deu certo: a estratégia da companhia, que
era uma low-cost/low-fare, foi a clássica fórmula
adotada pelas concorrentes com a mesma filosofia: operar
em aeroportos distantes dos grandes centros, e por isso,
sub-utilizados. Mas era mesmo triste ver um grande nome
voando assim, reduzido a um punhado de Boeings 727
voando em aeroportos secundários.
Apertada, e tendo apenas o outrora grande marca e
tradicional nome a lhe servir de diferencial, a
companhia não foi muito longe: suspendeu operações em
janeiro de 2003, por prazo indeterminado, e liquidou-as
definitivamente em novembro de 2004.