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Haneda: gigante doméstico
Tokyo é uma cidade gigantesca. Com seus mais de 20 milhões de habitantes, tem uma economia maior do que muitos países da Europa. Suas necessidades são proporcionais ao seu tamnho gigante. Por isso, Tokyo tem dois aeroportos muito movimentados: Narita, o internacional, situado fora dos limites da cidade (60km à oeste) e Haneda, que até a inauguração de Narita reinou absoluto como aeroporto único da cidade. Seu papel hoje é primordialmente de aeroporto doméstico, embora uma única empresa aérea internacional opere até hoje lá: a China Airlines de Taiwan. Mesmo assim é um gigante.
Operando até bem pouco tempo com uma única pista, Haneda tinha seus movimentos limitados por esta razão. A inauguração em 1998 da segunda pista, num terreno reclamado da baía de Tokyo, eliminou esse gargalo que por anos atrapalhou os passageiros e impediu o aumento da operações.
Esta nova pista ficou destinada primordialmente às operações de decolagem, liberando a pista 15-33 para os pousos. Uma outra pista auxiliar, a 04-22 não é utilizada quase nunca.
O tráfego é assombroso - a grande razão para se visitar Haneda. Por todo o dia, um desfilar constante de jumbos e widebodies domésticos enche os olhos. É como se você estivesse em Congonhas - mas como se o menor avião que lá operasse fosse um MD-90... O tráfego é tão intenso que fez com que as companhias aéreas japonesas encomendassem versões domésticas dos 747- com capacidade que, no caso do 747-400D chegam ao assombroso número de 580 assentos! Muitas vezes o processo de embarque e desembarque é mais demorado que o próprio vôo...
Assim, uma procissão de 747-400D, 777-300, 767-300, 777-200 e A300-600 pode ser vista - e como - desde os terraços abertos do aeroporto. Os principais operadores são a All Nippon, Air Nippon, JAL, JAS, Air DO, Skymark e China Airlines. Embora não seja o aeroporto mais variado do mundo em termos de tráfego, quase tudo que lá opera é interessante para o spotter estrangeiro... e para os milhares de spotters japoneses.
Sim, porquê é impressionante a quantidade de "locais" fotografando e anotando nos "logbooks". Mais divertido ainda é ver as vovozinhas japonesas fotografando aviões... com suas câmeras Nikon F5, Canon A1, etc... incrível!
Onde fotografar e como chegar
O terraço aberto, situado no último andar do prédio central permite fotos excelentes durante a manhã... depois o sol vira a acaba com a festa. Mesmo assim, existe uma posição fora: pegue o metrô de volta ao centro de Tokyo e pule na primeira estação depois do próprio terminal. Suba as escadas e você já está lá, de frente pra grade adjacente à taxiway e perto da área de manutenção. Seja discreto quando fotografar: embora nunca tenha sido admoestado pela polícia, depois de 11 de setembro é bom usar de cautela...
Por falar nisso, o japonês é um povo extremamente cordial. Pena que pouquíssimos falem inglês. Portanto, é bom ter cuidado na hora de viajar: pegue um bom mapa e tente navegar sozinho, pois é difícil encontrar um local que te entenda. Além disso, são pouquíssimas as ruas no Japão que tem nome. Ou você conhece o lugar ou vai ter que se defrontar com uma indicação dos bairros onde tais endereços estão localizados. É o mesmo que chegar em São Paulo e perguntar onde fica o Hospital das Clínicas e receber como resposta: fica em Pinheiros... A propósito, a melhor maneira de chegar à Haneda é mesmo de metrô. Esqueça o taxi: você vai ficar parado no trânsito e custará quase US$ 100,00 desde o centro da cidade!
Tokyo é um destino assombroso, um dos poucos lugares que dividem minha atenção de spotter: apesar das atrações de Haneda e Narita, visitar (e bem) a cidade é imperativo para qualquer um. Agora que a Copa de 2002 vem aí, esta é uma razão a mais para se pensar em visitar a cidade... e o Reino do Sol Nascente. Faça as malas...
(Gianfranco Beting)