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Manaus
O Aeroporto Internacional Eduardo Gomes (IATA: MAO - ICAO: SBEG), localizado em plena selva amazônica, a 14 km de Manaus (Latitude: 3º 2' 20" S Longitude: 60º 2' 50" W) é, por enquanto, o único aeroporto brasileiro onde é possível ver em operação o Embraer 190, já que a companhia aérea panamenha Copa o utiliza em seus vôos diários entre a Cidade do Panamá e a capital amazonense. Além de aviões em translado entre os Estados Unidos e o Brasil e, obviamente, as aeronaves da Rico, que tem sua base lá, no Eduardo Gomes podem ser vistas as da TAF, Meta, Gol, Varig, Trip e TAM.
Histórico
Em 23 de março de 1972 foi criada a Comissão Coordenadora do Projeto Aeroporto Internacional de Manaus/CCPAIM), incumbida de coordenar todos os trabalhos relativos ao projeto e à construção do Aeroporto de Manaus. Em 31 de março de 1976, foi homologado e aberto o tráfego do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, administrado pela Superintendência Regional do Noroeste da Infraero. Ao longo de sua existência, o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes recebeu obras que propiciaram mudanças e melhorias em suas instalações. Em cumprimento ao Programa de Qualidade iniciado pela Infraero em 1996, o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes foi o primeiro aeroporto da rede Infraero a ser certificado na Norma ISO 9001/94.
O aeroporto hoje
O Aeroporto Internacional Eduardo Gomes é o terceiro em movimentação de cargas do Brasil, depois de Cumbica e Viracopos, ambos no Estado de São Paulo, por onde passa a demanda de importação e exportação do Pólo Industrial de Manaus, por isso, quem gosta de aviões cargueiros poderá fotografar os jatos da ABSA, Arrow Cargo, LAN Cargo, Florida West International Airlines, Atlas Air, Beta Cargo, Skymaster Airlines, VarigLog, MTA - Master Top Airlines, MAS Air, Tampa Colombia, Centurion Air Cargo e outras.
Mas, o aeroporto de Manaus também guarda um tesouro. Parado lá há mais de três décadas e sofrendo a ação do tempo e da alta umidade do local, está um dos últimos Fairchild C-82 Packet em relativamente boas condições de conservação. A minha viagem para Manaus foi para vê-lo e, apesar do calor agobiante, foi uma verdadeira volta ao passado, ao lembrar dessa mesma aeronave (PP-CEL cn 10153, ex-Cruzeiro do Sul e ex-Frigosul) em seus dias de glória em diferentes aeroportos do Brasil.
O Musal, no Rio de Janeiro, possui um C-82 que está em processo de restauração, por isso, o avião de Manaus poderá em breve virar sucata, a menos que alguma instituição se interesse no seu restauro. Soube que o Museu Asas de um Sonho, em São Carlos, está estudando a possibilidade de incorporá-lo ao seu acervo.
O Packet não é um dos aviões mais charmosos do mundo, mas foi o protagonista do filme "O vôo da Fénix", de 1966, com James Stewart. Na versão de 2004 foi usado um Fairchild C-119 Boxcar, pois, de acordo com o diretor do filme, John Moore, "ele não é tão feio quanto o C-82".
Mas vamos voltar ao aeroporto. Ele equivale a uma pequena cidade em pleno desenvolvimento. É responsável pelo emprego de aproximadamente 3.000 pessoas, entre funcionários da Infraero, órgãos públicos, concessionários, empresas aéreas e de serviços auxiliares.
O Aeroporto Eduardo Gomes serve a cidade de Manaus e é um aeroporto cuja estrutura física encontra-se defasada, remontando à década de 1970. É capaz de operar sem restrições qualquer aeronave comercial ou de cargas, exceto o Airbus A380 e Antonov An-225 Mryia.
Pode-se dizer que o Aeroporto Eduardo Gomes, adminstrado desde sua inauguração pela Infraero, representa para a Região Amazônica o elo de seu desenvolvimento e integração com o resto do Brasil e parte da América do Norte e Caribe. O aeroporto possui pista única (10/28) para pousos e decolagem com dimensões de 2.700 m de comprimento x 45 m largura. Possui dois terminais de passageiros. Um para atender aeronaves de maior porte, que operam vôos domésticos e internacionais, e outro para receber aviões menores, utilizados em vôos regionais, além de três Terminais de Carga Aérea (TECA).
O Terminal de Passageiros I tem seis pontes de embarque/desembarque, sendo cinco fixas e uma móvel, três salas de desembarque doméstico e uma sala de desembarque internacional, seis salas de pré-embarque doméstico e duas salas de pré-embarque internacional, 32 balcões de check-in e estacionamento para cerca de 500 veículos. Inaugurado em 12 de março de 1985, o Terminal II, o "Eduardinho" foi construído com a finalidade de atender os usuários da aviação geral, que eram muitas vezes prejudicados em relação aos usuários da aviação regular, que os superavam em quantidade. O novo Terminal foi projetado e construído em uma área anexa ao Terminal I. As primeiras empresas a operar no novo Terminal foram a Taba, Girassol Táxi Aéreo, Rico Táxi Aéreo, Táxi Aéreo São Jorge e aeronaves das empresas Andrade Gutierrez e Paranapanema, sendo a aeronave da Rico Táxi Aéreo a primeira a utilizar o Terminal no dia de sua inauguração.
O TECA
A Infraero investiu R$ 23,6 milhões na construção do terceiro Terminal de Cargas, inaugurado no dia 14 de dezembro de 2004,e na reforma do segundo terminal de cargas. Com a obra, a capacidade do complexo aumentou em quatro vezes, passando de 3.000 toneladas por mês para quase 12.000 toneladas mensais. A área total passou de 22.000 m² para 49.000 m².
No novo terminal, destinado à importação, cerca de 75% dos produtos importados são manipulados pelo sistema de transelevador (moderno sistema de automação de processamento de carga) com capacidade para 8.000 posições. A importação tem capacidade para operar três vôos cargueiros simultaneamente.
O Terminal de Cargas I é destinado à exportação, internação e desembarque de carga nacional. O Terminal de Cargas II é específico para importação, remoção, trânsito e exportação/internação avulsa. No terminal III são tratadas cargas específicas de importação e perdimento. O complexo Terminal de Cargas III é composto por sete edificações, num total de 27.405,35 m², distribuídos da seguinte forma: Armazém principal, Módulo de transição, Prédio Administrativo, Central de Utilidades, Prédio de Apoio a Caminhoneiros, Depósito de Cargas Perigosas e Áreas externas. Alguns dados e curiosidades
Com capacidade para atender anualmente 1.815.000 passageiros, o Aeroporto Eduardo Gomes em Manaus teve um movimento de 2.063.872 passageiros, 166.398.911 toneladas de carga e 44.303 aeronaves.
Na época de sua inauguração, chegou a ser o aeroporto mais moderno do Brasil, sendo o primeiro aeroporto brasileiro a ter fingers. Na época era conhecido como "Aeroporto Supersônico".
Na década de 80, um acidente envolvendo uma pessoa que caiu do terraço panorâmico no patio de aeronaves fez com que o popular terraço ficasse parcialmente fechado por anos, prejudicando a visão das aeronaves, até ser reformado no início dos anos 2000.
Santiago Oliver