|
Beijing negócio da China
Fotografar no aeroporto Beijing Capital (BJS/ZBAA) é sempre interessante. A começar pelo fato de se visitar um país tão fascinante. Mas também porquê está em curso uma onda de fusões e consolidações no mercado da aviação comercial chinesa. Como consequência, algumas empresas serão absorvidas e suas vistosas pinturas serão coisa do passado.
Motivado por isso, fui para Beijing em março de 2001, onde fiz as fotos que ilustram esta matéria.
Como chegar?
Bem, para nós sul-americanos, Beijing não fica extamente na esquina, mas as rotas mais curtas são pela Europa. Voando com a maioria das grandes companhias aéreas européias que operam no Brasil, é possível fazer Rio/São Paulo-Beijing com apenas uma escala. Por exemplo, via Frankfurt com a Lufthansa, Londres com a British, Paris com a Air France, Amsterdam com a KLM.
Chegando lá, a primeira sensação é de um certo desconforto com o "jet lag" e com a viagem de até 40 horas. Mas o aeroporto logo compensa. O novo terminal inaugurado em outubro de 1999 é espaçoso, claro e funcional. Foram gastos 1.1 bilhões de dólares em sua construção. No ano de 1999 mais de19 milhões de passageiros transitaram pelo aeroporto. Com este novo terminal, a China está definitivamente aberta para o mundo.
Quando ir?
Beijing está situada num planalto, afastado do mar e de cota alta. Portanto, o clima é seco no inverno, embora neve com freqüência. Mesmo assim, é a melhor época para fotos, especialmente de final de fevereiro até começo de maio. O verão lá é quente e úmido, o que ocasiona condições pouco favoráveis para se fotografar.
Onde ficar?
A China é um lugar ainda muito barato para os padrões ocidentais. Nesta última viagem, eu gastei apenas US$ 78,00 em três dias e meio, tudo incluído: hotel, comida e transporte.
O hotel que recomendo é o Garden Hotel Beijing Airport. Fica próximo da cabeceira 36L, o que lhe permite ir a pé até o melhor ponto para fotografias, uma caminhada de 15 minutos.
Fotografando
Os melhores lugares estão marcados no mapa. Ficam na cerca perimetral que circunda todo o aeródromo. É possível também fotografar das vias de acesso, mas com certeza você irá chamar muito mais atenção dos locais e das autoridades. Se o seu mandarim não anda afiado, então é melhor ficar nas posições indicadas no mapa. No inverno, a melhor posição é ao lado da taxiway de acesso à cabeceira 36L, pelo menos até as 15hs. Depois desse horário, recomendo ir caminhando pela estrada de acesso paralela à pista, uma distância de aproximadamente 2,5 km. No verão, esta posição é praticamente obrigatória, devido à posição do sol, principalmente no período vespertino. Você vai caminhando até o meio da pista, onde irá encontra um pequeno "morrinho" que permite fotografar por sobre a cerca. A pista 36L é usada normalmente para decolagens, enquanto que a 36R é mais usada para pousos.
Tráfego
Este é o ponto alto da viagem: muitas aeronaves que passam por Beijing, dificilmente são vistas em outros aeroportos. Os exemplos são muitos: desde tipos chineses, como os Y7, até velhas relíquias russas, como os Il-86 da China Xinjiang. Ou os jatos regionais da Sichuan e Shandong. Companhias como a MIAT Mongolia e Air Koryo da Coréia do Norte raramente são vistas em outros lugares. No total, mais de 40 empresas operam desde BJS.
O tráfego é intenso todo o dia. Desde cedo, partem vôos de todas as empresas domésticas, amsi de 15 diferentes operadoras. A partir das 10:00, começam a sair os vôos das empresas européias: Lufthansa, Air France, KLM, Finnair, British Airways, SAS, Austrian Airlines, THY Turkish, Aeroflot. Saem também os 747 da Air China para a Europa e os 747 da Northwest para Tokyo. A partir das 12:00, saem os vôos intra-asiáticos de companhias como a Singapore, Malaysian, Thai, JAL e ANA. Mais para o final da tarde, os cargueiros da UPS e Fedex, o 777 da United e outros 747 da Air China. Em especial, os vistosos 737 da Hainan com suas pinturas especiais únicas são uma atração à parte.
Em resumo: Beijing vale a longa viagem.
(Gianfranco Beting)