|
McDonnell Douglas MD-11
É fácil perceber que o MD11 é o sucessor do DC10.
Aparentemente, trata-se de uma versão espichada do
famoso trijato, mas o MD11 é muito mais. Seus sistemas,
materiais usados em sua construção e refinamentos
aerodinâmicos fazem dele um avião bem mais avançado. Sua
origem pode ser traçada ao ano de 1973, quando a
McDonnell Douglas começou a pensar num sucessor ao DC10.
Inicialmente, a proposta consistia em se desenvolver uma
versão alongada do DC10, que seria chamada, a exemplo do
que se fizera com o DC8, de Série 60, e que igualmente
seria composta pelos modelos 61, 62 e 63. Muito se
discutiu e se pensou no período, mas o imobilismo e
hesitação de seus diretores, já uma característica
marcante da administração da McDonnell Douglas,
mostrou-se mais uma vez, fazendo com que o programa
perdesse preciosos anos em seu desenvolvimento. Depois,
foi a vez de se discutir um DC10 com dois motores e
fuselagem encurtada. Mais tempo perdido.Em 1986, a
McDonnell Douglas recebeu cartas de intenção de compra
de três clientes do DC10 interessados no novo avião.
Finalmente, o MD11 foi oficialmente lançado em 30 de
dezembro de 1986, contando com 52 encomendas firmes
vindas de 12 empresas. Prevendo um custo de
desenvolvimento de meio bilhão de dólares, e um
potencial de vendas de 350 aeronaves, a McDonnell
Douglas não contava com a reação da Airbus: esta
ofereceu uma nova versão do A340, competidor direto do
MD11 ainda em fase de construção, que iria custar 15% a
menos que o trijato da McDonnell Douglas. Isto, mesmo
sabendo-se que os custos de desenvolvimento dos Airbus
haviam sido cinco vezes maiores que os custos do MD11.
Esta ação inibiu as vendas do MD11. Na guerra pelo
domínio da aviação comercial, vale tudo. Mesmo assim,
até fevereiro de 1989, dois clientes de peso confirmaram
intenções de comprar o MD11: a American, com 50
unidades, e a Delta, com 40. O protótipo fez seu
primeiro vôo em 10 de janeiro de 1990. Durante todo esse
ano, os testes feitos com os primeiros aviões
construídos mostraram que o consumo de combustível
estava muito acima do previsto. Com um maior consumo,
diminuia a autonomia do MD11, um fator crucial para a o
cancelamento da encomenda da Singapore Airlines,que
queria uma aeronave capaz de voar sem escalas entre
Cingapura e a Europa. Com isto, somente cinco anos
depois, em 1996, outro cliente importante anunciou a
compra dos MD11: foi a Lufthansa, que encomendou a
versão MD11F, de carga, para sua subsidiária Lufthansa
Cargo.E foi justamente no mercado de carga que o MD11
encontrou seu principal nicho. Com sua grande capacidade
e autonomia, o MD11 mostrou-se um ótimo avião para estas
missões. Sem um competidor direto na categoria, estas
vendas garantiram a continuidade da fabricação do
modelo. Mas a competição gerada pelos modelos A340 e 777
provou ser fatal para as pretensões do MD11. Por ser um
modelo derivado, não podia competir em pé de igualdade
com aeronaves concebidas a partir do zero, muito mais
avançadas. Os A340 especialmente causaram mais estragos
nesta luta contra o MD11, pois conquistaram tradicionais
clientes da Douglas, como a Lufthansa e a Ibéria, entre
outros. Finalmente, no ano 2000 os dois últimos
exemplares cargueiros foram entregues à Lufthansa, que
paradoxalmente, lamentou o fim da fabricação do modelo
pela Boeing.
McDonnell Douglas MD11
Comprimento (m): 61,20
Envergadura (m): 57,70
Altura (m): 17,60
Motores/Empuxo: 3x GE CF6-80C2C1F (27.996kg)
Peso max. decol (kg): 285.990
Vel. cruzeiro: 990
MMO/VMO: .96
Alcance (km): 13.355
Tripulação técnica: 2
Passageiros: 280
Primeiro vôo: x
Encomendados: 200
Entregues: 200