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Douglas DC-6
Os DC-3 e DC-4 foram desenvolvidos para o mercado civil
e devido à eclosão da Segunda Guerra Mundial,
transformados em aeronaves de uso militar.
Com o Douglas DC-6 deu-se exatamente o oposto: nasceu
militar e depois foi usado na aviação civil.
Durante a Segunda Guerra a USAAF, satisfeita com as
excelentes qualidades do C-54, requisitou o
desenvolvimento de uma variante maior e melhorada.
Nascia assim o YC-112A, um transporte de longo alcance,
que em relação ao DC-4 tinha a fuselagem alongada e
motores mais potentes. O cronograma de desenvolvimento
do YC-112A fez com que o primeiro protótipo voasse
apenas após o término da Guerra, e naquele momento não
havia mais interesse em sua aplicação militar. Desta
maneira a Douglas continuou o seu desenvolvimento,
visando agora o mercado civil.
O futuro DC-6 seria uma aeronave de longo alcance. O
protótipo do YC-112A serviu também como o protótipo para
o programa DC-6, e o primeiro avião de produção foi
entregue em março de 1947.
Os primeiros meses de operação no entanto não foram
livres de problemas, com a frota proibida de voar por
quatro meses devido a repetidos casos de fogo nos
motores. Com os problemas solucionados, as operações
foram reestabelecidas em março de 1948. Também em 1947
foi iniciado o desenvolvimento de duas novas versões, um
pouco maiores e com motores mais potentes e confiáveis:
era o DC-6A, otimizado para vôos de carga e o DC-6B,
otimizado para vôos de passageiros. Uma terceira versão,
o DC-6C, foi criada mais tarde e era um modelo
conversível de passageiros/carga.
Com a Guerra da Coréia, o interesse das forças armadas
no tipo reacendeu-se : um grande número de unidades de
uso militar foram construídas, desta vez com a
designação C-118A (na Força Aérea) e R6D-1 (na Marinha
Americana).
A despeito dos problemas iniciais, o DC-6 foi sem dúvida
um dos melhores entre todos os modelos de sua geração,
os clássicos quadrimotores a pistão.
Mesmo assim, poucos anos mais tarde estes começaram a
ser substituídos pelos primeiros aviões turbohélice e
logo em seguida, pelos jatos puros.
No Brasil, foi operado entre 1961 e 1974 pelo Lóide,
Vasp, Varig, Real Aerovias e Panair do Brasil. Hoje,
menos de 100 unidades estão em operação.
Douglas DC-6
Comprimento (m): 30,66
Envergadura (m): 35,81
Altura (m): 8,66
Motores/Empuxo: 4x PW R-2800-CA15 Double Wasp(2400hp)
Peso max. decol (kg): 44.129
Vel. cruzeiro: 501km/h
MMO/VMO: 561km/h
Alcance (km): 4.835
Tripulação técnica: 3
Passageiros: 56
Primeiro vôo: 29.jun.1946
Encomendados: 704
Entregues: 704
Douglas DC-7
O último e maior quadrimotor a pistão da Douglas foi um
dos primeiros aviões a cruzar o Atlântico Norte, entre
Londres e Nova York, sem escalas.
A Douglas havia reservado a designação DC-7 para uma
variante civil do cargueiro militar C-74 Globemaster I
(do qual foram construídas apenas 14 unidades) e que
havia sido requisitada e depois cancelada pela Pan Am.
Quando a American Airlines solicitou o desenvolvimento
de uma versão com maior capacidade e alcance baseada no
DC-6, a Douglas reaproveitou o nome DC-7.
Este novo projeto usaria com base a asa do DC-6 (que por
sua vez era praticamente a asa do DC-4), com uma
fuselagem alongada, motores a pistão Wright Turbo
Compound e maior capacidade de combustível, garantindo
alcance transcontinental nos Estados Unidos, em ambos os
sentidos.
O protótipo DC-7 voou pela primeira vez maio de 1953,
entrando em operação nos Estado Unidos em novembro
daquele ano. A produção inicial destinou-se unicamente à
empresas aéreas americanas.
Logo surgiu o DC-7B: com as mesmas dimensões que o DC-7,
mas com maior capacidade de combustível, permitindo que
a a Pan Am inaugurasse vôos sem escalas entre Nova York
e Londres em junho de 1955.
Enquanto o DC-7B podia voar entre Nova York e Londres
sem escalas, os vôos no sentido inverso frequentemente
faziam uma escala em Gander (costa do Canadá).
Este obstáculo operacional, causado principalmente por
questões meteorológicas, foi o ponto de partida para a
Douglas desenvolver o modelo final do DC-7, o DC-7C "Seven
Seas".
Além da maior capacidade de combustível, o modelo tinha
um aumento de 3.05m na fuselagem e motores ainda mais
potentes, garantindo a capacidade de cruzar o Atlântico
Norte sem escalas em ambos os sentidos.
Além destas rotas, o nome Seven Seas foi adotado graças
sua capacidade de cruzar todos os oceanos, sendo também
usado através do Pacífico.
Com um DC-7C a SAS inaugurou vôos diretos para o
Oriente, cruzando o Pólo Norte. Sua entrada em operação
comercial deu-se em 1956, porém com o advento dos aviões
a jato, suas vendas foram bastante prejudicadas.
A nova tecnologia também fez com que os planos de uma
versão equipada com motores turbohélice Rolls Royce Tyne,
conhecida como DC-7D fosse abandonada, em favor do
primeiro jato da Douglas, o DC-8.
Hoje apenas um pequeno número de DC-7 permanece em
operação, principalmente como cargueiros e aviões de
combate a incêndios. No Brasil, apenas a Panair operou
com o tipo num total de seis unidades entre 1957 e 1965,
ano de sua escandalosa "falência."
Douglas DC-7
Comprimento (m): 34,23
Envergadura (m): 38,80
Altura (m): 9,65
Motores/Empuxo: 4x Wright R3350-EA4 (3400hp)
Peso max. decol (kg): 64.865
Vel. cruzeiro: 550km/h
MMO/VMO: 620km/h
Alcance (km): 5.810
Tripulação técnica: 3
Passageiros: 99
Primeiro vôo: 18.mai.1953
Encomendados: 338
Entregues: 338