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Concorde


Em meados da década de 50, a britânica Bristol iniciou estudos sobre a viabilidade de uma aeronave de transporte supersônica.
Simultaneamente, a SUD Aviation francesa trabalhava num projeto semelhante, sob a designação Super Caravelle.

Em 1962 os governos de ambos os países concordaram em trabalhar juntos no desenvolvimento de um novo modelo. Batizada de Concorde (os ingleses insistiam na grafia Concord, teima que quase custa todo o projeto) a aeronave seria produzida pelas empresas BAC(Reino Unido) e Aerospatiale (França).
Os motores seriam desenvolvidos também de forma conjunta pela Rolls-Royce e SNECMA. Linhas de montagem independentes foram abertas na Inglaterra (Filton) e na França (Toulouse). No estágio de testes e desenvolvimento que se sucedeu, foram construídos dois protótipos e duas unidades de pre-série.

Em 2 de março de 1969, Jean Turcat, piloto de provas da Aerospatiale, elevou ao ar pela primeira vez a majestosa aeronave. Foi o maior salto em velocidade de toda a história da aviação comercial. De meros 900 km/h passou-se a 2.200 km/h, Mach 2,05. A primazia na indústria aeronáutica comercial voltaria à Europa? Muitos apostavam que sim.

Enquanto os americanos conquistavam a lua, os Europeus conquistavam o mundo, diminuindo seu tamanho com a velocidade do Concorde, e reduzindo as viagens à menos da metade. A palavra ecologia ainda nem constava da maioria dos dicionários. Poluição ambiental ou sonora eram outros conceitos ainda desconhecidos.
Assim, os ruidosos e beberrões motores do Concorde não podiam levar ninguém a pensar que o programa pudesse vir a sofrer qualquer contratempo.

Encomendas surgiam dos quatro cantos do planeta: Pan Am, Japan Airlines, Qantas, Lufthansa.
Mas veio o ano de 1973 e com ele, o choque dos sheiks. O barril do ouro negro passou de US$ 3,00 para US$ 40,00. A majestosa ave franco-britânica foi mortalmente ferida.

As companhias aéreas iniciaram um doloroso ciclo recessivo, manchando de tinta vermelha seus balanços. Uma a uma, as empresas aéreas começaram a cancelar suas encomendas.
O congresso norte-americano, atavicamente protecionista, proibiu a entrada do ruidoso aparelho em seu espaço aéreo.
Seguiu-se a proibição mundial de sobrevôo terrestre em velocidades supersônicas, limitando o Concorde à voar supersonicamente apenas sobre os oceanos. Foi a pá-de-cal no programa.

Assim mesmo, em 21 de janeiro de 1976 foram inaugurados vôos regulares nas rotas Londres-Bahrain e Paris-Rio de Janeiro, via Dakar. Somente em 1977 foram iniciados os vôos para os Estados Unidos (Washington e New York).
Além destes, os outros únicos vôos comerciais do Concorde foram os serviços conjuntos da British Airways e Singapore para Cingapura (via Bahrain) e da Air France/British Airways em code-share com a Braniff para Dallas, via Washington, sendo este trecho operado subsonicamente.
A Air France chegou a operar também vôos para a Cidade do México e Caracas, via Estados Unidos.
Estas rotas foram canceladas no início dos anos 80, restando apenas os vôos regulares para New York desde Londres e Paris, além de numerosos vôos charter.

A tragédia de 25 de julho de 2000, quando um Concorde da Air France caiu em Gonesse, logo após decolar do aeroporto Charles de Gaulle, colocou em dúvida a continuidade operacional do supersônico. Modificações foram feitas nas aeronaves restantes, e testes concluíram que a aeronave poderia voltar a voar comercialmente. Finalmente em 7 de novembro de 2001, os Concorde voltaram aos serviços regulares.
Mais um capítulo na longa e controversa história desta que é, sem dúvida, uma aeronave histórica, carismática, controvertida e apaixonante.



BAC/Aérospatiale Concorde
Comprimento (m): 62,10
Envergadura (m): 25,56
Altura (m): 11,40
Motores/Empuxo: 4x Rolls Royce Olympus 593-610 (17.260kg)
Peso max. decol (kg): 185.066
Vel. cruzeiro: 2718 km/h
MMO/VMO: 2.04
Alcance (km): 6.223
Tripulação técnica: 3
Passageiros: 100
Primeiro vôo: 02.03.1969
Encomendados: 14
Entregues: 14

 

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