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Boeing 747
Em 1963 a Força Aérea Americana lançou uma concorrência
para um novo avião de transporte pesado de longo
alcance, para complementar a capacidade do C-141
Starlifter. Os três maiores fabricantes americanos,
Boeing Douglas e Lockheed apresentaram suas propostas.
Em 1965 o projeto da Lockheed, conhecido como C-5 Galaxy
foi declarado vencedor. A Boeing, derrotada, decidiu
aproveitar a experiência acumulda na competição e passou
a oferecer seu novo gigante ao mercado civil.
A capacidade do novo avião era duas vezes e meia a da
maior aeronave em uso na época. Nascia assim o Modelo
747, capaz de transportar mais de 500 passageiros.
Contando com uma encomenda de 25 unidades feita pela Pan
American, foi oficialmente lançado em abril de 1966,
após encomendas feitas também pela JAL e Lufthansa.
Seu primeiro vôo viria a ser realizado em fevereiro de
1969. O mundo ingressava na era "wide-body", ou
fuselagem larga, com dois corredores para os
passageiros. Logo apelidado de Jumbo, apresentava
inovações revolucionárias, como por exemplo, os dois
andares da cabine, uma sala para piano-bar no deck
superior, etc.
A homologação pelo FAA foi emitida em dezembro de 1969,
iniciando suas operações em rotas do Atlântico Norte nas
cores da Pan Am em janeiro de 1970.
As primeiras unidades construídas foram da série -100.
Em dezembro de 1973 voaria o B747SR, uma variante do
B747-100 específica para os vôos de curta distância,
feita sob medida para empresas japonesas. Apresentava a
estrutura e trens de pouso reforçados, para um número
maior de pousos durante sua vida útil, e menor
capacidade de combustível.
Boeing 747-100
Comprimento (m): 70,66
Envergadura (m): 59,64
Altura (m): 19,33
Motores/Empuxo: 4x PW JT9D-7A (21.301kg)
Peso max. decol (kg): 333.391
Vel. cruzeiro: 939
MMO/VMO: .92
Alcance (km): 8.204
Tripulação técnica: 3
Passageiros: 385
Primeiro vôo: 02.1969
Encomendados: 177
Entregues: 177
Aperfeiçoando a versão -100, a Boeing desenvolveu uma
nova variante, com novos motores, maior capacidade de
combustível e maiores pesos operacioanais.
Foi inicialmente chamada de B747B, adotando-se a mais
tarde a designação 747-200B.
A primeira unidade foi entregue à KLM em janeiro de
1971. Em novembro de 1971, foi a vez da versão puramente
cargueira, com a parte dianteira da fuselagem
basculante, permitindo a movimentação de cargas
volumosas. A primeira foi entregue para a Lufthansa em
março de 1972.
Derivada da versão -200B, o B747-200B Combi possui uma
porta basculante na lateral esquerda traseira da
fuselagem, permitindo o uso de carga e passageiros
também na cabine principal. Realizou seu primeiro vôo em
novembro de 1974 e teve como primeira operadora a
empresa Air Canada.
Uma quarta variante foi o B747-200C, conversível de
puramente cargueira para somente passageiros e
voce-versa. A primeira foi entregue para a World Airways
em abril de 1973.
Em 1980 a Varig recebeu suas três primeiras unidades do
modelo, de um total de quatro operados- contando-se aí o
PP-VNW, arrendado da South African Airways por um curto
período de tempo.
Boeing 747-200
Comprimento (m): 70,66
Envergadura (m): 59,64
Altura (m): 19,33
Motores/Empuxo: 4x GE CF6-50E2 (23.814kg)
Peso max. decol (kg): 362.875
Vel. cruzeiro: 939
MMO/VMO: .92
Alcance (km): 10.668
Tripulação técnica: 3
Passageiros: 366
Primeiro vôo: 1970
Encomendados: 423
Entregues: 423
Desde o lançamento do Boeing 747 em 1966, a Boeing
deixou claro para o mercado que desenvolveria novas
versões do avião, em diferentes tamanhos e
configurações.
Em meados da década de 70, por exemplo, novos estudos
previam o aumento da capacidade para até 1000
passageiros. Com a crise do petróleo e seus efeitos
sobre o transporte aéreo, uma versão mais modesta
surgiu.
Ela previa que o upper-deck seria alongado em 7 metros,
dobrando sua area disponível para assentos. Conhecida
inicialmente como B747SUD (Stretched Upper Deck), depois
B747EUD (Extended Upper Deck), foi então finalmente
batizado de B747-300.
Lançado oficialmente com uma encomenda feita pela
Swissair, fez seu primeiro vôo em outubro de 1982.
Além da versão de passageiros, foram também
desenvolvidas as versões Combi, equipada com uma porta
de carga na lateral da fuselagem, a versão de curto
alcance, com menores pesos operacionais, específica para
o mercado japonês.
Em 1986 a Varig recebeu a primeira de cinco unidades do
747-300, na versão combi.
Boeing 747-300
Comprimento (m): 70,66
Envergadura (m): 59,64
Altura (m): 19,33
Motores/Empuxo: 4x PW JT9D-7R4G2 (24.384kg)
Peso max. decol (kg): 362.875
Vel. cruzeiro: 939
MMO/VMO: .92
Alcance (km): 10.668
Tripulação técnica: 3
Passageiros: 400
Primeiro vôo: 1982
Encomendados: 79
Entregues: 79
A última versão do Boeing 747 lançada foi a -400,
oficialmente anunciada em 1985. Bastante modificada em
relação aos seus antecessores, tem sua fuselagem baseada
na versão -300, porém com uma nova asa, de maior
envergadura, dotada de winglets e com maior capacidade
de combustível.
Com um consumo específico 25% menor que o da série -200,
permite um maior alcance. Sua capacidade chega a 660
passageiros em classe única.
Seu peso máximo de decolagem chega a mais de 400
toneladas em algumas versões. Um gigante, que graças à
sua cabine de comando redesenhada, pode ser operado por
apenas dois tripulantes. O primeiro vôo do novo modelo
foi realizado em abril de 1988. Pode ser equipado com os
motores PW4056, GE CF6-80C2 ou Rolls Royce RB.211-524.
Além da versão de passageiros, a Boeing também
desenvolveu as versões de carga, combi e especificamente
para o mercado doméstico japonês, o 747-400D (Domestic),
de fácil identificação pela ausência de winglets na
ponta das asas.
A Varig chegou a operar três aeronaves do modelo, mas já
devolveu-as à seus proprietários. Sucessores para o -400
foram exaustivamente estudados pela Boeing, na esperança
de encontrar um competidor ao A380. Nenhum vingou e a
próxima versão da aeronave será um 747-400LR Long Range,
encomendado apenas pela Qantas.
Boeing 747-400
Comprimento (m): 70,66
Envergadura (m): 64,31
Altura (m): 19,33
Motores/Empuxo: 4x PW 4256 (25.401kg)
Peso max. decol (kg): 362.875
Vel. cruzeiro: 939
MMO/VMO: .92
Alcance (km): 10.668
Tripulação técnica: 2
Passageiros: 412
Primeiro vôo: 04.1984
Encomendados: 630+
Entregues: 569+
O B747SP (Special Performance) foi concebido para vôos
de grandes distâncias. Sua fuselagem foi encurtada em
aproximadamente 15 metros. Além disso, a deriva teve de
ser aumentada para compensar a instabilidade direcional
que poderia acontecer caso houvesse perda de um dos
motores.
Mantiveram-se contudo a mesma capacidade de combustível
e a asa dos modelos maiores, mudando-se apenas os flaps,
que se tornaram mais simples.
O primeiro vôo do SP foi realizado em julho de 1975, com
a entrega para a Pan American em março de 1976.
Com tantas mudanças, o SP logo se tornou conhecido como
um batedor de recordes. Por exemplo, foi o primeiro jato
a voar regularmente sem escalas entre New York e Tokyo.
Ou ainda, em março de 1976, o primeiro SP da South
African voou 16.500 km no seu vôo de entrega, direto de
Everett até a Cidade do Cabo.
Foi também num SP que a Pan American realizou um vôo
especial, de volta ao mundo, em 48 horas e com somente
duas escalas.
Porém, com as melhorias introduzidas nas novas versões
do 747, o SP passou a ser um modelo cada vez menos
procurado, devido aos seu alto custo operacional por
assento. Assim, somente 45 unidades foram construídas,
muito embora a maioria ainda permaneça em operação,
sendo muito apreciado como "jatinho particular" de reis
e Sheiks.
Na América Latina, somente a Aerolineas Argentinas
operou com o SP, e mesmo assim, com uma única aeronave.
Boeing 747SP
Comprimento (m): 56,30
Envergadura (m): 59,64
Altura (m): 20,00
Motores/Empuxo: 4x PW JT9D-7A (21.355kg)
Peso max. decol (kg): 317.520
Vel. cruzeiro: 939
MMO/VMO: .92
Alcance (km): 16.450
Tripulação técnica: 3
Passageiros: 250
Primeiro vôo: 1975
Encomendados: 45
Entregues: 45
Com encomendas de US$ 5 bilhões feitas pela Cargolux (10
firmes+10 opções) e Nippon Cargo (8 firmes+6 opções), a
Boeing anunciou em 21/11/2005 o lançamento da quinta
geração do venerando Jumbo 747. Os novos modelos serão
designados 747-8F na versão de carga e 747-8
Intercontinental no transporte de passageiros. As
entregas começam no final de 2009. As duas versões
utlizarão as últimas tecnologias desenvolvidas pela
empresa e empregadas no novo Boeing 787. Por exemplo, os
motores GEnx, novos materiais compostos, nova cabine de
comando e asas de novo desenho, incorporando "raked
wingtips" semelhantes aos usados nos 777-300ER.
A versão de passageiros acomodará tipicamente mais 50
assentos do que o 747 atual, o 400ER, num total de 450
pessoas em uma configuração típica de três classes. O
novo jumbo deverá oferecer, segundo a Boeing, o mais
baixo custo assento/milha de qualquer avião de
passageiros. Ele oferecerá às operadoras alcance de
14.815 km (8.000 nm), 21% mais volume de carga e 9%
menos custo assento/milha em comparação ao 747-400.
O 747-8F, cargueiro, será o mais longo jato comercial em
operação, com mais de 80m de comprimento (10 a mais que
o 747-400) e poderá levar quase 30 toneladas a mais de
carga que o 747-400F, num total de 154 ton, ou 16% a
mais em volume. A Boeing estima em 900 o número de jatos
que serão vendidos nos próximos 20 anos com mais de 400
assentos. Desse total, um terço deverá ser composto por
modelos de carga.
Apesar de todos os seus predicados, a primeira encomenda
do 747-8 Intercontinental demorou para ser anunciada.
Somente em 6/12/2006 é que a Lufthansa anunciou um
pedido de 20 Boeing 747-8I. O pedido da Lufthansa, um
cliente fiel da Airbus, passa dos 5 bilhões de dólares a
preço de catálogo. A companhia alemã tornou-se assim a
primeira a encomendar a versão para passageiros do
747-8.
O preço das novas aeronaves também é tamanho jumbo: US$
250-265 milhões para a versão de passageiros e US$
265-275 milhões para a versão de carga.
Com encomendas de US$ 5 bilhões feitas pela Cargolux (10
firmes+10 opções) e Nippon Cargo (8 firmes+6 opções), a
Boeing anunciou em 21/11/2005 o lançamento da quinta
geração do Jumbo 747. Os novos modelos serão designados
747-8F na versão de carga e 747-8 Intercontinental no
transporte de passageiros. O primeiro 747-8 Freighter
deverá ser entregue ao cliente de lançamento Cargolux
até o final de 2010.
As duas versões utilizarão as últimas tecnologias
desenvolvidas pela empresa e empregadas no novo Boeing
787. Por exemplo, os motores GEnx, novos materiais
compostos, nova cabine de comando e asas de novo
desenho, incorporando "raked wingtips" semelhantes aos
usados nos 777-300ER.
O 747-8F será o mais longo jato comercial em operação,
com mais de 80m de comprimento (10 a mais que o 747-400)
e poderá levar quase 30 toneladas a mais de carga que o
747-400F, num total de 154 ton, ou 16% a mais em volume.
A Boeing estima em 900 o número de jatos que serão
vendidos nos próximos 20 anos nessa categoria de mais de
400 assentos. Desse total, um terço deverá ser composto
por modelos de carga.
O 747-8F voará 8.275 km com carga máxima. Sua autonomia
será limitada: nesta situação o Boeing não pode encher
os tanques de combustível, que teriam pouco mais de 50%
de sua capacidade preenchida. Mas este foi um pedido
específico das principais operadoras, que precisam de
mais capacidade de transporte em tonelagem, abrindo mão
do alcance.
As vendas do novo modelo continuam, de maneira um tanto
mais vigorosa do que a versão de passageiros. Boeing e
Atlas Air anunciaram em 12/9/2006 um pedido de 12
cargueiros 747-8F, fazendo da Atlas o cliente americano
de lançamento do avião. A preços correntes, o pedido é
avaliado em US$ 3,4 bilhões. A Atlas começará a receber
os aviões em 2011 e espera colocar todas as aeronaves em
operação até o final de 2012. Incluindo esse pedido,
cinco clientes já pediram 76 cargueiros 747-8 desde seu
lançamento em novembro de 2005: Cargolux, NCA,
Volga-Dnepr, Emirates, Korean, Dubai Aerospace
Enterprise e Guggenheim Aviation Partners, uma empresa
de leasing de aeronaves.
O preço do 747-8F também é tamanho jumbo: US$ 265-275
milhões.
Ficha Técnica:
Comprimento: 76,40m
Envergadura: 68,50m
Altura: 19,50m
Motores/Empuxo: GEnx-2B67 (66,500lb)
Peso max. decolagem: 439,985kg
Velocidade de cruzeiro: 0.855
MMO/VMO: 0.90
Alcance: 14.815 km
Tripulação Técnica: 2
Passageiros: 476 (3 classes)