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Airbus A380
O A380 é a resposta da Airbus ao domínio da Boeing.
símbolo da nova e implacável competição pela liderança
no mercado da aviação comercial mundial. O mais novo
membro da família Airbus nasce da constatação de que,
dentro de um período de tempo bastante curto, aeroportos
de cidades como Tokyo, Londres e New York não poderão
receber um número maior de vôos. Daí a necessidade de
transportar mais passageiros em cada aeronave, em cada
slot de tráfego. Até mesmo os 747 se tornarão pequenos
para algumas rotas de alta densidade.
Tanto a Boeing como a Airbus devotaram anos de estudos,
chegando até a unir forças para criar um projeto
conjunto, entre 1990 e 1993. Não deu certo e a Airbus,
que tinha no A340 sua maior aeronave, resolveu que
partiria para um projeto totalmente novo. A Boeing, por
sua vez, criaria novas versões do 747. Os custos de
desenvolvimento seriam, respectivamente, 13 e 6 bilhões
de dólares.
A Airbus estima um mercado potencial de mais de 1200
aviões até 2020, sendo 55% deste mercado composto por
companhias aéreas asiáticas, 23% européias, 18%
norte-americanas e 4% no resto do planeta. A empresa
acredita que em 2020, um total de 58 companhias aéreas
estarão operando com aeronaves de mais de 500 assentos
um total de mais de 90.000 vôos semanais, ligando 584
pares de aeroportos. A Boeing discorda, acreditando que
este mercado não deverá passar de 490 aviões com 500 ou
mais assentos. O mercado se fragmentará, afirma a
Boeing, que acredita em mais vôos sem escalas entre
novos pares de cidades.
O fato é que a Airbus apostou tudo no seu gigante. Os
programas foram anunciados quase simultâneamente. O A380
venceu todas as disputas, e o "novo" 747 foi cancelado.
Custando US$ 230 milhões, o novo megajato será o
primeiro a ter dois andares em toda a extensão da
fuselagem, acomodando seus passageiros na configuração
2-2-2 (deck superior para a primeira classe e business
class) e 3-4-3 no deck principal. O acesso ao deck
superior é feito por escadas nas duas extremidades do
deck principal.
Com capacidade para 555 passageiros em configuração de 3
classes, o A380 apresenta custos de operação 20%
inferiores por passageiro transportado em relação ao
747. Vai voar longe: terá 7,650 nm de autonomia com peso
máximo de 540 toneladas. Apesar de sua capacidade, será
pouco maior em área ocupada que um 747-400, sendo apenas
3 metros mais longo que o Boeing. Este tamanho foi
ditado pela necessidade de utilizar a infraestrutura
aeroportuária existente. O gigante é montado em novas
instalações da Airbus em Toulouse, que recebem partes do
avião vindas das outras fábricas. A preparação final,
pintura e instalação de interiores é feita em Toulouse e
em Hamburgo.
Com uma área de piso 49% maior que o 747-400, o A380
está aguçando a imaginação dos analistas, que já
imaginam spas, shoppings, cassinos e até creches a
bordo. A Singapore Airlines, primeira a receber a
aeronave em 2006, afirma que irá oferecer "níveis
inéditos de conforto e comodidades aos nossos
passageiros, mas não iremos sacrificar assentos em troca
de idéias fantasiosas".
Já a Virgin Atlantic espera usar o avião para dar seu
costumeiro show de serviços diferenciados: bares, mesas
para massagens, compartimentos com cama de casal já
foram insinuados como "equipamentos de série" nos aviões
da empresa de Sir Richard Branson.
Além da Virgin Atlantic, a Singapore, Air France,
British, Air Comet, Emirates, Fedex, Qatar Airways,
Qantas, Kingfisher, Lufthansa e ILFC já colocaram mais
de 150 encomendas firmes. Outras empresas como a Ibéria,
JAL e United estão sendo cotadas para entrar logo no
time de compradores.
A Fedex é a empresa lançadora do modelo em versão
cargueira, batizada de -800F. Dez unidades com
capacidade de 150t de carga paga foram encomendadas,
principalmente para os vôos transpacíficos da empresa.
Os motores do A380 podem ser tanto Rolls Royce Trent 900
ou Engine Alliance GP 7200, ambos na casa de 70.000 lb
de empuxo. Os Rolls Royce têm sido mais vendidos que os
GP7200. O protótipo fez seu vôo inaugural em abril de
2005. O primeiro foi entregue com quase dois anos de
atraso à Singapore Airlines em 15/10/2007 e entrou em
operação na rota Cingapura-Sydney dez dias depois.
Ficha Técnica:
Comprimento: 73,00
Envergadura: 79,80
Altura: 24,10
Motores/Empuxo: 4x RR Trent 900(36.500kg) / GP7200
Peso max. decolagem: 560.000
Velocidade de cruzeiro: Mach 0.85
MMO/VMO: Mach 0.89
Alcance: 15.000
Tripulação Técnica: 2
Passageiros: 555
Primeiro vôo: 04/2005
Encomendados: 165