COMAC ARJ21 / C909

A Commercial Aircraft Corporation of China Ltd. (COMAC) é uma empresa estatal chinesa fundada em maio de 2008, com objetivo de desenvolver e produzir aeronaves civis grandes em larga escala, com tecnologia local e competitividade internacional.
A primeira aeronave que ficou a cargo da empresa foi um jato regional com capacidade para cerca de 100 passageiros. O desenvolvimento do ARJ21 já estava em andamento desde março de 2002, liderado pelo consórcio estatal ACAC, criado também em 2002. O nome da aeronave vem de "21st century Advanced Regional Jet" e foi projetado para se adaptar aos requisitos operacionais de decolagem e aterrissagem em aeroportos regionais com altas temperaturas. O projeto conta com parceiros internacionais como os motores da General Electric, os sistemas aviônicos da Rockwell Collins e o controle de voo principal da Honeywell. O primeiro protótipo ficou pronto em dezembro de 2007 e fez seu primeiro voo em novembro de 2008.
O ARJ21 recebeu encomenda das três principais companhias aéreas estatais e de outras companhias aéreas chinesas. As poucas companhias de outros países que haviam feito encomendas acabaram cancelando.
O ARJ21 sofreu seguidos atrasos devido às dificuldades no processo de desenvolvimento e certificação da aeronave. A primeira entrega, que estava prevista para 2007, só ocorreu em 2015. O primeiro voo comercial aconteceu no dia 28 de junho de 2016, entre Chengdu e Xangai.
O ARJ21-700 é a versão básica, capaz de acomodar cerca de 90 passageiros em classe única. Além da versão STD (Standard Range), a COMAC também oferece a ARJ21-700ER (Extended Range), com maior alcance.
O ARJ21-900 é a versão esticada, capaz de transportar 105 passageiros em classe única. Também possui a opção de maior alcance ARJ21-900ER. Já o ARJ21F é a versão puramente cargueira, capaz carregar de 8 a 10 toneladas.
A COMAC também lançou uma versão para a aviação executiva, nomeada ARJ21B.
Em abril de 2023 a companhia aérea da Indonésia, TransNusa, foi a primeira companhia aérea não chinesa a operar a aeronave. Após suspender todas as atividades em 2020 por causa da pandemia do COVID-19, a TransNusa voltou a operar depois que a China Aircraft Leasing Group (CALC) adquiriu 35% do seu capital social.
Em outubro de 2024 a COMAC alterou o nome da aeronave para C909, padronizando o nome das aeronaves produzidas pela fabricante chinesa.

 

 

COMAC

 

Construídos: 124
Ativos: 119
Encomendas: 31
Acidentes: 0

 

ARJ21-700 / ARJ21-900
Origem:
China
Produção: 2015 - hoje
Comprimento:
33,46 m / 36,35 m
Envergadura: 27,28 m
Altura: 8,44 m
Peso da aeronave: 24,9 / 26,7 toneladas
Peso máximo decolagem: 40-43 / 43-47 toneladas
Motores: 2x General Electric CF34 -10A
Empuxo: 15-16 (2x 7-8) tonf
Capacidade de combustível: 22 mil litros
Velocidade de cruzeiro: 829 km/h (mach 0.78)
Velocidade máxima:
871 km/h (mach 0.82)
Altitude de Cruzeiro: 12 km (39 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 1,7-1,9 km
Alcance: 2.200-3.700 / 2.200-3.300 km
Passageiros: 78-90 / 98-120
Primeiro voo: 28 de novembro de 2008
Concorrentes: E-175, E-195,
CRJ-900, CRJ-1000, Airbus A220
Companhia Lançadora: Chengdu Airlines


 

 

COMAC C919

Após o projeto do ARJ21, a COMAC partiu para o seu próximo e mais ambicioso projeto: uma aeronave para competir com o A320 e Boeing 737.
O programa foi lançado em 2008 e se tornou o primeiro avião de grande porte desenvolvido no país desde a abertura econômica da China. As dimensões e design do C919 são bastante semelhantes às do A320. Sua fuselagem possuí 8,8% de ligas de alumínio-lítio e 12% de materiais compósitos. Enquanto a fuselagem é inteiramente feita na China, a maioria dos sistemas é feita por joint-ventures com empresas ocidentais como UTAS (elétrica), Rockwell Collins (sistemas de cabine e aviônicos), Thales (IFE), Honeywell (controles de voo, APU, rodas e freios), Parker (sistema hidráulico), Liebherr (trem de pouso) e CFM International (motores). A COMAC também pretende oferecer a possibilidade de equipar o C919 com um motor fabricado na China.
No Zhuhai Airshow de novembro de 2010, a COMAC anunciou pedidos para 55 unidades de seis companhias aéreas, todas elas chinesas. Airbus e Boeing reagiram a introdução do C919 no mercado classificando-a como uma aeronave incapaz de competir com os modelos mais recentes A320neo e Boeing 737MAX. Segundo as duas, o C919 está de 10 a 15 anos atrasado tecnologicamente e será mais caro de operar.
A produção do primeiro protótipo começou em dezembro de 2011. O orçamento de desenvolvimento previsto era de US$ 9,5 bilhões, mas seu custo final foi estimado em mais de US$ 20 bilhões. Esperava-se que o primeiro protótipo estivesse concluído em 2014, no entanto dificuldades técnicas e problemas de abastecimento adiaram a finalização para 2017.
A carteira de pedidos do C919 deu uma guinada em novembro de 2022, quando a COMAC fechou pedidos para 300 unidades, entre encomendas firmes e opções, com empresas chinesas de leasing.
O C919 ganhou a sua certificação pela CAAC em setembro de 2022. A primeira entrega foi em dezembro de 2022 para a China Eastern Airines. O primeiro voo comercial foi operado em maio de 2023, entre Xangai e Pequim.

 

COMAC

 

Construídos: 9
Ativos: 9
Encomendas: 169
Acidentes: 0

 


Origem:
China
Produção: 2022 - hoje
Comprimento:
38,9 m
Envergadura: 33,6 m
Altura: 11,95 m
Peso da aeronave: 45 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 75/67 toneladas (79 C919ER)
Motores: 2x CFM Internacional LEAP-1C
Empuxo: 26 (2x 13) tonf
Capacidade de combustível: 24 mil litros
Velocidade de cruzeiro: 829 km/h (mach 0.78)
Velocidade máxima:
871 km/h (mach 0.82)
Altitude de Cruzeiro: 12 km (39 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 2,1 km
Alcance: 4.139 km (5.576 km C919ER)
Passageiros: 158-174
Primeiro voo: 5 de maio de 2017
Concorrentes: 
Airbus A320neo e Boeing 737 MAX 8
Companhia Lançadora: China Eastern

 

 

 

COMAC C929

Após o projeto narrow-body C919, a COMAC iniciou, em 2011, o projeto do seu primeiro wide-body, com capacidade para 300 passageiros, C929. Em 2012 a COMAC formou uma parceria com a russa UAC para desenvolver uma nova aeronave de fuselagem larga, onde a Rússia contribuiria com seu conhecimento e a China forneceria os recursos. Em setembro de 2017 o nome do avião foi alterado para CR929 (China-Rússia). Em setembro de 2020, devido à recessão econômica e a pandemia do COVID-19, o governo russo decidiu cortar significativamente o orçamento do projeto. O CR929 foi novamente prejudicado em 2022 com as sanções impostas contra a Rússia, após o inicio da guerra com a Ucrânia. Em agosto de 2023 a UAC anunciou oficialmente a saída da Rússia do projeto, que voltou a ser desenvolvido apenas pela China, com o nome C929.
O projeto prevê três variantes capazes de transportar de 250 a 320 passageiros, com alcance entre 10 e 14 mil km. A principio serão utilizados motores já existente que hoje equipam os B787 e A350.

 

 

 

atualizado em 2023

Aviação Comercial.net